15/12/2020

NILTON BITTAR APRESENTA DEFESA E ACUSA AÇÃO DE ATO POLÍTICO

Nilton Bittar ao lado de Ary Amâncio no aniversário de 106 anos do clube
Foto: Reprodução

A eleição no Bonsucesso ainda não terminou. Apesar do resultado expressivo de Nilton Bittar nas urnas no último sábado, a ação que corre na 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pode causar uma reviravolta no pleito. O 'Fanáticos pelo Cesso' teve acesso a defesa do Bonsucesso e a de Nilton Bittar, que defende o clube e advoga em causa própria (1º e 3º réus), rechaçando gestão temerária e irregularidades na prorrogação do mandato do Conselho Administrativo. 

Durante o ofício enviado nesta segunda-feira, data limite apontada pelo juiz Ricardo Cyfer, o presidente eleito afirmou que 'houve normalmente a eleição no clube na forma de seu Estatuto, assim como respeitando os poderes do clube.'

Nilton Bittar ainda cita que tem experiência no mercado há mais de 30 anos e classifica como a 'nata' dos integrantes da sua chapa, incluindo 'Grande Beneméritos, Beneméritos, Proprietários sem contar com famílias tradicionais do clube'. O presidente eleito cita que a ação dos sócios Cláudio Menezes, Ronaldo Nascimento e George Joaquim Machado tem cunho político, considerando todos como integrantes da chapa de oposição - inelegível às vésperas das eleições.

Bittar cita que os autores da ação 'mentem em cerca 90%' (não diz o que há de veracidade no processo) e defende que a eleição foi marcada devidamente pelo presidente da Assembleia Geral, Brazelino Vieira. Ele enumerou o que considera 'mentiras apresentadas em juízo':

Primeiramente, Bittar se defende afirmando que o desembargador apenas decidiu que o pleito fosse marcado, dando posse a Ary Amâncio em 3 de setembro de 2017 e 'em nenhum momento mandou marcar uma nova eleição após o dia 03/09/2020'. Entretanto, a decisão especifica o período correspondente ao triênio a partir da data do escrutínio. 

Ele enfatiza que 'no atual mandato TODO o clube foi pintado, o escudo foi danificado, mas devidamente consertado, assim como os gestores não usam do hall para estacionamento, sendo os mesmos eventualmente foi utilizado por solicitação da prefeitura e sés Gestores, que lá estiveram reunidos para distribuição de cestas básicas, fato este público e notório'. A foto anexada na defesa, porém, aponta para a torre sem a devida conservação.

Nilton Bittar considera como 'ridícula' a afirmação extraída nos autos do processo de que o ginásio está totalmente destruído e que teria sido leiloado durante o atual mandato. Ele acusa Cláudio Menezes, um dos autores da ação, como presidente do Conselho Deliberativo em 2013, data em que o espaço deixou de pertencer ao Bonsucesso.

O presidente eleito considera 'absurdo campeão' a citação da confissão de dívida com o ex-gestor do futebol, Marcelo Salgado. Segundo a defesa, 'num ato de extrema competência da gestão atual, quer seja dos réus, houve uma negociação espetacular com a efetivação do acordo, HOMOLOGADO EM JUÍZO EM PROCESSO ELETRÔNICO ABERTO AO PÚBLICO, no qual transigiu por menos de 30% do risco processual'. O valor inicial do processo era de R$5 milhões.

Por fim, Bittar reforça, baseando-se no Estatuto, que as eleições foram marcadas corretamente na segunda quinzena de dezembro e 'seria impossível a marcação também em face da pandemia, já que os clubes estavam fechados com base nos órgãos municipais, apesar correto era seguir os termos de seu Estatuto.'

O dirigente anexou um documento assinado por Brazelino Vieira que já confirmava em outubro, portanto, antes da pandemia, as eleições na segunda quinzena de dezembro de 2020 (confira abaixo).


DOCUMENTO CONFLITANTE


Um documento anexado por Nilton Bittar é no mínimo curioso. A procuração assinada por Ary Amâncio em 13 de novembro de 2020 aponta o nome também do ex-presidente José Simões, que não faz parte da última gestão e está inelegível por 10 anos. O ofício aponta o advogado José Ricardo Leite de Brito como responsável por uma ação do clube contra a Light.


O Fanáticos pelo Cesso não conseguiu confirmar se Ary Amâncio se pronunciou até o fim da noite desta segunda-feira já que também é (2º) réu no processo. O juiz Ricardo Cyfer deve protocolar a decisão ao longo do dia. Caso defira o pedido, um interventor deve ser anunciado para convocar novas eleições no Bonsucesso. Caso contrário, Nilton Bittar tomará posse.

13/12/2020

NILTON BITTAR É ELEITO O NOVO PRESIDENTE DO BONSUCESSO SOB DESCONFIANÇA NESTE SÁBADO


Nilton Bittar foi eleito o novo presidente do Bonsucesso em uma eleição realizada neste sábado sob desconfiança. A decisão judicial, na última sexta-feira, permitiu a realização do pleito com chapa única, apesar da ação de sócios que tentam a inelegibilidade do conselho administrativo. A eleição teve 95 votos para a Chapa Verde, um nulo e um branco. 

Ao longo do dia, na sede da Teixeira de Castro, houve bate-boca, reclamações da lista incompleta de sócios aptos para o voto e incerteza se o mandato pelo próximo triênio será cumprido.

O então presidente da Assembleia Geral, Brazelino Vieira não compareceu ao clube. O vice, André Bittar, também não presidiu as eleições. Um outro responsável teria sido colocado à frente do pleito, desrespeitando o estatuto. O
'Fanáticos pelo Cesso' recebeu uma foto do suposto substituto pelas eleições, porém, não conseguimos identificá-lo.

Em contato, Brazelino Vieira confirmou a informação que trouxemos ao longo da semana de que ele está com suspeita da COVID-19.

"Estou em quarentena e não posso sair de casa. Não sei quem presidiu as eleições. Só liguei ao fim da tarde para saber se tudo ocorreu bem e foi tudo certo, mas o resto eu não sei. Não assinei a ata, não pude ir. Tem que ligar para o (Nilton) Bittar ou o pessoal lá. O André Bittar é o vice (da Assembleia), mas estou por fora. Estou mais perdido do que não sei o que com o Bonsucesso", afirmou. 

Pela manhã, antes da chegada da Polícia Militar, o sócio César Augusto e o candidato à presidência tiveram uma áspera discussão.

"Fui votar com as mensalidades pagas, carteirinha do clube e identidade. Porém, o Brazelino Vieira (então presidente da Assembleia Geral) que deveria estar à frente das eleições não compareceu. Perguntei quem estava comandando o pleito, mas jamais vi aquele senhor no Bonsucesso (disse se referindo a quem capitaneou a eleição sem citar o nome). Enquanto eu estava na sede, fui confrontado pelo Nilton Bittar, que me disse que eu não poderia ficar ali. Disse pra ele que pago em dia e frequentava o clube desde a barriga da minha mãe. Portanto, eu tinha direito a permanecer no clube a hora que eu quisesse. Avisei que ninguém me tiraria do Bonsucesso. Ele disse que chamaria a polícia. Avisei pra chamar já que o acusaria de uma série de irregularidades", disse César Augusto.

O sócio proprietário Vitor Maia afirmou que o seu direito a voto também foi decidido de última hora já que seu nome não constava na lista, apesar de estar em dia com as mensalidades.

"Sou sócio proprietário desde 2016, porém, meu nome não estava na ata de votação. Estou com todos os pagamentos na mão. O candidato Nilton Bittar chamou a Dona Olga (Ribeiro), secretária do clube, que assinou atrás do meu recibo, dando direito a participar. É uma bagunça. Eles não têm o número de eleitores no Bonsucesso", garantiu.

Comprovante assinado no verso pela secretária do clube
Foto: Reprodução

O juiz Ricardo Cyfer, da 10ª Vara Cível do Rio de Janeiro, aguarda o posicionamento do clube e do então presidente Ary Amâncio e de Nilton Bittar até a próxima segunda-feira, antes de dar a decisão na ação movida por beneméritos do clube, que tentam a anulação do pleito por supostas irregularidades e gestão temerária.

Caso o processo seja deferido, a justiça deve promover um interventor que convocará novas eleições. Resta saber quem assinou a ata da eleição? O 'Fanáticos pelo Cesso' tentou contato com o presidente eleito Nilton Bittar, porém ele não atendeu nossas ligações.

11/12/2020

ELEIÇÕES DO BONSUCESSO ESTÃO NAS MÃOS DO JUIZ RICARDO CYFER


As eleições do Bonsucesso acontecerão neste sábado, das 9h às 16h, com chapa única de Nilton Bittar, mas o pleito ainda pode ser anulado pelo juiz Ricardo Cyfer, da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, após a ação movida por beneméritos que pedem a inelegibilidade dos integrantes do conselho administrativo por supostas irregularidades no mandato.

Nesta sexta-feira, o juiz indeferiu o pedido de tutela provisória, que suspenderia as eleições amanhã (12). Segundo a decisão, Ricardo Cyfer irá aguardar o prazo dado de 72h, ou seja, até segunda-feira (14), para que o clube se manifeste em juízo depois do mandado.

"A realização das eleições designadas para amanhã, na forma como se apresenta todo o conjunto fático que as caracteriza, com apenas a chapa da situação concorrendo, a eventual vitória dessa chapa apenas fará se prolongar no tempo a situação que hoje se apresenta, contra a qual se levantam os autores.

Ou seja, sagrando-se vencedores os atuais administradores do 1.º réu, a administração destes continuará sendo exercida pelas mesmas pessoas que hoje o fazem, e o objetivo primeiro da presente ação continuará em voga, aguardando-se a regular citação do 2.º e do 3.º réus, o decurso do prazo para manifestação destes sobre o pedido de tutela provisória, para que, enfim, se possa apreciá-lo adequadamente", diz parte da decisão do juiz Ricardo Cyfer.

Na véspera das eleições, a sede na Teixeira de Castro estava fechada e sem movimentação para receber a votação nas próximas horas.


BOCA MIÚDA

O candidato da oposição, Jorge Ribeiro Marques, que teve a chapa impugnada por certidões fora da validade, foi informado pela esposa do então presidente da Assembleia Geral, Brazelino Vieira, que o mesmo estava com sintomas da COVID-19 e que não poderia encontrá-lo para uma nova reunião nesta quinta-feira, após no dia anterior não informá-lo sobre o problema de saúde. 

"Boa noite! Eu sou a companheira do Brazelino, ele está doente. Tá com suspeita de covid 19, está em casa em isolamento. Por encanto (sic) está com tosse, dor no corpo e febre baixa, estou monitorando", diz a mensagem que o Fanáticos pelo Cesso teve acesso.

Jorge Ribeiro Marques alegava prazo curto para entrega de novos documentos para participar das eleições marcadas para a segunda quinzena de dezembro já que sua inscrição era para concorrer em setembro, seguindo a ordem judicial.

Caso não possa participar do pleito, Brazelino Vieira deve ser substituído pelo então vice-presidente da Assembleia Geral, André Estácio Bittar.


NO MUNDO DA BOLA

O juiz Ricardo Cyfer já esteve envolvido em outro episódio ligado ao futebol esse ano. Foi ele o responsável por indeferir o pedido de liminar da Globo, que tentava impedir que o Flamengo transmitisse os jogos na reta final do Campeonato Carioca, baseado na Medida Provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em junho, a 'Revista Veja' informou que, o juiz Ricardo Cyfer é rubro-negro e já publicou fotos no Maracanã com a camisa do clube, sendo inclusive, um admirador do ex-jogador rubro-negro, Vagner Love.

10/12/2020

SEDE DO BONSUCESSO SOFRE COM PROBLEMAS ESTRUTURAIS


O próximo presidente do Bonsucesso terá muitos problemas ao assumir tamanha responsabilidade em um clube deficitário. O 'Fanáticos pelo Cesso' recebeu vídeos que demonstram diversas falhas estruturais na sede do clube, na Avenida Teixeira de Castro. Fechado durante os meses mais críticos da pandemia, o conselho administrativo continuou cobrando uma taxa de R$60,00 aos sócios, que procuraram o Blog para reclamar da falta de zelo com uma instituição centenária. O estádio Leônidas da Silva só foi reaberto para receber o elenco, que treinava no local para a disputa da Série B1 do Campeonato Carioca.

Recentemente, o Bonsucesso recebeu uma feira de roupas, acessórios e artesanatos, como forma de captar recursos para reduzir as despesas já que a energia elétrica segue cortada por inadimplemento.

Pelas imagens, o muro dos fundos da sede está deteriorado com acúmulo de lixo, a arquibancada social apresenta mato, o telhado tem falhas, o banheiro está com condições inapropriadas, o ginásio (leiloado) está abandonado e a piscina continua interditada com a água apresentando uma coloração esverdeada. 

Nos últimos dias, funcionários recolocaram o escudo do Bonsucesso na torre da fachada. Parte da arquibancada, onde encontram-se as históricas cabines de rádio, iniciou uma pintura, mas a diretoria alegou que nos últimos dias, as chuvas e um problema com o funcionário responsável pela obra atrasou o andamento da revitalização.


Por ora, as eleições estão mantidas para o próximo sábado com chapa única, encabeçada por Nilton Bittar. O então presidente da Assembleia Geral, Brazelino Vieira, tornou inelegível a chapa de oposição de Jorge Ribeiro Marques, alegando que as certidões entregues estavam fora da validade.

Beneméritos do clube tentam suspender o pleito na justiça alegando supostas irregularidades no mandato, que foi estendido até o fim do ano. O juiz da 10ª Vara Cível do Rio de Janeiro, Ricardo Cyfer, cobrou esclarecimentos de Ary Amâncio, Nilton Bittar e do clube, em um prazo máximo de 72 horas. Todos já foram notificados. Caso ocorra a eleição, os sócios pretendem anulá-la.

09/12/2020

SÓCIOS PEDEM A SUSPENSÃO DAS ELEIÇÕES NO PRÓXIMO SÁBADO


A eleição do Bonsucesso continua tumultuada. Nesta quarta-feira, a oficial de justiça, Ana Cristina Reddo, esteve no endereço da filha do presidente Ary Amâncio Pereira para entregar a intimação para que ele preste esclarecimentos sobre o processo ajuizado pelos beneméritos Cláudio Menezes, Ronaldo Nascimento e George Joaquim Machado, que transcorre na 10ª Vara Cível do Rio de Janeiro, por suposta gestão temerária e prorrogação indevida do mandato à frente do Bonsucesso. Outros ofícios também foram expedidos para o vice-presidente Nilton Bittar e ao próprio clube, todos réus citados na ação.

Como descrito no documento abaixo, a filha de Ary Amâncio, Alba Valéria, informou que o dirigente não estava na residência já que tem um quadro de saúde delicado e encontrava-se na casa de outros parentes. De qualquer modo, a citação ficou sob posse de Alba Valéria para entregar ao genitor.


Até a publicação dessa reportagem, não conseguimos apurar se Nilton Bittar também foi notificado hoje (9). O clube recebeu a intimação. Todos tem um prazo de até 72h para se pronunciarem antes da decisão do juiz Ricardo Cyfer, que pode torná-los inelegíveis.

Ciente do tempo curto até as eleições agendadas para o próximo sábado, o advogado Marcelo Santiago, que defende os sócios do Bonsucesso, ingressou com uma petição pedindo validade na citação do presidente Ary Amâncio e solicitou a suspensão do pleito.

"Eles estão se escondendo das citações para dar tempo para as eleições acontecerem", afirmou Marcelo Santiago.


'DEU CANO'

Em outra linha, Jorge Ribeiro Marques agendou uma reunião no escritório de Brazelino Vieira, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para apaziguar o cenário tenso das eleições. Porém, o então presidente da Assembleia Geral não compareceu.  O candidato da oposição tentará encontrá-lo novamente nesta quinta-feira. 

O 'Fanáticos pelo Cesso' apurou que Jorge Ribeiro Marques irá apresentar as novas certidões com um recurso, exigindo a participação no pleito, após Brazelino Vieira descartar os documentos no último dia 2, alegando que estavam fora da validade.

Entre uma das contestações está o prazo curto para entrega das declarações já que o edital para as eleições foi publicado no 'Jornal Expresso' no dia 7 de novembro, cinco dias antes do 'deadline' para inscrição das chapas.

A Chapa Azul apresentou a documentação necessária para participar das eleições que poderiam ocorrer três meses atrás, mediante a ordem judicial que tornou Ary Amâncio o último presidente do Bonsucesso até 3 de setembro de 2020. 

A ação dos sócios contesta a prorrogação do mandato até 31 de dezembro de 2020, como o blog já trouxe informações anteriormente. Discute-se a viabilidade de acionar a Polícia Civil, caso não considerem a inclusão da oposição nas eleições.