Por: Paulo Jorge
RIO SÃO PAULO
Não foi apenas o ato de assinar uma ata do profissionalismo que faz o Bonsucesso um clube muito importante e tradicional, mas a participação direta do time na formação do profissionalismo do nosso futebol.
Na ocasião do amistoso, os jornais apontavam que aquele seria o primeiro duelo internacional do Vasco. No dia 2 de janeiro, o boa equipe do Bonsucesso reforçada pelos uruguaios empatou com o Gigante da Colina por 1 a 1.
Por: Paulo Jorge
PORTAS ABERTAS
O Bonsucesso é corrente,
O Bonsucesso é rotineiro,
O Bonsucesso é normal,
O Bonsucesso é tradicional.
Para quem desconhece a história ou simplesmente a renega, é importante mostrar aos olhos atuais, que o futebol profissional carioca nasce com o apoio de seis clube, um dele foi o Bonsucesso que em 1933, esteve na reunião que fundou a era do profissionalismo.
E esse time de história ímpar, time de Leônidas, que jogando pelo Bonsucesso, conquistou o primeiro título internacional da Seleção em 1932, time que ajudou no desenvolvimento do bairro de mesmo nome, certa vez ousou e chamou gigantes para sua festa.
Em 1953, o Leão da Leopoldina estava inaugurando melhorias no seu estádio de Teixeira de Castro e como inaugurar as novas instalações? Chamando um coirmão e um time paulista.
O Vasco sempre teve uma boa relação com o Bonsucesso e foi o escolhido para jogar contra o Santos. Nessa partida de reinauguração, as equipes usaram um time misto. Seria a disputa do quarto colocado de São Paulo contra o atual campeão carioca.
E o jogo foi bastante animado. Quem compareceu à Teixeira de Castro no dia 23 de setembro de 1953 viu uma partida de nove gols, meus amigos! O Vasco venceu por 6 a 3. Os gols foram marcados por: Pinga e Dejayr, duas vezes cada, Ademir e Alvinho para o Vasco. Valter e Álvaro, duas vezes, descontaram para o Peixe.
Fonte: Almanaque do Vasco e Diário de Notícias Edição 476 (1953)
O Bonsucesso anunciou mais dois reforços na manhã desta quinta-feira. O zagueiro Pablo Soares e o atacante Daniel Pessoa chegam para a disputa da Série B2 do Carioca, que começa no próximo dia 17, contra o São Cristóvão, na Teixeira de Castro, às 14h45.
Pablo Soares foi emprestado pelo Itaboraí Profute após disputar a Série C. Aos 21 anos, ele começou a carreira na base do São Raimundo-RR e teve passagem também pelo Volta Redonda e Santarritense. Nos profissionais esse ano, pela equipe metropolitana do Rio, o defensor disputou oito jogos, sendo titular em todos. Ele venceu cinco partidas e perdeu três.
Já Daniel Pessoa foi formado no Vasco. Aos 28 anos, o jogador defendeu clubes como Marília, Santa Rita, Artsul, Amazonas, Juventus-RJ, Nova Venecia, Rio São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda teve uma experiência no futebol português ao jogar pelo Vasco da Gama Vidigueira. Em 2023, o atacante disputou a Série A2 pelo America, após uma indicação do técnico Alfredo Sampaio.
Daniel é natural do Amazonas, chegou a São Januário aos 14 anos, foi artilheiro nas divisões de base e surgiu na geração de outros ex-jogadores do clube como o lateral-esquerdo Henrique Silva (atualmente no Lyon), o zagueiro Marlon Santos, o meia Guilherme Costa e o atacante Kenedy. O centroavante era considerado um dos melhores da categoria, barrou o ex-jogador Thalles, mas conviveu com lesões que impediram ter sequência na Colina Histórica.
Em 2014, no Vasco, Daniel Pessoa chegou a ser integrado ao time profissional com Adilson Batista, relacionado até para o jogo contra o Resende, pela Copa do Brasil, na sua terra natal, mas jamais teve chances na equipe cruzmaltina.
O Bonsucesso anunciou seu novo técnico para a Série B2 do Campeonato Carioca. O experiente Cleimar Rocha, de 64 anos, comandará a equipe pela primeira vez e vai estrear nesta divisão de acesso. Seu último trabalho foi como auxiliar do Boavista no ano passado.
Como técnico, Cleimar esteve pela última vez à beira do gramado pelo Goytacaz em 2020. Ele assumiu o time no returno, na Taça Corcovado, mas terminou em 4º lugar no Grupo B, com 13 pontos, fora da zona de classificação para as semifinais. Foram nove jogos com três vitórias, quatro empates e duas derrotas. 12 gols marcados pelo time e 10 sofridos.
Cleimar Rocha é um velho conhecido do futebol carioca e já passou por outras equipes tradicionais como Friburguense, Olaria, Cabofriense, Bangu, Barra da Tijuca, Artsul e Madureira.
No rival Olaria, Cleimar Rocha chegou às semifinais da Taça Rio, contra o Vasco, em 2011. No primeiro jogo, empate em 2 a 2, no Moacyrzão, gols de Felipe e Waldir (Olaria). Romulo e Bernardo marcaram para o Vasco. Na partida da volta, no Engenhão, Eder Luis garantiu a classificação ao Gigante da Colina (1 a 0).
O Bonsucesso deve mesclar a formação do elenco com jogadores que estão se destacando na campanha do time no Carioca Sub-20 - com chances de classificação ao mata-mata - e reforços pontuais oriundos da Série C. O clube entra com o objetivo de voltar à 3ª Divisão em 2024.
A Série B2 começa em setembro. A FERJ ainda marcará o arbitral para definir a competição. Confira abaixo o jogo entre Olaria x Vasco, no Estadual de 2011.
Por: Paulo Jorge
UMA NOVA PRAÇA DE ESPORTES - 1929
O Bonsucesso expandia muito e em pouco tempo. Antes dessa nova praça de esportes (foto) na Estrada do Norte (Teixeira de Castro), o time teve campos na Avenida dos Democráticos e na Rua Uranos. E para marcar a inauguração das novas instalações, nada como jogar com uma potência da época e o escolhido foi o Vasco da Gama. A diretoria do time suburbano inclusive presenteou a equipe cruzmaltina com placas comemorativas.
Esse jogo seria o primeiro das duas partidas contra times na elite do Carioca, o que mostrava a importância do duelo. E esse evento precisava de uma preparação especial. A diretoria do Bonsucesso solicitou à empresa Light, uma maior quantidade de bondes da Lapa e Praça da República além de trens extras na Leopoldina Railway. A entrada do público em geral e da imprensa ocorreu pelo portão 1, na Estrada do Norte e os associados pelos portões da Rua Júlio Ribeiro.
Os ingressos estavam sendo vendidos em frente à Estação, na Loja “O Café”. Cadeiras de pista custaram 10$ e arquibancadas, 4$. O Bonsucesso também bancou um banquete no restaurante da empresa Romero & Braga aos convidados. Além das placas, foram confeccionadas duas taças para os times.
Fonte: O Paiz (28 de abril) / Biblioteca Nacional
A passagem pela Teixeira de Castro durou muito pouco, mas o suficiente para escrever parte de sua história já que deixava a Leopoldina para ser a solução ofensiva em São Januário. O período foi curto lá devido uma discussão com o técnico Ely do Amparo, encerrando sua trajetória no cruzmaltino. Além de ter iniciado a carreira no Goytacaz, Cabrita também vestiu as camisas do Guarani, Jabaquara, Portuguesa Santista, Noroeste, Ferroviária e São Bento.
Antes da saída para o Vasco, Cabrita marcou seu nome pelo Bonsucesso no duelo com o próprio adversário e futuro time. Em 25 de outubro de 1958, no empate em 3 a 3, o Bonsuça saiu atrás no placar sofrendo logo três gols, mas a reação surgiu dos pés do garoto que aos 24 minutos do segundo tempo descontou. O gol era o fôlego necessário para buscar a igualdade no marcador com o gol contra de Écio e Iedo aos 43 minutos da etapa complementar.
Ficha Técnica: Vasco 3 x 3 Bonsucesso
Às vezes os deuses do futebol
surpreendem os “semideuses” afim de lembrar que um "pequeno mortal" pode ferir
um "gigante imortal". E tais milagres já ocorreram no estádio da Teixeira de Castro e também longe de casa.
No ano de 1967, em uma tarde de sol no subúrbio carioca, poucos se atreveram a pegar o trem ou algum ônibus para assistir o 'Golias contra o Davi'. Diante de pouco mais de 5 mil pessoas, o Vasco da Gama pisava no campo sagrado do Leônidas da Silva para enfrentar o Bonsucesso. No Campeonato Carioca daquele ano, os dois times realizaram campanhas discretas.
Na primeira fase, o Vasco ficou em sexto lugar, com 11 pontos, empatado com o Campo Grande e America. O Bonsuça ficou em 9º, com 10, fora da próxima fase. De qualquer jeito, aquele campeonato marcaria de uma forma
maravilhosa a trajetória do Cesso com dois resultados expressivos.
Antes de enfrentar o Vasco, o rubro-anil suburbano
encarou o Flamengo, na Gávea e ganhou o jogo
por 2 a 1, em um confronto bastante disputado e inesquecível para o Leão da Leopoldina. Confira a ficha do jogo:
Flamengo 1-2 Bonsucesso
Local: Gávea – Rio
de Janeiro (GB)
Árbitro: José Mário
Vinhas
Gols: Enos 1’ e 2’,
João Daniel
Flamengo: Marco
Aurélio, Murilo, Ditão, Jaime Valente e Paulo Henrique; Nelsinho e Reyes; João
Daniel, Ademar, Luís Carlos e Arilson.
Bonsucesso: Jonas,
Luis Carlos, Paulo Lumumba, Moisés e Albérico; Amaro e Ivo; Gilbert, Gibira,
Enos e Valdir.
Técnico: Antoninho
Bonsucesso 2-1
Vasco
Local: Teixeira de
Castro – Rio de Janeiro (GB)
Renda: Ncr$
12.634,00
Público: 5.691
Árbitro: Gulater
Portela Filho
Gols: Enos 3’,
Gibira, Álvaro (p) 65’
Expulsões: Jair
Marinho e Averaldo foram expulsos por troca de pontapés, aos 44’
Bonsucesso: Jonas,
Luis Carlos, Paulo Lumumba, Moisés e Albérico; Amaro e Ivo; Gilbert, Gibira,
Enos e Valdir.
Técnico: Antoninho
Vasco: Pedro Paulo,
Jair Marinho, Alvaro, Sérgio e Oldair; Paulo Dias e Danilo Menezes; Luisinho,
Adilson, Nei e Averaldo.
Técnico: Ademir de Menezes
O ano de 1981 foi especial já que o Bonsucesso foi campeão da 2ª Divisão do Campeonato Carioca, tendo como seu vice a Portuguesa da Ilha do Governador. Foi um campeonato difícil com adversários como São Cristóvão, Friburguense, Goytacaz, Portuguesa e Atlética Niterói. Sem dúvida uma competição complicada.
Outro ponto de 'felicidade' nessa temporada foi o rebaixamento do arquirrival Olaria, que estava na Primeira Divisão. O clube fez um péssimo campeonato na Taça Guanabara, terminando em 11º. Já na Taça Rio, eles terminaram em 10º. No 3º turno, o Olaria foi o último. Ou seja, juntando os três turnos, o time foi vice-lanterna à frente apenas do Serrano.
E para completar o ano maravilhoso, em um amistoso contra o Vasco, na Teixeira de Castro, o Gigante da Colina agraciou os jogadores do Bonsuça, entregando-lhes as faixas de campeão. Mesmo diante do poderoso adversário, o Cesso arrancou um empate em 1 a 1, com gols de Ticão para o Vasco e Jorge para o Bonsucesso.
Fonte: Jornal O Fluminense/1981 (Biblioteca Nacional)
Você sabia que o novo reforço do Vasco passou pelo Bonsucesso? O zagueiro Jadson, de 29 anos, atuou pelo clube em 2015, antes da transferência para o Portimonense, de Portugal. Após cinco anos na Europa, o novo 'xerife' do sistema defensivo cruzmaltino retorna ao Brasil.