07/03/2022

CONHEÇA OS CLÁSSICOS ESQUECIDOS NA HISTÓRIA DO CARIOCÃO


Foto: Reprodução/O Globo


Ainda que, nos últimos anos, graças às quedas do Vasco para a Série B, os clássicos entre o cruz-maltino e o Flamengo — que acontece hoje, às 16h, no Nilton Santos — sejam menos frequentes, não dá para dizer que eles correm risco no Carioca. Confrontos entre os quatro grandes clubes do Rio ainda são o ápice de um combalido Estadual, e mora na rivalidade desses duelos o que resta de charme de um torneio com mais de 100 anos. Confrontos que têm nome, o “Clássico dos Milhões”, para a partida de hoje; ou o famigerado Fla-Flu, entre outros, são o exercício de uma rivalidade local que se mantém.

Há, porém, outras histórias para contar, algumas em extinção. Nos seus 115 anos, o Carioca formou rivalidades locais carregadas de identidade, mas que, com o tempo, se acalmaram ou apequenaram, seja pela crise do torneio ou de alguns clubes em um futebol cada dia mais desigual financeiramente. São confrontos que hoje clamam por mais capítulos, ainda que nem tão gloriosos assim. O maior exemplo é o “Clássico Bisavô".

O nome do confronto entre Bangu e América, um dos clássicos esquecidos do Rio, é sugestivo. Se Botafogo e Fluminense fazem o “Clássico Vovô” e tiram onda de antiguidade — o primeiro jogo foi em outubro de 1905 — os dois times se enfrentaram dois meses antes, em agosto daquele ano, sendo, portanto, o mais antigo entre os times em atividade do Rio. Há de se respeitar os mais velhos.

— A rivalidade com o Bangu era maior que a com o Botafogo até a década de 1960 — relata o jornalista José Trajano, torcedor do America, relembrando derrotas doídas para o rival no vice carioca em 1950 e no título estadual de 1960. — Era uma coisa muito forte na década de 1950.

DO COMEÇO DO SÉCULO

Se não dos “milhões”, Bangu e America reuniam, quase sempre, cerca de 30 mil torcedores no Maracanã quando jogavam nessa época. Público que só se repetiu, e bateu o recorde do clássico (mais de 38 mil presentes), em 1983, na última boa era de dois clubes que caíram e subiram de patamar em épocas parecidas.

— Hoje a rivalidade é só um retrato na parede. Ficou na memória, não tem mais. Se bem que teve briga de torcida nas últimas vezes — relembra Trajano, se referindo ao confronto de 2014, em Mesquita, que acabou com confronto entre organizadas. Em 2016, no reencontro, a PM evitou uma revanche — últimos capítulos lamentáveis para um clássico de tanta história.

Fora da elite do Estadual desde então, o time da Tijuca não enfrenta um grande também desde 2016, incluindo o Vasco, com quem ganhou em 1937 o bonito nome de “Clássico da Paz”, porque foram responsáveis naquele ano pela pacificação da guerra política entre as ligas que dividiam o futebol e o Estadual em dois.

Os americanos esperançosos, se ainda existem, podem se fiar no “Clássico dos Ingleses”, outro esquecido carioca, que voltou a ser disputado — provavelmente pela última vez — 92 anos após o último confronto. O duelo entre Rio Cricket (de Niterói) e Paissandu (do Rio) fez parte de uma rivalidade no futebol e no críquete no início do século XX.

Para além do antagonismo entre os clubes dos dois lados da Baía de Guanabara, ambos disputavam o título de melhor entre os clubes fundados por ingleses no Rio. Como o futebol do Paissandu (campeão carioca de 1912) acabou em 1914, e o Rio Cricket nunca profissionalizou seu departamento, o clássico, disputado pela primeira vez em 1901 (antes do “Vovô” e do “Bisavô”) tinha ficado na História. Por ser considerada a primeira partida de futebol realizada no Rio, ressuscitou: em 2006, na comemoração de 105 anos do futebol carioca, um novo confronto foi organizado em Niterói, usando uniformes da época. Com a vitória fora de casa por 2 a 1, os torcedores do Paissandu podem zoar os rivais para sempre, sem chance de revanche.
Rivalidades locais

Para além da Zona Sul, o futebol carioca viu rivalidades crescerem no subúrbio. Com o ápice no começo dos anos 1980, o “Clássico Rural” opõe os dois maiores da Zona Oeste, que levam o nome dos seus bairros, Bangu e Campo Grande. Antes da urbanização acelerada, a região era conhecida como Zona Rural.

Os grandes duelos de 40 anos atrás contrastam com o atual momento do clássico, que completa 60 anos e não é disputado desde 1995. De lá para cá, o Campo Grande chegou a parar suas atividades no futebol. Hoje, disputa a terceira divisão do estadual, vencida ano passado pelo Olaria, outro tradicional do subúrbio que tem saudade de um clássico para chamar de seu.

— A fundação do Olaria foi para enfrentar o Bonsucesso. A rivalidade foi muito forte até os anos 1950, com trocas de acusações e brigas. Mas isso arrefeceu — conta Pedro Paulo Vital, historiador do clube da Rua Bariri, sobre o “Clássico Leopoldinense”, que este ano completa uma década sem ser disputado na elite estadual. Para ele, a falta de confrontos acabou aproximando os dois.

— Hoje, eles são mais vizinhos amigos do que rivais. Tinha tudo para ter uma rivalidade tipo Ponte Preta x Guarani (o “Derby Campineiro”), um “Goyta-Cano” (Goytacaz x Americano, em Campos) — conta o historiador. — A má fase de um não agrada o outro. O Olaria agora está na segunda divisão. O Bonsucesso, na quarta. A Leopoldina merecia muito mais. Falta apoio, investimento, patrocínio. Dois clubes centenários, de tradição. A graça de tudo isso é ter o jogo, né? Não adianta ficar só relembrando os jogos antigos e não ter novos confrontos.

Torcida na arquibancada do Estádio Proletário, para Bangu e Campo Grande, em 1967
Foto: Agência O Globo


03/03/2022

FERJ CONVOCA CLUBES PARA ARBITRAL DA SÉRIE C DO CARIOCA


Rubens Lopes, presidente da FERJ
Foto: Úrsula Nery/FERJ

A FERJ convocou os clubes que vão disputar a Série C do Campeonato Carioca para o Arbitral que ocorrerá no próximo dia 9, às 15h, na sede da entidade no Maracanã. Participarão do Estadual da 5ª Divisão: Vera Cruz, Barcelona, CAAC Brasil, Atlético Carioca, Rio de Janeiro, Império Serrano, IQSL Brasileirinho, Juventus, Belford Roxo, Paraty e Uni Souza.

A reunião irá debater os seguintes pontos abaixo: 

1) Campeonato Estadual de Profissionais da Série C de 2022: 

a) Regulamento;
b) Tabela;
c) Transmissões e Protocolo de operação dos jogos.

2) Assuntos Gerais.

Os filiados deverão se fazer representar preferencialmente por seu presidente, ressaltando-se que além das medidas já adotadas de sanitização ambiental, distanciamento, uso de máscaras, disponibilização de álcool gel e outras, de acordo com as recomendações das autoridades de saúde no combate à disseminação da COVID-19, todos os participantes deverão, ao chegar à FERJ, responder ao questionário clínico epidemiológico, sendo imperativa para a entrada nas dependências a ausência de dados sugestivos de contagiosidade. 

A competição tem previsão de início para a primeira semana de maio.

02/03/2022

FERJ DEFINE FORMATO E INÍCIO DA SÉRIE A2 DO CAMPEONATO CARIOCA


Marcelo Vianna, diretor de competições da FERJ
Foto: Úrsula Nery/FERJ


A Série A2 do Campeonato Carioca começará no dia 30 de abril e terá a repetição do formato das últimas edições com a Taça Santos Dumont e a Taça Corcovado antes do Turno Final. Os 12 times estão divididos em dois grupos:

Grupo A: America, Cabofriense, Angra dos Reis, Americano, Macaé e Olaria

Grupo B: Friburguense, Gonçalense, Maricá, Sampaio Correa, Artsul e o rebaixado da Série A

No primeiro turno, os clubes se enfrentam em turno único dentro do próprio grupo. Já na Taça Corcovado, os confrontos são entre os grupos A e B sem returno.

Os dois melhores de cada grupo avançam às semifinais dos turnos através de cruzamento olímpico, em partida única. As equipes que se classificaram em primeiro terão direito a jogar em casa e a vantagem do empate para avançar à final (jogo único).

A FERJ definiu que para a partida final da Taça Santos Dumont será sorteado o mando de campo e não haverá vantagem de pontos para nenhuma das associações.

A campeã da Taça Santos Dumont e a campeã da Taça Corcovado jogarão a final em duas partidas, em sistema de ida e volta, sem vantagem de pontos e saldo de gols para nenhuma delas.

A associação campeã de turno melhor classificada no somatório de pontos obtidos nos dois turnos (Taça Santos Dumont e Taça Corcovado), aplicados os critérios de desempate, quando couber, terá direito a escolha do mando de campo da primeira ou da segunda partida da final.

O artigo mais polêmico do Estadual está mantido em mais uma edição: Caso uma única equipe seja cam

peã da Taça Santos Dumont e da Taça Corcovado, e uma associação tenha obtido maior número de pontos do que a campeã, no somatório de pontos das partidas dos Grupos A e B da Taça Santos Dumont e Taça Corcovado, a final será realizada entre a campeã dos dois turnos e o clube que tenha obtido o maior número de pontos ganhos do que a campeã, aplicados os critérios de desempate, em caso de mais de uma associação obter o maior número de pontos do que a campeã dos turnos.Caso uma mesma associação seja campeã da Taça Santos Dumont e da Taça Corcovado, e nenhuma outra associação a supere em pontos ganhos nas partidas dos Grupos A e B da Taça Santos Dumont e Taça Corcovado, a equipe vencedora dos dois turnos será declarada campeã estadual, sem a necessidade da realização da final.

O lanterna na classificação geral do Carioca, que correspondem ao somatório de pontos obtidos nos grupos A e B, estará submetida ao descenso para a Série B1 e, obrigatoriamente em sequência, participará do seu respectivo campeonato, independentemente do lapso temporal entre o término do campeonato da Série A2 e o início do Campeonato da Série B1.

Importante frisar que na temporada de 2023, estarão submetidas ao descenso as duas últimas associações na classificação geral do campeonato.

24/02/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #27



Por: Paulo Jorge


RENÚNCIA E SOLUÇÃO NO BONSUCESSO

A Tribuna de Imprensa, em 1945, trazia no seu periódico a surpreendente renúncia do então presidente Afonso Lobo Leal, figura importantíssima para a construção do novo estádio. Perante o cenário, o Conselho Deliberativo do Bonsucesso reuniu-se para definir quem seria o novo presidente.

Em 9 de agosto daquele ano, o CODE definia que Domingos Vassalo Caruso, grande personagem da Zona da Leopoldina, seria o substituto (temporário) até que se chegasse ao novo nome em consenso. Na quarta-feira seguinte, optou-se por Manoel Valentim Cabalero, o novo presidente rubro-anil.

Cabalero era um uruguaio radicado no Rio de Janeiro e com alta capacidade de negociação para o clube no século passado e grandes serviços prestados ao Bonsucesso. Foi ele quem ao lado de Aníbal Bastos, então diretor de futebol, contratou Leônidas da Silva. Cabalero também foi responsável pela aquisição de Gentil Cardoso para comandar o time e sob sua influência, em pouco tempo o time já possuía sete jogadores negros, algo muito descriminalizado à época.

Não nos esqueçamos que Gradim, outro ídolo da história do Bonsucesso, também foi contratado por interferência de Manoel Cabalero após o jogador chegar ao clube para disputar apenas um torneio de três partidas.

Porém, engana-se quem acredite que Manoel Cabalero tenha sido apenas um dirigente na história centenária do Bonsucesso. Ele também dirigiu a equipe na década de 30. No antigo estádio na Praça de Desportos da Estrada Norte em 6 de abril de 1930, o Bonsuça perderia para o Flamengo por 3 a 1, na estreia do Carioca (AMEA). Cássio, China, Nilton e Vicentino fizeram os gols da partida. 

Flamengo: Amado, Hermínio e Cassilandro; Penha, Darcy Martins e Pedro Fortes; Nilton, Vicentino, Eloy, Agenor e Cássio (Rochinha). Técnico: Amado Benigno.

Bonsucesso: Medonho, Ary II e Heitor; Nico, Eurico e Cláudio; Arubinha, Badu (Neco), Gradim, Bida e China. Técnico: Manoel Valentim Cabalero.   



Fonte: Tribuna de Imprensa (11 de Agosto - Página 7) / Livro: Consagrado no Gramado: A História dos 110 anos do Futebol do Flamengo (Roberto Assaf)

22/02/2022

"O BONSUCESSO ESTÁ COM TUDO..."


Revista Placar destaca bom início de trabalho do clube em 1975
Foto: Reprodução

O Bonsucesso está na 4ª Divisão do Campeonato Carioca atualmente, mas em 1975 a conceituada Revista Placar destacava a importância do clube no cenário estadual e que incomodava o rival Olaria na Leopoldina e o colocava no pelotão de frente do Rio de Janeiro.

A manchete da matéria destacava que o Rubro-Anil tinha 21 mil sócios! Isso mesmo: 21 mil sócios! O que representava a força do Bonsuça no século passado na Zona Norte. Além disso, a publicação informava que o clube tinha em caixa 700 mil cruzeiros para investimentos. 

Em março (1975), a Placar dizia que o Bonsucesso tinha um departamento de futebol qualificado e com as despesas devidamente programadas até agosto. Com uma categoria de base imponente e reforços pontuais, o time começara aquele Campeonato Carioca invicto nos três primeiros jogos e via o Olaria mal das pernas: "O Bonsucesso está com tudo e não está prosa".

Tamanha era a expectativa por aquela temporada que o clube era tido como um dos postulantes a vaga no Campeonato Brasileiro, mas a questão política com a antiga CBD colocou água no chope.

"Os convites são e continuarão a ser políticos. Eu jamais farei pedidos à CBD. Ela tem obrigação de observar os clubes, como observou o Guarani. Falo de futebol, de time, não de clube ou patrimônio. Por que convidar o Americano, de Campos. Por quê? É um convite político. O Americano entra  no lugar do Olaria. E quem vai mostrar contra os clubes dos centros maiores? Vamos trabalhar sério. Talvez a CBD entenda o nosso propósito", disse Paulo Ribeiro, ex-diretor de futebol à Placar.

Com um departamento de futebol autônomo, o Bonsucesso foi com tudo no mercado em busca de reforços. E não foram quaisquer nomes. Sob o comando do técnico Velha, os dirigentes trouxeram jogadores como Samarone, Adãozinho, Marco Antonio, Mickey e Valdir, todos com passagens pelos grandes clubes do Rio de Janeiro.

A Revista Placa destacou que Paulo Ribeiro tinha três pilares para o sucesso do Bonsucesso e um deles era acreditar que a torcida abraçaria a causa pelo alto número de sócios, que poderiam prestigiar os jogos dentro e fora de casa e que os juízes não praticariam 'má fé' contra o Leão da Leopoldina. Inclusive palestras foram feitas com árbitros, entre eles, Arnaldo Cézar Coelho.

O início realmente foi animador. Apesar do empate com o Campo Grande, na Teixeira de Castro, por 1 a 1, o Bonsucesso venceu o Vasco em São Januário, 1 a 0, na 2ª rodada (estreias de Samarone e Marco Antonio) e no jogo seguinte, empatou com o Flamengo em 0 a 0 (estreias de Adãozinho e Mickey).

Incomodados com o estilo de jogo do Bonsuça, Velha, que começou sua carreira como auxiliar de Gentil Cardoso em 1956, se defendeu: 

"Sei e todos sabem que Flamengo, Fluminense, Vasco, America e Botafogo têm mais valores do que o Bonsucesso. Então, se me atacam, tenho de me defender. Antes, o Bonsucesso era atacado sem bola. Ano passado, Abel (Braga), zagueiro do Fluminense, fez dois gols de cabeça na gente. Por quê? Porque ninguém se preocupava com o nosso ataque. Por isso todos nos atacavam com oito ou até nove jogadores. E nossa defesa que se virasse. Agora, temos atacantes que resolvem. Se a defesa adversária sair, leva gol. O que me irrita é ouvir certos treinadores nos acusarem de jogar na retranca. Ora, isso é desculpa. O Jouber disse que o Bonsucesso se realizara com o empate, que somos time pequeno. O melhor que ele poderia fazer seria corrigir os erros do seu time. Ele precisa é ter mais respeito pelo Bonsucesso. 

Raul Quadros que escrevera a matéria retratava: "Mais do que nunca certo de que é um clube grande. Um clube que não atrasa salários - tem até data certa para pagá-los: o dia dez de cada mês - e nada deixar faltar aos seus jogadores".

A realidade atual é diferente. Com muitos problemas financeiros e dívidas nas costas, o clube se mantém de pé por ser uma associação sem fins lucrativos, mas carrega processos trabalhistas incontáveis e uma queda vertiginosa no quadro de sócios ao longo das décadas.

Em 1975, o Bonsucesso terminou o 1º Turno do Carioca em 6º, mas no 2º Turno acabou em penúltimo entre 12 times. No ano passado, na Série B2, o clube foi o 7º sem avançar às semifinais e amarga uma triste realidade distante dos holofotes da elite.  

16/02/2022

VAI COMEÇAR A SÉRIE A2 DO CARIOCA

Rubens Lopes convoca arbitral do Carioca da Série A2
Foto: Úrsula Nery/FFERJ


A FERJ convocou os clubes da Série A2 do Carioca para participarem da Reunião do Conselho Arbitral a ser realizada no dia 22 de fevereiro (terça-feira), às 15h, na sede da entidade, no Maracanã, com o objetivo de analisar, debater e votar os temas constantes da seguinte ordem do dia: 

1) Campeonato Estadual de Profissionais da Série A2 de 2022: 

a) Regulamento;
b) Tabela;
c) Transmissões;
d) Protocolo de segurança e operação dos jogos;

2) Assuntos Gerais.

Os filiados deverão se fazer presentes mediante o comparecimento de apenas um representante, preferencialmente seu presidente, ressaltando-se que além das medidas já adotadas de sanitização ambiental, distanciamento, uso de máscaras, disponibilização de álcool gel e outras, de acordo com as recomendações das autoridades de saúde no combate à disseminação da COVID-19, todos os participantes deverão, ao chegar à FERJ, ser submetidos ao questionário clínico epidemiológico, sendo imperativo para a entrada nas dependências a ausência de dados sugestivos de contagiosidade.

Vão disputar a competição em 2022: Cabofriense, America, Americano, Angra dos Reis, Artsul, Friburguense, Gonçalense, Macaé, Maricá, Olaria e Sampaio Correa. Apenas um dos clubes se garante na elite do futebol carioca no ano seguinte. 

A Segunda Divisão do Estadual tem previsão para começar no mês de maio.

15/02/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #26



Por: Paulo Jorge


O DIA QUE O BONSUÇA “AMASSOU” O VASCO!

Em 1953, Sylvio Pirillo aceitou o enorme desafio de ser treinador do Bonsucesso. Segundo as reportagens da época (Jornal Flan), o salário do novo treinador rubro-anil era considerado extremamente baixo para os padrões do futebol naquela década. De acordo com a publicação, Pirillo recebia apenas 12 mil cruzeiros mensais.

A passagem pelo clube durou até 1955, quando começou a rodar o Brasil por outros times. Na chegada à Teixeira de Castro, Pirillo apostou alto em um elenco disposto a dar a vida para conseguir bons resultados e mostrar valor no futebol carioca.

Exemplo disso foram alguns resultados contra os gigantes clubes do nosso estado. Um empate em São Januário contra o Vasco ganhou destaque nos recortes de jornais. E não foi qualquer jogo. Foi uma partida muito movimentada e com muitos gols. Seis para ser mais exato!

O Vasco jogou muito bem, mas para Pirillo foi o Bonsucesso que teve um jogo perfeito e a igualdade acabou sendo até injusta naquele dia. Pelo Carioca, Soca, duas vezes, e Nicola fizeram os gols do Leão da Leopoldina. Alvinho, duas vezes, e Sabará marcaram para os donos da casa. O jogo foi apitado por Mário Vianna, que posteriormente - no fim da década de 60 - se tornaria comentarista de arbitragem na Rádio Globo. Confira abaixo a ficha do jogo: 

VASCO 3X3 BONSUCESSO

Campeonato Carioca: 1º Turno - 7ª Rodada
Data: 23/08/1953
Local: São Januário
Público:
Renda: Cr$ 39.191,00
Árbitro: Mário Gonçalves Vianna

Vasco: Ernâni, Mirim, Bellini, Ely, Danilo, Jorge, Sabará, Maneca, Ipojucan, Pinga e Alvinho.
Técnico: Flávio Costa

Bonsucesso:
Ari, Duarte, Mauro, Urubatão, Décio, Serafim, Nicola, Jofre, Simões, Soca e Bené. Técnico: Sylvio Pirillo

Gols do Vasco: Alvinho (2) e Sabará
Gols do Bonsucesso: Soca (2) e Nicola



Fonte: Jornal Flan (1953)

03/02/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #25


Por: Paulo Jorge
 

BONSUCESSO NA SELEÇÃO

A seleção Brasileira de Futebol que representou o país pela primeira vez nas Olimpíadas de Helsinki, na Finlândia, em 1952, foi formada basicamente por jogadores amadores. Mas, onde o Bonsucesso se encaixa nessa história? Pois bem, o zagueiro Waldir foi o representante do clube da Leopoldina no torneio.

A campanha foi até considerada boa. Foram duas vitórias e um empate. O Brasil ganha na fase preliminar da Holanda por 5 a 1 e passa por Luxemburgo por 2 a 1, mas quando enfrenta a Alemanha Ocidental, pelas quartas de final, mesmo abrindo 2 a 0 no tempo normal, os alemães buscaram o empate no fim do jogo e venceram na prorrogação por 4 a 2.

O time era formado por Carlos Alberto, Mauro e Waldir; Edson, Adesio e Zózimo; Milton Bororó, Humberto, Larry, Vavá e Jansen. Seis anos depois, Zózimo, Vavá e Humberto Tozzi conquistaram o bicampeonato mundial com a Seleção Principal.

Oficialmente todos os atletas eram amadores, por isso, integravam a Seleção Brasileira, mas muitos deles já tinham uma ”ajuda de custos” e contratos de “gaveta”.

Vavá, pelo que consta, ganhava 4 mil cruzeiros como amador; Jansen sempre foi amador, mas sua transferência custou caro como se fosse um passe; Larry, outro incluído no “amadorismo", tinha mordomias para a época através de sócios do Fluminense. Já Waldir, como militar não tinha contrato, entretanto, recebia um “presente mensal.”

Acompanhe sempre a coluna 'Tá no Livro', com o historiador Paulo Jorge. Siga as redes sociais do Fanáticos pelo Cesso no Facebook e no Instagram!



JOGOS OLÍMPICOS DE 1952


BRASIL 5x1 HOLANDA

Data: 16 de julho de 1952

Local: Estádio Municipal, em Turkku (Finlândia).

Público: 9.809 pagantes.

Árbitro: Giorgio Bernardi (Itália).

Gols: Van Roessel, aos 14; Humberto Tozzi, aos 25; Larry (pênalti), aos 32; Larry, aos 35; Jansen, aos 81; Vavá, aos 85.

BRASIL: Carlos Alberto (Vasco da Gama-RJ), Waldir (Bonsucesso-RJ), Mauro Rodrigues (Fluminense-RJ) e Zózimo (Bangu-RJ); Adesio (Vasco da Gama-RJ) e Édson (Bangu-RJ); Mílton
(Fluminense-RJ), Humberto Tozzi (São Cristóvão-RJ), Larry (Fluminense-RJ), Vavá (Vasco da Gama-RJ) e Jansen (Vasco da Gama-RJ). Técnico: Newton Alves Cardoso.

HOLANDA: Peter Kraak, Johannes Odenthal e Jacques Alberts; Abraham Wiertz, Marinus Terlouw e Louis Biesbrouck; Piet van der Kuil, Marinus Bennars, Johannes Van Roessel, Johannes Mommers e Mathisj Clavan. Técnico: não disponível.



BRASIL 2x1 LUXEMBURGO

Data: 20 de julho de 1952

Local: Park Stadium, em Kotka (Finlândia).

Público: 6.776 pagantes.

Árbitro: Marijan Matancic (Iugoslávia).

Gols: Larry, aos 42; Humberto Tozzi, aos 49; Julien Gales, aos 86.

BRASIL: Carlos Alberto (Vasco da Gama-RJ), Waldir (Bonsucesso-RJ), Mauro Rodrigues (Fluminense-RJ) e Zózimo (Bangu-RJ); Adesio (Vasco da Gama-RJ) e Édson (Bangu-RJ); Mílton
(Fluminense-RJ), Humberto Tozzi (São Cristóvão-RJ), Larry (Fluminense-RJ), Vavá (Vasco da Gama-RJ) e Jansen (Vasco da Gama-RJ). Técnico: Newton Alves Cardoso.

LUXEMBURGO: Fernand Lahure, Camille Wagner e Leon Spartz; Jean Jaminet, Michel Reuter e Fernand Guth; François Muller, Joseph Roller, Julien Gales, Victor Nuremburg e Leon
Letsch. Técnico: não disponível.



BRASIL 2x4 ALEMANHA OCIDENTAL

Data: 24 de julho de 1952

Local: Estádio Olímpico, em Helsinki (Finlândia).

Público: 11.451 pagantes.

Árbitro: Arthur Ellis (Inglaterra).

Gols: Larry, aos 12; Zózimo, aos 74; Schröder, aos 75; Klug, aos 89.

Prorrogação: Zeiter, aos 96; Schröder, aos 119.

BRASIL: Carlos Alberto (Vasco da Gama-RJ), Waldir (Bonsucesso-RJ), Mauro Rodrigues (Fluminense-RJ) e Zózimo (Bangu-RJ); Adesio (Vasco da Gama-RJ) e Édson
(Bangu-RJ); Mílton (Fluminense-RJ), Humberto Tozzi (São Cristóvão-RJ), Larry (Fluminense-RJ), Evaristo (Flamengo-RJ) e Jansen (Vasco da Gama-RJ). Técnico: Newton Alves
Cardoso.

ALEMANHA OCIDENTAL: Rudolf Schönbeck, Hans Eberle, Herbert Jaeger, Kurt Sommerlatt e Herbert Schäfer; Alfred Post e Ludwig Hinterstocker; Georg Stollenwerk, Johann Zeitter, Willi Schröder e Karl Klug. Técnico: não disponível.


Fonte: O Globo, CBF e Flan - Jornal da Semana

16/01/2022

'NA LEOPOLDINA EM CADA ESQUINA QUEM DOMINA É O BONSUCESSO'


Fanático que se preze pelo Bonsucesso sabe o hino do início ao fim. Mas, talvez, você não saiba que o compositor do hino mais famoso da Leopoldina tenha sido Lamartine Babo, um dos maiores gênios e personalidades do século passado no Rio de Janeiro. 

Nascido em 10 de janeiro de 1904, ele era um dos doze filhos de Leopoldo Azeredo Babo e Bernarda Preciosa Gonçalves, sendo um dos três que chegaram à idade adulta. Apesar de torcedor do America, o músico foi responsável pela criação dos hinos de 11 clubes do estado. O único fora da cidade era o Canto do Rio, de Niterói. 

A composição de cada hino não oficial (porém que veio para ficar) ocorreu em 1949 com patrocínio do programa de rádio Trem da Alegria, que lançou LPs de cada um dos clubes que disputavam o Campeonato Carioca daquele ano.

Boêmio, Lamartine jamais se casou. Se dedicou a música e a cultura com inúmeras marchinhas de carnaval que estão na boca do povo até hoje na festa mais popular do planeta. Braguinha era grande amigo de 'Lalá' e dizia: "Costumo dividir o carnaval em duas fases: Antes e depois de Lamartine".

Apesar de frequentador da Tijuca, Lamartine foi homenageado pela Imperatriz Leopoldinense em 1981, quando conquistou seu primeiro bicampeonato com o enredo "O teu cabelo não nega", de Arlindo Rodrigues, uma homenagem ao compositor. Em 2020, a escola reeditou o enredo, com o nome de "Só Dá Lalá", para voltar à elite do carnaval carioca.

Anos atrás, o Globo Esporte, da TV Globo, divulgou um documentário em dois capítulos sobre a obra e vida de Lamartine Babo. Confira abaixo a letra do hino do Bonsucesso e os vídeos:

Para a torcida rubro-anil
Palmas eu peço (clap! clap!)
Na Leopoldina em cada esquina
Quem domina é o Bonsucesso
Lá surgiu um jogador sensacional
Surgiu Leônidas, o maioral!
Quando a turma joga em casa
A linha arrasa
Que baile... Que troça!
A torcida grita em coro
Não há choro
A vitória hoje é nossa


24/12/2021

FANÁTICOS PELO CESSO APRESENÇA BALANÇO E DESEJA UM FELIZ NATAL


O blog Fanáticos pelo Cesso fecha a temporada 2021 com 146 postagens, um acréscimo de 77 publicações em relação ao ano anterior e mais de 700 mil visualizações. Criado em 2007, a página é a voz do torcedor e tem sido um resgate da história do tradicional clube da Leopoldina com a coluna 'Tá no Livro', com Paulo Jorge. 

Em 2021, o Fanáticos pelo Cesso também esteve nas redes sociais. Além da página no Facebook, o canal no instagram também superou a marca de mil seguidores ao longo de 135 publicações e um crescimento contínuo no número de acessos, comentários e curtidas.

Em 2022, a gente continuará na torcida pelo sucesso do Bonsucesso na Série B2 do Campeonato Carioca e a esperança de voltar a brilhar na elite do futebol carioca em um futuro não tão distante. A 1ª Divisão é o seu lugar, Bonsuça!

Desejamos a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo! Que Jesus abençoe cada torcedor e ilumine os passos de nossos jogadores! 

23/12/2021

FERJ DIVULGA CALENDÁRIO DE COMPETIÇÕES PARA O ANO DE 2022


Exposição de camisas tradicionais do futebol carioca
Foto: FERJ

Anota na agenda! A FFERJ divulgou o calendário de competições para a temporada 2022. O Estadual da Série A começa em 26 de janeiro e termina no dia 3 de abril. A primeira divisão de acesso, a Série A2 começa no dia 1º de maio e se estende até o final de julho.

A Série C (5ª Divisão) terá início também em maio, no dia 8. A competição será realizada até 14 de agosto. A Copa Rio que dá direito ao campeão escolher disputar a Copa do Brasil ou o Brasileirão da Série D começa em 10 de agosto. O torneio vai até 23 de novembro. 

As Séries B1 e B2 começam em setembro. Primeiro, a 3ª Divisão no dia 3 e a 4ª Divisão na semana seguinte, dia 11. O Bonsucesso que não conseguiu classificação para as semifinais tentará na próxima temporada novamente dar um salto para sonhar com a elite no futuro. 

Por fim, o Carioca Feminino fecha o calendário. A competição se inicia em outubro e será concluído na segunda semana de dezembro.

No sub-20, o Carioca da Série B2 começa em maio e se estende até julho. Em 2021, o Bonsucesso terminou com o vice-campeonato ao perder para o Barra Mansa. 

   

08/12/2021

A DECADÊNCIA DOS CLUBES DE BAIRRO NO SUBÚRBIO DO RIO


A Associação Atlética Vila Isabel já foi um importante centro esportivo do Rio de Janeiro
Foto: Reprodução



Sair de casa para encontrar amigos, parentes, vizinhos e conhecidos nos clubes de bairro já foi um hábito muito comum entre os cariocas. Contudo, a visita para atividades esportivas e sociais está cada vez menos presente na rotina dos moradores do Rio de Janeiro. Isso porque esses tradicionais espaços de convivência vêm passando por muitos problemas que acabam culminando no fechamento.

Estudiosos do tema estimam que a decadência dos clubes de bairro vem acontecendo desde a década de 1970. Segundo o professor Victor Melo, especialista no assunto, são alguns os fatores que culminam na situação: a “domesticação das experiências” (pessoas cada vez mais em casa, muito por conta das tecnologias); dificuldades financeiras da classe média; especulação imobiliária e a construção de condomínios residenciais que têm quase tudo o que um clube pode oferecer.

“A conjunção de tudo isso leva os clubes a não conseguirem pagar as dívidas, a manter os espaços, e a estrutura. Alguns clubes tentaram fazer festas, bailes, mas não é o suficiente para todos”, destaca o professor Victor Melo.

Um dos casos mais recentes de fechamento de um clube histórico para a cidade foi a Associação Atlética Vila Isabel. O local, que por um bom tempo passou por dificuldades, encerrou as atividades para virar um empreendimento imobiliário.

“A maior parte dos clubes que não resistem e fecham as portas viram empreendimentos imobiliários”, frisa Victor Melo.

A situação se espalha por outros bairros e clubes. No ano passado, o jornal O Dia publicou que o Olaria Atlético Clube devia, aproximadamente, R$ 100 mil reais à Ligth. Na mesma reportagem, o clube do Bonsucesso é citado em um débito de mais de R$ 224 mil com a Cedae. Há alguns anos, o Olaria chegou a tentar vender seu estádio para pagar dívidas. Em 2020, o Bonsucesso transformou o hall de entrada do clube em um estacionamento para tentar arrecadar algum dinheiro neste período de crise.

“A consequência desse problema é a perda de espaço de referência. Os clubes foram mais que espaços só de diversão ou só de esporte. Grande parte da vida politica, social, cultural, passaram pelos clubes. Os clubes são importantes agentes de identidade local. Em geral, envolviam uma elite local, mas também havia espaço de contato com os populares dos bairros. Importantes políticos da cidade vieram dos clubes, os clubes sempre foram centros sociais. Os clubes foram referenciais para a vida pública, comunitária. Quando você perde esse espaço, você perde espaço de convenção comunitária. Essa perda é relevante para entender os movimentos de construção dos cotidianos das cidades”, afirma o professor Melo.

Muitos dos clubes em crise ficam na Zona Norte, nos subúrbios da cidade do Rio de Janeiro, enquanto na parte de maior poder aquisitivo da cidade, a Zona Sul, espaços históricos de convivência e prática esportiva, como Clube Monte Líbano, Caiçaras, entre outros, se mantém firmes.

“É muito triste assistir a depreciação dos subúrbios sendo refletida nos clubes e agremiações de nossos bairros. O impacto é direto não só na autoestima, como também na identidade e na memória do local, que vão perdendo vida cada vez que os clubes vão encontrando a falência”, opina o historiador Vitor Almeida, criador da página Suburbano da Depressão.

Diante do problema, algumas soluções são apontadas por especialistas: “Estamos reconfigurando os espaços públicos. Hoje temos outros grupos que de alguma maneira têm uma atuação parecida com as dos clubes. ONGs, grupos culturais, que tentam ter seus espaços físicos ou usam espaços públicos, governamentais. Mas a dinâmica é diferente do funcionamento dos clubes, que tinham essa coisa da base associativa comunitária. Eu acho que era possível recuperar os clubes em crise se o Poder Púbico investisse nesses espaços. Em áreas, bairros que têm poucas opções de lazer e clubes estão em situação difícil, a Prefeitura poderia, ao invés de construir praças, vilas olímpicas, investir nesses clubes e torná-los públicos, em uma parceria entre o público e o privado. O fim dos clubes não significa o fim dos espaços de lazer, eles só se reconfiguraram e estão diferentes do passado, mas faz falta o espaço, a dinâmica dos clubes. Eles são muito importantes e mereciam mais cuidado para ou se manterem ou voltarem a ter o papel que já tiveram no passado”, declara o professor Victor Melo.

06/12/2021

BONSUCESSO PERDE JOGO DA IDA NA FINAL DA SÉRIE B2 DO CARIOCA SUB-20

O Bonsucesso perdeu uma ótima chance de abrir vantagem na decisão do Campeonato Carioca Sub-20 contra o Barra Mansa. No último sábado, o Rubro-Anil foi derrotado na Teixeira de Castro por 3 a 1 (ida). João Vitor, duas vezes, e Luquinha marcaram os gols do adversário. Gabriel descontou para os donos da casa.

Com menos de um minuto, o Barra Mansa abriu o placar. João Vitor aproveitou uma vacilada da defesa e cara a cara com o goleiro fez 1 a 0. O atacante do Leão do Sul estava com sorte. Aos 29, após cobrança de escanteio, a bola desviou no meio do caminho e encontrou novamente João Vitor que finalizou para ampliar. 2 a 0.

No segundo tempo, o Barra Mansa perdeu Igor Lyra, que foi expulso. Mesmo com a menos, o adversário manteve a postura ofensiva. Aos 12, Luquinha acertou o travessão. Seis minutos depois, o atacante não perdoou. Luquinha recebeu a bola, driblou o marcador e dentro da área completou pra rede. 3 a 0. 

Aos 39, o Bonsucesso descontou em cobrança de pênalti convertida por Gabriel. 3 a 1. 

No próximo sábado, as equipes voltam a se enfrentar no estádio Leão do Sul, às 15h. O Barra Mansa pode perder por um gol de diferença que garante o título. Se o Bonsuça vencer por dois gols de diferença, o campeão será conhecido nos pênaltis. 

03/12/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #24



Por: Paulo Jorge

A HISTÓRIA MAGNÍFICA DO BONSUCESSO: SALVEM O CLUBE SUBURBANO!


Até onde vai a identificação de um clube com o bairro? Sabemos que os clubes de bairros tiveram uma importância na formação da cultura local que não podemos medir. Esses pequenos e médios clubes levam em seus tijolos, histórias, lendas, vitórias e lutas dos suburbanos, preservam através de fotos e reportagens momentos que marcaram os moradores dos bairros, muitos ainda conhecidos na época como arrabaldes.

Antigos moradores guardam nas lembranças os bailes, campanhas de vacinação e jogos de todos os esportes que participaram ou assistiram nesses clubes. Inúmeros times infelizmente acabaram e com eles morreram muitas histórias que poderiam ser contadas e os que ainda sobrevivem (ou tentam sobreviver) lutam a cada dia pela permanência dos associados e da estrutura construída com o suor e a mensalidade dos contribuintes.

Olaria, Madureira e Bonsucesso representam o melhor do futebol suburbano. Poderia citar outros tantos clubes amadores que infelizmente sucumbiram ao tempo, mas minha intensão é exaltar um pouco da belíssima história de um dos clubes mais tradicionais do futebol carioca.

A meu ver, o futebol carioca possui dez clubes tradicionais que merecem todo o destaque no cenário carioca: Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Bangu, São Cristóvão, Olaria, Bonsucesso, Madureira e Campo Grande, com menção honrosa a Portuguesa e ao Canto do Rio. Esses clubes ajudaram a escrever a história do futebol carioca, mas jamais podemos esquecer aqueles pequenos clubes de bairro que tanto contribuíram para o cenário suburbano.

Vamos viajar no passado e conhecer um pouco da maravilhosa história do Bonsucesso que hoje está sendo maltratado por diretorias que não conseguiram reerguer o clube que até 2017 disputava a Primeira Divisão e hoje está mergulhado numa crise e amargando a Quarta Divisão.


O COMEÇO

Todo clube que se preze deve ter um hino. Você conhece o do querido Bonsucesso? 

Para a torcida rubro-anil

Palmas eu peço

Na Leopoldina em cada esquina

Quem domina é o Bonsucesso

Lá surgiu um jogador sensacional

Surgiu Leônidas, o maioral!



Quando a turma joga em casa

A linha arrasa

Que baile... Que troça!

A torcida grita em coro

Não há choro

A vitória hoje é nossa



Quando a turma joga em casa

A linha arrasa

Que baile... Que troça!

A torcida grita em coro

Não há choro

A vitória hoje é nossa


Não poderia começar de outra forma , o hino do clube traduz bem a linda história dessa massa suburbana. Em 1913 , um grupo de rapazes decidiu criar um time de futebol. Nesse período, diversas equipes amadoras estavam sendo criadas por toda a cidade, cada bairro tinha um ou dois clubes que praticavam esse novo esporte. No dia 12 de outubro de 1913, na residência do senhor Alamiro Leitão, um grupo de rapazes, moradores da região de Bonsucesso, se reuniram e decidiram criar uma nova agremiação e todos eles decidiram que o primeiro presidente desse novo clube seria entregue a Francisco da Silva Leitão, pai do Alamiro.

O Clube rapidamente cresceu e não demorou muito para ganhar títulos de relevância. Diversos amistosos e jogos foram realizados com vitórias maiúsculas do time, demostrando que o Bonsuça poderia alçar voos mais altos. Em 1918, filiou-se Liga Suburbana e logo conquistou a Segunda Divisão da Liga, e em 1919, conquistou a Primeira Divisão da Liga. O time que marcou a história foi: Mingote; Alamiro, Sinhô; Mathias, Bacharel, D.Julia; Flavio, Caballero, Doca, Martins e Basilio.




O que mais marcava o clube além dos jogadores era a diretoria que tirava do próprio bolso para o clube sobreviver e crescer. Existe três notáveis que podemos destacar como os grandes homens da época: Ernesto Carneiro, Coronel Araújo e o grande homem do bairro, o médico Teixeira de Castro.

Percebendo que a Liga Metropolitana ficou pequena para eles, em 1920, filia-se a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres. O time a cada ano crescia assustadoramente e muito podemos atribuir também para o quadro de sócios, em sua grande maioria comerciantes do bairro que ajudavam a sustentar o crescimento do time. Conquistou diversos títulos ao longo dos anos de 1922, 1923 e 1924.

Em 1926, se filia a Associação Metropolitana de Esportes Athéticos (AMEA). Ingressando na segunda divisão da associação, logo mostrou força quando foi tricampeão consecutivo: 1926,1927 e 1928, quando surge a oportunidade de disputar pela primeira vez a divisão de elite carioca. Como campeão de 1928, o Bonsucesso ganhou o direito de disputar um play-off contra o último colocado do Campeonato da Primeira Divisão, que foi o Vila Isabel. O vencedor participaria da Primeira Divisão de 1929. 

O time da Grande Tijuca se recusou a jogar, a comissão da AMEA rebaixou o clube e promoveu o Bonsucesso, que disputara a Primeira Divisão desse ano e ficou em sétimo lugar. O jogo entre Bonsucesso x Vila Isabel foi marcado para o dia 15 de março, porém, o Vila não compareceu e aconteceu o W.O.

E esse ano de 1929 foi bom, hein! O time de vôlei do clube foi campeão da Segunda Divisão Carioca e iria disputar o campeonato da Primeira Divisão no ano seguinte. Na sede do time suburbano, a prática de esporte estava intensa. No local se praticava futebol, tiro, atletismo, racktball, tênis e ainda tinha espaço para a prática de escoteirismo. Para quem tem curiosidade, a primeira sede do Bonsucesso ficava na Rua Estrada do Norte (Hoje Teixeira de Castro) 38, perto da Estação de Bonsucesso e local conhecido pelos “sarais dançantes”.

Esse foi o time que disputou pela primeira vez o Campeonato Carioca: Medonho; Badú, Arubinha; Nico, Ernesto, Chininha; China, Grandinha, Eurico; Carola, Heiton, Claudio e Bida.






OS PRIMEIROS DIRIGENTES

Como já descrito no texto, o primeiro presidente do Clube foi Francisco da Silva Leitão, cuja a residência foi cedida para a criação do clube com toda a estrutura com campos e alojamentos. Podemos destacar tantos outros pelos primeiros anos, mas marcaram a história do clube nomes como: Ernesto Carneiro, Teixeira de Castro (também foi médico do clube), Coronel José João de Araújo (foi presidente de honra) e Manoel Lago.

Ao passar dos anos, outros foram entrando e acrescentando suas contribuições: Cesarito Cesar, Caballero, Arceu Macedo, Manoel Vieira, José Jacinto, Jair Guerra... Destacando o Teixeira de Castro, considerado o maior dirigente do clube de todos os tempos, Castro esteve presente desde os primeiros anos de clube e só saiu porque infelizmente veio a falecer. Apesar de sua grande fortuna, sempre ajudou o clube e os jogadores, usando a renda do próprio bolso.







MOMENTOS HISTÓRICOS


Um clube é feito de grandes momentos, acontecimentos que marcam para sempre a história do clube. A segunda foto do quadro acima, mostra a primeira formação do time do Bonsucesso pós-fundação em 1913, uma foto magnífica que mostra os primeiros jogadores (garotos) moradores do bairro, que ajudaram a ergueram esse pavilhão. Na foto acima vemos: Candido; Alamiro, Quimquim; Benício, Giovanni e Jurema; Botelho, Parafuso, Quincas, Pedro e Antonio.

Em 1955, o Rubro- Anil fez uma excursão até a Bolívia, a sua primeira na história e alguns dos jogadores famosos fizeram questão de ir ver a delegação na descida do aeroporto do Rio. Urubatão, que foi jogar no Santos, Gilberto foi para o Fluminense, Valdir para a Ponte Preta e o grande Manga, goleiro dos Santos. A campanha do Bonsucesso foi considerada boa :

Alianza Lima 1 x 1 Bonsucesso

Bonsucesso 3 x 0 Seleção Cocha Bomba

São José 2x1 Bonsucesso

Aliança 3 x 2 Bonsucesso


Apresentando a todos o quadro do Bonsucesso, campeão da 2ª Divisão em 1921: Viana; Almiro, D. Julia; Matias, Eurico e Catraia; Flavio, Manoel, Caballero, Doca; Rubens e Alberico.

A segunda foto mostra o time de Bonsucesso campeão de vôlei da Segundona Carioca. O mais interessante que os mesmo jogadores que praticavam o vôlei, faziam parte do quadro de futebol. Os heróis do vôlei: Durval, Francisco de Souza, Gradim, Jorge, Francisco, Loló, Fontoura e Cláudio são alguns exemplos.

E se eu disse que o Bonsucesso já ganhou de um campeão da Liberadores? Claro que o Palmeiras ainda nem sonhava em ganhar algo tão importante e, na verdade, ainda se chamava Palestra Itália, mas em 1932, os dois times jogaram um amistoso em pleno Parque Antártica e o placar foi 3x1 para os suburbanos. Na foto, vemos os jogadores - da esquerda para a direita -, em pé: Vareta, Eurico, Leônidas (circulado e com a camisa do time-foto rara), Rapadura, Loló, Oto, Prego, Marreco e Miro. Ajoelhados: Heitor, Catita, Cozinheiro, Durval, Claudio e Gradim (em destaque com circulo).

Tem ou não tem história o Bonsucesso? Isso é só um gostinho do que sempre você encontra aqui na Coluna 'Tá no Livro"! Até a próxima, fanáticos! 





01/12/2021

SUB-20 DO BONSUCESSO ESTÁ NA FINAL DO CARIOCA DA CATEGORIA


Sub-20 está classificado para final do Carioca da categoria
Foto: Divulgação


Se o time profissional decepcionou na Série B2, o Sub-20 pode confortar o coração do torcedor do Bonsucesso. Os meninos estão classificados para a decisão da categoria contra o Barra Mansa. Na semifinal, o Leão da Leopoldina bateu o Campos nos dois jogos (3 a 1 e 1 a 0). O outro adversário da decisão também passou sem dificuldades pelo Queimados (4 a 1 e 4 a 0). Faísca foi o autor do gol único do duelo de volta das semifinais. 

Os dois jogos da finalíssima ocorrem nos próximos dias 5 e 12 de dezembro. A primeira partida acontece no Leônidas da Silva e o jogo decisivo no Leão do Sul. Aos confrontos acontecem às 15h. 

Participaram da competição Barra Mansa, Bonsucesso, Campos, Casimiro de Abreu, Ceres e Queimados. No turno único, o Rubro-Anil passou em terceiro lugar com oito pontos, atrás do Campos (10) e Barra Mansa (11).

Em caso de empate por pontos e saldo de gols na final, o vencedor será conhecido nos pênaltis.  

30/11/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #23



Por: Paulo Jorge

DOIS GIGANTES NA TEIXEIRA DE CASTRO

O Bonsucesso foi a casa de Leônidas da Silva. Foi na Teixeira de Castro que surgiu o 'Maioral'. Mas, a Leopoldina também abriu os braços para receber um outro craque: Ademir de Menezes, um dos maiores ídolos da história do Vasco até o surgimento de Roberto Dinamite, 'Queixada' vestiu rubro-anil para manter a forma física na década de 40, até definir seu futuro já que estava em litígio com o Gigante da Colina.

Era comum naquela época os jogadores definirem seu destino. Em 1930, Leônidas transferiu-se para o Bonsucesso, onde ele deu início a sua semiprofissionalização ao assinar seu primeiro contrato, pelo qual receberia quatrocentos mil réis por mês. No clube, Leônidas também jogou basquete, tendo conquistado campeonato desta modalidade esportiva. Sua primeira convocação para a seleção do Brasil foi para a disputa da Copa Roca.

Já Ademir de Menezes não tinha passe fixo e não havia recebido parte da premiação pelo Carioca de 1945, conquistado pelo Vasco. No dia 29 de março, o Globo Esportivo divulgava os valores incríveis da negociação para a transferência para o Fluminense. Foram 35 mil cruzeiros pelo passe, 80 mil de luvas e mais 85 mil arrecadados por sócios  do clube. O valor total era de 200 mil, o preço de um apartamento de três quartos na Zona Sul na época.

A passagem pelas Laranjeiras durou de 1946 a 1947, antes da volta a São Januário para integrar o 'Expresso da Vitória' e encerrar a carreira no Sport.

A imagem acima é meramente ilustrativa, mas seria uma honra ter dois dos maiores atacantes do futebol brasileiro do último século, atuando juntos no Bonsucesso no mesmo período.


Fonte: Diário de Notícias / Biblioteca Nacional

15/11/2021

CESSO SE DESPEDE COM VITÓRIA, MAS NÃO CONSEGUE VAGA NA SEMIFINAL


Time do Bonsucesso encerra participação na Série B2 do Carioca
Foto: Divulgação

O Bonsucesso encerrou a melancólica participação na Série B2 com uma vitória por 2 a 1 sobre o rebaixado Casimiro de Abreu, no último sábado, no Joaquim Flores, pela última rodada da Série B2 do Campeonato Carioca (4ª Divisão). Pessanha, duas vezes, e Humberto fizeram os gols do confronto.

Com o resultado, o Rubro-Anil terminou na 7º posição com 15 pontos, enquanto o 'Poetinha' encerrou em penúltimo, com apenas três pontos. O time da Leopoldina só volta a campo agora em 2022 na mesma divisão.

Paduano, Barra da Tijuca, Araruama e Ceres avançaram para as semifinais do Estadual. Além do Casimiro de Abreu, o Queimados também foi rebaixado para a Série C. 

Confira abaixo os resultados da última rodada e a classificação final do turno:

Queimados 0x4 Paduano
Araruma 0x0 Mageense
Barra Tijuca 0x0 Tigres
Búzios 1x3 Ceres
Barra Mansa 3x0 Campos (WO)
Casimiro de Abreu 1x2 Bonsucesso