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22/08/2022

DIRETORIA ADMINSTRATIVA DO CESSO É DESTITUÍDA APÓS ASSEMBLEIA


Assembleia Geral aconteceu na calçada da sede do Bonsucesso
Foto: Divulgação

Neste domingo, a tão aguardada reunião extraordinária da Assembleia Geral destituiu por unanimidade a diretoria administrativa do Bonsucesso (presidente Nilton Bittar e o vice-geral Roberto Pinto), por irregularidades no balanço financeiro e desvio de verbas oriundas do mecanismo de solidariedade do meia Jean Lucas. Desde o dia 23 de julho, pelas provas apresentadas no Conselho Deliberativo e sem subjeção de nenhum dos sócios presentes, ambos já estavam afastados das suas funções.

Assim como no último mês, a sede da Teixeira de Castro amanheceu com o portão principal trancado com corrente e cadeado, impedindo que a reunião fosse realiazada no salão nobre. Com isso, a solução encontrada pelo presidente da Assembleia Geral, Jayme Perpétuo, foi utilizar a calçada para que o encontro transcorresse dentro da normalidade. 

Entre os sócios que votaram a favor pela cassação do mandato de Nilton Bittar e Roberto Pinto está o gestor do futebol, José Agnaldo de Sena. Os dirigentes não compareceram para apresentar defesa. Bittar foi eleito em dezembro de 2020 sob desconfiança no processo eleitoral e ficou menos de dois anos no poder. 

Pelo estatuto do Bonsucesso, o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Etiene, irá assumir interinamente o clube até que novas eleições sejam convocadas em um período de 30 dias. O próximo presidente irá comandar o rubro-anil em um 'mandato tampão' até o fim de 2023.


Portão da entrada principal foi trancado com cadeado
Foto: Divulgação


BONSUCESSO NA FINAL DO CARIOCA SUB-20

Neste sábado, o Bonsucesso derrotou o Barra Mansa por 1 a 0, no Leão do Sul, no jogo da volta das semifinais do Campeonato Carioca Sub-20 da Série B2, e se classificou para a decisão após o empate em 0 a 0 na ida, no Leônidas da Silva. 

O adversário na final será o Goytacaz, que passou pelo Campos por 2 a 0, neste domingo, no Ary de Oliveira. O Campos apenas venceu a partida da ida por 2 a 1, no dia 14, no Flávio Teixeira Santos.

Os jogos decisivos já foram definidos pela FERJ. O primeiro confronto acontece dia 24, quarta-feira, às 14h45, na Teixeira de Castro e o duelo final será domingo, dia 28, no Ary de Oliveira, no mesmo horário.

25/07/2022

NILTON BITTAR É AFASTADO EM FIM DE SEMANA QUENTE NO BONSUCESSO


Marcelo Etiene, presidente do Conselho Deliberativo, comandou a reunião
Foto: Divulgação

O Bonsucesso viveu no último sábado mais um triste capítulo da sua história centenária com o afastamento do presidente Nilton Bittar por 90 dias após a reunião extraordinária do Conselho Deliberativo que, por unanimidade, julgar procedente os indícios de desvio de valores internacionais, oriundos do mecanismo de solidariedade do meia Jean Lucas, atualmente no Mônaco-FRA.

Como informamos ao longo da última semana, os valores se aproximam da casa dos R$200 mil e foram transferidos para contas de terceiros, segundo documentos apresentados na reunião, que precisou ser realizada na calçada do clube já que a sede do Bonsucesso estava fechada por determinação da gestão administrativa e contava com seguranças particulares.

As contas de 2021, que foram apresentadas à FERJ, também foram reprovadas já que segundo os conselheiros, houve falsificação nos documentos que não passaram por aprovação dos Poderes e foram entregues à entidade apenas com a assinatura de um contador contratado pelo então presidente.



Roberto Pinto, que pediu renúncia da vice-presidência, esteve na reunião
Foto: Divulgação

Roberto Pinto, que pediu renúncia da vice-presidência dias antes, esteve no Bonsucesso pela manhã para conversar com os conselheiros e também assinou a ata, dando anuência para o afastamento de Nilton Bittar, que terá quatro dias para apresentar defesa.

Enquanto isso, o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Etiene, será o presidente interinamente até que seja analisada criteriosamente a resposta de Nilton Bittar em reunião futura. Caso não haja reconsideração, novas eleições serão declaradas no Bonsuça. A ata da reunião será homologada em cartório e enviada à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. 

A reunião contou com a presença do Esquadrão Rubro-Anil, torcida organizada do clube, e demais torcedores que acompanharam a votação. À tarde, sócios que estavam na Teixeira de Castro presenciaram Nilton Bittar deixando as dependências do estádio. O presidente afastado foi hostilizado enquanto atravessava a calçada.

"Ladrão!", bradou um deles. 


Nilton Bittar é visto à tarde na porta do clube após a reunião
Foto: Reprodução

O perfil oficial do Bonsucesso na última sexta-feira chegou a acusar Rita de Cássia, esposa de Nilton Bittar, de realizar um ritual religioso na entrada do clube, considerado um 'ato de vandalismo'. Segundo a informação divulgada, 'foi necessário fazer uma lavagem completa para remover um líquido fétido do piso do hall, além de recolher plantas espalhadas'. 

Neste domingo, os sócios puderam novamente frequentar as dependências do clube e o estádio Leônidas da Silva recebeu a partida da semifinal da Série C do Carioca, com vitória do Rio de Janeiro sobre o Império Serrano por 1 a 0. 


Rio de Janeiro vence o Império Serrano na Teixeira de Castro
Foto: João Carlos Gomes/Império Serrano

20/07/2022

VICE-GERAL DO CESSO RENUNCIA APÓS SUPOSTAS IRREGULARIDADES


Jean Lucas atuou pelo Bonsucesso por alguns meses em 2014
Foto: Divulgação

O Bonsucesso está em ebulição. O presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Etiene Nunes, convocou os conselheiros para uma reunião extraordinária no próximo sábado pela manhã para apreciar supostas irregularidades na atual gestão. Segundo o edital publicado em um jornal de grande circulação no Rio de Janeiro, há indícios de desvio financeiro internacional, oriundo de direitos de formação e mecanismo de solidariedade da FIFA. Apuramos que trata-se do meio-campo Jean Lucas, com passagem pelo clube da Leopoldina entre abril a dezembro de 2014, e que posteriormente defendeu o Flamengo e Santos no país. 

Além disso, os sócios irão debater uma possível cobrança arbitrária contra o Mônaco na negociação em definitivo pelo meia junto ao Lyon no ano passado. De acordo com o edital, o Conselho irá analisar a transferência dos valores em contas bancárias de terceiros, sem anuência dos Poderes do Bonsucesso. 

Não bastasse isso, o Deliberativo também irá votar pela anulação das contas de 2021, por indício de falsidade nas prestações, e aplicar sanções ao atual presidente Nilton Bittar, com chance de afastamento temporário e/ou definitivo.

Mediante a crise administrativa instaurada, o vice-geral Roberto Pinto renunciou ao cargo nas últimas horas alegando motivos particulares. 

Estima-se que os valores pelo mecanismo de solidariedade de Jean Lucas alcance a casa de R$200 mil ao Bonsucesso. Após um empréstimo ao Santos, o Flamengo negociou o jogador ao Lyon, em 2019, por cerca de 8 milhões de euros (aproximadamente R$ 34,7 milhões no câmbio à época). Após uma rápida passagem pelo Brest na temporada 2020/2021, ele foi negociado com o Mônaco por 12 milhões de euros (R$ 74 milhões), com quem tem contrato até junho de 2026.


22/06/2021

DOSSIÊ BONSUCESSO


Por: Globoesporte.com

O Estádio Leônidas da Silva, charmoso palco futebolístico do subúrbio do Rio de Janeiro inaugurado em 1947, já não pertence por inteiro ao Bonsucesso Futebol Clube. Chega a ser curioso, mas imagine que o time que vá jogar lá tenha um lateral que adora ir à linha de fundo ou um atacante que joga espetado pelas pontas. Pois bem, eles correm o risco de entrar e sair do terreno do qual o clube é proprietário diversas vezes durante a mesma partida. É que o Bonsucesso perdeu em leilão um pedaço equivalente a 23 m² do seu maior patrimônio: o campo de futebol.

A área (que agrega também o ginásio, os vestiários do estádio e seis lojas) foi arrematada em setembro de 2013 por uma empresa do ramo imobiliário, mas só no mês passado o clube chegou a um acordo com a 3 Relup Empreendimentos Ltda para desapropriação do espaço. Levou esse tempo todo principalmente porque foi preciso negociar um a um com os comerciantes que tinham contrato de aluguel com o Bonsucesso - ainda há ordens de despejo tramitando na Justiça.

Em outras palavras, embora seja dona legítima do terreno há aproximadamente oito anos, a empresa de fato só tomou posse agora em maio.

O leilão ocorreu graças a uma dívida de R$ 161.382,89 que o clube tinha com o INSS, e o espaço foi arrematado pelo lance único de R$ 1,8 milhão. Na ocasião, o Bonsucesso interpelou na tentativa de desfazer o negócio, alegou que desenvolve projetos sociais no espaço e citou a Lei Municipal nº 3.372/02 de 2002, que proíbe edificações em diversos campos de futebol da cidade do Rio de Janeiro. Mas teve os recursos negados.

"Por mim, eu iria até o Superior Tribunal de Justiça", garantiu ao ge o ex-presidente Zeca Simões, que foi acusado de improbidade administrativa e acabou sendo afastado do clube em 2017. Embora negue tais acusações, ele conta que se sentiu desgostoso após o episódio, não recorreu da decisão e acabou se distanciando do dia a dia da agremiação.

Mas, afinal, por que só aquele pedaço do gramado foi a leilão? Qual é o interesse de uma empresa do ramo imobiliário num terreno que avança sobre um campo de futebol? O Bonsucesso corre efetivamente o risco de perder essa área?

- Não vai haver nenhuma mudança no campo - garante Fernanda Costa Pagani, advogada da 3 Relup Empreendimentos e responsável pela condução do acordo com o clube.

Ela conta que sua cliente vislumbra apenas a parte do terreno que corresponde às lojas, ao ginásio e aos vestiários.

- O imóvel não pode ser arrematado pela metade. Todo e qualquer imóvel tem uma matrícula junto ao registro de imóveis com a descrição determinada da unidade. A Relup foi lá e arrematou, mas o interesse é nas lojas, que dão numa rua com bastante movimento (Avenida Teixeira de Castro) - explica ela, acrescentando que, embora não exista essa intenção no momento, a empresa pode passar a cobrar do clube uma taxa pela ocupação do pedaço do campo quando bem entender.

Em outubro de 2018, após a saída de Zeca Simões e com o clube já sob comando do presidente Ary Amâncio e de seu vice Nilton Bittar, a 3 Relup Empreendimentos notificou o Bonsucesso extrajudicialmente para que desapropriasse a área arrematada, mas a diretoria não respondeu. A empresa, então, entrou com ação em agosto de 2020 para garantir seu direito na Justiça. Com exceção do acordo firmado no mês passado em que aceitou deixar o terreno, desde que sejam construídos em contrapartida um vestiário de arbitragem, dois de visitantes e um banheiro público em outro pedaço do estádio, o Bonsucesso preferiu não se pronunciar no processo.

Três sócios do clube acusam a atual gestão, em processo ajuizado em outubro de 2020 (ou seja, antes mesmo da existência do tal acordo), de entregar o terreno de mão beijada.

"Sem qualquer defesa, os sócios e o próprio clube perderam parte gigantesca de seu patrimônio", afirmam eles na peça inicial.

Ary Amâncio, em novembro de 2019, precisou se afastar da presidência em função de consequências graves da diabetes (ele teve uma das pernas amputadas), de modo que Nilton Bittar assumiu como presidente desde então. Bittar foi procurado pelo ge para comentar sobre todas as informações contidas nesta reportagem, mas não respondeu. Nos autos do processo, ele informou que nada poderia fazer se o imóvel foi arrematado em 2013 e alegou que qualquer tentativa de responsabilizá-lo "chega ao ridículo".

Cláudio Francisco Menezes Filho, George Joaquim Ferreira Machado (ambos sócios-beneméritos do clube) e Ronaldo do Nascimento (associado há mais de 30 anos) acionaram recentemente o deputado federal Otávio Leite (PSDB), autor da lei de 2002 que proíbe construções em campos de futebol do Rio. Ao ge, ele afirmou que vai tomar "todas as providências cabíveis" para proteger o Estádio Leônidas da Silva.

- Fui procurado por sócios indignados com essa realidade e já abri um canal junto ao Ministério Público, minha ideia é levar ao MP essa possibilidade de invasão e usurpação do campo. Há nesse caso um nítido indicativo de desídia, de deixar rolar (por parte do Bonsucesso). É no mínimo uma desatenção inaceitável - destaca o deputado, antes de completar:

- O meu foco é essa questão do campo. Só que, pelo que me foi passado, mexendo com o campo a gente abre um fio de novelo...

CASO DE POLÍCIA

Com o afastamento de Zeca Simões da presidência do Bonsucesso em 2017, a Justiça determinou um novo pleito para o dia 3 de setembro daquele ano com vitória da chapa única que tinha Ary Amâncio Pereira como presidente e Nilton Ricardo Bittar como vice.

No dia seguinte, 4 de setembro de 2017, uma das primeiras ações da nova diretoria foi firmar um acordo de fim de litígio com a empresa L&S Assessoria e Empreendimentos, a quem o clube havia confiado sua gestão num movimento comum em times pequenos que terceirizam seu departamento de futebol. A L&S cobrava indenização por danos morais, multas, entre outras demandas. No acordo, além de aceitar renovar o contrato com a empresa por mais três anos, o Bonsucesso assinou uma confissão de dívida de R$ 2,5 milhões.


O sócio-proprietário da L&S Assessoria e Empreendimentos é Marcelo Salgado, ex-presidente da Superintendência de Desportos do Estado do Rio (Suderj). No ano passado, a Procuradoria do Estado pediu sua condenação por improbidade administrativa pelos tempos em que dirigiu a Suderj: Salgado é acusado de fraude de documentos e desvio de mais de R$ 2 milhões dos cofres públicos. Ele comandou o futebol do Bonsucesso nos últimos seis anos (de 2014 a 2020).

Na ação que corre na 10ª Vara Cível da Comarca da Capital, os sócios alegam que a confissão de dívida feita pelo clube é irregular e criminosa. Segundo eles, principalmente por dois motivos: 1) ela se deu no dia seguinte (segunda-feira) à eleição que ocorreu no domingo, logo a ata do pleito ainda não havia sido registrada em cartório; 2) a decisão de assumir uma dívida de R$ 2,5 milhões deveria ter sido discutida pelo Conselho Deliberativo, o que não ocorreu.

Nilton Bittar respondeu à acusação (para ele, o "absurdo campeão") dentro do próprio processo e definiu o acordo como "uma negociação espetacular": "(No litígio) a empresa não só buscava o ressarcimento dos valores que foram inadimplidos pela gestão anterior, como também de uma multa no importe de R$ 5 milhões. [...] (Foi um) ato de extrema competência da gestão atual".

Outro ponto discutido pelos sócios, sendo esse o principal objeto da ação judicial, diz respeito ao tempo do mandato de Bittar. O artigo 69 do Estatuto do Bonsucesso diz que as eleições presidenciais devem ocorrer de três em três anos, e o desembargador Mário Guimarães Neto reforçou esse prazo quando, após a saída de Zeca Simões, decidiu marcar um novo pleito para 3 de setembro de 2017: "[...] devolvendo-se o período integral de 3 (três anos) para o exercício do novo mandato". Mas as eleições que deveriam acontecer em setembro de 2020 foram realizadas no dia 12 de dezembro.

Portanto, houve um vácuo de aproximadamente três meses no poder. Bittar foi reeleito em chapa única num pleito em que a oposição alega ter sido impedida de se candidatar. A ata do processo foi registrada no cartório central do Rio, o RCPC-RJ, apenas no dia 20 de abril deste ano. Advogado que representa os sócios, Marcelo Santiago acredita que o processo eleitoral foi estapafúrdio do início ao fim.

- Houve irregularidade logo na confecção do edital. Esse edital foi publicado sem qualquer prazo para apresentação das chapas e sem estipular uma comissão eleitoral para apreciar se a chapa está apta ou não, por exemplo. Sem cumprir essas exigências estatutárias, eles remarcaram por eles mesmos essas eleições, jogando lá para dezembro, descuprindo a ordem judicial - explica.

"Se você for ler a ata e ler as exigências do cartório, a gente comprova que eles não cumpriram essas exigências. E, mesmo assim, de forma estranha, a ata foi registrada", acrescenta.

Nesse tempo em que o Bonsucesso na prática ficou sem presidente, o clube teria fraudado as informações do mandato no BID da CBF para poder registrar jogadores e disputar a Série B1 do Carioca do ano passado, conforme publicou o jornal O Globo dois meses atrás. Os sócios acreditam que a diretoria acessou a Gestão Web, que é o sistema interno da CBF para qual cada agremiação do país tem seu acesso, e mudou a data do fim do mandato de Amâncio/Bittar de 2 de setembro para 31 de dezembro de 2020.

Pela denúncia dessa fraude, o Bonsucesso está sendo investigado em inquéritos abertos nas Delegacias de Defraudações e de Repressão aos Crimes de Informática do Rio. Além disso, o clube também foi denunciado à Comissão de Ética da CBF. O ge procurou a entidade para comentar o caso, mas não houve resposta até o fechamento desta reportagem. O Estatuto da CBF diz que os clubes são responsáveis por toda e qualquer informação lançada na Gestão Web.



EXAMES FALSOS DE COVID

Além da suposta fraude no BID, o Bonsucesso ainda é alvo de um segundo inquérito na Delegacia de Defraudações do Rio, que apura se o clube falsificou resultados de exames de coronavírus durante a disputa da Série B1 do Carioca do ano passado.

Mais uma vez, a denúncia partiu dos próprios sócios do clube, que desconfiaram da assinatura do dr. Antônio Carlos Naine nos exames apresentados à federação mesmo após o desligamento do médico. Ele deixou o Bonsucesso no dia 4 de outubro. Depois disso, a equipe disputou 11 jogos (todos com assinatura do médico nos testes PCR):


Goytacaz 2 x 1 Bonsucesso
Angra dos Reis 2 x 1 Bonsucesso
Nova Cidade 1 x 1 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 1 Serra Macaense
Audax 2 x 1 Bonsucesso
Bonsucesso 1 x 4 Olaria
Duque de Caxias 5 x 0 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 0 Rio São Paulo
Maricá 2 x 0 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 2 Gonçalense
Serrano 4 x 1 Bonsucesso

Em depoimento à polícia em fevereiro, Antônio Carlos Naine explicou que era o responsável por monitorar e coordenar os exames RT-PCR feitos pelo Bonsucesso até a quinta rodada da competição e disse que desconhece qualquer exame com sua assinatura após esse período. Perguntado se reconhecia um exame apresentado pelo clube no dia 17 de outubro (13 dias após sua saída), ele "respondeu que NÃO, ressaltando que, além de parecer uma xerox, a sua assinatura é diferente do documento apresentado".

O médico na ocasião foi procurado pelo ge, mas não quis se pronunciar.

Um dos pontos investigados pela polícia é a apresentação de um atestado clínico e epidemiológico escrito à mão e assinado pelo supervisor técnico do clube (e não pelo médico). O documento foi apresentado na partida contra o Angra dos Reis, no dia 17 de outubro - após a data em que o médico diz ter deixado o clube, portanto.

O Protocolo Jogo Seguro elaborado pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), além da obrigatoriedade de exames de coronavírus na véspera de cada partida, obriga os clubes a entregarem ao delegado do jogo até 90 minutos antes de rolar a bola a relação com nomes de atletas e membros da delegação declarando que todos foram submetidos a testes e estão aptos para participar daquela partida. Sempre assinada pelo médico do clube, essa relação é anexada à súmula do confronto.

Na derrota por 2 a 1 para o Angra, consta na súmula um atestado escrito à mão e assinado por Raphael Silva de Sena, que se identifica como supervisor técnico do Bonsucesso. No documento, ele garante que os jogadores foram "avaliados clínica e epidemiologicamente, não apresentando manifestação ou dados indicativos da doença ou contagiosidade".



A Ferj diz que não vê problemas num documento escrito à mão e assinado por um dirigente, contanto que os resultados dos exames tenham sido enviados previamente por e-mail. À polícia, o presidente Nilton Bittar disse desconhecer qualquer fraude e alegou que o departamento de futebol estava cedido desde o dia 14 de outubro à empresa Alvo Certo Roupas e Eventos LTDA.

A reportagem procurou José Agnaldo de Sena e seu filho, Lorran Leandro Sousa de Sena, que são sócios-proprietários da empresa e responsáveis pela gestão do clube, mas eles não retornaram às tentativas de contato. Em depoimento na delegacia, José Agnaldo afirmou que o médico está mentindo.

Esse fato novo foi incluído nos autos do processo. Com base noo que foi apresentado desde o ajuizamento da ação, os sócios pedem para que haja uma intervenção da Justiça por gestão temerária e aguardam uma decisão do juiz Ricardo Cyfer, que é o titular do caso.

Enquanto isso, o Bonsucesso se candidata para sediar eventos que vão de encontro às normas de saúde pública impostas no município do Rio de Janeiro, como o da peça de divulgação abaixo, que anunciava uma festa para o Dia dos Namorados com presença de DJs e artistas. O ge comunicou ao Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (Ivisa-Rio) e à Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização (CLF) sobre o evento, e ambos imediatamente informaram que o clube seria inspecionado e notificado. A conclusão foi de que "o alvará do local não permite eventos com venda de ingressos" e que "o descumprimento desta norma acarretará multa gravíssima".

Pouco depois da denúncia do ge, a organização informou o adiamento do evento para uma data ainda indefinida.




O ESTRANHO CASO DO GOLEIRO

Os sócios autores da ação e algumas pessoas com quem o ge conversou viram com estranheza a campanha que culminou no rebaixamento do Bonsucesso à Série B2, o equivalente à quarta divisão do futebol do Rio de Janeiro. O principal motivo da suspeição foi a contratação de um goleiro que não atuava profissionalmente havia 12 anos.

João Paulo Sotero Fernandes, 32 anos, foi contratado no dia 21 de outubro, como consta no seu passaporte de atleta na imagem abaixo. O documento também aponta que, antes do Bonsucesso, o último (e único) clube pelo qual atuou como profissional havia sido o Pimentense, de Rondônia, do qual se desligou em junho de 2008.



Apesar do longo período de inatividade, João Paulo assumiu a titularidade logo que chegou e estreou no dia 28 de outubro, no empate por 1 a 1 com o Nova Cidade. Em seguida, atuou os 90 minutos de seis partidas consecutivas - uma delas foi a derrota por 5 a 0 para o Duque, cujos gols estão no vídeo abaixo.

Tentamos contato com João Paulo, mas ele não respondeu.

A campanha da equipe por si só foi toda conturbada. Ainda no primeiro turno da competição, os jogadores se recusaram a ir a campo alegando atrasos salariais, e a equipe perdeu por W.O. para o Artsul. Após esse episódio, diversos atletas, incluindo a comissão técnica encabeçada pelo treinador Ney Barreto, foram mandados embora, e outros tantos foram contratados às pressas - o goleiro João Paulo estava nessa leva.

O Bonsucesso volta a campo em setembro para a disputa da Série B2.

03/05/2021

CLUBE FRAUDA SISTEMA DA CBF E ESTENDE MANDATO DO PRESIDENTE

Jogadores do Bonsucesso treinam no estádio Leônidas da Silva
Foto: Reprodução


Fonte: Jornal O Globo

Um das agremiações mais tradicionais do subúrbio carioca, o Bonsucesso entrou numa espiral de decadência nos últimos anos que parece não ter fim. De adversário dos quatro grandes no Estadual até 2016, o Leão da Leopoldina jogará este ano a Série B2, como é conhecida a quarta divisão. Mas a crise não é só dentro de campo. Fora dele, o clube é investigado na Polícia Civil por fraude no sistema da CBF.

O Bonsucesso foi denunciado tanto na Delegacia de Defraudações quando na de Represssão aos Crimes de Informática por falsificação de documento. A fraude acusada teria ocorrido no final do ano passado quando o mandato do então presidente Ary Amâncio Pereira foi estendido no site Gestão Web, através do qual contratos de jogadores e mandatos de dirigentes são registrados. Detalhe: sem que uma assembleia extraordinária tivesse sido realizada no clube para aprovar esta prorrogação.

Amâncio assumiu o Bonsucesso em 3 de setembro de 2017. Como o estatuto do clube fala em três anos de presidência, sua gestão deveria ser encerrada em 2 de setembro de 2020. No entanto, o mandato foi alterado no sistema da CBF e passou a ter como data final o dia 31 de dezembro de 2020. Ou seja: praticamente quatro meses a mais do que o permitido.

Importante destacar que, neste período, Amâncio já não estava mais à frente do Bonsucesso. Ele se afastara do cargo em novembro de 2019 por motivos de saúde. Quem assumiu o posto foi o vice-presidente Nilton Bittar.

Uma eleição enfim foi realizada no Bonsucesso em 12 de dezembro. Sem oposição, Nilton Bittar foi eleito por três anos. No entanto, o novo mandato teve início logo após a vitória no pleito, e não em 1º de janeiro. Ou seja: todos os contratos assinados neste período de 99 dias entre 3 de setembro e 11 de dezembro não deveriam ter validade.

Caso não tivesse entrado no sistema da CBF para estender irregularmente o mandato, a diretoria não conseguiria registrar qualquer contrato. Cada agremiação possui uma chave de acesso ao Gestão Web. E são eles os responsáveis pelas informações ali contidas.

Atualmente, o espaço destinado à presidência está em branco. O Bonsucesso ainda não pagou a taxa de recadastramento anual. É ela que revalida a senha dos clubes. Por isso, neste momento o Leão da Leopoldina não possui nenhum contrato registrado.

A reportagem não conseguiu fazer contato com Nilton Bittar. A matéria será atualizada com suas declarações no momento em que ele as der.

Não é a primeira vez que o Bonsucesso vira protagonista de um episódio envolvendo fraude no sistema da CBF. Em 2017, foi revelado que o então gestor Marcelo Salgado respondia pelo clube como se fosse o presidente. Só que o cargo era ocupado por outra pessoa (o ex-mandatário José Simões). Ele chegou a registrar contratos de jogadores no BID (Boletim Informativo Diário). Na ocasião, a irregularidade rendeu apenas uma advertência.

21/04/2021

ATA É REGISTRADA E NILTON BITTAR É RECONHECIDO NOVO PRESIDENTE


Após uma longa novela que se arrastou nos últimos meses, Nilton Bittar foi reconhecido como novo presidente do Bonsucesso. A ata foi apresentada à FERJ nesta semana. O mandato consta a partir do dia 12 de dezembro de 2020 (data da eleição) até 11 de dezembro de 2023. O clube cumpriu todas as exigências anteriores impostas pelo RCPC-RJ. Resta apresentar os balanços financeiros de 2019 e 2020.

De qualquer modo, o clube poderá inscrever jogadores para a disputa da Copa Rio, em agosto, e da Série B2, em setembro. As categorias de base já estão em ação na Copa União e o time profissional prepara-se sob o comando de João Santos. No último sábado, a equipe principal enfrentou o Sub-20 do Fluminense, em Xerém. 

ESTÁDIO É O PRÓXIMO PASSO 

A Federação de Futebol do Rio de Janeiro divulgou a lista de estádios para a Série C do Campeonato Carioca de 2021 e os laudos técnicos, mas ainda consta que a sede do Bonsucesso não possui três dos quatro documentos para a realização de jogos oficiais.

Por ora, a Teixeira de Castro tem apenas o LVE (Laudo de Vistoria e Engenharia) válido até dezembro. Já os demais da Vigilância Sanitária, Polícia Militar e o Laudo de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico ainda não foram atualizados no sistema da entidade.

O Bonsucesso não é exceção. Outros estádios também atravessam problemas às vésperas do início da competição marcada para 23 de maio. Correão, Alzirão, CFZ, Joaquim Flores, Leão do Sul, Lourival Gomes da Silva, Marrentão, Bariri, Nivaldo Pereira e Ubirajara Reis também constam pendências, segundo a FERJ.

O primeiro jogo no Leônidas da Silva está agendado para o dia 6 de junho, entre União Central e Império Serrano, às 15h, pela 3ª rodada da Série C. Todos os jogos serão com portões fechados, respeitando as normas contra a COVID-19.


A Teixeira de Castro não recebe um jogo oficial desde 2014
Foto: Reprodução/FERJ

13/04/2021

BENEMÉRITOS TENTAM NOVA CARTADA CONTRA NILTON BITTAR NO TJ-RJ

Dois meses depois, beneméritos ingressam com nova ação no TJ-RJ
Foto: Reprodução/Arte (Fanáticos pelo Cesso)

Os beneméritos do Bonsucesso tentam uma nova cartada na 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, os sócios protocolaram uma nova petição pedindo o afastamento de Nilton Bittar e uma intervenção imediata para novas eleições.

Após o juiz Ricardo Cyfer negar o pedido de tutela antecipada em fevereiro, os beneméritos apresentaram novas provas ao magistrado e aguardam a apreciação. Eles indicaram a falta de balanço financeiro no clube desde 2018, o que imputa diretamente na inelegibilidade por 10 anos, segundo o artigo 23 da Lei Pelé.

Os sócios se apegam ao texto que diz: 'Independentemente de previsão estatutária, é obrigatório o afastamento preventivo e imediato dos dirigentes, eleitos ou nomeados, caso incorram em qualquer das hipóteses do inciso II do caput deste artigo, assegurados o processo regular e a ampla defesa para a destituição. (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)'.

A alegação é de que os balanços jamais foram apresentados ao Conselho Fiscal e nunca passaram por aprovação da Assembleia nos dois anos anteriores, descumprindo o próprio Estatuto. 

Os beneméritos também apresentaram documentos da investigação da Delegacia de Defraudações, que apura supostas irregularidades em exames de COVID-19 no Carioca da B1 de 2020. A petição aponta para o depoimento do ex-coordenador médico do Bonsucesso, Antonio Carlos Naine, que negou que as assinaturas nos atestados após a 5ª rodada da Taça Santos Dumont sejam dele (leia aqui).

Foi apresentado também a oitiva de Nilton Bittar, que conforme trouxemos nesta segunda-feira, disse não ter conhecimento das diretrizes sanitárias da FERJ no combate a propagação e transmissão do novo coronavírus durante suas competições. 

A petição ainda aponta que Nilton Bittar tentou 'jogar a culpa para o Presidente Ary Amâncio que estava afastado do clube por ter perdido a perna em decorrência da Diabetes grave que possui'. Os beneméritos também indicam as exigências do RCPC-RJ, que ainda não aprovou a ata das eleições realizadas em dezembro.

Os beneméritos apresentaram ainda as cartas do Diretor-Jurídico da FERJ, Wlademir Monje, e do Procurador Sandro Trindade, que corroboram com a nulidade do mandato sem a documentação necessária para aprovação do clube nas competições esportivas da entidade.

Por ora, o Bonsucesso está impedido de disputar a Copa Rio e a Série B2 sem a figura de um presidente reconhecido em cartório e na FERJ.

RÉUS PERDEM PRAZO PARA RESPOSTA AO JUIZ RICARDO CYFER

Após indeferir o pedido de tutela provisória para anular as eleições, o juiz Ricardo Cyfer exigiu que Ary Amâncio se pronuncia-se já que o ex-dirigente se absteve de esclarecimentos na ação. O magistrado também cobrou elucidação de Nilton Bittar, após o mesmo apresentar procurações em nome dele e do Bonsucesso e posteriormente, apenas dele. Os prazos já foram expirados sem justificativa dos mesmos.

12/04/2021

NILTON BITTAR CONFIRMA MANDATO SUB JUDICE E DIZ NÃO CONHECER DIRETRIZES DA FERJ CONTRA A COVID

Nilton Bittar recebe o troféu de campeão da Copa Rio 2019
Foto: Úrsula Nery/FERJ 

O Fanáticos pelo Cesso divulga com exclusividade o depoimento de Nilton Bittar na Polícia Civil, em 2 de fevereiro. A Delegacia de Defraudações entrou na fase final da investigação sobre as supostas irregularidades administrativas no Bonsucesso além da veracidade dos atestados de COVID-19 apresentados à FERJ, durante a disputa da Série B1 do Campeonato Carioca do ano passado.

Considerado presidente eleito após o pleito realizado no fim de 2020, mesmo sob desconfiança de sócios que apontaram falhas no processo, Bittar acabou se contradizendo na oitiva. Inicialmente, ele confirmou que a presidência está sub judice, mas em seguida, garantiu ser o presidente, de fato, desde o dia 12 de dezembro de 2020, data da eleição.

Bittar informou à Polícia Civil que o mandato de Ary Amâncio se perpetuou entre 3 de setembro de 2017 até 11 de dezembro de 2020, ou seja, com as eleições ocorrendo um dia após o último mandato. O dirigente se defendeu das acusações de irregularidade no pleito apontando que a decisão judicial protocolada pela 12ª Câmara Cível não informava a nova data das eleições. Segundo Niltinho, a agremiação seguiu o que determina o estatuto do clube, 'que é o poder maior da entidade'.

O dirigente afirmou que o mandato ainda não tinha sido atualizado na FERJ porque a ata da eleição encontrava-se no cartório de títulos há dez dias e os documentos estavam em análise. Cabe ressaltar que até hoje, o RCPC-RJ ainda faz exigências para regularizar a chapa.

Nilton Bittar também foi questionado sobre os exames e laudos médicos da COVID-19 para participação da Série B1 do Estadual. Ele negou que soubesse das diretrizes sanitárias impostas pela FERJ. O dirigente ainda relatou que não tinha conhecimento que para participar de campeonatos oficiais da entidade, todos os jogadores deveriam realizar testes e apresentá-los posteriormente à FERJ. Niltinho relatou que não tinha conhecimento de quem era o responsável pelos exames no elenco também. 

Em outro trecho, Nilton Bittar informou que o Departamento de Futebol é totalmente terceirizado e que não sabia informar o nome da empresa responsável pela gestão do carro-chefe do Bonsucesso. Niltinho ainda se eximiu da assinatura do acordo com os novos gestores e avisou que o ex-presidente Ary Amâncio Pereira foi quem autorizou o contrato.

À época, Nilton Bittar se colocou à disposição para apresentar uma cópia do contrato à Polícia Civil no prazo de cinco dias, o que foi feito. Ele ainda disse não ter conhecimento do laboratório que realizou a coleta de material para testes de COVID-19 nos jogadores e manteve a postura ao ser indagado sobre o médico responsável pela avaliação dos diagnósticos no clube. 

A Delegacia de Defraudações já ouviu a funcionária Solange Lione e o atual gestor do futebol, José Agnaldo Sena. Clique e confira abaixo o depoimento de Nilton Bittar à Polícia Civil.


02/04/2021

BONSUCESSO COMPLETA SETE MESES SEM PRESIDENTE RECONHECIDO

Antigos gestores em comemoração ao aniversário do clube antes da pandemia
Foto: Arquivo Pessoal

Hoje é dia de assoprar as velinhas no Bonsucesso. Mas, nada que justifique comemorações. O clube completa sete meses sem ter um presidente reconhecido pela FERJ e CBF. Segundo o site da entidade, o último mandato se encerrou no dia 2 de setembro de 2020. Ao longo de todo o período até as eleições em 12 de dezembro do último ano, o candidato único Nilton Bittar bradou aos quatro cantos na Teixeira de Castro que o 'estatuto é soberano', dando o direito do pleito ocorrer somente na última quinzena do último mês, conforme rege o artigo 74.

Com a impugnação da chapa de oposição encabeçada por Jorge Ribeiro Marques, Nilton Bittar foi eleito sob desconfiança de sócios já que o então presidente da Assembleia Geral, Brazelino Vieira, não esteve presente no dia mais importante da democracia rubro-anil.

O Grupo 'Bonsucesso Raiz' fincou suas raízes na sede social, porém, ainda não conseguiu registrar a ata da eleição no RCPC-RJ, o cartório central para clubes do Rio de Janeiro. Em três oportunidades, os dirigentes encaminharam documentos, entretanto, mantêm-se em exigências, que o Fanáticos pelo Cesso trouxe aqui com exclusividade. 

A FERJ já deixou o Bonsucesso fora do arbitral sobre as contas do exercício de 2020 da entidade e a elaboração do Regulamento Geral de Competições de 2021, justamente por não ter um representante legal. Essa pendência persiste e isso pode impactar diretamente a participação do clube na Copa Rio e a Série B2 a partir de agosto e setembro, respectivamente. 


Sem o reconhecimento da legalidade das eleições na FERJ, o clube fica impedido de inscrever jogadores. Nos bastidores, os dirigentes expõem que tudo será contornado em breve, mas esbarram nas próprias dificuldades. Uma das exigências do cartório é explicar a 'ausência de eleição para o Conselho Diretor'.

Como Ary Amâncio tomou posse através de uma eleição judicializada, sócios buscaram as medidas civis para comprovar que a decisão do Desembargador Mário Neto é explícita em garantir que o pleito deveria ocorrer dentro do período do escrutínio (até setembro de 2020). O artigo 69 do estatuto diz: "As eleições dos membros dos poderes do Bonsucesso serão realizadas de três em três anos, com direito a reeleição". 

Nesta semana, um grupo de sócios encaminhou um ofício ao Procurador da FERJ, Sandro Trindade, cobrando uma intervenção no Bonsucesso pela vacância de cargo de 180 dias. Na carta, os torcedores alegam que Nilton Bittar infringe o artigo 23, inciso I -  parágrafo C da Lei Pelé (confira abaixo). O clube ainda não apresentou os balanços financeiros de 2019 e 2020. Procuramos Sandro Trindade, mas ainda não tivemos retorno. 


Há duas ações na justiça comum, na 10ª e 17ª Vara Cível do Tribunal de Justiça. A primeira ação ainda não teve sentença, porém, o juiz Ricardo Cyfer indeferiu inicialmente o pedido de tutela provisória contra as eleições ocorridas em dezembro. O outro processo segue aguardando apreciação do magistrado.

A Delegacia de Defraudações também analisa o caso. Além disso, a Polícia Civil investiga supostas fraudes em exames de COVID-19 durante a disputa da Série B1 do Carioca no ano passado. Além do médico Antonio Carlos Naine, do atual mandatário Nilton Bittar e do gestor José Agnaldo Sena, as autoridades ouviram uma funcionária do clube, Solange Lione.

Em um breve depoimento, apuramos que Solange afirmou que nunca levou nenhum exames para o ex-coordenador médico do Bonsucesso assinar. O único documento que ela encaminhava para a clínica de Antonio Carlos Naine era uma  folha única, que o profissional rubricava. Solange Lione afirmou que não sabia as datas e o teor dos documentos.

Solange Lione é uma das funcionárias mais antigas do Bonsucesso
Foto: Arquivo Pessoal

Como o decreto municipal foi prorrogado até a próxima quinta-feira, a diretoria do Bonsucesso terá mais alguns dias de inviabilidade para agilizar a burocracia e garantir a transparência do processo eleitoral do clube.

O Fanáticos pelo Cesso seguirá acompanhando essa Via Crucis. Abaixo as exigências do RCPC-RJ ao clube.

1) Apresentar o edital nos termos do estatuto - ORIGINAL - folha inteira do jornal

2) A ata deve conter o CNPJ da associação

3) Informar na ata o período de mandato dos eleitos no formato: __/__/____ até __/__/____

4) Apresentar Qualificação completa de TODOS os eleitos

5) Esclarecer a ausência de eleição para o Conselho Diretor

6) Informar na ata: TODOS os eleitos declaram que não estão impedidos de exercer a administração da associação nos termos do art. 1.011 § 1º CC/02

*documento passível de novas exigências, pois não sei quem é o representante legal*
caso tenha alterado, apresentar o REGIN para regularizar


Em,25/03/21

1) TODAS as páginas devem estar rubricadas (relação de presentes e qualificação dos eleitos)

2) Apresentar DBE de alteração de representante legal

3) Apresentar Capa do Requerimento Eletrônico com assinatura e reconhecimento de firma de Nilton Ricardo Bittar

4) Comparecer para PAGAR os REGISTROS complementares

Doc - 05 páginas
Doc - 05 páginas
Ata - 04 páginas
Doc- 04 páginas

24/03/2021

DIRETORIA DO CESSO SEGUE A SAGA PARA REGULARIZAR ATA DA ELEIÇÃO

Nilton Bittar posa ao lado de Roberto Pinto, vice-presidente da Chapa Verde
Foto: Arquivo Pessoal

A diretoria do Bonsucesso ainda não conseguiu registrar a ata da eleição na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. O 'Fanáticos pelo Cesso' apurou que o clube ainda precisa cumprir seis exigências no RCPJ-RJ (Registro Civil das Pessoas Jurídicas da Cidade do Rio de Janeiro) antes de entregar a documentação à FERJ. Nesta terça-feira, representantes estiveram no cartório, na Centro do Rio, para apresentar a papelada, que está em análise. Essa é a terceira vez que o Conselho Diretor tenta ratificar as eleições.

A FERJ reconhece apenas o último mandato de Ary Amâncio, que segundo consta ainda no site oficial, foi válido até 2 de setembro de 2020. Além dessa pendência, o Rubro-Anil ainda não apresentou os balanços financeiros de 2019 e 2020.

O processo está aberto no RCPJ-RJ desde 13 de janeiro. Enquanto isso, o clube segue acéfalo e sem poder registrar jogadores além de participar de decisões nas reuniões de arbitrais na entidade máxima do futebol estadual. Confira abaixo a lista com as exigências solicitadas ao Bonsucesso:

1- Apresentar o edital nos temos do estatuto - ORIGINAL - folha inteira do jornal

2- A ata deve conter o CNPJ da associação

3- Informar na ata o período de mandato dos eleitos no formato: ___/___/___ até ___/___/___

4- Apresentar Qualificação completa de TODOS os eleitos

5- Esclarecer a ausência de eleição para o Conselho Diretor

6- Informar na ata: TODOS os eleitos declaram que não estão impedidos de exercer a administração da associação nos termos do art. 1.011 § 1º CC/02

O artigo descrito acima está no Código Penal e refere-se à:

Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.

§ 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.

O cartório ainda informou que qualquer documento que foi apresentado é passível de novas exigências, pois não há representante legal. Cabe ressaltar que, devido o decreto municipal, o RCPJ-RJ suspenderá às atividades a partir da próxima sexta-feira, cumprindo a determinação da Prefeitura até o dia 4 de abril.

A eleição em 12 de dezembro foi questionada por diversos sócios já que foi realizada sem a presença do presidente da Assembleia, Brazelino Veira, que alegou estar com suspeita da COVID-19. 

"Estou em quarentena e não posso sair de casa. Não sei quem presidiu as eleições. Só liguei ao fim da tarde para saber se tudo ocorreu bem e foi tudo certo, mas o resto eu não sei. Não assinei a ata, não pude ir. Tem que ligar para o (Nilton) Bittar ou o pessoal lá. O André Bittar é o vice (da Assembleia), mas estou por fora. Estou mais perdido do que não sei o que com o Bonsucesso", afirmou Brazelino ao Fanáticos pelo Cesso no dia da eleição.

Nilton Bittar ao lado de Brazelino Vieira, presidente da Assembleia Geral da sua chapa
Foto: Arquivo Pessoal

Apesar disso, a eleição teve 95 votos para a Chapa Verde, um nulo e um branco, garantindo vitória a Nilton Bittar, que concorreu sozinho já que Jorge Ribeiro Marques teve a candidatura impugnada dias antes.

Os sócios entraram na justiça tentando impugnar as eleições, porém, o juiz Ricardo Cyfer, da 10ª Vara Cível, não julgou procedente o pedido de tutela provisória. O processo ainda transcorre na justiça e o magistrado pretende ouvir novamente os réus antes da sentença. A ação, entretanto, está paralisada desde o dia 20 de março. O candidato da oposição também impetrou outro pedido na 17ª Vara Cível do TJ-RJ, mas, o caso ainda não avançou.

A atual diretoria tem certa pressa para resolver o imbróglio no RCPJ-RJ e na FERJ já que irá disputar a Copa Rio, em agosto, e a Série C, em setembro.

09/03/2021

GESTOR TENTA CONTORNAR MAL-ESTAR COM EX-JOGADOR POR PROJETO DOS VETERANOS NO BONSUCESSO

Ailton Couto esteve no Bonsucesso no último final de semana
Foto: Arquivo Pessoal

O gestor do Bonsucesso, José Agnaldo Sena, tenta contornar o mal-estar causado no fim de semana com o ex-jogador Ailton Couto, que havia sido convidado para comandar o projeto do time de Masters do clube. Apesar de ter aceito o convite, o presidente em exercício, Nilton Bittar, descartou a possibilidade já que o ex-atleta tem sido um crítico ferrenho à atual administração.

Ailton Couto foi convidado por terceiros para participar de uma reunião no próximo dia 21 com outros ex-jogadores no Bonsucesso, que pode reativar o projeto abandonado pelo clube há alguns anos. Sena, inclusive, havia confidenciado que poderia ajudar na realização de um amistoso internacional contra um time uruguaio que viria ao Rio de Janeiro para um tour.

Em contato com o Fanáticos pelo Cesso, Ailton Couto afirmou que vai participar do encontro, mas na condição de ex-jogador e refutou qualquer possibilidade de assumir algum cargo na atual diretoria.

"Não posso abandonar meu grupo de 20 anos, então estarei lá, mas não quero ficar mal com ninguém. Não vou assumir lado nenhum. Irei como ex-jogador. É a melhor coisa que posso fazer. Chega dessa história de diretor. Tem muito ciúme e ego", afirmou.

PROTOCOLO FURADO

Após a Bonsucesso Cup, o estádio Leônidas da Silva tem sido palco para a Copa União, competição das categorias Sub-15 e Sub-17. Porém, em um dos vídeos que estão circulando pela internet, familiares dos jogadores não mantém o distanciamento social e não usam máscaras na arquibancada da Teixeira de Castro.

Há cinco dias, a Prefeitura do Rio apresentou novas medidas restritivas para conter a propagação do vírus na cidade. O país registrou 1.114 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas e alcançou 266.614 óbitos. Dezenove estados e o Distrito Federal estão com alta nas mortes: PR, RS, SC, SP, DF, GO, MS, MT, AC, AP, RO, TO, AL, BA, CE, MA, PB, PI, RN e SE.

07/03/2021

BITTAR VETA CONVITE DO GESTOR PARA EX-JOGADOR COMANDAR PROJETO DO TIME DOS VETERANOS

Carlos Chaves posa com Ailton Couto na Teixeira de Castro
Foto: Arquivo Pessoal

O Bonsucesso parece dividido com dirigentes não falando a mesma língua. Neste final de semana, o ex-jogador Ailton Couto esteve na Teixeira de Castro, após ser convidado pelo gestor José Agnaldo Sena e o diretor de logística e planejamento, Carlos Chaves, para capitanear o projeto da categoria de veteranos do clube, que disputa partidas de exibição.

Porém, depois uma conversa amistosa com os dirigentes e o coordenador de categorias de base, Marcus Amoroso, o presidente Nilton Bittar impediu a possibilidade do projeto já que Ailton Couto desferiu várias críticas públicas ao dirigente e pertence ao grupo de oposição 'Por Um Novo Bonsucesso'.

"Ele me retirou porque eu falei algumas verdades sobre a diretoria. Ele esperou eu sair do clube para avisar que não me queria lá pelas coisas que eu tinha dito. O Sena me tratou muito bem, mas não quero criar problemas para ele. Enquanto o Bittar estiver lá vai ser difícil fazer qualquer coisa quanto ao projeto", afirmou Ailton Couto.



Em 28 de agosto de 2020, Ailton Couto escreveu um depoimento extenso nas redes sociais para criticar a administração do clube. A intenção era realizar um amistoso contra os veteranos do Vasco da Gama, no Leônidas da Silva, porém, segundo ele, os dirigentes não deram importância ao pedido. 

"Liguei para o atual vice-presidente do Bonsucesso, Sr. Nilton Bittar, e tentei ver se poderia ceder o campo de futebol, sem custos para o grupo fazer o evento. Ele explicou que não iria cobrar nada, mas não informou o mais importante: Qual seria a data e horário que estaria cedendo o campo para fazer o evento. Assim, não adiantou de nada falar, pois prometeu e não resolveu nada, apenas prometeu! O Presidente do Bonsucesso, Sr. Ary Amâncio, não quis nem receber os ex-jogadores do Bonsucesso, falando que só aparecem no clube para pedir e com essa grosseria, só vou ao Bonsucesso, para tirar umas fotos e matar a saudade do clube que me projetou para o futebol e vou embora", disse Ailton Couto antes de complementar.

"Em outros clubes, vemos que os ex-atletas são tratados muito bem e com respeito e carinho, enquanto no Bonsucesso, somos maltratados. As coisas são diferentes e com isso, acaba nos deixando tristes e sabendo que em outros tempos fomos tratados com carinho e respeito por todos no clube e hoje, somos tratados com grosseria e desleixo", criticou Ailton Couto.

Em contato, o diretor de logística e planejamento, Carlos Chaves afirmou que as portas estão abertas para Ailton Couto.

"(José) Sena me ligou e o projeto está de pé. O Ailton não fica se ele não quiser. O Sena conversou com o (Nilton) Bittar e já está contornado esse mal entendido", afirmou.

Segundo o ex-jogador, o atual gestor do Bonsucesso irá ceder um kit de uniformes para os Masters. O time de veteranos tinha um amistoso agendado contra o União e Força, no último sábado, mas foi adiado.

20/02/2021

JUIZ INDEFERE TUTELA PROVISÓRIA CONTRA AS ELEIÇÕES DO CLUBE, MAS PROCESSO TERÁ DESDOBRAMENTOS


O juiz Ricardo Cyfer, da 10ª Vara Cível do TJ-RJ, indeferiu o pedido de tutela provisória para anulação das eleições do Bonsucesso ocorridas em dezembro. A decisão saiu na última quinta-feira após a abertura do processo em outubro. De acordo com a justificativa do magistrado, o pleito não teve 'notícia de qualquer irregularidade na realização da mesma, estando, assim, regularmente ocupados os cargos de diretoria'.

Cyfer ainda cita que não foram apresentadas provas capazes ainda de considerar uma gestão temerária. O juiz cita que a foto da fachada sem o escudo foi contraposto com o referido emblema já reparado no estádio. Ele conclui que 'ao olhar de uma maioria de sócios do clube, a gestão do 2º (Ary Amâncio) e do 3º réus (Nilton Bittar) é satisfatória'.

O juiz, porém, convocou novamente o ex-presidente Ary Amâncio para pronunciar-se já que, apesar de receber o oficial de justiça em casa, o ex-dirigente se absteve de esclarecimentos na ação. Cyfer também cobra elucidação de Nilton Bittar, após o mesmo apresentar procurações em nome dele e do clube e posteriormente, apenas dele.

A decisão que nega o pedido de tutela provisória antecipada foi comemorada pela atual diretoria do Bonsucesso, que acredita ser uma evidência da legitimidade da eleição após o pleito judicializado em 2017. Os sócios que impetraram o pedido ainda não 'jogaram a toalha'. 

Os beneméritos irão apresentar nos próximos dias uma nova petição para exemplificar as supostas falhas administrativas, inclusive, com a ausência de balanço financeiro desde a temporada de 2018.

"O juiz anulou apenas a tutela, porém o processo continuará. Vamos reforçar. Ele diz que não apresentei provas, mas o que mais tem na ação é isso. Há um processo criminal em curso que estamos atentos. A resposta que saiu está confusa, mas ainda pode sair uma decisão que cancele tudo (as eleições)", afirmou o advogado Marcelo Santiago que está à frente da acusação.

A Polícia Civil segue as acareações na Delegacia de Defraudações após um registro de ocorrência contra a atual diretoria. O atual presidente Nilton Bittar já esteve prestando depoimento. Outros envolvidos também serão ouvidos nos próximos dias.