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08/11/2023

ALUGUEL DE LOJA NO BONSUCESSO CAUSA AFASTAMENTO DO PRESIDENTE JORGE RIBEIRO MARQUES


Bonsucesso viveu dia de debate às vésperas do aniversário de 110 anos
Foto: Wandré Silva/Bonsucesso

Em meio à reta final da Taça Maracanã, a política do Bonsucesso voltou a ferver. O presidente Jorge Ribeiro Marques foi afastado por gestão temerária e improbidade administrativa, além de se tornar inelegível por 10 anos, devido o aluguel de duas lojas na sede do clube sem anuência do Conselho Deliberativo.

Em nova reunião realizada nesta terça-feira, após prazo para regularização contratual dos estabelecimentos, o Conselho manteve o desligamento do dirigente devido à  'locação verbal'. O vice-geral André Veras também renunciou ao cargo em plenário. Com isso, o presidente do Conselho, Cláudio Menezes, assume o clube interinamente até às eleições em dezembro.

Jorge Ribeiro Marques ainda tem 15 dias para apresentar defesa e evitar a suspensão definitiva, baseada nos artigos 63 e 66 da Lei Geral do Esporte e artigo 23 da Lei Pelé. O dirigente afirmou que só irá se pronunciar na justiça. André Veras não retornou nosso contato.

Os problemas envolvendo a política no clube se iniciaram às vésperas dos 110 anos do Bonsucesso. No dia 7 de outubro,
 ocorreu a primeira reunião extraordinária para tratar do tema. O impeachment do presidente chegou a ser discutido, mas os conselheiros aprovaram um prazo de 30 dias para regularizar o espaço na Teixeira de Castro.

Na ocasião, o presidente do Conselho Deliberativo, Cláudio Menezes, expôs uma irregularidade na locação de uma área destinada para atividades sociais, que transformou-se em duas lojas comerciais, sem que houvesse autorização por parte dos conselheiros para obras - custeadas pela inquilina - e o funcionamento das mesmas. 

Questionaram a falta de contrato até o fim da atual gestão em dezembro e que o acordo estava costurado verbalmente, infringindo o Estatuto do Bonsucesso. Durante a defesa, o presidente Jorge Ribeiro Marques chegou a dizer que o espaço não estava alienado.

Durante a sessão, por decisão unânime, 
também foi excluído o cargo de gerente social do Bonsucesso, anulando todas as ações do então colaborador César Augusto, afastando o sócio das funções administrativas e impedindo a permanência dele na secretaria e tesouraria do clube.

FUTEBOL X SOCIAL

Um dos pontos divergentes entre o futebol e o social eram os eventos na sede do Bonsucesso. No jogo em casa, contra o Carapebus, o estádio se dividiu entre torcedores e frequentadores de um evento agendado no salão nobre simultaneamente.

Apuramos que a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro alega que eventos sociais só podem ocorrer nos estádios com entradas distintas por uma questão de segurança. Na reunião do Conselho Deliberativo, o departamento jurídico informou que o clube corria o risco de sanções por parte da entidade e WO.

Ciente da situação, a direção se comprometeu a manter os eventos agendados, avisando de antemão à FERJ sobre o esquema de segurança montado em dias de eventos e jogos, evitando, portanto, distúrbios no estádio. Na partida citada, não houve qualquer problema até pelo número pequeno de torcedores.

O Bonsucesso carrega consigo uma dívida permanente e depende dos eventos desde a reinauguração do salão para cobrir parte das despesas, enquanto o futebol sobrevive à parte com ajuda de parceiros - sem contrato assinado. Até o momento, o clube não conseguiu - assim como os demais adversários - lucrar com a bilheteria e o prejuízo da Taça Maracanã já ultrapassa os 13 mil reais, em três jogos no Leônidas da Silva (São Cristóvão, Carapebus e Rio São Paulo). Voluntariamente, Jorge Ribeiro Marques chegou a quitar dívidas do Rubro-Anil para manter a instituição funcionamento regularmente. 

O Salão Nobre passou por reformas estruturais em 2023, com melhorias na cozinha, banheiros, teto e no palco e tem sido constantemente frequentado pelos mais diversos nichos da comunidade leopoldinense.

O perfil oficial do Bonsucesso no Instagram retirou o post fixado com a foto do presidente Jorge Ribeiro Marques e o vice-geral, André Veras. A pergunta que fica agora é: o que será do futuro do clube com novos problemas nos bastidores?

CONVOCAÇÃO DAS ELEIÇÕES ANULADA

Hoje, dia 8, o presidente interino e do Conselho Deliberativo, Cláudio Menezes, assinou edital publicado no jornal 'O Dia', comunicando o cancelamento da convocação das eleições do Bonsucesso por Jayme Perpétuo, que assinara como presidente da Assembleia Geral (veja abaixo).

Pela publicação, o novo edital aponta que o chamamento foi feito por 'pessoa sem legitimidade'. Internamente, o Conselho aponta que Brazelino Vieira ainda é o presidente da Assembleia Geral. O atual mandato da diretoria se encerra no dia 12 de dezembro. 



12/10/2023

BONSUCESSO CELEBRA OS 110 ANOS COM MISSA E ALMOÇO NA SEDE SOCIAL


Bonsucesso celebra 110 anos nesta quinta-feira com missa em Ação de Graças
Foto: Fanáticos pelo Cesso

O Bonsucesso celebra 110 anos neste dia 12 de outubro de 2023. Desde cedo, o clube festejava mais um ano com um foguetório. Às 10h, uma missa em Ação de Graças foi realizada no Salão Nobre, com a presença do padre Anderson, da Paróquia de Nossa Senhora de Bonsucesso e Inhaúma.

A cerimônia contou com a participação de torcedores ilustres, sócios, a comunidade leopoldinense e alguns jogadores também prestigiaram a celebração após o treino. Em seguida, houve um café da manhã e no período da tarde, haverá um almoço com o show da Banda Provisório e Djs nos intervalos. O evento começa às 13h e o ingresso custa R$35 por pessoa.

Presidente do clube, Jorge Ribeiro Marques comentou a importância do Bonsucesso na sua formação:

"110 anos não são 110 minutos. Tem toda uma história e uma trajetória. Estou tendo a honra de estar como presidente desse clube centenário, onde pisei pela primeira vez em 1956, com nove anos de idade. É uma passagem que me sentia na obrigação de retribuir tudo que o Bonsucesso me ensinou como caráter, amizade, convivência, confraternização e honestidade, pelo exemplo de todos os presidentes que passaram aqui até cerca de 15 anos atrás. Essa escola é uma associação que temos que levar para o dia a dia das nossas vidas, com respeito aos terceiros, normas e leis. Em resumo, nos tornarmos seres humanos", afirmou.       

O vice-presidente André Veras chegou a se emocionar ao falar sobre os 110 anos do Bonsucesso:

"Sou nascido e criado aqui, em frente a sede do clube. Estamos tentando resgatar a parte social e trazer o bairro ao clube e aos sócios. Não ter apenas a piscina. Estamos tentando resgatar a história, assim como foi hoje, com uma missa e um almoço dançante. Estamos tentando galgar um pouquinho mais a cada dia. É difícil? É, mas não é impossível. Estamos abertos a todos, à sociedade, aos empresários da região, que queiram que o clube seja um veículo de divulgação. Fico feliz pelo clube completar 110 anos no Dia de Nossa Senhora Aparecida e Dia das Crianças. Com a ajuda dos sócios e do bairro, podemos fazer o Bonsucesso ser o que era nas épocas antigas. A gente fica emocionado porque estamos lutando muito para dar nossas condições ao clube, sabendo das adversidades que existem, mas não é impossível. É muito trabalho", disse.

Veras também comentou a esperança de ter novamente o clube na 3ª Divisão do Carioca em 2024:

"Não tenho a menor dúvida. Não é fácil. O dispêndio não é fácil. Colocar uma equipe, comissão técnica e todo o clube... o gasto não é só com despesa de salário. Temos que dar um suporte a todos que estão envolvidos no futebol. É árduo. O Flávio e o Claudio estão aqui arduamente trabalhando. A ideia é realmente subir e gradativamente levar o Bonsucesso para a Série A do Carioca", finalizou.

O Bonsucesso é o vice-líder do Campeonato Carioca, com 12 pontos.


Bolo em comemoração aos 110 anos do Bonsucesso
Foto: Fanáticos pelo Cesso

30/09/2023

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #80


Vasco e Santos duelaram na Teixeira de Castro em 1953
Foto: Daniel Ramalho/Vasco


Por: Paulo Jorge


PORTAS ABERTAS

O Bonsucesso é corrente, 

O Bonsucesso é rotineiro, 

O Bonsucesso é normal, 

O Bonsucesso é tradicional. 

Para quem desconhece a história ou simplesmente a renega, é importante mostrar aos olhos atuais, que o futebol profissional carioca nasce com o apoio de seis clube, um dele foi o Bonsucesso que em 1933, esteve na reunião que fundou a era do profissionalismo. 

E esse time de história ímpar, time de Leônidas, que jogando pelo Bonsucesso, conquistou o primeiro título internacional da Seleção em 1932, time que ajudou no desenvolvimento do bairro de mesmo nome, certa vez ousou e chamou gigantes para sua festa. 

Em 1953, o Leão da Leopoldina estava inaugurando melhorias no seu estádio de Teixeira de Castro e como inaugurar as novas instalações? Chamando um coirmão e um time paulista. 

O Vasco sempre teve uma boa relação com o Bonsucesso e foi o escolhido para jogar contra o Santos. Nessa partida de reinauguração, as equipes usaram um time misto. Seria a disputa do quarto colocado de São Paulo contra o atual campeão carioca.

E o jogo foi bastante animado. Quem compareceu à Teixeira de Castro no dia 23 de setembro de 1953 viu uma partida de nove gols, meus amigos! O Vasco venceu por 6 a 3. Os gols foram marcados por: Pinga e Dejayr, duas vezes cada, Ademir e Alvinho para o Vasco. Valter e Álvaro, duas vezes, descontaram para o Peixe.

Vasco: Osvaldo; Augusto e Beline; Mirim (Alfredo), Osvaldo II e Beto; Alfredo, Ipojucan (Naninho), Ademir (Alvinho), Pinga e Chico (Djair).

Santos: Manga; Hélvio e Feijó (Charré); Nenê, Formiga e Zito; Nicácio (Ney), Valter, Álvaro, Hugo e Nando.

Curtiu essa edição #80 da Coluna 'Tá no Livro', com o historiador Paulo Jorge!? Deixe seu recado e compartilhe o link! Aqui é o resgate da história do Bonsuça na palma da sua mão!

Fonte: Almanaque do Vasco e Diário de Notícias Edição 476 (1953)

03/09/2023

'CAIU NO TAPETIN...': TEIXEIRA DE CASTRO TEM GRAMADO REFORMADO PARA O CARIOCA DA SÉRIE B2


Gramado do Leônidas da Silva é reformado para a estreia da Série B2
Foto: Fanáticos pelo Cesso

O gramado do estádio Leônidas da Silva passa por uma reforma pontual para a estreia do Campeonato Carioca, no próximo dia 17. As áreas mais castigadas estão recebendo a nova grama - chamada esmeralda -, que chegou ao estádio do Bonsucesso na última sexta-feira.

A Teixeira de Castro foi palco de inúmeros jogos da Série C deste ano e o Bonsuça declinou da pré-temporada longe da Leopoldina. Enquanto o campo passa por esse tratamento, o técnico Cleimar Rocha manterá as atividades na sede do clube.

A diretoria chegou a estudar levar os atletas para um período de atividades de cerca de 10 dias no interior do Estado ou poupar o gramado com treinos na UFRJ, na Ilha do Fundão, mas acabou por permanecer realizando o trabalho na Teixeira de Castro.

O estádio do Bonsucesso está com todos os laudos em dia e apto a receber os jogos da Taça Maracanã com a presença de público.

PREPARAÇÃO NA RETA FINAL

O Bonsucesso jogou um amistoso contra o America, no Giulite Coutinho, na manhã deste sábado, e empatou em 1 a 1. Com direito a 'lei do ex', o centroavante Daniel Pessoa marcou o gol rubro-anil. O jogador disputou a última Série  A2 pelo Mecão.

O Fanáticos pelo Cesso apurou que o elenco de Cleimar Rocha ainda não está fechado. Outros jogadores pontuais ainda devem ser anunciados essa semana.



SEM ACORDO

O preparador físico Fernando Verón foi indicado ao Bonsucesso, mas não entrou em acordo com a diretoria. Com passagem por clubes como Tigres do Brasil e São Cristóvão, o profissional acabou acertando sua transferência para o Mesquita. 

25/08/2023

'NA TEIXEIRA EU VOU FESTEJAR!': CESSO TEM TODOS OS LAUDOS E JOGA EM CASA NO CARIOCA DA SÉRIE B2


Bonsucesso estreia na Série B2 no dia 17 de setembro
Foto: Fanáticos pelo Cesso

O Bonsucesso tem todos os laudos em mãos para disputar seus jogos da Série B2 na Teixeira de Castro. O Fanáticos pelo Cesso apurou que dos 25 estádios chancelados para a competição pela FERJ, apenas oito possuem todas as autorizações até o final de 2023.

São quatro laudos que os estádios precisam ter para receber público e sediar partidas do Estadual. Os documentos são compostos pelo laudo da Polícia Militar, Vigilância Sanitária, Laudo de Prevenção e Combate de Incêndio e Pânico concedido pelo Corpo de Bombeiros e o Laudo de Verificação de Engenharia, autorizado pelo CREA-RJ.

O setor social do Leônidas da Silva, com entrada pela Teixeira de Castro, será disponibilizado integralmente para os torcedores do Bonsucesso e os visitantes ficarão na arquibancada com acesso pela Rua Júlio Ribeiro. As saídas de emergência passam por reformas e um mini-bar seria disponibilizado também para os visitantes. O histórico placar do clube também passaria por uma mudança.

O Fanáticos pelo Cesso esteve recentemente no gramado e constatou que o campo ainda não estava nas melhores condições, até em virtude das inúmeras partidas da Série C realizadas no estádio, mas funcionários do clube garantiam que até a estreia no próximo dia 17, contra o São Cristóvão, o campo estará preparado para receber as duas equipes.

Além do Leônidas da Silva, o Aniceto Moscoso, Atílio Marotti, Eduardo Guinle, Joaquim de Almeida Flores, Mourão Filho, Nivaldo Pereira e Trabalhador possuem todos os laudos até o fim da temporada. Os demais constam com pendências.

Para fins contábeis o valor mínimo de uma arquibancada inteira não poderá ser inferior a R$ 10,00, de acordo com o regulamento da FERJ. Em contato, a diretoria confirmou que os ingressos custarão R$10 (inteira) e R$5 (meia). Confira abaixo a situação de cada estádio:

19/07/2023

LÉO FLORES VOLTA AO BONSUÇA E É O PRIMEIRO REFORÇO PARA O CARIOCA


Léo Flores volta ao Bonsucesso aos 44 anos
Foto: João Carlos Gomes/Bonsucesso

Léo Flores é o primeiro reforço do Bonsucesso para a Série B2 do Campeonato Carioca. O experiente goleiro de 44 anos, acertou essa semana sua volta para à Teixeira de Castro. Ele já era um nome debatido internamente desde o início do ano e chegou a acordo com a diretoria para assinar até o fim do Estadual.

Essa semana, Léo Flores teve o primeiro contato com o técnico Cleimar Rocha e esteve acompanhado de outros jogadores, que disputaram a Série C pelo Ceres, para uma visita. Estiveram no clube o volante Igor Salles e os atacantes Erick e Jobinho, mas o Bonsuça não confirma o acerto com os três.

Léo Flores vestirá a camisa do Bonsucesso pela quarta vez. Em 2017, disputou seis jogos e ajudou o clube a permanecer na 1ª Divisão. Em 2018, voltou para uma rápida passagem. Já em 2020, disputou mais seis jogos. 

Ao longo da carreira, o goleiro defendeu clubes como Ceres, Portuguesa, São Cristóvão, Barcelona-RJ, Cabofriense, Tigres, Império Serrano, Barra da Tijuca, Democrata-MG e Nacional de Muriaé. No exterior, esteve no 
Panathinaikos, da Grécia, e Sertanense, de Portugal.

Cleimar Rocha vem trabalhando desde o anúncio e fazendo algumas observações de atletas indicados e garotos do sub-20, que tenham se destacado na campanha até a semifinal da categoria. O clube poderá utilizar até seis juniores na competição profissional.

O Fanáticos pelo Cesso apurou que o Rubro-Anil terá todo o elenco pronto até o início de agosto para uma pré-temporada de 10 a 12 dias, em Mendes ou Engenheiro Paulo de Frontin, duas cidades próximas a Vassouras.

A ideia do departamento de futebol, caso conclua o período de treinos no interior do estado, será realizar dois amistosos preparatórios às vésperas da estreia na Série B2.

PAUSA NA TEIXEIRA DE CASTRO

Após uma série de jogos da Série C no estádio Leônidas da Silva, o Bonsucesso também deve dar um respiro ao gramado antes do início do Estadual da 4ª Divisão. O clube negocia com uma empresa para fazer o tratamento do campo no próximo mês. Com isso, os treinos seriam transferidos para a UFRJ, na Ilha do Fundão, ou no CEFAN (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes), na Penha. 

24/06/2023

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #70


Estádio da Bariri já foi palco de jogos do Bonsucesso
Foto: Cariocão/FERJ


Por: Paulo Jorge

A PARCERIA DE 'RIVAIS'

Em 1950, durante a administração do Presidente Leibnitz Miranda, foram instalados os primeiros refletores do estádio da Bariri. 90 'canhões de luz' foram colocados para que jogos noturnos ocorressem em Olaria.

Mas o que o Bonsucesso tem haver com isso?

Nessa época, o presidente rubro-anil estava também inaugurando os refletores do estádios e ambas as diretorias combinaram de jogar contra a Portuguesa Santista, mas no campo do rival. Ou seja, o Olaria jogava em Bonsucesso e o Bonsuça jogaria na Bariri. Uma espécie de inauguração às avessas.

No dia 14 de novembro de 1950, o Olaria venceu a Lusa por 1 a 0, na Teixeira de Castro. Já o Bonsucesso derrotou a Portuguesa Santista por 2 a 1, dois dias depois,  na Bariri.

Confira a coluna 'Tá no Livro' semanalmente com o historiador Paulo Jorge no Fanáticos pelo Cesso! Compartilhe e deixe seu comentário em nossos posts!

Fonte: História do Alçapão da Bariri

05/09/2022

CONHEÇA OS NOVOS INSCRITOS DO BONSUÇA NA SÉRIE B2 DO CARIOCA


Zagueiro Cristopher, de 22 anos, reforça o Bonsucesso
Foto: Divulgação

O Bonsucesso já tem um elenco para a disputa da Série B2 do Campeonato Carioca. O prazo final para as inscrições terminou nesta sexta-feira. O clube possui 19 jogadores regularizados e dois aguardando a transferência internacional (Vinicius Brito) e estadual junto ao pagamento da taxa de registro (Pedro Henrique) até a próxima sexta-feira.

No dia 1º de setembro, o clube anunciou a chegada do zagueiro Cristopher, de 22 anos. O atleta defendeu o Friburguense esse ano e já teve passagem pelo Joinville. O atacante Luquinha, também de 22 anos, é outro reforço para o Estadual. Ele jogou pelo Estanciano, Casimiro de Abreu e atuou três vezes pelo CAAC Brasil, seu último time. Outro zagueiro que retorna ao Bonsuça é Rodrigão. Aos 32 anos, ele disputou a 4ª Divisão no ano passado e está de volta. Nicholas que também veio para reforçar o sistema defensivo foi regularizado.

Confira abaixo a lista de inscritos dos demais clubes da Série B2:

CARAPEBUS: 16 inscritos (doze regularizados e quatro com pendências)
BARRA MANSA: 12 inscritos (dois regularizados e 10 com pendências)
BARRA DA TIJUCA: 31 jogadores regularizados
CAMPOS: 16 inscritos (10 regularizados e seis com pendências)
CERES: 30 inscritos (16 regularizados e 14 com pendências)
TIGRES: um atleta inscrito
GOYTACAZ: 15 inscritos (14 regularizados e um com pendência)
MAGEENSE: 35 inscritos (22 regularizados e 13 com pendências)
BÚZIOS: 22 inscritos (18 regularizados e quatro com pendências)
BELFORD ROXO: 26 inscritos (25 regularizados e um com pendência)
RIO DE JANEIRO: 43 jogadores inscritos (31 regularizados e 12 com pendências)


FERJ ATUALIZA PRESIDÊNCIA DO BONSUCESSO

A ata da Assembleia Geral já foi entregue à FERJ, que atualizou o sistema cadastral do clube no site da entidade e confirmou a presidência interina de Marcelo Etiene à frente do Bonsucesso pelos próximos 30 dias até a convocação de novas eleições. Nilton Bittar foi cassado pela Assembleia Geral por supostos desvios de recursos do mecanismo de solidariedade e investigações quanto ao furto de energia elétrica e de água na sede na Teixeira de Castro.


22/08/2022

DIRETORIA ADMINSTRATIVA DO CESSO É DESTITUÍDA APÓS ASSEMBLEIA


Assembleia Geral aconteceu na calçada da sede do Bonsucesso
Foto: Divulgação

Neste domingo, a tão aguardada reunião extraordinária da Assembleia Geral destituiu por unanimidade a diretoria administrativa do Bonsucesso (presidente Nilton Bittar e o vice-geral Roberto Pinto), por irregularidades no balanço financeiro e desvio de verbas oriundas do mecanismo de solidariedade do meia Jean Lucas. Desde o dia 23 de julho, pelas provas apresentadas no Conselho Deliberativo e sem subjeção de nenhum dos sócios presentes, ambos já estavam afastados das suas funções.

Assim como no último mês, a sede da Teixeira de Castro amanheceu com o portão principal trancado com corrente e cadeado, impedindo que a reunião fosse realiazada no salão nobre. Com isso, a solução encontrada pelo presidente da Assembleia Geral, Jayme Perpétuo, foi utilizar a calçada para que o encontro transcorresse dentro da normalidade. 

Entre os sócios que votaram a favor pela cassação do mandato de Nilton Bittar e Roberto Pinto está o gestor do futebol, José Agnaldo de Sena. Os dirigentes não compareceram para apresentar defesa. Bittar foi eleito em dezembro de 2020 sob desconfiança no processo eleitoral e ficou menos de dois anos no poder. 

Pelo estatuto do Bonsucesso, o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Etiene, irá assumir interinamente o clube até que novas eleições sejam convocadas em um período de 30 dias. O próximo presidente irá comandar o rubro-anil em um 'mandato tampão' até o fim de 2023.


Portão da entrada principal foi trancado com cadeado
Foto: Divulgação


BONSUCESSO NA FINAL DO CARIOCA SUB-20

Neste sábado, o Bonsucesso derrotou o Barra Mansa por 1 a 0, no Leão do Sul, no jogo da volta das semifinais do Campeonato Carioca Sub-20 da Série B2, e se classificou para a decisão após o empate em 0 a 0 na ida, no Leônidas da Silva. 

O adversário na final será o Goytacaz, que passou pelo Campos por 2 a 0, neste domingo, no Ary de Oliveira. O Campos apenas venceu a partida da ida por 2 a 1, no dia 14, no Flávio Teixeira Santos.

Os jogos decisivos já foram definidos pela FERJ. O primeiro confronto acontece dia 24, quarta-feira, às 14h45, na Teixeira de Castro e o duelo final será domingo, dia 28, no Ary de Oliveira, no mesmo horário.

25/07/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #42



Por: Paulo Jorge

UMA NOVA PRAÇA DE ESPORTES - 1929

O Bonsucesso expandia muito e em pouco tempo. Antes dessa nova praça de esportes (foto) na Estrada do Norte (Teixeira de Castro), o time teve campos na Avenida dos Democráticos e na Rua Uranos. E para marcar a inauguração das novas instalações, nada como jogar com uma potência da época e o escolhido foi o Vasco da Gama. A diretoria do time suburbano inclusive presenteou a equipe cruzmaltina com placas comemorativas. 

Esse jogo seria o primeiro das duas partidas contra times na elite do Carioca, o que mostrava a importância do duelo. E esse evento precisava de uma preparação especial. A diretoria do Bonsucesso solicitou à empresa Light, uma maior quantidade de bondes da Lapa e Praça da República além de trens extras na Leopoldina Railway. A entrada do público em geral e da imprensa ocorreu pelo portão 1, na Estrada do Norte e os associados pelos portões da Rua Júlio Ribeiro.

Os ingressos estavam sendo vendidos em frente à Estação, na Loja “O Café”. Cadeiras de pista custaram 10$ e arquibancadas, 4$. O Bonsucesso também bancou um banquete no restaurante da empresa Romero & Braga aos convidados. Além das placas, foram confeccionadas duas taças para os times. 

O Bonsucesso contava com o grande craque Eurico, que passaria pelo seu primeiro teste de fogo. As equipe foram a campo com os seguintes times: 

Vasco: Jaguaré; Hespanhol e Italia; Brilhante, Tinoco e Mola; Paschoal, Fausto, Russo, Matos e Santana.

Bonsucesso: Medonho; Ari II e Heitor; Nico, Eurico e Carola; China, Ernesto, Grandin, Badu e Arubinha.

A titulo de curiosidade, no Campeonato Carioca de 1929, o Vasco foi campeão e o Bonsucesso terminou em sétimo lugar. 

Fonte: O Paiz (28 de abril) / Biblioteca Nacional

NILTON BITTAR É AFASTADO EM FIM DE SEMANA QUENTE NO BONSUCESSO


Marcelo Etiene, presidente do Conselho Deliberativo, comandou a reunião
Foto: Divulgação

O Bonsucesso viveu no último sábado mais um triste capítulo da sua história centenária com o afastamento do presidente Nilton Bittar por 90 dias após a reunião extraordinária do Conselho Deliberativo que, por unanimidade, julgar procedente os indícios de desvio de valores internacionais, oriundos do mecanismo de solidariedade do meia Jean Lucas, atualmente no Mônaco-FRA.

Como informamos ao longo da última semana, os valores se aproximam da casa dos R$200 mil e foram transferidos para contas de terceiros, segundo documentos apresentados na reunião, que precisou ser realizada na calçada do clube já que a sede do Bonsucesso estava fechada por determinação da gestão administrativa e contava com seguranças particulares.

As contas de 2021, que foram apresentadas à FERJ, também foram reprovadas já que segundo os conselheiros, houve falsificação nos documentos que não passaram por aprovação dos Poderes e foram entregues à entidade apenas com a assinatura de um contador contratado pelo então presidente.



Roberto Pinto, que pediu renúncia da vice-presidência, esteve na reunião
Foto: Divulgação

Roberto Pinto, que pediu renúncia da vice-presidência dias antes, esteve no Bonsucesso pela manhã para conversar com os conselheiros e também assinou a ata, dando anuência para o afastamento de Nilton Bittar, que terá quatro dias para apresentar defesa.

Enquanto isso, o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Etiene, será o presidente interinamente até que seja analisada criteriosamente a resposta de Nilton Bittar em reunião futura. Caso não haja reconsideração, novas eleições serão declaradas no Bonsuça. A ata da reunião será homologada em cartório e enviada à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. 

A reunião contou com a presença do Esquadrão Rubro-Anil, torcida organizada do clube, e demais torcedores que acompanharam a votação. À tarde, sócios que estavam na Teixeira de Castro presenciaram Nilton Bittar deixando as dependências do estádio. O presidente afastado foi hostilizado enquanto atravessava a calçada.

"Ladrão!", bradou um deles. 


Nilton Bittar é visto à tarde na porta do clube após a reunião
Foto: Reprodução

O perfil oficial do Bonsucesso na última sexta-feira chegou a acusar Rita de Cássia, esposa de Nilton Bittar, de realizar um ritual religioso na entrada do clube, considerado um 'ato de vandalismo'. Segundo a informação divulgada, 'foi necessário fazer uma lavagem completa para remover um líquido fétido do piso do hall, além de recolher plantas espalhadas'. 

Neste domingo, os sócios puderam novamente frequentar as dependências do clube e o estádio Leônidas da Silva recebeu a partida da semifinal da Série C do Carioca, com vitória do Rio de Janeiro sobre o Império Serrano por 1 a 0. 


Rio de Janeiro vence o Império Serrano na Teixeira de Castro
Foto: João Carlos Gomes/Império Serrano

21/07/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #41


Por: Paulo Jorge

LÊONIDAS DA SILVA

O ex-jogador que foi homenageado com o nome do estádio do Bonsucesso foi um dos melhores jogadores da história. Com capacidade para 10 mil pessoas (hoje reduzida para 3 mil), a casa do Rubro-Anil foi palco de belos gols desse craque. O inventor da bicicleta chegou ao clube com 17 anos, ainda bem novo em 1930 e foi no time que ele se tornou profissional.

Ele se destacava tanto pelo Bonsuça que chamou atenção do técnico da Seleção Brasileira e ali, na Teixeira de Castro, começou a se tornar popular. Os números no time são espetaculares: 55 gols em 51 jogos. Sua estreia com a camisa canarinho foi em um amistoso contra o Uruguai, então campeões do mundo e segundo os jornais de época, foi um verdadeiro massacre, destruindo por completo a Celeste Olímpica.

O Diamante Negro assim que saiu do Bonsucesso foi jogar no Peñarol. Além do time uruguaio, defendeu as cores do Syrio Libanês, São Cristóvão, Vasco, Flamengo, SC Brasil, Botafogo e São Paulo. Pela Seleção, foram 19 jogos e 21 gols, inclusive brilhando na Copa de 1938.

Fonte: curiosodofutebol.com.br / Primos Pobres / Biblioteca Nacional

22/03/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #29


Por: Paulo Jorge

'QUEM DOMINA É O BONSUCESSO...'

O campeonato carioca de 1977 foi surpreendente para o Rubro-Anil, fazendo uma ótima campanha e ficando em sexto lugar no primeiro turno à frente dos rivais suburbanos: São Cristóvão (8º), Olaria (10º) e Madureira (13º). No segundo turno, o time não conseguiu manter a regularidade e terminou em décimo lugar.

Um jogo de destaque do time foi o 2 a 0 aplicado no Campo Grande. No Ítalo Del Cima, o Bonsuça dominou o adversário e fez com que a partida se tornasse fácil e de controle quase que total. Mantendo a base de 1976, Cabral marcou o primeiro gol da partida aos 21 minutos e César completou o placar aos 26 minutos da fase final, com um chute violento de fora da área.

O time do Bonsucesso entrou em campo com: Pedrinho; Carlos Alberto ,Nilo, Antonio Carlos e Alcir; Wilson, Cabral e Ivo; Naldo, Cesar e Julinho.

Campo Grande: Moacir; Ademir, Carlão, Paulo Cesar e Gilberto; Márcio, Tião  e Tomé; Rui, Augusto e Mota.


FESTAS NO BONSUCESSO

As festas, bailes de carnaval e noites de música sempre foram eventos marcantes para o Bonsucesso e a comunidade na região da Leopoldina. Era quase obrigação, de sexta a domingo - e feriados, visitar essas maravilhosas noites no clube da Teixeira de Castro. 

Em 1951, um desses dias marcaria para sempre devido à presença de artistas especiais. Às 21 horas, a Embaixada do Silencia apresentaria sua Rainha do Carnaval, a senhorita Gilda Rogério, para todos os associados, em especial ao presidente José Crishman. 

Se apresentaram naquela noite também Nelson Gonçalves, Zé e Zilda, Ciro Monteiro, Flora Matos, Ary Cordovil (descendente da família que dá nome ao bairro), Linda Rodrigues, Juju, Ruy Almeida, Dupla Verde e Amarela e os poetas da voz Ivan de Almeida e Orlando.

Ê nostalgia...




Fonte: Tribuna de Imprensa
Fonte: Imprensa Popular 1951

09/08/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #14

Fonte: Jornal dos Sports

BONSUCESSO CONTRA O NAZISMO

Por: Paulo Jorge

Em 1942, o 'Jornal dos Sports' noticiava um grande esforço humanitário realizado pelo Bonsucesso Futebol Clube. O clube organizou um festival esportivo para arrecadar fundos para as vítimas da Segunda Guerra Mundial. Seria uma noite inesquecível na Teixeira de Castro!

Todo o dinheiro arrecadado seria convertido totalmente para as famílias que perderam parentes em uma das páginas mais tristes da história do nosso planeta com mais de 60 milhões de mortes, segundo historiadores. 

Nessa altura, diversos navios já tinham sido atingidos pelo U507 da Marinha Alemã, tais como o navio Itagibe, Osório, Aníbal Benevolo, Araraquara e outros, deixando cerca de 600 mortos. Somente o Baependi foram 270 marinheiros mortos. Em agosto daquele ano, o então presidente Getúlio Vargas afirmava que o Brasil estava em "estado de beligerância" com a Alemanha Nazista e a Itália Fascista. O Jornal 'O Globo' escrevia em letras garrafais: "Guerra!"

Infelizmente a história não conta quanto o Bonsucesso conseguiu arrecadar, mas a iniciativa foi louvável e marcando a participação do clube nos esforços de guerra.

04/08/2021

UNIÃO CENTRAL É SUSPENSO APÓS FALTA DE PAGAMENTO EM JOGO NA TEIXEIRA DE CASTRO PELA SÉRIE C


União Central é suspenso pela FERJ por falta de pagamento
Foto: Matheus Sports

O União Central foi suspenso da Série C do Carioca pela FERJ. Segundo a decisão do departamento de competições da entidade, o clube não quitou as despesas da realização do jogo pela 13ª rodada, disputada no último domingo na Teixeira de Castro, com vitória por 4 a 1 do Paduano.

A decisão se baseia no artigo 108 do Estatuto, que indica que a associação que não esteja em situação regular junto à FERJ, seja por inadimplência ou por qualquer outro motivo, poderá ser impedida de participar de campeonatos ou torneios. 

Outro agravante se dá no artigo 8º do RGC (Regulamento Geral de Competições), que destaca que o clube que deixar de regularizar sua situação financeira nos prazos indicados no próprio RGC e no REC poderá ser suspenso de competição.

Por fim, a FERJ também ressaltou que o artigo 19, §1º do Regulamento Especifico do Campeonato Estadual da Série C, aprovado pelos clubes em reunião de Conselho Arbitral, é claro ao indicar que associação que não mantiver em situação no curso do campeonato poderá ser suspensa da competição até a regularização da pendencia.

Com isso, os adversários e os árbitros estão dispensados do comparecimento aos próximos jogos programados para a equipe, até que o clube regularize sua pendência junto à FERJ. A entidade afirmou que a regularização da pendência não autorizará a realização da partida programada originariamente para o dia 05/08/2021 (EC Atlético Carioca X União Central FC – 14ª Rodada do Turno) em razão da necessidade de tempo hábil para sua operacionalização.

A FERJ destacou que caso a suspensão perdure por mais de duas rodadas consecutivas o clube será eliminado da competição.

O União Central reabriu as portas do Leônidas da Silva em uma competição oficial após quase sete anos sem jogos na Teixeira de Castro. O clube tinha acordo de aluguel do estádio para realizar as partidas como mandante na Série C. Foram quatro confrontos e ainda tinha mais uma agendada na última rodada. Santa Cruz e Paduano também têm atuado na casa do Bonsucesso. 

O União Central é o 10º colocado com 16 pontos. 

22/06/2021

DOSSIÊ BONSUCESSO


Por: Globoesporte.com

O Estádio Leônidas da Silva, charmoso palco futebolístico do subúrbio do Rio de Janeiro inaugurado em 1947, já não pertence por inteiro ao Bonsucesso Futebol Clube. Chega a ser curioso, mas imagine que o time que vá jogar lá tenha um lateral que adora ir à linha de fundo ou um atacante que joga espetado pelas pontas. Pois bem, eles correm o risco de entrar e sair do terreno do qual o clube é proprietário diversas vezes durante a mesma partida. É que o Bonsucesso perdeu em leilão um pedaço equivalente a 23 m² do seu maior patrimônio: o campo de futebol.

A área (que agrega também o ginásio, os vestiários do estádio e seis lojas) foi arrematada em setembro de 2013 por uma empresa do ramo imobiliário, mas só no mês passado o clube chegou a um acordo com a 3 Relup Empreendimentos Ltda para desapropriação do espaço. Levou esse tempo todo principalmente porque foi preciso negociar um a um com os comerciantes que tinham contrato de aluguel com o Bonsucesso - ainda há ordens de despejo tramitando na Justiça.

Em outras palavras, embora seja dona legítima do terreno há aproximadamente oito anos, a empresa de fato só tomou posse agora em maio.

O leilão ocorreu graças a uma dívida de R$ 161.382,89 que o clube tinha com o INSS, e o espaço foi arrematado pelo lance único de R$ 1,8 milhão. Na ocasião, o Bonsucesso interpelou na tentativa de desfazer o negócio, alegou que desenvolve projetos sociais no espaço e citou a Lei Municipal nº 3.372/02 de 2002, que proíbe edificações em diversos campos de futebol da cidade do Rio de Janeiro. Mas teve os recursos negados.

"Por mim, eu iria até o Superior Tribunal de Justiça", garantiu ao ge o ex-presidente Zeca Simões, que foi acusado de improbidade administrativa e acabou sendo afastado do clube em 2017. Embora negue tais acusações, ele conta que se sentiu desgostoso após o episódio, não recorreu da decisão e acabou se distanciando do dia a dia da agremiação.

Mas, afinal, por que só aquele pedaço do gramado foi a leilão? Qual é o interesse de uma empresa do ramo imobiliário num terreno que avança sobre um campo de futebol? O Bonsucesso corre efetivamente o risco de perder essa área?

- Não vai haver nenhuma mudança no campo - garante Fernanda Costa Pagani, advogada da 3 Relup Empreendimentos e responsável pela condução do acordo com o clube.

Ela conta que sua cliente vislumbra apenas a parte do terreno que corresponde às lojas, ao ginásio e aos vestiários.

- O imóvel não pode ser arrematado pela metade. Todo e qualquer imóvel tem uma matrícula junto ao registro de imóveis com a descrição determinada da unidade. A Relup foi lá e arrematou, mas o interesse é nas lojas, que dão numa rua com bastante movimento (Avenida Teixeira de Castro) - explica ela, acrescentando que, embora não exista essa intenção no momento, a empresa pode passar a cobrar do clube uma taxa pela ocupação do pedaço do campo quando bem entender.

Em outubro de 2018, após a saída de Zeca Simões e com o clube já sob comando do presidente Ary Amâncio e de seu vice Nilton Bittar, a 3 Relup Empreendimentos notificou o Bonsucesso extrajudicialmente para que desapropriasse a área arrematada, mas a diretoria não respondeu. A empresa, então, entrou com ação em agosto de 2020 para garantir seu direito na Justiça. Com exceção do acordo firmado no mês passado em que aceitou deixar o terreno, desde que sejam construídos em contrapartida um vestiário de arbitragem, dois de visitantes e um banheiro público em outro pedaço do estádio, o Bonsucesso preferiu não se pronunciar no processo.

Três sócios do clube acusam a atual gestão, em processo ajuizado em outubro de 2020 (ou seja, antes mesmo da existência do tal acordo), de entregar o terreno de mão beijada.

"Sem qualquer defesa, os sócios e o próprio clube perderam parte gigantesca de seu patrimônio", afirmam eles na peça inicial.

Ary Amâncio, em novembro de 2019, precisou se afastar da presidência em função de consequências graves da diabetes (ele teve uma das pernas amputadas), de modo que Nilton Bittar assumiu como presidente desde então. Bittar foi procurado pelo ge para comentar sobre todas as informações contidas nesta reportagem, mas não respondeu. Nos autos do processo, ele informou que nada poderia fazer se o imóvel foi arrematado em 2013 e alegou que qualquer tentativa de responsabilizá-lo "chega ao ridículo".

Cláudio Francisco Menezes Filho, George Joaquim Ferreira Machado (ambos sócios-beneméritos do clube) e Ronaldo do Nascimento (associado há mais de 30 anos) acionaram recentemente o deputado federal Otávio Leite (PSDB), autor da lei de 2002 que proíbe construções em campos de futebol do Rio. Ao ge, ele afirmou que vai tomar "todas as providências cabíveis" para proteger o Estádio Leônidas da Silva.

- Fui procurado por sócios indignados com essa realidade e já abri um canal junto ao Ministério Público, minha ideia é levar ao MP essa possibilidade de invasão e usurpação do campo. Há nesse caso um nítido indicativo de desídia, de deixar rolar (por parte do Bonsucesso). É no mínimo uma desatenção inaceitável - destaca o deputado, antes de completar:

- O meu foco é essa questão do campo. Só que, pelo que me foi passado, mexendo com o campo a gente abre um fio de novelo...

CASO DE POLÍCIA

Com o afastamento de Zeca Simões da presidência do Bonsucesso em 2017, a Justiça determinou um novo pleito para o dia 3 de setembro daquele ano com vitória da chapa única que tinha Ary Amâncio Pereira como presidente e Nilton Ricardo Bittar como vice.

No dia seguinte, 4 de setembro de 2017, uma das primeiras ações da nova diretoria foi firmar um acordo de fim de litígio com a empresa L&S Assessoria e Empreendimentos, a quem o clube havia confiado sua gestão num movimento comum em times pequenos que terceirizam seu departamento de futebol. A L&S cobrava indenização por danos morais, multas, entre outras demandas. No acordo, além de aceitar renovar o contrato com a empresa por mais três anos, o Bonsucesso assinou uma confissão de dívida de R$ 2,5 milhões.


O sócio-proprietário da L&S Assessoria e Empreendimentos é Marcelo Salgado, ex-presidente da Superintendência de Desportos do Estado do Rio (Suderj). No ano passado, a Procuradoria do Estado pediu sua condenação por improbidade administrativa pelos tempos em que dirigiu a Suderj: Salgado é acusado de fraude de documentos e desvio de mais de R$ 2 milhões dos cofres públicos. Ele comandou o futebol do Bonsucesso nos últimos seis anos (de 2014 a 2020).

Na ação que corre na 10ª Vara Cível da Comarca da Capital, os sócios alegam que a confissão de dívida feita pelo clube é irregular e criminosa. Segundo eles, principalmente por dois motivos: 1) ela se deu no dia seguinte (segunda-feira) à eleição que ocorreu no domingo, logo a ata do pleito ainda não havia sido registrada em cartório; 2) a decisão de assumir uma dívida de R$ 2,5 milhões deveria ter sido discutida pelo Conselho Deliberativo, o que não ocorreu.

Nilton Bittar respondeu à acusação (para ele, o "absurdo campeão") dentro do próprio processo e definiu o acordo como "uma negociação espetacular": "(No litígio) a empresa não só buscava o ressarcimento dos valores que foram inadimplidos pela gestão anterior, como também de uma multa no importe de R$ 5 milhões. [...] (Foi um) ato de extrema competência da gestão atual".

Outro ponto discutido pelos sócios, sendo esse o principal objeto da ação judicial, diz respeito ao tempo do mandato de Bittar. O artigo 69 do Estatuto do Bonsucesso diz que as eleições presidenciais devem ocorrer de três em três anos, e o desembargador Mário Guimarães Neto reforçou esse prazo quando, após a saída de Zeca Simões, decidiu marcar um novo pleito para 3 de setembro de 2017: "[...] devolvendo-se o período integral de 3 (três anos) para o exercício do novo mandato". Mas as eleições que deveriam acontecer em setembro de 2020 foram realizadas no dia 12 de dezembro.

Portanto, houve um vácuo de aproximadamente três meses no poder. Bittar foi reeleito em chapa única num pleito em que a oposição alega ter sido impedida de se candidatar. A ata do processo foi registrada no cartório central do Rio, o RCPC-RJ, apenas no dia 20 de abril deste ano. Advogado que representa os sócios, Marcelo Santiago acredita que o processo eleitoral foi estapafúrdio do início ao fim.

- Houve irregularidade logo na confecção do edital. Esse edital foi publicado sem qualquer prazo para apresentação das chapas e sem estipular uma comissão eleitoral para apreciar se a chapa está apta ou não, por exemplo. Sem cumprir essas exigências estatutárias, eles remarcaram por eles mesmos essas eleições, jogando lá para dezembro, descuprindo a ordem judicial - explica.

"Se você for ler a ata e ler as exigências do cartório, a gente comprova que eles não cumpriram essas exigências. E, mesmo assim, de forma estranha, a ata foi registrada", acrescenta.

Nesse tempo em que o Bonsucesso na prática ficou sem presidente, o clube teria fraudado as informações do mandato no BID da CBF para poder registrar jogadores e disputar a Série B1 do Carioca do ano passado, conforme publicou o jornal O Globo dois meses atrás. Os sócios acreditam que a diretoria acessou a Gestão Web, que é o sistema interno da CBF para qual cada agremiação do país tem seu acesso, e mudou a data do fim do mandato de Amâncio/Bittar de 2 de setembro para 31 de dezembro de 2020.

Pela denúncia dessa fraude, o Bonsucesso está sendo investigado em inquéritos abertos nas Delegacias de Defraudações e de Repressão aos Crimes de Informática do Rio. Além disso, o clube também foi denunciado à Comissão de Ética da CBF. O ge procurou a entidade para comentar o caso, mas não houve resposta até o fechamento desta reportagem. O Estatuto da CBF diz que os clubes são responsáveis por toda e qualquer informação lançada na Gestão Web.



EXAMES FALSOS DE COVID

Além da suposta fraude no BID, o Bonsucesso ainda é alvo de um segundo inquérito na Delegacia de Defraudações do Rio, que apura se o clube falsificou resultados de exames de coronavírus durante a disputa da Série B1 do Carioca do ano passado.

Mais uma vez, a denúncia partiu dos próprios sócios do clube, que desconfiaram da assinatura do dr. Antônio Carlos Naine nos exames apresentados à federação mesmo após o desligamento do médico. Ele deixou o Bonsucesso no dia 4 de outubro. Depois disso, a equipe disputou 11 jogos (todos com assinatura do médico nos testes PCR):


Goytacaz 2 x 1 Bonsucesso
Angra dos Reis 2 x 1 Bonsucesso
Nova Cidade 1 x 1 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 1 Serra Macaense
Audax 2 x 1 Bonsucesso
Bonsucesso 1 x 4 Olaria
Duque de Caxias 5 x 0 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 0 Rio São Paulo
Maricá 2 x 0 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 2 Gonçalense
Serrano 4 x 1 Bonsucesso

Em depoimento à polícia em fevereiro, Antônio Carlos Naine explicou que era o responsável por monitorar e coordenar os exames RT-PCR feitos pelo Bonsucesso até a quinta rodada da competição e disse que desconhece qualquer exame com sua assinatura após esse período. Perguntado se reconhecia um exame apresentado pelo clube no dia 17 de outubro (13 dias após sua saída), ele "respondeu que NÃO, ressaltando que, além de parecer uma xerox, a sua assinatura é diferente do documento apresentado".

O médico na ocasião foi procurado pelo ge, mas não quis se pronunciar.

Um dos pontos investigados pela polícia é a apresentação de um atestado clínico e epidemiológico escrito à mão e assinado pelo supervisor técnico do clube (e não pelo médico). O documento foi apresentado na partida contra o Angra dos Reis, no dia 17 de outubro - após a data em que o médico diz ter deixado o clube, portanto.

O Protocolo Jogo Seguro elaborado pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), além da obrigatoriedade de exames de coronavírus na véspera de cada partida, obriga os clubes a entregarem ao delegado do jogo até 90 minutos antes de rolar a bola a relação com nomes de atletas e membros da delegação declarando que todos foram submetidos a testes e estão aptos para participar daquela partida. Sempre assinada pelo médico do clube, essa relação é anexada à súmula do confronto.

Na derrota por 2 a 1 para o Angra, consta na súmula um atestado escrito à mão e assinado por Raphael Silva de Sena, que se identifica como supervisor técnico do Bonsucesso. No documento, ele garante que os jogadores foram "avaliados clínica e epidemiologicamente, não apresentando manifestação ou dados indicativos da doença ou contagiosidade".



A Ferj diz que não vê problemas num documento escrito à mão e assinado por um dirigente, contanto que os resultados dos exames tenham sido enviados previamente por e-mail. À polícia, o presidente Nilton Bittar disse desconhecer qualquer fraude e alegou que o departamento de futebol estava cedido desde o dia 14 de outubro à empresa Alvo Certo Roupas e Eventos LTDA.

A reportagem procurou José Agnaldo de Sena e seu filho, Lorran Leandro Sousa de Sena, que são sócios-proprietários da empresa e responsáveis pela gestão do clube, mas eles não retornaram às tentativas de contato. Em depoimento na delegacia, José Agnaldo afirmou que o médico está mentindo.

Esse fato novo foi incluído nos autos do processo. Com base noo que foi apresentado desde o ajuizamento da ação, os sócios pedem para que haja uma intervenção da Justiça por gestão temerária e aguardam uma decisão do juiz Ricardo Cyfer, que é o titular do caso.

Enquanto isso, o Bonsucesso se candidata para sediar eventos que vão de encontro às normas de saúde pública impostas no município do Rio de Janeiro, como o da peça de divulgação abaixo, que anunciava uma festa para o Dia dos Namorados com presença de DJs e artistas. O ge comunicou ao Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (Ivisa-Rio) e à Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização (CLF) sobre o evento, e ambos imediatamente informaram que o clube seria inspecionado e notificado. A conclusão foi de que "o alvará do local não permite eventos com venda de ingressos" e que "o descumprimento desta norma acarretará multa gravíssima".

Pouco depois da denúncia do ge, a organização informou o adiamento do evento para uma data ainda indefinida.




O ESTRANHO CASO DO GOLEIRO

Os sócios autores da ação e algumas pessoas com quem o ge conversou viram com estranheza a campanha que culminou no rebaixamento do Bonsucesso à Série B2, o equivalente à quarta divisão do futebol do Rio de Janeiro. O principal motivo da suspeição foi a contratação de um goleiro que não atuava profissionalmente havia 12 anos.

João Paulo Sotero Fernandes, 32 anos, foi contratado no dia 21 de outubro, como consta no seu passaporte de atleta na imagem abaixo. O documento também aponta que, antes do Bonsucesso, o último (e único) clube pelo qual atuou como profissional havia sido o Pimentense, de Rondônia, do qual se desligou em junho de 2008.



Apesar do longo período de inatividade, João Paulo assumiu a titularidade logo que chegou e estreou no dia 28 de outubro, no empate por 1 a 1 com o Nova Cidade. Em seguida, atuou os 90 minutos de seis partidas consecutivas - uma delas foi a derrota por 5 a 0 para o Duque, cujos gols estão no vídeo abaixo.

Tentamos contato com João Paulo, mas ele não respondeu.

A campanha da equipe por si só foi toda conturbada. Ainda no primeiro turno da competição, os jogadores se recusaram a ir a campo alegando atrasos salariais, e a equipe perdeu por W.O. para o Artsul. Após esse episódio, diversos atletas, incluindo a comissão técnica encabeçada pelo treinador Ney Barreto, foram mandados embora, e outros tantos foram contratados às pressas - o goleiro João Paulo estava nessa leva.

O Bonsucesso volta a campo em setembro para a disputa da Série B2.

10/06/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #08

Estádio do Bonsucesso sempre foi considerado palco complicado para adversários
Reprodução: A Noite


Por: Paulo Jorge

O 'ALÇAPÃO' DA TEIXEIRA DE CASTRO

Não é de hoje que o estádio na Teixeira de Castro é considerado por muitos um dos locais mais ‘hostis’ para se jogar. Acanhado e com um alambrado à beira do gramado, nenhum adversário encontrou moleza.

Os jornais do último século retratavam isso muito bem. Em 1948, às vésperas do duelo com o Vasco, a imprensa traduzia o que vinha pela frente para aquele esquadrão cruzmaltino, o 1º campeão sul-americano invicto da história.

Pelo Carioca, a partida ganhou destaque e era aguardada a forma como o Vasco de Barbosa e Cia. iria se comportar fora de casa. Até porque, o time suburbano sempre teve um histórico de “engrossar o caldo” para cima do Gigante da Colina.

Após o duelo pelo Torneio Início ter sido difícil para o Vasco, que durante a campanha do título, vencera o Bonsuça apenas por 1 a 0, o novo encontro prometia fortes emoções.

O Leão da Leopoldina até saiu na frente com Zé Luís aos 24 minutos do primeiro tempo, mas o Vasco voltou melhor na segunda etapa e com dois gols de Maneca, virou o placar. 2 a 1.

Campeonato Carioca 1948 - PRIMEIRO TURNO

BONSUCESSO 1 x 2 VASCO DA GAMA

Local: Teixeira de Castro
Data: 11/07/1948
Juiz: Cyril John Barrick
Renda: Cr$ 86.845,00
Gols: Zé Luiz 24/1ºT (BON), Maneca 3/2ºT (VAS) e Maneca 24/2ºT (VAS)

Vasco: Barbosa, Laerte e Wilson; Eli, Danilo e Aedo; Djalma, Maneca, Friaça, Ismael e Chico.

Bonsucesso: Alvarez, Nanati e Miguel; Vítor, Agostinho e Gato; Zé Luiz, Enguiça, João Pinto, Cola e Tampinha.



Fonte: A Noite e Blog do Marcão