15/03/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #28



Por: Paulo Jorge

BONSUCESSO X EXPRESSO DA VITORIA – UM DIA PARA ESQUECER

Nem só de vitórias vive um clube, mas esse duelo que vou narrar bem que poderia sumir da história do Bonsucesso assim como o ano de uma maneira geral no Campeonato Carioca de 1945. Nessa temporada, o clube amargaria a penúltima colocação entre os 10 times, com uma campanha desastrosa: 18 jogos com três vitórias, 15 derrotas e nenhum empate. Foram 22 gols marcados e incríveis 75 sofridos, saldo de -53.

Enfrentar o Vasco (seria o campeão) por si só já era difícil, mas ter pela frente o 'Expresso da Vitória' era ainda mais duro. Nem mesmo o fator casa ajudou o Bonsucesso diante do Gigante da Colina, que aplicou um doloroso 9 a 0. Nem a renda de C$55.217,30 amenizou o rebuliço que se criou no estádio naquele dia.

Isaias, Lelé e Ademir, duas vezes cada, Chico, Berascochea e Jair fizeram os gols naquela tarde. Se já estava fácil para o Vasco golear, com a expulsão de Anito aos 14 minutos do segundo tempo, o trabalho ficou ainda mais tranquilo. 

Essa denominação 'Expresso da Vitória' surgiu através de um programa musical na Rádio Nacional, onde o cantor à época dedicava uma canção ao time que vinha jogando o fino da bola. Comandado inicialmente pelo uruguaio Ondino Vieira, o Vasco foi o primeiro clube a jogar no 4-2-4. Aquela equipe se perpetuaria entre 1944 a 1953 em campos brasileiros.

No geral, Bonsucesso e Vasco se enfrentaram bastante. São 139 jogos com 98 vitórias do Vasco, 15 do Bonsucesso e 26 empates. 138 gols marcados pelo rubro-anil e 385 sofridos. O último jogo foi em 2016.

Um ano antes dessa derrota em casa, o Vasco já tinha aplicado 10 a 0 no Bonsuça em 21 de maio de 1944, sua quarta maior goleada em São Januário, mas isso é papo para outro dia. Por hoje é só, né?!


BONSUCESSO 0X9 VASCO

Local: Teixeira de Castro
Juiz: Angelino Medeiros
Renda: Cr$ 55.017,00
Gols: Isaias 22', Ademir, Lelé, Chico, Berascochea, Ademir, Isaias, Lelé e Jair
Expulsão: Anito aos 59'

Bonsucesso: Bráulio, Lilico e Laércio; Otacílio, Pé de Valsa e Duca;
Sobral, Bucheli, Anito, Bolinha e Nerino.

Vasco: Rodrigues, Augusto e Rafanelli; Berascochea, Ely e Argemiro;
Ademir, Lelé, Isaias, Jair e Chico.


Fonte: 'Almanach Eu Sei de Tudo'

14/03/2022

PORTUGUESA E BONSUCESSO FIRMAM PARCERIA PARA TEMPORADA 2022


Dirigentes se reúnem na Secretaria Municipal de Esportes
Foto: Divulgação

O Bonsucesso fechou uma parceria com a Portuguesa nos últimos dias para melhorar a estrutura física do estádio Leônidas da Silva em troca de ceder o espaço para o clube da Ilha do Governador mandar seus jogos das categorias de base. A reforma já iniciou com a pintura da arquibancada social e reparos na fachada do clube.

A Lusa também será responsável pela manutenção do campo, que irá receber os meninos do sub-13 ao sub-20. Essa parceria é importante já que o Luso-Brasileiro será palco dos jogos do time na Série D do Campeonato Brasileiro a partir de abril e há acordo com o Flamengo, a princípio, até maio para que o Rubro-Negro exerça a preferência de algumas partidas do time feminino no local durante o Brasileirão.

O acordo entre Portuguesa e Bonsucesso foi alinhavado entre os presidentes Marcelo Barros e Nilton Bittar, que se encontraram na última semana com o Secretário Municipal de Esportes, Guilherme Schleder. O gestor de futebol, José Agnaldo Sena, também esteve presente no escritório da Prefeitura.

O Bonsucesso estreia no Carioca da Série B2 apenas em setembro. As divisões de base do clube também jogam na Teixeira de Castro. As competições Sub-15, Sub-17 e Sub-20 da Série B2 começam apenas em maio.

O time Sub-20 da Portuguesa estreia na Série A no dia 26 de março. Os torneios do Sub-15 e Sub-17 da elite iniciam apenas em agosto.

Em 2019, o Bonsucesso conquistou o título inédito da Copa Rio sobre a Portuguesa por 1 a 0, gol de Denilson, no Nilton Santos. 




Fotos: O Rubro-Anil/Divulgação

10/03/2022

FERJ DEFINE TABELA DA SÉRIE C DO CARIOCA. DOIS SOBEM PARA A B2


Mageense foi campeão da Série C do Carioca em 2018
Foto: Úrsula Nery/FERJ


A FERJ definiu nesta quarta-feira a tabela e formato da Série C do Campeonato Carioca. 13 clubes participarão da disputa. Aprovado por unanimidade, o regulamento tem como fórmula de disputa os pontos corridos na primeira fase. 

Ao final, os quatro primeiros colocados se classificam para a semifinal - no cruzamento, em ida e volta, 1° e 2° lugares têm vantagem de dois resultados iguais e escolha do mando de campo diante dos 3° e 4°. Os dois melhores classificados garantirão o acesso à Série B2 do Campeonato Estadual. A competição tem início previsto para maio. 

Para a primeira partida do turno, somente poderão participar os atletas inscritos até o 5º dia útil que anteceder o início do campeonato e cujo registro conste do BIRA, sem pendências, até o último dia útil que anteceder a respectiva partida.

As associações deverão inscrever no mínimo 15 quinze atletas profissionais para disputa do campeonato sob pena de não poder iniciar a disputa. Após o início da competição no mínimo 11 atletas profissionais deverão estar inscritos na competição sob pena de impossibilidade de participação pelo clube faltoso enquanto perdurar e irregularidade.

A FERJ ainda confirmou em regulamento que poderá ser utilizado o número máximo de 10 atletas não profissionais (até a véspera de completar 21 anos) na relação de jogo de cada partida.

Confira os clubes que participam do Carioca e as três primeiras rodadas: EC Resende, Atlético Carioca, Belford Roxo, Brasileirinho, Barcelona, Vera Cruz, Brescia, Juventus, Caac Brasil, Império Serrano, Paraty, Rio de Janeiro e Uni Souza.





07/03/2022

CONHEÇA OS CLÁSSICOS ESQUECIDOS NA HISTÓRIA DO CARIOCÃO


Foto: Reprodução/O Globo


Ainda que, nos últimos anos, graças às quedas do Vasco para a Série B, os clássicos entre o cruz-maltino e o Flamengo — que acontece hoje, às 16h, no Nilton Santos — sejam menos frequentes, não dá para dizer que eles correm risco no Carioca. Confrontos entre os quatro grandes clubes do Rio ainda são o ápice de um combalido Estadual, e mora na rivalidade desses duelos o que resta de charme de um torneio com mais de 100 anos. Confrontos que têm nome, o “Clássico dos Milhões”, para a partida de hoje; ou o famigerado Fla-Flu, entre outros, são o exercício de uma rivalidade local que se mantém.

Há, porém, outras histórias para contar, algumas em extinção. Nos seus 115 anos, o Carioca formou rivalidades locais carregadas de identidade, mas que, com o tempo, se acalmaram ou apequenaram, seja pela crise do torneio ou de alguns clubes em um futebol cada dia mais desigual financeiramente. São confrontos que hoje clamam por mais capítulos, ainda que nem tão gloriosos assim. O maior exemplo é o “Clássico Bisavô".

O nome do confronto entre Bangu e América, um dos clássicos esquecidos do Rio, é sugestivo. Se Botafogo e Fluminense fazem o “Clássico Vovô” e tiram onda de antiguidade — o primeiro jogo foi em outubro de 1905 — os dois times se enfrentaram dois meses antes, em agosto daquele ano, sendo, portanto, o mais antigo entre os times em atividade do Rio. Há de se respeitar os mais velhos.

— A rivalidade com o Bangu era maior que a com o Botafogo até a década de 1960 — relata o jornalista José Trajano, torcedor do America, relembrando derrotas doídas para o rival no vice carioca em 1950 e no título estadual de 1960. — Era uma coisa muito forte na década de 1950.

DO COMEÇO DO SÉCULO

Se não dos “milhões”, Bangu e America reuniam, quase sempre, cerca de 30 mil torcedores no Maracanã quando jogavam nessa época. Público que só se repetiu, e bateu o recorde do clássico (mais de 38 mil presentes), em 1983, na última boa era de dois clubes que caíram e subiram de patamar em épocas parecidas.

— Hoje a rivalidade é só um retrato na parede. Ficou na memória, não tem mais. Se bem que teve briga de torcida nas últimas vezes — relembra Trajano, se referindo ao confronto de 2014, em Mesquita, que acabou com confronto entre organizadas. Em 2016, no reencontro, a PM evitou uma revanche — últimos capítulos lamentáveis para um clássico de tanta história.

Fora da elite do Estadual desde então, o time da Tijuca não enfrenta um grande também desde 2016, incluindo o Vasco, com quem ganhou em 1937 o bonito nome de “Clássico da Paz”, porque foram responsáveis naquele ano pela pacificação da guerra política entre as ligas que dividiam o futebol e o Estadual em dois.

Os americanos esperançosos, se ainda existem, podem se fiar no “Clássico dos Ingleses”, outro esquecido carioca, que voltou a ser disputado — provavelmente pela última vez — 92 anos após o último confronto. O duelo entre Rio Cricket (de Niterói) e Paissandu (do Rio) fez parte de uma rivalidade no futebol e no críquete no início do século XX.

Para além do antagonismo entre os clubes dos dois lados da Baía de Guanabara, ambos disputavam o título de melhor entre os clubes fundados por ingleses no Rio. Como o futebol do Paissandu (campeão carioca de 1912) acabou em 1914, e o Rio Cricket nunca profissionalizou seu departamento, o clássico, disputado pela primeira vez em 1901 (antes do “Vovô” e do “Bisavô”) tinha ficado na História. Por ser considerada a primeira partida de futebol realizada no Rio, ressuscitou: em 2006, na comemoração de 105 anos do futebol carioca, um novo confronto foi organizado em Niterói, usando uniformes da época. Com a vitória fora de casa por 2 a 1, os torcedores do Paissandu podem zoar os rivais para sempre, sem chance de revanche.
Rivalidades locais

Para além da Zona Sul, o futebol carioca viu rivalidades crescerem no subúrbio. Com o ápice no começo dos anos 1980, o “Clássico Rural” opõe os dois maiores da Zona Oeste, que levam o nome dos seus bairros, Bangu e Campo Grande. Antes da urbanização acelerada, a região era conhecida como Zona Rural.

Os grandes duelos de 40 anos atrás contrastam com o atual momento do clássico, que completa 60 anos e não é disputado desde 1995. De lá para cá, o Campo Grande chegou a parar suas atividades no futebol. Hoje, disputa a terceira divisão do estadual, vencida ano passado pelo Olaria, outro tradicional do subúrbio que tem saudade de um clássico para chamar de seu.

— A fundação do Olaria foi para enfrentar o Bonsucesso. A rivalidade foi muito forte até os anos 1950, com trocas de acusações e brigas. Mas isso arrefeceu — conta Pedro Paulo Vital, historiador do clube da Rua Bariri, sobre o “Clássico Leopoldinense”, que este ano completa uma década sem ser disputado na elite estadual. Para ele, a falta de confrontos acabou aproximando os dois.

— Hoje, eles são mais vizinhos amigos do que rivais. Tinha tudo para ter uma rivalidade tipo Ponte Preta x Guarani (o “Derby Campineiro”), um “Goyta-Cano” (Goytacaz x Americano, em Campos) — conta o historiador. — A má fase de um não agrada o outro. O Olaria agora está na segunda divisão. O Bonsucesso, na quarta. A Leopoldina merecia muito mais. Falta apoio, investimento, patrocínio. Dois clubes centenários, de tradição. A graça de tudo isso é ter o jogo, né? Não adianta ficar só relembrando os jogos antigos e não ter novos confrontos.

Torcida na arquibancada do Estádio Proletário, para Bangu e Campo Grande, em 1967
Foto: Agência O Globo


03/03/2022

FERJ CONVOCA CLUBES PARA ARBITRAL DA SÉRIE C DO CARIOCA


Rubens Lopes, presidente da FERJ
Foto: Úrsula Nery/FERJ

A FERJ convocou os clubes que vão disputar a Série C do Campeonato Carioca para o Arbitral que ocorrerá no próximo dia 9, às 15h, na sede da entidade no Maracanã. Participarão do Estadual da 5ª Divisão: Vera Cruz, Barcelona, CAAC Brasil, Atlético Carioca, Rio de Janeiro, Império Serrano, IQSL Brasileirinho, Juventus, Belford Roxo, Paraty e Uni Souza.

A reunião irá debater os seguintes pontos abaixo: 

1) Campeonato Estadual de Profissionais da Série C de 2022: 

a) Regulamento;
b) Tabela;
c) Transmissões e Protocolo de operação dos jogos.

2) Assuntos Gerais.

Os filiados deverão se fazer representar preferencialmente por seu presidente, ressaltando-se que além das medidas já adotadas de sanitização ambiental, distanciamento, uso de máscaras, disponibilização de álcool gel e outras, de acordo com as recomendações das autoridades de saúde no combate à disseminação da COVID-19, todos os participantes deverão, ao chegar à FERJ, responder ao questionário clínico epidemiológico, sendo imperativa para a entrada nas dependências a ausência de dados sugestivos de contagiosidade. 

A competição tem previsão de início para a primeira semana de maio.