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15/02/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #26



Por: Paulo Jorge


O DIA QUE O BONSUÇA “AMASSOU” O VASCO!

Em 1953, Sylvio Pirillo aceitou o enorme desafio de ser treinador do Bonsucesso. Segundo as reportagens da época (Jornal Flan), o salário do novo treinador rubro-anil era considerado extremamente baixo para os padrões do futebol naquela década. De acordo com a publicação, Pirillo recebia apenas 12 mil cruzeiros mensais.

A passagem pelo clube durou até 1955, quando começou a rodar o Brasil por outros times. Na chegada à Teixeira de Castro, Pirillo apostou alto em um elenco disposto a dar a vida para conseguir bons resultados e mostrar valor no futebol carioca.

Exemplo disso foram alguns resultados contra os gigantes clubes do nosso estado. Um empate em São Januário contra o Vasco ganhou destaque nos recortes de jornais. E não foi qualquer jogo. Foi uma partida muito movimentada e com muitos gols. Seis para ser mais exato!

O Vasco jogou muito bem, mas para Pirillo foi o Bonsucesso que teve um jogo perfeito e a igualdade acabou sendo até injusta naquele dia. Pelo Carioca, Soca, duas vezes, e Nicola fizeram os gols do Leão da Leopoldina. Alvinho, duas vezes, e Sabará marcaram para os donos da casa. O jogo foi apitado por Mário Vianna, que posteriormente - no fim da década de 60 - se tornaria comentarista de arbitragem na Rádio Globo. Confira abaixo a ficha do jogo: 

VASCO 3X3 BONSUCESSO

Campeonato Carioca: 1º Turno - 7ª Rodada
Data: 23/08/1953
Local: São Januário
Público:
Renda: Cr$ 39.191,00
Árbitro: Mário Gonçalves Vianna

Vasco: Ernâni, Mirim, Bellini, Ely, Danilo, Jorge, Sabará, Maneca, Ipojucan, Pinga e Alvinho.
Técnico: Flávio Costa

Bonsucesso:
Ari, Duarte, Mauro, Urubatão, Décio, Serafim, Nicola, Jofre, Simões, Soca e Bené. Técnico: Sylvio Pirillo

Gols do Vasco: Alvinho (2) e Sabará
Gols do Bonsucesso: Soca (2) e Nicola



Fonte: Jornal Flan (1953)

06/09/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #17




DAQUI VOCÊ NÃO SAI

O Bonsucesso 'fez das tripas coração' para manter o seu técnico na década de 50. A diretoria considerou o trabalho muito bom realizado pelo técnico Sylvio Pirilo e desejava sua manutenção à frente do plantel. O Fluminense estava de olho no treinador e rapidamente a diretoria agiu para não deixar isso acontecer.

O Bonsucesso preparou uma tentadora oferta para o comandante: C$ 30.000 cruzeiros de luvas e C$20.000 de salários e com carta branca para contratar quem ele quisesse, inclusive mexer em todo o departamento de futebol, segundo a reportagem à época.

O empresário José Gama preparou todos os documentos e aproveitou que o time estava organizando uma excursão pela América do Sul e Caribe para ir ao encontro do técnico para a negociação antes da viagem. 

Pirillo era brasileiro, nascido em Porto Alegre. Após uma passagem pelo Internacional, que o levou a defender a Seleção Brasileira como ponta-direita, ele foi para o Peñarol, antes da chegada ao Flamengo. Na Gávea, teve a enorme responsabilidade de substituir Leônidas da Silva. Em 1941, foi o artilheiro do Carioca com 39 gols. Ele encerrou a carreira em 1952, pelo Botafogo.

Pirillo chegou à Teixeira de Castro em 1953 após iniciar a carreira de treinador em General Severiano tão logo se aposentou dos gramados. Foi ele quem convocou Pelé pela primeira vez para a disputa da Copa Roca de 1957. Após a passagem pelo Bonsuça, ele dirigiu clubes como Náutico, Fluminense, Internacional, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Bahia e outras equipes.

Sylvio Pirillo faleceu aos 74 anos em 22 de abril de 1991.

Naquela excursão, o Bonsucesso faria 25 jogos espalhados em vários locais como Jamaica, Costa Rica e Curaçau. O 'Bye-Bye, Brasil' iniciaria no dia 25 de março e terminaria em 3 de junho.

O Bonsucesso enfrentaria times tradicionais como Tigres-MEX, Lanús e Huracán, ambos da Argentina, Atlético do Peru (campeão peruano), entre outros.



Fonte: A Luta Democrática