10/03/2022

FERJ DEFINE TABELA DA SÉRIE C DO CARIOCA. DOIS SOBEM PARA A B2


Mageense foi campeão da Série C do Carioca em 2018
Foto: Úrsula Nery/FERJ


A FERJ definiu nesta quarta-feira a tabela e formato da Série C do Campeonato Carioca. 13 clubes participarão da disputa. Aprovado por unanimidade, o regulamento tem como fórmula de disputa os pontos corridos na primeira fase. 

Ao final, os quatro primeiros colocados se classificam para a semifinal - no cruzamento, em ida e volta, 1° e 2° lugares têm vantagem de dois resultados iguais e escolha do mando de campo diante dos 3° e 4°. Os dois melhores classificados garantirão o acesso à Série B2 do Campeonato Estadual. A competição tem início previsto para maio. 

Para a primeira partida do turno, somente poderão participar os atletas inscritos até o 5º dia útil que anteceder o início do campeonato e cujo registro conste do BIRA, sem pendências, até o último dia útil que anteceder a respectiva partida.

As associações deverão inscrever no mínimo 15 quinze atletas profissionais para disputa do campeonato sob pena de não poder iniciar a disputa. Após o início da competição no mínimo 11 atletas profissionais deverão estar inscritos na competição sob pena de impossibilidade de participação pelo clube faltoso enquanto perdurar e irregularidade.

A FERJ ainda confirmou em regulamento que poderá ser utilizado o número máximo de 10 atletas não profissionais (até a véspera de completar 21 anos) na relação de jogo de cada partida.

Confira os clubes que participam do Carioca e as três primeiras rodadas: EC Resende, Atlético Carioca, Belford Roxo, Brasileirinho, Barcelona, Vera Cruz, Brescia, Juventus, Caac Brasil, Império Serrano, Paraty, Rio de Janeiro e Uni Souza.





07/03/2022

CONHEÇA OS CLÁSSICOS ESQUECIDOS NA HISTÓRIA DO CARIOCÃO


Foto: Reprodução/O Globo


Ainda que, nos últimos anos, graças às quedas do Vasco para a Série B, os clássicos entre o cruz-maltino e o Flamengo — que acontece hoje, às 16h, no Nilton Santos — sejam menos frequentes, não dá para dizer que eles correm risco no Carioca. Confrontos entre os quatro grandes clubes do Rio ainda são o ápice de um combalido Estadual, e mora na rivalidade desses duelos o que resta de charme de um torneio com mais de 100 anos. Confrontos que têm nome, o “Clássico dos Milhões”, para a partida de hoje; ou o famigerado Fla-Flu, entre outros, são o exercício de uma rivalidade local que se mantém.

Há, porém, outras histórias para contar, algumas em extinção. Nos seus 115 anos, o Carioca formou rivalidades locais carregadas de identidade, mas que, com o tempo, se acalmaram ou apequenaram, seja pela crise do torneio ou de alguns clubes em um futebol cada dia mais desigual financeiramente. São confrontos que hoje clamam por mais capítulos, ainda que nem tão gloriosos assim. O maior exemplo é o “Clássico Bisavô".

O nome do confronto entre Bangu e América, um dos clássicos esquecidos do Rio, é sugestivo. Se Botafogo e Fluminense fazem o “Clássico Vovô” e tiram onda de antiguidade — o primeiro jogo foi em outubro de 1905 — os dois times se enfrentaram dois meses antes, em agosto daquele ano, sendo, portanto, o mais antigo entre os times em atividade do Rio. Há de se respeitar os mais velhos.

— A rivalidade com o Bangu era maior que a com o Botafogo até a década de 1960 — relata o jornalista José Trajano, torcedor do America, relembrando derrotas doídas para o rival no vice carioca em 1950 e no título estadual de 1960. — Era uma coisa muito forte na década de 1950.

DO COMEÇO DO SÉCULO

Se não dos “milhões”, Bangu e America reuniam, quase sempre, cerca de 30 mil torcedores no Maracanã quando jogavam nessa época. Público que só se repetiu, e bateu o recorde do clássico (mais de 38 mil presentes), em 1983, na última boa era de dois clubes que caíram e subiram de patamar em épocas parecidas.

— Hoje a rivalidade é só um retrato na parede. Ficou na memória, não tem mais. Se bem que teve briga de torcida nas últimas vezes — relembra Trajano, se referindo ao confronto de 2014, em Mesquita, que acabou com confronto entre organizadas. Em 2016, no reencontro, a PM evitou uma revanche — últimos capítulos lamentáveis para um clássico de tanta história.

Fora da elite do Estadual desde então, o time da Tijuca não enfrenta um grande também desde 2016, incluindo o Vasco, com quem ganhou em 1937 o bonito nome de “Clássico da Paz”, porque foram responsáveis naquele ano pela pacificação da guerra política entre as ligas que dividiam o futebol e o Estadual em dois.

Os americanos esperançosos, se ainda existem, podem se fiar no “Clássico dos Ingleses”, outro esquecido carioca, que voltou a ser disputado — provavelmente pela última vez — 92 anos após o último confronto. O duelo entre Rio Cricket (de Niterói) e Paissandu (do Rio) fez parte de uma rivalidade no futebol e no críquete no início do século XX.

Para além do antagonismo entre os clubes dos dois lados da Baía de Guanabara, ambos disputavam o título de melhor entre os clubes fundados por ingleses no Rio. Como o futebol do Paissandu (campeão carioca de 1912) acabou em 1914, e o Rio Cricket nunca profissionalizou seu departamento, o clássico, disputado pela primeira vez em 1901 (antes do “Vovô” e do “Bisavô”) tinha ficado na História. Por ser considerada a primeira partida de futebol realizada no Rio, ressuscitou: em 2006, na comemoração de 105 anos do futebol carioca, um novo confronto foi organizado em Niterói, usando uniformes da época. Com a vitória fora de casa por 2 a 1, os torcedores do Paissandu podem zoar os rivais para sempre, sem chance de revanche.
Rivalidades locais

Para além da Zona Sul, o futebol carioca viu rivalidades crescerem no subúrbio. Com o ápice no começo dos anos 1980, o “Clássico Rural” opõe os dois maiores da Zona Oeste, que levam o nome dos seus bairros, Bangu e Campo Grande. Antes da urbanização acelerada, a região era conhecida como Zona Rural.

Os grandes duelos de 40 anos atrás contrastam com o atual momento do clássico, que completa 60 anos e não é disputado desde 1995. De lá para cá, o Campo Grande chegou a parar suas atividades no futebol. Hoje, disputa a terceira divisão do estadual, vencida ano passado pelo Olaria, outro tradicional do subúrbio que tem saudade de um clássico para chamar de seu.

— A fundação do Olaria foi para enfrentar o Bonsucesso. A rivalidade foi muito forte até os anos 1950, com trocas de acusações e brigas. Mas isso arrefeceu — conta Pedro Paulo Vital, historiador do clube da Rua Bariri, sobre o “Clássico Leopoldinense”, que este ano completa uma década sem ser disputado na elite estadual. Para ele, a falta de confrontos acabou aproximando os dois.

— Hoje, eles são mais vizinhos amigos do que rivais. Tinha tudo para ter uma rivalidade tipo Ponte Preta x Guarani (o “Derby Campineiro”), um “Goyta-Cano” (Goytacaz x Americano, em Campos) — conta o historiador. — A má fase de um não agrada o outro. O Olaria agora está na segunda divisão. O Bonsucesso, na quarta. A Leopoldina merecia muito mais. Falta apoio, investimento, patrocínio. Dois clubes centenários, de tradição. A graça de tudo isso é ter o jogo, né? Não adianta ficar só relembrando os jogos antigos e não ter novos confrontos.

Torcida na arquibancada do Estádio Proletário, para Bangu e Campo Grande, em 1967
Foto: Agência O Globo


03/03/2022

FERJ CONVOCA CLUBES PARA ARBITRAL DA SÉRIE C DO CARIOCA


Rubens Lopes, presidente da FERJ
Foto: Úrsula Nery/FERJ

A FERJ convocou os clubes que vão disputar a Série C do Campeonato Carioca para o Arbitral que ocorrerá no próximo dia 9, às 15h, na sede da entidade no Maracanã. Participarão do Estadual da 5ª Divisão: Vera Cruz, Barcelona, CAAC Brasil, Atlético Carioca, Rio de Janeiro, Império Serrano, IQSL Brasileirinho, Juventus, Belford Roxo, Paraty e Uni Souza.

A reunião irá debater os seguintes pontos abaixo: 

1) Campeonato Estadual de Profissionais da Série C de 2022: 

a) Regulamento;
b) Tabela;
c) Transmissões e Protocolo de operação dos jogos.

2) Assuntos Gerais.

Os filiados deverão se fazer representar preferencialmente por seu presidente, ressaltando-se que além das medidas já adotadas de sanitização ambiental, distanciamento, uso de máscaras, disponibilização de álcool gel e outras, de acordo com as recomendações das autoridades de saúde no combate à disseminação da COVID-19, todos os participantes deverão, ao chegar à FERJ, responder ao questionário clínico epidemiológico, sendo imperativa para a entrada nas dependências a ausência de dados sugestivos de contagiosidade. 

A competição tem previsão de início para a primeira semana de maio.

02/03/2022

FERJ DEFINE FORMATO E INÍCIO DA SÉRIE A2 DO CAMPEONATO CARIOCA


Marcelo Vianna, diretor de competições da FERJ
Foto: Úrsula Nery/FERJ


A Série A2 do Campeonato Carioca começará no dia 30 de abril e terá a repetição do formato das últimas edições com a Taça Santos Dumont e a Taça Corcovado antes do Turno Final. Os 12 times estão divididos em dois grupos:

Grupo A: America, Cabofriense, Angra dos Reis, Americano, Macaé e Olaria

Grupo B: Friburguense, Gonçalense, Maricá, Sampaio Correa, Artsul e o rebaixado da Série A

No primeiro turno, os clubes se enfrentam em turno único dentro do próprio grupo. Já na Taça Corcovado, os confrontos são entre os grupos A e B sem returno.

Os dois melhores de cada grupo avançam às semifinais dos turnos através de cruzamento olímpico, em partida única. As equipes que se classificaram em primeiro terão direito a jogar em casa e a vantagem do empate para avançar à final (jogo único).

A FERJ definiu que para a partida final da Taça Santos Dumont será sorteado o mando de campo e não haverá vantagem de pontos para nenhuma das associações.

A campeã da Taça Santos Dumont e a campeã da Taça Corcovado jogarão a final em duas partidas, em sistema de ida e volta, sem vantagem de pontos e saldo de gols para nenhuma delas.

A associação campeã de turno melhor classificada no somatório de pontos obtidos nos dois turnos (Taça Santos Dumont e Taça Corcovado), aplicados os critérios de desempate, quando couber, terá direito a escolha do mando de campo da primeira ou da segunda partida da final.

O artigo mais polêmico do Estadual está mantido em mais uma edição: Caso uma única equipe seja cam

peã da Taça Santos Dumont e da Taça Corcovado, e uma associação tenha obtido maior número de pontos do que a campeã, no somatório de pontos das partidas dos Grupos A e B da Taça Santos Dumont e Taça Corcovado, a final será realizada entre a campeã dos dois turnos e o clube que tenha obtido o maior número de pontos ganhos do que a campeã, aplicados os critérios de desempate, em caso de mais de uma associação obter o maior número de pontos do que a campeã dos turnos.Caso uma mesma associação seja campeã da Taça Santos Dumont e da Taça Corcovado, e nenhuma outra associação a supere em pontos ganhos nas partidas dos Grupos A e B da Taça Santos Dumont e Taça Corcovado, a equipe vencedora dos dois turnos será declarada campeã estadual, sem a necessidade da realização da final.

O lanterna na classificação geral do Carioca, que correspondem ao somatório de pontos obtidos nos grupos A e B, estará submetida ao descenso para a Série B1 e, obrigatoriamente em sequência, participará do seu respectivo campeonato, independentemente do lapso temporal entre o término do campeonato da Série A2 e o início do Campeonato da Série B1.

Importante frisar que na temporada de 2023, estarão submetidas ao descenso as duas últimas associações na classificação geral do campeonato.

24/02/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #27



Por: Paulo Jorge


RENÚNCIA E SOLUÇÃO NO BONSUCESSO

A Tribuna de Imprensa, em 1945, trazia no seu periódico a surpreendente renúncia do então presidente Afonso Lobo Leal, figura importantíssima para a construção do novo estádio. Perante o cenário, o Conselho Deliberativo do Bonsucesso reuniu-se para definir quem seria o novo presidente.

Em 9 de agosto daquele ano, o CODE definia que Domingos Vassalo Caruso, grande personagem da Zona da Leopoldina, seria o substituto (temporário) até que se chegasse ao novo nome em consenso. Na quarta-feira seguinte, optou-se por Manoel Valentim Cabalero, o novo presidente rubro-anil.

Cabalero era um uruguaio radicado no Rio de Janeiro e com alta capacidade de negociação para o clube no século passado e grandes serviços prestados ao Bonsucesso. Foi ele quem ao lado de Aníbal Bastos, então diretor de futebol, contratou Leônidas da Silva. Cabalero também foi responsável pela aquisição de Gentil Cardoso para comandar o time e sob sua influência, em pouco tempo o time já possuía sete jogadores negros, algo muito descriminalizado à época.

Não nos esqueçamos que Gradim, outro ídolo da história do Bonsucesso, também foi contratado por interferência de Manoel Cabalero após o jogador chegar ao clube para disputar apenas um torneio de três partidas.

Porém, engana-se quem acredite que Manoel Cabalero tenha sido apenas um dirigente na história centenária do Bonsucesso. Ele também dirigiu a equipe na década de 30. No antigo estádio na Praça de Desportos da Estrada Norte em 6 de abril de 1930, o Bonsuça perderia para o Flamengo por 3 a 1, na estreia do Carioca (AMEA). Cássio, China, Nilton e Vicentino fizeram os gols da partida. 

Flamengo: Amado, Hermínio e Cassilandro; Penha, Darcy Martins e Pedro Fortes; Nilton, Vicentino, Eloy, Agenor e Cássio (Rochinha). Técnico: Amado Benigno.

Bonsucesso: Medonho, Ary II e Heitor; Nico, Eurico e Cláudio; Arubinha, Badu (Neco), Gradim, Bida e China. Técnico: Manoel Valentim Cabalero.   



Fonte: Tribuna de Imprensa (11 de Agosto - Página 7) / Livro: Consagrado no Gramado: A História dos 110 anos do Futebol do Flamengo (Roberto Assaf)