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12/12/2025

GE DETALHA VÍCIOS E FIM DA VIDA DE VALDIRAM, EX-VASCO E BONSUCESSO


Valdiram foi do protagonismo ao ostracismo no futebol e na vida
Foto: Carlos Júnior/FutRio

Fonte: GE.globo

O confronto entre Vasco e Fluminense que começa a ser disputado nesta quinta-feira, valendo uma vaga na final da Copa do Brasil, é uma reedição da semifinal de 2006. Naquele ano, um atacante analfabeto do interior de Pernambuco, bom jogador e problemático na mesma medida, decidiu a classificação para o clube de São Januário. Valdiram vivia o auge de uma carreira que seria devastada não muito mais tarde por causa das drogas.

Ele foi o artilheiro da Copa do Brasil, com sete gols — com direito a hat-trick na goleada por 5 a 1 sobre o Iraty, na segunda fase. Renato Gaúcho o escalou como titular na primeira partida da final contra o Flamengo, mas Valdiram não foi sequer relacionado para o jogo da volta porque apareceu embriagado no treino da véspera. O atacante confessou para a família no dia seguinte à decisão vencida pelo Fla que chegou para treinar ainda com um copo de cerveja na mão.

— Nossa, o que eu fiz para aquele rapaz, o que eu ajudei ele... — Renato Gaúcho contou em entrevista ao "Abre Aspas" do ge no ano passado.

— O que ele aprontava... Coisa pesada, então a gente segurava. O Eurico Miranda também foi um pai para ele. A gente segurava, segurava, escondia, segurava, escondia. Cara, para, para, para. Estava dentro dele que ele tinha que aprontar uma todo dia. Não foi fácil segurar o rapaz — completou.

Valdiram teve o contrato com o Vasco rescindido em 2007 e, depois disso, não conseguiu mais parar em um clube. Foram tentativas atrás de tentativas frustradas de se reerguer. O atacante desaparecia e voltava dias depois. Faltava aos treinos ao mesmo tempo em que era frequentador assíduo de bordéis e prostíbulos. Ele perdeu tudo o que tinha dessa forma, foi morar na rua, recebeu ajuda, mas nunca se livrou por completo do vício em cocaína e crack.

A dependência química, primeiro, abreviou a carreira como jogador de futebol. Em seguida, colocou um ponto final trágico na vida de Valdiram. No dia 20 de abril de 2019, ele foi encontrado morto numa calçada da rua Santa Eulália, em Santana, na Zona Norte da cidade de São Paulo. Ele estava nu, com exceção de uma camiseta preta em volta da cintura, e seu corpo tinha sinais de espancamento.

Nove meses antes, Letícia Morais recebeu um vídeo no seu celular. O pai havia acabado de ter alta da clínica de reabilitação Jorge Jaber, no Rio de Janeiro, e gravou um recado a pedido de Jaider Moreira, seu empresário e amigo. Eles estavam no campo do Olaria, o último clube a abrir as portas para que o atacante ex-Vasco tentasse se recuperar.

— Valdiram?

— Oi?

— Um abraço para a Letícia aqui.

— Tu quer que eu mande uma mensagem ou não?

— Só fala "minha filha, está tudo bem". Fala aí para ela. Como é que você está se sentindo aqui no Olaria?

— Bem, graças a Deus. Um abraço, filha Letícia. Ao meu filho Valdiram Junior. Que Deus abençoe, que Deus continue guardando vocês, em nome de Jesus. Eu estou bem, saí de alta da clínica no sábado e estou aqui na equipe do Olaria. O Jaider, minha filha, que me trouxe para cá. Estou morando aqui na concentração, estou bem, fica tranquila. Quando eu estiver bem vou trazer vocês para morar comigo e nós vamos viver juntos novamente, tá bom? É só ter paciência, aguarde um pouco e deixa Deus trabalhar, tá bom, minha filha? Fica com Deus, um abraço.

O ge encontrou Letícia, que hoje tem 22 anos e vive em Petrolândia, município no sertão pernambucano que fica a 410 quilômetros de distância da capital Recife e a 292 quilômetros de Canhotinho, cidade-natal dos seus pais. A filha mais velha de Valdiram, a quem se refere como "melhor pai do mundo", permitiu a publicação do vídeo e também cedeu diversas imagens que foram usadas ao longo da reportagem.

— Hoje em dia eu sinto muita falta dele. Jamais imaginaria que isso iria acontecer tão cedo, sabe? Se eu pudesse voltar no tempo e impedir esse acontecimento, eu faria o possível para mudar isso. Eu amo muito ele, e isso nunca, jamais, vai mudar — garantiu em conversa com o ge.

"Ele vai ser sempre o melhor pai do mundo para mim", concluiu.

A polícia de São Paulo, por meio de um inquérito conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em junho 2019, indiciou quatro pessoas por envolvimento no assassinato de Valdiram, todas em situação de rua. O ex-jogador do Vasco tinha escoriações por todo corpo, com lesões concentradas na cabeça e na região dorsal. A causa da morte foi traumatismo crâniencefálico.

Os exames toxicológicos acusaram positivo para álcool etílico e para as substâncias benzoilecgonina, ecgonina e éster metil ecgonina, produtos da biotransformação da cocaína.

À polícia, dois dos quatro acusados contaram que presenciaram Valdiram abusando sexualmente de uma criança de três anos, num conjunto de barracas onde ele e outros moradores de rua viviam, sob o viaduto da Avenida Cruzeiro do Sul. Eles confirmaram que houve espancamento, mas disseram que tiraram o ex-jogador de perto para evitar um linchamento e o deixaram, consciente e com vida, na calçada da Santa Eulália.

Em seguida, se dirigiram de volta para as barracas e viram os outros dois acusados caminhando na direção de Valdiram com pedaços de pau nas mãos.

Presos preventivamente desde o indiciamento, os acusados foram levados a júri popular em fevereiro de 2022. O júri decidiu, por maioria de votos, pela absolvição de três deles. O quarto, que confessou ter sido o autor dos golpes fatais, foi condenado a 12 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. Andrei Heberton da Costa Oliveira, de 49 anos, encontra-se na Penitenciária de Andradina — em maio deste ano, ele teve concedido o direito à progressão de pena e passou para o regime semiaberto.

Familiares e pessoas que foram próximas de Valdiram ouvidas pelo ge contestam a hipótese de que o ex-jogador teria abusado de uma criança. Eles disseram que Valdiram tinha dificuldade de se controlar perto de mulheres, em especial sob efeito de entorpecentes; que ele apresentava traços de sociopatia e não demonstrava sentimento de culpa; mas que nunca, em hipótese alguma, enxergaram indícios de pedofilia.

Por e-mail, a assessoria da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou apenas que os acusados "alegaram ter cometido o crime em razão de uma suposta violência sexual praticada pela vítima contra a filha de três anos de um deles". O ge questionou se foram realizados exames na criança e se as investigações confirmaram a prática do abuso sexual, mas não houve resposta.

"Pai, quero jogar bola"

Valdiram Caetano de Morais é filho de um dos pedreiros mais conhecidos de Canhotinho, no interior de Pernambuco. Mas se deu conta cedo de que não levava jeito para obras. Quando o filho completou 12 anos, Seu Valte começou a tentar levá-lo para o serviço, mas o pequeno Valdiram só queria saber de jogar futebol.

— Ele já nasceu com dom de futebol de Deus. Eu botava ele para trabalhar, mas eu via que o dom dele não era para trabalhar. Quando dava 14h, 15h da tarde, ele dizia "pai, vou embora para o treino, quero jogar bola". O negócio dele era só bola — contou Valte, com a ajuda de um dos filhos, o Wagner, para atender o ge por telefone.

A mãe de Valdiram e de suas três irmãs morreu vítima de um tumor cerebral quando ele era novo. O pai assumiu outro relacionamento e teve mais duas filhas e um filho, o que dá um total de seis irmãos. Família grande e humilde. Mas a comida nunca faltou, com exceção de um período em que Valte teve dificuldades para encontrar serviço em Canhotinho.

Wagner se lembra de sair com Valdiram pelas ruas atrás de pés de manga e de jaca para poderem se alimentar: "Nós passamos por tudo isso juntos, mas depois as portas voltaram a se abrir".

Valdiram passou numa peneira do CRB quando tinha 14 anos e foi viver sozinho em Maceió. Na época, o pai fazia o possível para dar o suporte nos primeiros passos da carreira do filho enquanto lutava para sustentar o restante da família. Menos de dois anos depois, ele assinou seu primeiro contrato profissional e passou a receber um salário.

"Ele ajudou a família todinha. Mesmo com o pouco que estava ganhando naquele tempo, ele conseguiu ajudar a família. Ele sempre teve o coração bom, por mais que surgiram reportagens...", contou Wagner, incomodado com a imagem que ficou do irmão após as polêmicas na carreira.

Quando terminou a temporada de 2002, depois de atuar emprestado pelo Anápolis, de Goiás, Valdiram foi passar as férias em Canhotinho e conheceu a mulher que seria a mãe dos seus filhos na quadra do colégio — local frequentado por ele só para jogar bola. Ela tinha 17 anos na ocasião.

"Bicho do mato", como se autodefine, Fernanda fugia dos holofotes quando o atacante estava em alta, se lembra de uma única vez em que aceitou conceder entrevista e só abriu a exceção para o ge sob a condição de conversar por telefone, sem vídeo.

"Eu era mais casa, ele era mais agitado, gostava de uma farra. Eu vivi oito anos com ele e só me separei por conta das drogas mesmo", contou.

Eles tiveram a primeira filha em Portugal, quando Valdiram foi jogar no Belenenses. Fernanda fala com encanto sobre a primeira vez que saiu do país: "Foi uma experiência assustadora, mas ao mesmo tempo mágica". Sozinha, ela contou com a ajuda essencial de uma funcionária do clube português que acabou virando madrinha da Letícia. Elas mantêm contato mesmo duas décadas depois.

Gols e polêmicas no Vasco

Analfabeto, Valdiram precisava de auxílio para assinar seus contratos, mas os empresários que intermediaram o negócio com o Vasco a princípio omitiram essa informação do clube com receio de se tornar um impeditivo. Um deles acompanhou o atacante até São Januário e, no momento de preencher o local da assinatura do contrato, o orientou disfarçadamente a copiar o "Rio de Janeiro" que estava escrito em "Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro".

Valdiram não entendeu e escreveu "federação de futebol...", arrancando gargalhadas da secretária do clube. "Acho que você está nervoso", brincou ela antes de rasgar o contrato, imprimir um novo e preencher todas as informações para o atacante de 23 anos.

— A gente olhou, gostou e contratou. Não procurei saber o histórico dele — explicou ao ge José Luís Moreira, que era o vice-presidente de futebol de Eurico Miranda na ocasião. — Só depois que as coisas vieram à tona.

Zé Luís se refere ao fato de que Valdiram teve seu passado vasculhado assim que chegou ao Vasco. A imprensa descobriu que ele havia sido acusado de estupro quando defendeu o Mirassol, de importunação sexual quando jogou pelo CRB e que teve que sair às pressas do Belenenses depois de esfaquear um homem num posto de gasolina.

Eurico não ficou contente quando tomou ciência dos relatos, mas fez o que estava ao alcance do clube para colocar o atacante nos trilhos: encarregou uma professora particular de tirá-lo da condição de analfabeto e posicionou um segurança em sua cola.

"A gente tentou de tudo que é maneira endireitar ele, entendeu?", resumiu José Luís Moreira.

O rendimento de Valdiram em campo ajudou a abafar as polêmicas fora dele, e a torcida logo tomou como xodó o atacante que marcou seis gols nos primeiros seis jogos com a camisa do clube. Na segunda fase da Copa do Brasil, ele foi o protagonista da classificação sobre o Iraty, com um gol no empate em 2 a 2 no Paraná e outros três na goleada em São Januário.

Certo dia, Renato Gaúcho reuniu os jogadores no campo antes de começar o treino e explicou os planos de poupar alguns titulares no Carioca de olho no compromisso da Copa do Brasil. Por fim, perguntou se alguém tinha algo a dizer. No que Valdiram levantou a mão:

"Como faz com essa torcida que quer ver eu mais Edílson jogar?", indagou de maneira inocente, provocando risos.

Renato Gaúcho revelou em entrevistas que Valdiram chegava atrasado com frequência aos treinos, não raramente embriagado. O clube aplicava multa, mas o ato se repetia poucas semanas depois. Wagner, o irmão do atacante, contou ao ge que Eurico Miranda ligou pessoalmente para o pai sugerindo que ele se mudasse para o Rio de Janeiro. "Nem eu consegui tirar ele da noite", lamenta com dor na voz Seu Valte, que viveu com Valdiram por cerca de sete meses no Rio.

A paciência de Renato Gaúcho e do clube foi minguando à medida que a indisciplina tornava-se mais recorrente e a quantidade de gols diminuía. A gota d'água foi o episódio na véspera do segundo jogo da final da Copa do Brasil. O Vasco foi o clube em que o atacante mais atuou na carreira: 29 partidas e 13 gols.

"Sabe onde está o Valdiram?"

O gaúcho Rogério Braun era um dos empresários que gerenciavam a carreira de Valdiram na época. Depois da rescisão com o Vasco, eles engatilharam acordo com um clube de Israel, mas descobriram que o atacante de alguma forma havia se vinculado ao Bonsucesso, do Rio. Rogério considerou o ato uma traição e largou a mão do jogador.

— Ele no início não tinha nada, eu que fui comprar chuteira, aluguei apartamento pra ele no meu nome, criamos toda estrutura. A gente fez tudo que podia. Foi um período muito curto e intenso. Depois eu entendi que nunca ia conseguir controlá-lo. Ao mesmo tempo em que, na convivência, ele era divertido, era impossível cuidar. Ele era um ser humano deteriorado — lamentou em conversa com o ge.

Eis o que ocorreu na ocasião: quando leu no jornal que Valdiram havia rescindido com o Vasco, um empresário do Rio correu para conseguir o contato do atacante e marcou uma reunião no mesmo dia. Disse que tinha o interesse em comprar o seu passe e ofereceu R$ 30 mil em luvas, com pagamento em dinheiro, ali no ato, para que ele aceitasse firmar um contrato longo com o Bonsucesso. Jaider Moreira entra na história a partir desse momento.

O plano de Jaider, então dono do Bonsucesso, era trabalhar a imagem de Valdiram e emprestá-lo para outros clubes até conseguir vendê-lo. O empresário se apegava à notícia de que, no ano anterior, o Bourdeaux de Ricardo Gomes quase havia desembolsado uma fortuna para tirá-lo do Vasco.

"Eu pensei 'cara, um jogador desse nível, que um ano atrás quase foi para a Europa, vai embora a qualquer momento'. Pensei que ia ser o meu maior negócio".

Valdiram aceitou o contrato com o Bonsucesso e foi com Jaider até o banco para retirar as luvas. Em seguida, o empresário deixou o jogador e sua mala de dinheiro na porta de casa. Era uma terça-feira. Eles combinaram de se encontrar novamente na sexta para viajar para São Paulo e assinar por empréstimo com o Ituano. No dia seguinte, quarta-feira, Jaider recebeu uma ligação de Fernanda, esposa do atacante.

— Seu Jaider, sabe onde está o Valdiram?

Ele havia desaparecido com os R$ 30 mil ainda na terça e só voltou a dar as caras na quinta, de ressaca e sem um centavo sequer. A pergunta de Fernanda seria feita a Jaider outras inúmeras vezes nos anos seguintes. No Ituano, por exemplo, Valdiram não durou uma semana: foi devolvido depois de faltar aos treinos e ser encontrado em um bordel.

Quando o Paysandu pagou adiantado R$ 15 mil em luvas para contratá-lo em 2008, a história foi a mesma: ele torrou o dinheiro numa boate conhecida de Copacabana e quase perdeu o voo para Belém. Em 2011, jogou pouco no Central, de Pernambuco, porque levou mulheres para a concentração e caminhou pelado pelas dependências do clube. Em 2014, foi encontrado "em condições deploráveis" numa boca de fumo de Viçosa, em Alagoas, quando defendia o Comercial.

Fernanda contou ao ge de que maneira conseguiu suportar aquilo tudo. Para ela, as farras e o vício em mulheres era tolerável, mas as consequências do uso de drogas e a proximidade desse universo dos seus filhos (Valdiram Junior, o segundo filho do casal, nasceu em 2007) fez com que a relação chegasse ao seu limite.

— Às vezes tinha (discussões), porque a gente sente ciúme, na pele. Queira ou não, a gente estava junto. Para ele, a gente era casado, eu era a esposa dele. Ele podia sair para a farra que fosse, ele voltava para casa. No outro dia, que estava em si, me pedia desculpa, dizia que ia mudar, tentava, mas depois caía de novo em tentação. Ele não conseguia se controlar — explicou Fernanda, que hoje é garçonete em um restaurante de Petrolândia.

— Eu vinha de uma criação muito rígida, meu pai sempre me cuidou como uma bonequinha de cristal. Mas quando a gente quer não tem quem impeça, parecia ser uma coisa que eu tinha que ajudar da maneira que eu podia, mas não adianta ajudar uma pessoa que não quer a sua ajuda. Mesmo assim eu insisti — acrescentou.

"Por que não deixei ele antes? Porque a gente não pode abandonar uma pessoa assim sem saber se a pessoa tem capacidade de mudança. Comigo eu vou até o limite", concluiu Fernanda.

Fernanda saiu de casa com os dois filhos em 2009, quando Valdiram tentava se reerguer no CSA, e não voltou mais. A gota d'água foi a vez que ele chegou em casa de manhã, molhado de água salgada, descalço e vestindo apenas uma bermuda. Visivelmente havia virado a noite bebendo e se drogando. Ele pediu dinheiro emprestado para pagar a dívida com um rapaz que aguardava na recepção do prédio, e ela pagou.

Depois disso, Fernanda criou sozinha as crianças, sem pensão ou qualquer tipo de auxílio. Quando Valdiram morreu, ela conseguiu (depois de muita luta, pois nunca foram oficialmente casados) sacar R$ 10 mil do FGTS do ex-marido e dividiu o dinheiro entre os dois filhos.

O pai chora até hoje

A relação entre Jaider Moreira e Valdiram durou muito mais que os três anos de contrato firmados com o Bonsucesso lá em 2007. O empresário virou uma espécie de pai. Quando o atacante aprontava, é para ele que ligavam. "Oh, acabei de ver o Valdiram lá na Avenida Brasil, hein". E Jaider ia pela milésima vez buscá-lo.

— Uma vez eu tive uma conversa com ele e falei 'Valdiram, eu já desisti, eu não quero mais ganhar dinheiro com você, eu só quero te ajudar'. Aquele dia me bateu esse sentimento, eu tinha tido um sonho — disse o empresário, que largou o futebol depois de um tempo para investir no ramo imobiliário e de confecção de roupas. Ele estima ter gastado cerca de R$ 500 mil nos anos em que tentou ajudar Valdiram.

Em fevereiro de 2018, o jornal "Extra" publicou matéria dizendo que Valdiram estava vivendo nas ruas do bairro de Bonsucesso. O caso causou tanta comoção que o Vasco acionou seu departamento de assistência social para encontrá-lo e colocá-lo numa clínica de reabilitação no bairro de Vargem Grande. Fernanda recebeu uma ligação dos médicos e permitiu que os filhos viajassem ao Rio de Janeiro para vê-lo.

Essa foi a última vez que Letícia e Valdiram Junior estiveram com o pai.

O atacante recebeu alta da em junho de 2018 "totalmente desintoxicado, bem nutrido, em boa forma e pronto para trabalhar e jogar futebol", de acordo com um comunicado da clínica. Jaider o colocou para treinar e morar no CT do Olaria, mas menos de um mês depois ele pediu dinheiro para comprar uma passagem para São Paulo sob a justificativa de visitar Rafaela, sua irmã caçula.

Rafaela contou ao ge que não pôde abrigar o irmão porque morava em uma casa que não era sua, mas que fez de tudo para ajudá-lo: deu comida, banho, roupas... E foi buscá-lo na Cracolândia em mais de uma ocasião. Um pouco antes do seu assassinato, ela aproveitou uma visita do irmão para ligar para o pai, que se recuperava de um acidente vascular cerebral. Seu Valte pediu para que Valdiram voltasse para Canhotinho e disse que pagaria a passagem. O filho prometeu que em breve retornaria.

"Eu tive dois AVC's. Se não tivesse, eu teria ido buscar o meu filho, ele não teria morrido lá, não. Ninguém tinha matado ele", disse, emocionado.

— Ainda hoje eu choro muito. Ele me deu casa, tem uma igreja aqui que foi feita com o dinheiro dele. Me deu carro, deu uma moto para o cunhado, ajudava a família todinha. Foi um bom filho pra mim. Eu tenho orgulho dele — concluiu.

04/12/2025

JOMAR FAZ GRAVE DENÚNCIA CONTRA O BONSUCESSO EM SAÍDA CONTURBADA


Antes de tudo, o Bonsucesso vive mais uma turbulência, agora envolvendo o zagueiro Jomar, mais conhecido como Jomito, ex-Vasco da Gama. Aos 33 anos, o defensor chegou ao clube da Zona Norte em 17 de junho, contratado para disputar a Série B1 do Cariocão. No entanto, não entrou em campo nenhuma vez e acabou afastado sem explicações claras. O caso evoluiu para uma disputa judicial.

Jomar relatou que foi levado ao clube por um amigo para retomar a sequência da carreira. Ele afirmou que vinha treinando normalmente quando, a três dias da estreia na competição, um investidor assumiu o departamento de futebol. “Entrou um investidor lá… e mandou mais de oito jogadores embora para poder colocar os jogadores dele”, contou o defensor, destacando que foi afastado sem sequer receber motivos diretos.
Mudança de gestão no Bonsucesso

A partir de então, o zagueiro passou a treinar sozinho, uma vez que perdeu acesso aos horários do clube. “O Bonsucesso em si não falava os horários de treinamento que a gente podia treinar… então eu treinava em casa mesmo”, explicou. Ele afirmou que não foi desligado oficialmente, mas também não pôde atuar por outra equipe, já que permanecia registrado no time carioca.

Sem solução, Jomar entrou na Justiça. “Não me desligaram do clube. Eu também não poderia jogar no outro clube carioca… e até hoje eu não consigo jogar”, afirmou. Segundo ele, o objetivo é conseguir a liberação para assinar com outro time e seguir em atividade. Mas a situação ficou mais grave quando ele viu documentos que, segundo diz, não reconhece.

O defensor relatou surpresa ao se deparar com um comprovante de pagamento que, segundo o Bonsucesso, teria entregue a ele pessoalmente. “O clube alegou que eu tinha recebido em mãos… e quando eu vi lá o contra-chefe assinado, eu fiquei um pouco chateado, porque eu não assinei nenhum contracheque”, declarou. Ele informou que a defesa pediu perícia grafotécnica para contestar a suposta assinatura.

Jomar também negou qualquer quitação trabalhista atribuída a ele. “Nenhuma pessoa recebeu isso em meu nome, nenhuma”, garantiu. Agora, o zagueiro aguarda o andamento do processo enquanto busca manter a forma. O contrato com o Bom Sucesso termina no dia 15, e seus advogados tentam acelerar a liberação para que ele retome a carreira.
Qual é o clube que Jomito Jomar acertou sua transferência?

O jogador revelou que já treina em outra equipe enquanto aguarda a regularização. “Cheguei hoje aqui no clube, aqui no Espírito Santo é o Vilavelhense”, disse. A expectativa é disputar o Campeonato Capixaba de 2026. Ele afirmou ter sido recebido com respeito e destacou que a passagem pelo Vasco ainda abre portas em outros estados.

Apesar de seguir em frente, Jomar demonstrou mágoa. “Fiquei bastante chateado com o Bonsucesso pelo total desrespeito ao atleta. Nenhum atleta merece passar por essa situação”, afirmou.

Por fim, Jomito Jomar encerrou dizendo que torce pelos colegas que ficaram no clube e que seguirá lutando para manter a carreira ativa. A Rádio Manchete procurou representantes do atleta, sem retorno até o fechamento, e mantém o espaço aberto para a diretoria do Bonsucesso se manifestar.

Fonte: André Luiz/RTI Esporte

17/06/2025

JOMAR É ANUNCIADO COMO NOVO REFORÇO DO BONSUCESSO. CONFIRA AS CARAS NOVAS PARA A COPA RIO


Jomar é o novo reforço do Bonsucesso na Copa Rio e Série B1
Foto: Bonsucesso/Reprodução

A menos de 10 dias para a estreia na Copa Rio, o Bonsucesso está com praticamente todo o time montado para o jogo contra o Araruama, dia 26, na Teixeira de Castro, às 15h. O clube já possui 21 jogadores regularizados e aguarda ainda outros dez serem inscritos na FERJ, porém, todos eles já constam na listagem do BIRA (Boletim Informativo de Registro de Atletas). Na Primeira Fase, somente poderão participar os atletas inscritos até o 5º dia útil que anteceder o início da respectiva fase e cujo registro conste no BIRA, sem pendências, até o último dia útil que anteceder a primeira partida do respectivo grupo.

O Fanáticos pelo Cesso já apresentou alguns dos jogadores que estarão à disposição do técnico Chiquinho no início de 2025, mas recentemente o clube anunciou a chegada de Jomar, ex-zagueiro revelado na base do Vasco e com passagem pelo time profissional. 

Aos 32 anos, ele rodou o Brasil por inúmeros clubes após deixar a Colina Histórica em 2018. Defendeu as camisas do Oeste, Oriente Petrolero-BOL, Iporá, Fluminense-PI, Retrô, River-PI, União Carmolandense, Humaitá, Sampaio Correa-RJ, FC Rio de Janeiro e por fim, o Sete FC-AM, onde disputou apenas quatro jogos esse ano. O Bonsuça aguarda apenas a documentação da Federação amazonense para regularizá-lo.


Outro defensor contratado pelo clube é Anderson Calado, de 30 anos. O jogador atua tanto como zagueiro como lateral-direito. Com 1,90cm, Calado estava no Campo Grande, mas já teve uma rápida passagem pelo Cesso em 2020. Ele jogou em clubes de menor expressão no início da carreira em Portugal até voltar ao Brasil e defender Angra dos Reis, Tigres do Brasil, Porto Velho, Ceres, Império Serrano, Serra e Linhares-ES. 

Confira a ficha técnica dos demais reforços do Bonsucesso para 2025: 

Carlos Augusto, de 26 anos, é centroavante. Com passagem pela base do Resende, ele jogou também pelo Queimados e São Cristóvão.

Éverton, de 23 anos, é atacante. O jogador está sem clube desde 2023, segundo dados do O Gol. Com passagem nas divisões de base do Boavista-RJ e Goiás, ele também defendeu o Iporá e o Ska Brasil, antes da volta a Bacaxá, onde jogou apenas outras três partidas. 

Gleyson, de 30 anos, é meia. O jogador é um dos mais rodados do grupo rubro-anil. Começou a carreira pela Portuguesa em 2016, mas logo em seguida, se transferiu para o Americano. Logo após, jogou no Queimados, Campos, Rio Branco-ES, Imperatriz, Comercial, São Gonçalo, Rio Branco de Venda Nova, Pinheiro, Olaria, Trem e por último, o Pérolas Negras-RJ. 

Luiz Felipe, de 26 anos, é meio-campo. De 1,75cm, o meia volta à Leopoldina após uma passagem em 2024. Começou a carreira no Socorrense, passou pelo Rosário Central-SE, Frei Paulistano, Dorense e o São Francisco-PA.

Paulo César, de 30 anos, é atacante, e mais um a buscar recomeçar a carreira. Longe dos gramados desde 2022, ele defendeu clubes como Búzios, Rio São Paulo, Cambé, Cascavel, Santa Cruz-RJ, Goytacaz e Rio São Paulo. O jogador ainda teve uma passagem pelo futebol do Timor Leste. Paulo César jogou pelo Karketu Dili.

Richard, de 22 anos, é lateral-esquerdo. O jogador é cria do Flamengo. Após passagem pelas categorias sub-17 e sub-20, teve uma experiência curta no Cukaricki, da Sérvia. Na volta ao Brasil, defendeu o Anápolis e o America-RJ no ano passado.  

Edson Mattos, de 26 anos, é goleiro. A base de dados do Fanáticos pelo Cesso não conseguiu mais informações sobre o jogador.

O Bonsucesso estreia dia 26, contra  o Araruama, no Leônidas da Silva, às 14h45. O jogo da volta acontece dia 2 de julho, no mesmo horário, no Lourival Gomes. Quem avançar, encara o Sampaio Correa na próxima fase.  


Confira o vídeo de Carlos Augusto, novo reforço do Bonsucesso

28/03/2024

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #91




Por: Paulo Jorge



RIO SÃO PAULO


Não foi apenas o ato de assinar uma ata do profissionalismo que faz o Bonsucesso um clube muito importante e tradicional, mas a participação direta do time na formação do profissionalismo do nosso futebol.

O primeiro Campeonato Carioca profissional de 1933, o Leão da Leopoldina estava lá. E no Torneio Rio x São Paulo de 1933, primeiro Torneio Interestadual profissional, o nosso Bonsucesso esteve presente também.

Conforme estamos vendo na imagem, o time esteve no lado dos cariocas e fez uma campanha digna, ficando na 10ºcolocação e tem resultados aí que entraram para a história da instituição: empate e vitória sobre o Vasco, derrotou o Corinthians, entre outros resultados importantes.

PRIMEIRO TURNO

América 1x1 Bonsucesso

Vasco 3x3 Bonsucesso

Fluminense 5x2 Bonsucesso

Ypiranga 2x3 Bonsucesso

Bangu 4x3 Bonsucesso

Bonsucesso 5x4 São Paulo da Floresta

Palestra Itália 3x3 Bonsucesso

Bonsucesso 3x0 Corinthians

AA São Bento 2x2 Bonsucesso

Bonsucesso 2x3 Portuguesa

Santos 3x0 Bonsucesso



SEGUNDO TURNO

Bonsucesso 0x1 Fluminense

Bonsucesso 1x0 Ypiranga

Bonsucesso 0x5 Bangu

São Paulo da Floresta 1x0 Bonsucesso

América 1x2 Bonsucesso

Bonsucesso 1x3 Palestra Itália

Bonsucesso 1x0 Vasco

Corinthians 3x0 Bonsucesso

Santos 0x0 Bonsucesso

Bonsucesso 3x4 AA São Bento

Portuguesa 1x0 Bonsucesso

31/01/2024

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #88

Confira a nova coluna com o historiador Paulo Jorge


Por: Paulo Jorge

CESSO-URUGUAI X VASCO 

O início da temporada 2024 tem resgatado algo que foi frequente na vida dos clubes cariocas no século passado: os amistosos contra equipes internacionais. Em 1923, porém, o Bonsucesso se juntou com o time do Universal-URU para disputar uma partida contra o Vasco da Gama.

O time Uruguaio estreou na 1º Divisão em 1912 e participou ativamente do torneio nacional até 1927, quando foi dissolvido. Ao menos deixou sua história com a conquista da Copa da Honra Nacional, importante título à época no país vizinho.

Na ocasião do amistoso, os jornais apontavam que aquele seria o primeiro duelo internacional do Vasco. No dia 2 de janeiro, o boa equipe do Bonsucesso reforçada pelos uruguaios empatou com o Gigante da Colina por 1 a 1. 

Russo marcou para o Vasco e Bruno deixou tudo igual para o combinado. O jogo marcou a despedida de Adão Antônio Brandão pelo Vasco. Segundo os periódicos, o Universal-URU foi reforçado por quatro jogadores do Bonsuça.

No jogo de fundo, a equipe principal do time uruguaio venceu por 3 a 0 o combinado Flamengo/Paulistano

Confira abaixo as formações das equipes, segundo dados extraídos do Almanaque do Vasco.

Vasco: Amaral; Mingote e Hespanhol; Arthur, Magalhães e Miranda; Adão, Russo, Pires, Badú e Godoy.

Universal/Bonsucesso: Vidal; Minol e Caldas; Mathias *, Eurico * e Galbo; Affonso *, Bruno, Scarone, Maldonado e Lucio *.

* JOGADORES DO BONSUCESSO TITULARES


Fonte: Almanaque do Vasco e Netvasco (Alexandre Mesquita)

30/09/2023

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #80


Vasco e Santos duelaram na Teixeira de Castro em 1953
Foto: Daniel Ramalho/Vasco


Por: Paulo Jorge


PORTAS ABERTAS

O Bonsucesso é corrente, 

O Bonsucesso é rotineiro, 

O Bonsucesso é normal, 

O Bonsucesso é tradicional. 

Para quem desconhece a história ou simplesmente a renega, é importante mostrar aos olhos atuais, que o futebol profissional carioca nasce com o apoio de seis clube, um dele foi o Bonsucesso que em 1933, esteve na reunião que fundou a era do profissionalismo. 

E esse time de história ímpar, time de Leônidas, que jogando pelo Bonsucesso, conquistou o primeiro título internacional da Seleção em 1932, time que ajudou no desenvolvimento do bairro de mesmo nome, certa vez ousou e chamou gigantes para sua festa. 

Em 1953, o Leão da Leopoldina estava inaugurando melhorias no seu estádio de Teixeira de Castro e como inaugurar as novas instalações? Chamando um coirmão e um time paulista. 

O Vasco sempre teve uma boa relação com o Bonsucesso e foi o escolhido para jogar contra o Santos. Nessa partida de reinauguração, as equipes usaram um time misto. Seria a disputa do quarto colocado de São Paulo contra o atual campeão carioca.

E o jogo foi bastante animado. Quem compareceu à Teixeira de Castro no dia 23 de setembro de 1953 viu uma partida de nove gols, meus amigos! O Vasco venceu por 6 a 3. Os gols foram marcados por: Pinga e Dejayr, duas vezes cada, Ademir e Alvinho para o Vasco. Valter e Álvaro, duas vezes, descontaram para o Peixe.

Vasco: Osvaldo; Augusto e Beline; Mirim (Alfredo), Osvaldo II e Beto; Alfredo, Ipojucan (Naninho), Ademir (Alvinho), Pinga e Chico (Djair).

Santos: Manga; Hélvio e Feijó (Charré); Nenê, Formiga e Zito; Nicácio (Ney), Valter, Álvaro, Hugo e Nando.

Curtiu essa edição #80 da Coluna 'Tá no Livro', com o historiador Paulo Jorge!? Deixe seu recado e compartilhe o link! Aqui é o resgate da história do Bonsuça na palma da sua mão!

Fonte: Almanaque do Vasco e Diário de Notícias Edição 476 (1953)

31/08/2023

BONSUCESSO ANUNCIA EX-ARTILHEIRO DO VASCO PARA A SÉRIE B2


Daniel Pessoa foi artilheiro na base do Vasco da Gama
Foto: Site Oficial do Vasco

O Bonsucesso anunciou mais dois reforços na manhã desta quinta-feira. O zagueiro Pablo Soares e o atacante Daniel Pessoa chegam para a disputa da Série B2 do Carioca, que começa no próximo dia 17, contra o São Cristóvão, na Teixeira de Castro, às 14h45.

Pablo Soares foi emprestado pelo Itaboraí Profute após disputar a Série C. Aos 21 anos, ele começou a carreira na base do São Raimundo-RR e teve passagem também pelo Volta Redonda e Santarritense. Nos profissionais esse ano, pela equipe metropolitana do Rio, o defensor disputou oito jogos, sendo titular em todos. Ele venceu cinco partidas e perdeu três.

Já Daniel Pessoa foi formado no Vasco. Aos 28 anos, o jogador defendeu clubes como Marília, Santa Rita, Artsul, Amazonas, Juventus-RJ, Nova Venecia, Rio São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda teve uma experiência no futebol português ao jogar pelo Vasco da Gama Vidigueira. Em 2023, o atacante disputou a Série A2 pelo America, após uma indicação do técnico Alfredo Sampaio.


Daniel Pessoa é natural do Amazonas e chegou ao clube aos 14 anos
Foto: Adeilson Albuquerque

Daniel é natural do Amazonas, chegou a São Januário aos 14 anos, foi artilheiro nas divisões de base e surgiu na geração de outros ex-jogadores do clube como o lateral-esquerdo Henrique Silva (atualmente no Lyon), o zagueiro Marlon Santos, o meia Guilherme Costa e o atacante Kenedy. O centroavante era considerado um dos melhores da categoria, barrou o ex-jogador Thalles, mas conviveu com lesões que impediram ter sequência na Colina Histórica.

Em 2014, no Vasco, Daniel Pessoa chegou a ser integrado ao time profissional com Adilson Batista, relacionado até para o jogo contra o Resende, pela Copa do Brasil, na sua terra natal, mas jamais teve chances na equipe cruzmaltina.


Daniel Pessoa e Pablo Soares são anunciados
Foto: Bonsucesso/Reprodução

05/07/2023

CLEIMAR ROCHA É O NOVO TÉCNICO DO BONSUÇA PARA A SÉRIE B2


Cleimar Rocha acerta com o Bonsucesso para a Série B2
Foto: Reprodução/Bonsucesso

O Bonsucesso anunciou seu novo técnico para a Série B2 do Campeonato Carioca. O experiente Cleimar Rocha, de 64 anos, comandará a equipe pela primeira vez e vai estrear nesta divisão de acesso. Seu último trabalho foi como auxiliar do Boavista no ano passado.

Como técnico, Cleimar esteve pela última vez à beira do gramado pelo Goytacaz em 2020. Ele assumiu o time no returno, na Taça Corcovado, mas terminou em 4º lugar no Grupo B, com 13 pontos, fora da zona de classificação para as semifinais. Foram nove jogos com três vitórias, quatro empates e duas derrotas. 12 gols marcados pelo time e 10 sofridos.

Cleimar Rocha é um velho conhecido do futebol carioca e já passou por outras equipes tradicionais como Friburguense, Olaria, Cabofriense, Bangu, Barra da Tijuca, Artsul e Madureira.

No rival Olaria, Cleimar Rocha chegou às semifinais da Taça Rio, contra o Vasco, em 2011. No primeiro jogo, empate em 2 a 2, no Moacyrzão, gols de Felipe e Waldir (Olaria). Romulo e Bernardo marcaram para o Vasco. Na partida da volta, no Engenhão, Eder Luis garantiu a classificação ao Gigante da Colina (1 a 0).  

O Bonsucesso deve mesclar a formação do elenco com jogadores que estão se destacando na campanha do time no Carioca Sub-20 - com chances de classificação ao mata-mata - e reforços pontuais oriundos da Série C. O clube entra com o objetivo de voltar à 3ª Divisão em 2024.

A Série B2 começa em setembro. A FERJ ainda marcará o arbitral para definir a competição. Confira abaixo o jogo entre Olaria x Vasco, no Estadual de 2011.

25/07/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #42



Por: Paulo Jorge

UMA NOVA PRAÇA DE ESPORTES - 1929

O Bonsucesso expandia muito e em pouco tempo. Antes dessa nova praça de esportes (foto) na Estrada do Norte (Teixeira de Castro), o time teve campos na Avenida dos Democráticos e na Rua Uranos. E para marcar a inauguração das novas instalações, nada como jogar com uma potência da época e o escolhido foi o Vasco da Gama. A diretoria do time suburbano inclusive presenteou a equipe cruzmaltina com placas comemorativas. 

Esse jogo seria o primeiro das duas partidas contra times na elite do Carioca, o que mostrava a importância do duelo. E esse evento precisava de uma preparação especial. A diretoria do Bonsucesso solicitou à empresa Light, uma maior quantidade de bondes da Lapa e Praça da República além de trens extras na Leopoldina Railway. A entrada do público em geral e da imprensa ocorreu pelo portão 1, na Estrada do Norte e os associados pelos portões da Rua Júlio Ribeiro.

Os ingressos estavam sendo vendidos em frente à Estação, na Loja “O Café”. Cadeiras de pista custaram 10$ e arquibancadas, 4$. O Bonsucesso também bancou um banquete no restaurante da empresa Romero & Braga aos convidados. Além das placas, foram confeccionadas duas taças para os times. 

O Bonsucesso contava com o grande craque Eurico, que passaria pelo seu primeiro teste de fogo. As equipe foram a campo com os seguintes times: 

Vasco: Jaguaré; Hespanhol e Italia; Brilhante, Tinoco e Mola; Paschoal, Fausto, Russo, Matos e Santana.

Bonsucesso: Medonho; Ari II e Heitor; Nico, Eurico e Carola; China, Ernesto, Grandin, Badu e Arubinha.

A titulo de curiosidade, no Campeonato Carioca de 1929, o Vasco foi campeão e o Bonsucesso terminou em sétimo lugar. 

Fonte: O Paiz (28 de abril) / Biblioteca Nacional

05/04/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #30


Por: Paulo Jorge

UM CABRITA RUBRO-ANIL

Antes do Estadual de 1958 iniciar, Cabrita era lembrado apenas como filho de um ex-goleiro do America e dele herdou esse apelido. Mas o atacante rubro-anil foi o destaque da campanha do Bonsucesso com nove gols e atraiu as atenções do Vasco da Gama. 

A passagem pela Teixeira de Castro durou muito pouco, mas o suficiente para escrever parte de sua história já que deixava a Leopoldina para ser a solução ofensiva em São Januário. O período foi curto lá devido uma discussão com o técnico Ely do Amparo,  encerrando sua trajetória no cruzmaltino. Além de ter iniciado a carreira no Goytacaz, Cabrita também vestiu as camisas do Guarani, Jabaquara, Portuguesa Santista, Noroeste, Ferroviária e São Bento. 

Antes da saída para o Vasco, Cabrita marcou seu nome pelo Bonsucesso no duelo com o próprio adversário e futuro time. Em 25 de outubro de 1958, no empate em 3 a 3, o Bonsuça saiu atrás no placar sofrendo logo três gols, mas a reação surgiu dos pés do garoto que aos 24 minutos do segundo tempo descontou. O gol era o fôlego necessário para buscar a igualdade no marcador com o gol contra de Écio e Iedo aos 43 minutos da etapa complementar.

Ficha Técnica: Vasco 3 x 3 Bonsucesso

Campeonato Carioca
Local: Maracanã
Árbitro: Eunápio de Queiroz
Gols: Delem (2) e Rubens (pênalti) [1º tempo]; Cabrita, Écio (contra) e Iedo [2º tempo]

Vasco: Barbosa; Paulinho, Viana e Coronel; Écio e Orlando; Sabará, Laerte, Delem, Rubens e Pinga.

Bonsucesso: Zé Maria; Jacaré, Santos e Chicão; Antônio e Brandãozinho; Augusto, Artoff, Cabrita, Helinho e Iedo.



Cabrita também marcaria o último gol no Maracanã na era Rio de Janeiro como capital do Brasil. Em 19 de abril de 1960, o Vasco enfrentou o Palmeiras pelo Torneio Rio-São Paulo e venceu por 3 a 0. Ele entrou aos 35 minutos do segundo tempo e venceu o goleiro Valdir em um belo chute. 

Ele também esteve presente no jogo Vasco 0x0 Palmeiras, primeiro duelo no Estado da Guanabara, em 24 de abril de 1960. O atacante entrou no segundo tempo e se manteve invicto contra o Rei Pelé já que em 1959, pelo mesmo torneio, em sua estreia pelo Vasco, ajudou o time a bater o Peixe por 3 a 0. 

O imã com o Bonsucesso o fez reencontrar o ex-clube duas vezes. Pelo Vasco, saiu vitorioso na goleada por 6 a 1 e outra vez na partida por 3 a 2 no Carioca de 1959. 

O curioso naquela época era o jornal elencar o jogador com características peculiares como o tamanho da chuteira (42) e o consumo de cigarro da marca continental (dois maços por dia) além do salário de seis mil cruzeiros. 


Fonte: Jornal Diário da Noite, 27/10/58 e Revista do Esporte 1958

15/03/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #28



Por: Paulo Jorge

BONSUCESSO X EXPRESSO DA VITORIA – UM DIA PARA ESQUECER

Nem só de vitórias vive um clube, mas esse duelo que vou narrar bem que poderia sumir da história do Bonsucesso assim como o ano de uma maneira geral no Campeonato Carioca de 1945. Nessa temporada, o clube amargaria a penúltima colocação entre os 10 times, com uma campanha desastrosa: 18 jogos com três vitórias, 15 derrotas e nenhum empate. Foram 22 gols marcados e incríveis 75 sofridos, saldo de -53.

Enfrentar o Vasco (seria o campeão) por si só já era difícil, mas ter pela frente o 'Expresso da Vitória' era ainda mais duro. Nem mesmo o fator casa ajudou o Bonsucesso diante do Gigante da Colina, que aplicou um doloroso 9 a 0. Nem a renda de C$55.217,30 amenizou o rebuliço que se criou no estádio naquele dia.

Isaias, Lelé e Ademir, duas vezes cada, Chico, Berascochea e Jair fizeram os gols naquela tarde. Se já estava fácil para o Vasco golear, com a expulsão de Anito aos 14 minutos do segundo tempo, o trabalho ficou ainda mais tranquilo. 

Essa denominação 'Expresso da Vitória' surgiu através de um programa musical na Rádio Nacional, onde o cantor à época dedicava uma canção ao time que vinha jogando o fino da bola. Comandado inicialmente pelo uruguaio Ondino Vieira, o Vasco foi o primeiro clube a jogar no 4-2-4. Aquela equipe se perpetuaria entre 1944 a 1953 em campos brasileiros.

No geral, Bonsucesso e Vasco se enfrentaram bastante. São 139 jogos com 98 vitórias do Vasco, 15 do Bonsucesso e 26 empates. 138 gols marcados pelo rubro-anil e 385 sofridos. O último jogo foi em 2016.

Um ano antes dessa derrota em casa, o Vasco já tinha aplicado 10 a 0 no Bonsuça em 21 de maio de 1944, sua quarta maior goleada em São Januário, mas isso é papo para outro dia. Por hoje é só, né?!


BONSUCESSO 0X9 VASCO

Local: Teixeira de Castro
Juiz: Angelino Medeiros
Renda: Cr$ 55.017,00
Gols: Isaias 22', Ademir, Lelé, Chico, Berascochea, Ademir, Isaias, Lelé e Jair
Expulsão: Anito aos 59'

Bonsucesso: Bráulio, Lilico e Laércio; Otacílio, Pé de Valsa e Duca;
Sobral, Bucheli, Anito, Bolinha e Nerino.

Vasco: Rodrigues, Augusto e Rafanelli; Berascochea, Ely e Argemiro;
Ademir, Lelé, Isaias, Jair e Chico.


Fonte: 'Almanach Eu Sei de Tudo'

10/06/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #08

Estádio do Bonsucesso sempre foi considerado palco complicado para adversários
Reprodução: A Noite


Por: Paulo Jorge

O 'ALÇAPÃO' DA TEIXEIRA DE CASTRO

Não é de hoje que o estádio na Teixeira de Castro é considerado por muitos um dos locais mais ‘hostis’ para se jogar. Acanhado e com um alambrado à beira do gramado, nenhum adversário encontrou moleza.

Os jornais do último século retratavam isso muito bem. Em 1948, às vésperas do duelo com o Vasco, a imprensa traduzia o que vinha pela frente para aquele esquadrão cruzmaltino, o 1º campeão sul-americano invicto da história.

Pelo Carioca, a partida ganhou destaque e era aguardada a forma como o Vasco de Barbosa e Cia. iria se comportar fora de casa. Até porque, o time suburbano sempre teve um histórico de “engrossar o caldo” para cima do Gigante da Colina.

Após o duelo pelo Torneio Início ter sido difícil para o Vasco, que durante a campanha do título, vencera o Bonsuça apenas por 1 a 0, o novo encontro prometia fortes emoções.

O Leão da Leopoldina até saiu na frente com Zé Luís aos 24 minutos do primeiro tempo, mas o Vasco voltou melhor na segunda etapa e com dois gols de Maneca, virou o placar. 2 a 1.

Campeonato Carioca 1948 - PRIMEIRO TURNO

BONSUCESSO 1 x 2 VASCO DA GAMA

Local: Teixeira de Castro
Data: 11/07/1948
Juiz: Cyril John Barrick
Renda: Cr$ 86.845,00
Gols: Zé Luiz 24/1ºT (BON), Maneca 3/2ºT (VAS) e Maneca 24/2ºT (VAS)

Vasco: Barbosa, Laerte e Wilson; Eli, Danilo e Aedo; Djalma, Maneca, Friaça, Ismael e Chico.

Bonsucesso: Alvarez, Nanati e Miguel; Vítor, Agostinho e Gato; Zé Luiz, Enguiça, João Pinto, Cola e Tampinha.



Fonte: A Noite e Blog do Marcão

01/06/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #07


Flamengo e Vasco caem diante do Bonsucesso em 1967

O que significa uma vitória de um time pequeno perante a um gigante? Para o time maior, pode significar um pequeno deslize ou tropeço, mas para o pequeno é uma vitória a ser celebrada e colocada no currículo.  Se acontece em seus domínios fica melhor ainda, né?

Às vezes os deuses do futebol surpreendem os “semideuses” afim de lembrar que um "pequeno mortal" pode ferir um "gigante imortal". E tais milagres já ocorreram no estádio da Teixeira de Castro e também longe de casa.

No ano de 1967, em uma tarde de sol no subúrbio carioca, poucos se atreveram a pegar o trem ou algum ônibus para assistir o 'Golias contra o Davi'. Diante de pouco mais de 5 mil pessoas, o Vasco da Gama pisava no campo sagrado do Leônidas da Silva para enfrentar o Bonsucesso. No Campeonato Carioca daquele ano, os dois times realizaram campanhas discretas. 

Na primeira fase, o Vasco ficou em sexto lugar, com 11 pontos, empatado com o Campo Grande e America. O Bonsuça ficou em 9º, com 10, fora da próxima fase. De qualquer jeito, aquele campeonato marcaria de uma forma maravilhosa a trajetória do Cesso com dois resultados expressivos.

Antes de enfrentar o Vasco, o rubro-anil suburbano encarou o Flamengo, na Gávea e ganhou o jogo por 2 a 1, em um confronto bastante disputado e inesquecível para o Leão da Leopoldina. Confira a ficha do jogo:

Flamengo 1-2 Bonsucesso

Local: Gávea – Rio de Janeiro (GB)

Árbitro: José Mário Vinhas

Gols: Enos 1’ e 2’, João Daniel

Flamengo: Marco Aurélio, Murilo, Ditão, Jaime Valente e Paulo Henrique; Nelsinho e Reyes; João Daniel, Ademar, Luís Carlos e Arilson.

Bonsucesso: Jonas, Luis Carlos, Paulo Lumumba, Moisés e Albérico; Amaro e Ivo; Gilbert, Gibira, Enos e Valdir.

Técnico: Antoninho

O Flamengo caiu, por que não poderíamos derrotar o Vasco? Foi com esse pensamento que o Bonsucesso derrotou outro adversário de massa e pelo mesmo placar no Estadual: 'dois tentos a um'! Segundo a crônica da época, o time da Leopoldina foi superior em todo o jogo, sufocando o Vasco e aproveitando o fator campo. Essa derrota deixava o adversário numa situação bastante delicada e o Bonsucesso ainda com chance de classificação (o que não ocorreu). O Rubro-Anil fez 2 a 0 ainda no primeiro tempo e o Vasco descontou apenas na etapa complementar.

O time do Vasco estava tão pilhado pela situação vivida que teve um jogador expulso após uma confusão. Jair Marinho trocou ponta pés com Enos ainda no primeiro tempo. Exaltado, Marinho teve que sair de campo escoltado pela polícia. Confira abaixo a súmula: 

Bonsucesso 2-1 Vasco

Local: Teixeira de Castro – Rio de Janeiro (GB)

Renda: Ncr$ 12.634,00

Público: 5.691

Árbitro: Gulater Portela Filho

Gols: Enos 3’, Gibira, Álvaro (p) 65’

Expulsões: Jair Marinho e Averaldo foram expulsos por troca de pontapés, aos 44’

Bonsucesso: Jonas, Luis Carlos, Paulo Lumumba, Moisés e Albérico; Amaro e Ivo; Gilbert, Gibira, Enos e Valdir.

Técnico: Antoninho

Vasco: Pedro Paulo, Jair Marinho, Alvaro, Sérgio e Oldair; Paulo Dias e Danilo Menezes; Luisinho, Adilson, Nei e Averaldo.

Técnico: Ademir de Menezes