24/12/2021

FANÁTICOS PELO CESSO APRESENÇA BALANÇO E DESEJA UM FELIZ NATAL


O blog Fanáticos pelo Cesso fecha a temporada 2021 com 146 postagens, um acréscimo de 77 publicações em relação ao ano anterior e mais de 700 mil visualizações. Criado em 2007, a página é a voz do torcedor e tem sido um resgate da história do tradicional clube da Leopoldina com a coluna 'Tá no Livro', com Paulo Jorge. 

Em 2021, o Fanáticos pelo Cesso também esteve nas redes sociais. Além da página no Facebook, o canal no instagram também superou a marca de mil seguidores ao longo de 135 publicações e um crescimento contínuo no número de acessos, comentários e curtidas.

Em 2022, a gente continuará na torcida pelo sucesso do Bonsucesso na Série B2 do Campeonato Carioca e a esperança de voltar a brilhar na elite do futebol carioca em um futuro não tão distante. A 1ª Divisão é o seu lugar, Bonsuça!

Desejamos a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo! Que Jesus abençoe cada torcedor e ilumine os passos de nossos jogadores! 

23/12/2021

FERJ DIVULGA CALENDÁRIO DE COMPETIÇÕES PARA O ANO DE 2022


Exposição de camisas tradicionais do futebol carioca
Foto: FERJ

Anota na agenda! A FFERJ divulgou o calendário de competições para a temporada 2022. O Estadual da Série A começa em 26 de janeiro e termina no dia 3 de abril. A primeira divisão de acesso, a Série A2 começa no dia 1º de maio e se estende até o final de julho.

A Série C (5ª Divisão) terá início também em maio, no dia 8. A competição será realizada até 14 de agosto. A Copa Rio que dá direito ao campeão escolher disputar a Copa do Brasil ou o Brasileirão da Série D começa em 10 de agosto. O torneio vai até 23 de novembro. 

As Séries B1 e B2 começam em setembro. Primeiro, a 3ª Divisão no dia 3 e a 4ª Divisão na semana seguinte, dia 11. O Bonsucesso que não conseguiu classificação para as semifinais tentará na próxima temporada novamente dar um salto para sonhar com a elite no futuro. 

Por fim, o Carioca Feminino fecha o calendário. A competição se inicia em outubro e será concluído na segunda semana de dezembro.

No sub-20, o Carioca da Série B2 começa em maio e se estende até julho. Em 2021, o Bonsucesso terminou com o vice-campeonato ao perder para o Barra Mansa. 

   

08/12/2021

A DECADÊNCIA DOS CLUBES DE BAIRRO NO SUBÚRBIO DO RIO


A Associação Atlética Vila Isabel já foi um importante centro esportivo do Rio de Janeiro
Foto: Reprodução



Sair de casa para encontrar amigos, parentes, vizinhos e conhecidos nos clubes de bairro já foi um hábito muito comum entre os cariocas. Contudo, a visita para atividades esportivas e sociais está cada vez menos presente na rotina dos moradores do Rio de Janeiro. Isso porque esses tradicionais espaços de convivência vêm passando por muitos problemas que acabam culminando no fechamento.

Estudiosos do tema estimam que a decadência dos clubes de bairro vem acontecendo desde a década de 1970. Segundo o professor Victor Melo, especialista no assunto, são alguns os fatores que culminam na situação: a “domesticação das experiências” (pessoas cada vez mais em casa, muito por conta das tecnologias); dificuldades financeiras da classe média; especulação imobiliária e a construção de condomínios residenciais que têm quase tudo o que um clube pode oferecer.

“A conjunção de tudo isso leva os clubes a não conseguirem pagar as dívidas, a manter os espaços, e a estrutura. Alguns clubes tentaram fazer festas, bailes, mas não é o suficiente para todos”, destaca o professor Victor Melo.

Um dos casos mais recentes de fechamento de um clube histórico para a cidade foi a Associação Atlética Vila Isabel. O local, que por um bom tempo passou por dificuldades, encerrou as atividades para virar um empreendimento imobiliário.

“A maior parte dos clubes que não resistem e fecham as portas viram empreendimentos imobiliários”, frisa Victor Melo.

A situação se espalha por outros bairros e clubes. No ano passado, o jornal O Dia publicou que o Olaria Atlético Clube devia, aproximadamente, R$ 100 mil reais à Ligth. Na mesma reportagem, o clube do Bonsucesso é citado em um débito de mais de R$ 224 mil com a Cedae. Há alguns anos, o Olaria chegou a tentar vender seu estádio para pagar dívidas. Em 2020, o Bonsucesso transformou o hall de entrada do clube em um estacionamento para tentar arrecadar algum dinheiro neste período de crise.

“A consequência desse problema é a perda de espaço de referência. Os clubes foram mais que espaços só de diversão ou só de esporte. Grande parte da vida politica, social, cultural, passaram pelos clubes. Os clubes são importantes agentes de identidade local. Em geral, envolviam uma elite local, mas também havia espaço de contato com os populares dos bairros. Importantes políticos da cidade vieram dos clubes, os clubes sempre foram centros sociais. Os clubes foram referenciais para a vida pública, comunitária. Quando você perde esse espaço, você perde espaço de convenção comunitária. Essa perda é relevante para entender os movimentos de construção dos cotidianos das cidades”, afirma o professor Melo.

Muitos dos clubes em crise ficam na Zona Norte, nos subúrbios da cidade do Rio de Janeiro, enquanto na parte de maior poder aquisitivo da cidade, a Zona Sul, espaços históricos de convivência e prática esportiva, como Clube Monte Líbano, Caiçaras, entre outros, se mantém firmes.

“É muito triste assistir a depreciação dos subúrbios sendo refletida nos clubes e agremiações de nossos bairros. O impacto é direto não só na autoestima, como também na identidade e na memória do local, que vão perdendo vida cada vez que os clubes vão encontrando a falência”, opina o historiador Vitor Almeida, criador da página Suburbano da Depressão.

Diante do problema, algumas soluções são apontadas por especialistas: “Estamos reconfigurando os espaços públicos. Hoje temos outros grupos que de alguma maneira têm uma atuação parecida com as dos clubes. ONGs, grupos culturais, que tentam ter seus espaços físicos ou usam espaços públicos, governamentais. Mas a dinâmica é diferente do funcionamento dos clubes, que tinham essa coisa da base associativa comunitária. Eu acho que era possível recuperar os clubes em crise se o Poder Púbico investisse nesses espaços. Em áreas, bairros que têm poucas opções de lazer e clubes estão em situação difícil, a Prefeitura poderia, ao invés de construir praças, vilas olímpicas, investir nesses clubes e torná-los públicos, em uma parceria entre o público e o privado. O fim dos clubes não significa o fim dos espaços de lazer, eles só se reconfiguraram e estão diferentes do passado, mas faz falta o espaço, a dinâmica dos clubes. Eles são muito importantes e mereciam mais cuidado para ou se manterem ou voltarem a ter o papel que já tiveram no passado”, declara o professor Victor Melo.

06/12/2021

BONSUCESSO PERDE JOGO DA IDA NA FINAL DA SÉRIE B2 DO CARIOCA SUB-20

O Bonsucesso perdeu uma ótima chance de abrir vantagem na decisão do Campeonato Carioca Sub-20 contra o Barra Mansa. No último sábado, o Rubro-Anil foi derrotado na Teixeira de Castro por 3 a 1 (ida). João Vitor, duas vezes, e Luquinha marcaram os gols do adversário. Gabriel descontou para os donos da casa.

Com menos de um minuto, o Barra Mansa abriu o placar. João Vitor aproveitou uma vacilada da defesa e cara a cara com o goleiro fez 1 a 0. O atacante do Leão do Sul estava com sorte. Aos 29, após cobrança de escanteio, a bola desviou no meio do caminho e encontrou novamente João Vitor que finalizou para ampliar. 2 a 0.

No segundo tempo, o Barra Mansa perdeu Igor Lyra, que foi expulso. Mesmo com a menos, o adversário manteve a postura ofensiva. Aos 12, Luquinha acertou o travessão. Seis minutos depois, o atacante não perdoou. Luquinha recebeu a bola, driblou o marcador e dentro da área completou pra rede. 3 a 0. 

Aos 39, o Bonsucesso descontou em cobrança de pênalti convertida por Gabriel. 3 a 1. 

No próximo sábado, as equipes voltam a se enfrentar no estádio Leão do Sul, às 15h. O Barra Mansa pode perder por um gol de diferença que garante o título. Se o Bonsuça vencer por dois gols de diferença, o campeão será conhecido nos pênaltis. 

03/12/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #24



Por: Paulo Jorge

A HISTÓRIA MAGNÍFICA DO BONSUCESSO: SALVEM O CLUBE SUBURBANO!


Até onde vai a identificação de um clube com o bairro? Sabemos que os clubes de bairros tiveram uma importância na formação da cultura local que não podemos medir. Esses pequenos e médios clubes levam em seus tijolos, histórias, lendas, vitórias e lutas dos suburbanos, preservam através de fotos e reportagens momentos que marcaram os moradores dos bairros, muitos ainda conhecidos na época como arrabaldes.

Antigos moradores guardam nas lembranças os bailes, campanhas de vacinação e jogos de todos os esportes que participaram ou assistiram nesses clubes. Inúmeros times infelizmente acabaram e com eles morreram muitas histórias que poderiam ser contadas e os que ainda sobrevivem (ou tentam sobreviver) lutam a cada dia pela permanência dos associados e da estrutura construída com o suor e a mensalidade dos contribuintes.

Olaria, Madureira e Bonsucesso representam o melhor do futebol suburbano. Poderia citar outros tantos clubes amadores que infelizmente sucumbiram ao tempo, mas minha intensão é exaltar um pouco da belíssima história de um dos clubes mais tradicionais do futebol carioca.

A meu ver, o futebol carioca possui dez clubes tradicionais que merecem todo o destaque no cenário carioca: Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Bangu, São Cristóvão, Olaria, Bonsucesso, Madureira e Campo Grande, com menção honrosa a Portuguesa e ao Canto do Rio. Esses clubes ajudaram a escrever a história do futebol carioca, mas jamais podemos esquecer aqueles pequenos clubes de bairro que tanto contribuíram para o cenário suburbano.

Vamos viajar no passado e conhecer um pouco da maravilhosa história do Bonsucesso que hoje está sendo maltratado por diretorias que não conseguiram reerguer o clube que até 2017 disputava a Primeira Divisão e hoje está mergulhado numa crise e amargando a Quarta Divisão.


O COMEÇO

Todo clube que se preze deve ter um hino. Você conhece o do querido Bonsucesso? 

Para a torcida rubro-anil

Palmas eu peço

Na Leopoldina em cada esquina

Quem domina é o Bonsucesso

Lá surgiu um jogador sensacional

Surgiu Leônidas, o maioral!



Quando a turma joga em casa

A linha arrasa

Que baile... Que troça!

A torcida grita em coro

Não há choro

A vitória hoje é nossa



Quando a turma joga em casa

A linha arrasa

Que baile... Que troça!

A torcida grita em coro

Não há choro

A vitória hoje é nossa


Não poderia começar de outra forma , o hino do clube traduz bem a linda história dessa massa suburbana. Em 1913 , um grupo de rapazes decidiu criar um time de futebol. Nesse período, diversas equipes amadoras estavam sendo criadas por toda a cidade, cada bairro tinha um ou dois clubes que praticavam esse novo esporte. No dia 12 de outubro de 1913, na residência do senhor Alamiro Leitão, um grupo de rapazes, moradores da região de Bonsucesso, se reuniram e decidiram criar uma nova agremiação e todos eles decidiram que o primeiro presidente desse novo clube seria entregue a Francisco da Silva Leitão, pai do Alamiro.

O Clube rapidamente cresceu e não demorou muito para ganhar títulos de relevância. Diversos amistosos e jogos foram realizados com vitórias maiúsculas do time, demostrando que o Bonsuça poderia alçar voos mais altos. Em 1918, filiou-se Liga Suburbana e logo conquistou a Segunda Divisão da Liga, e em 1919, conquistou a Primeira Divisão da Liga. O time que marcou a história foi: Mingote; Alamiro, Sinhô; Mathias, Bacharel, D.Julia; Flavio, Caballero, Doca, Martins e Basilio.




O que mais marcava o clube além dos jogadores era a diretoria que tirava do próprio bolso para o clube sobreviver e crescer. Existe três notáveis que podemos destacar como os grandes homens da época: Ernesto Carneiro, Coronel Araújo e o grande homem do bairro, o médico Teixeira de Castro.

Percebendo que a Liga Metropolitana ficou pequena para eles, em 1920, filia-se a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres. O time a cada ano crescia assustadoramente e muito podemos atribuir também para o quadro de sócios, em sua grande maioria comerciantes do bairro que ajudavam a sustentar o crescimento do time. Conquistou diversos títulos ao longo dos anos de 1922, 1923 e 1924.

Em 1926, se filia a Associação Metropolitana de Esportes Athéticos (AMEA). Ingressando na segunda divisão da associação, logo mostrou força quando foi tricampeão consecutivo: 1926,1927 e 1928, quando surge a oportunidade de disputar pela primeira vez a divisão de elite carioca. Como campeão de 1928, o Bonsucesso ganhou o direito de disputar um play-off contra o último colocado do Campeonato da Primeira Divisão, que foi o Vila Isabel. O vencedor participaria da Primeira Divisão de 1929. 

O time da Grande Tijuca se recusou a jogar, a comissão da AMEA rebaixou o clube e promoveu o Bonsucesso, que disputara a Primeira Divisão desse ano e ficou em sétimo lugar. O jogo entre Bonsucesso x Vila Isabel foi marcado para o dia 15 de março, porém, o Vila não compareceu e aconteceu o W.O.

E esse ano de 1929 foi bom, hein! O time de vôlei do clube foi campeão da Segunda Divisão Carioca e iria disputar o campeonato da Primeira Divisão no ano seguinte. Na sede do time suburbano, a prática de esporte estava intensa. No local se praticava futebol, tiro, atletismo, racktball, tênis e ainda tinha espaço para a prática de escoteirismo. Para quem tem curiosidade, a primeira sede do Bonsucesso ficava na Rua Estrada do Norte (Hoje Teixeira de Castro) 38, perto da Estação de Bonsucesso e local conhecido pelos “sarais dançantes”.

Esse foi o time que disputou pela primeira vez o Campeonato Carioca: Medonho; Badú, Arubinha; Nico, Ernesto, Chininha; China, Grandinha, Eurico; Carola, Heiton, Claudio e Bida.






OS PRIMEIROS DIRIGENTES

Como já descrito no texto, o primeiro presidente do Clube foi Francisco da Silva Leitão, cuja a residência foi cedida para a criação do clube com toda a estrutura com campos e alojamentos. Podemos destacar tantos outros pelos primeiros anos, mas marcaram a história do clube nomes como: Ernesto Carneiro, Teixeira de Castro (também foi médico do clube), Coronel José João de Araújo (foi presidente de honra) e Manoel Lago.

Ao passar dos anos, outros foram entrando e acrescentando suas contribuições: Cesarito Cesar, Caballero, Arceu Macedo, Manoel Vieira, José Jacinto, Jair Guerra... Destacando o Teixeira de Castro, considerado o maior dirigente do clube de todos os tempos, Castro esteve presente desde os primeiros anos de clube e só saiu porque infelizmente veio a falecer. Apesar de sua grande fortuna, sempre ajudou o clube e os jogadores, usando a renda do próprio bolso.







MOMENTOS HISTÓRICOS


Um clube é feito de grandes momentos, acontecimentos que marcam para sempre a história do clube. A segunda foto do quadro acima, mostra a primeira formação do time do Bonsucesso pós-fundação em 1913, uma foto magnífica que mostra os primeiros jogadores (garotos) moradores do bairro, que ajudaram a ergueram esse pavilhão. Na foto acima vemos: Candido; Alamiro, Quimquim; Benício, Giovanni e Jurema; Botelho, Parafuso, Quincas, Pedro e Antonio.

Em 1955, o Rubro- Anil fez uma excursão até a Bolívia, a sua primeira na história e alguns dos jogadores famosos fizeram questão de ir ver a delegação na descida do aeroporto do Rio. Urubatão, que foi jogar no Santos, Gilberto foi para o Fluminense, Valdir para a Ponte Preta e o grande Manga, goleiro dos Santos. A campanha do Bonsucesso foi considerada boa :

Alianza Lima 1 x 1 Bonsucesso

Bonsucesso 3 x 0 Seleção Cocha Bomba

São José 2x1 Bonsucesso

Aliança 3 x 2 Bonsucesso


Apresentando a todos o quadro do Bonsucesso, campeão da 2ª Divisão em 1921: Viana; Almiro, D. Julia; Matias, Eurico e Catraia; Flavio, Manoel, Caballero, Doca; Rubens e Alberico.

A segunda foto mostra o time de Bonsucesso campeão de vôlei da Segundona Carioca. O mais interessante que os mesmo jogadores que praticavam o vôlei, faziam parte do quadro de futebol. Os heróis do vôlei: Durval, Francisco de Souza, Gradim, Jorge, Francisco, Loló, Fontoura e Cláudio são alguns exemplos.

E se eu disse que o Bonsucesso já ganhou de um campeão da Liberadores? Claro que o Palmeiras ainda nem sonhava em ganhar algo tão importante e, na verdade, ainda se chamava Palestra Itália, mas em 1932, os dois times jogaram um amistoso em pleno Parque Antártica e o placar foi 3x1 para os suburbanos. Na foto, vemos os jogadores - da esquerda para a direita -, em pé: Vareta, Eurico, Leônidas (circulado e com a camisa do time-foto rara), Rapadura, Loló, Oto, Prego, Marreco e Miro. Ajoelhados: Heitor, Catita, Cozinheiro, Durval, Claudio e Gradim (em destaque com circulo).

Tem ou não tem história o Bonsucesso? Isso é só um gostinho do que sempre você encontra aqui na Coluna 'Tá no Livro"! Até a próxima, fanáticos! 





01/12/2021

SUB-20 DO BONSUCESSO ESTÁ NA FINAL DO CARIOCA DA CATEGORIA


Sub-20 está classificado para final do Carioca da categoria
Foto: Divulgação


Se o time profissional decepcionou na Série B2, o Sub-20 pode confortar o coração do torcedor do Bonsucesso. Os meninos estão classificados para a decisão da categoria contra o Barra Mansa. Na semifinal, o Leão da Leopoldina bateu o Campos nos dois jogos (3 a 1 e 1 a 0). O outro adversário da decisão também passou sem dificuldades pelo Queimados (4 a 1 e 4 a 0). Faísca foi o autor do gol único do duelo de volta das semifinais. 

Os dois jogos da finalíssima ocorrem nos próximos dias 5 e 12 de dezembro. A primeira partida acontece no Leônidas da Silva e o jogo decisivo no Leão do Sul. Aos confrontos acontecem às 15h. 

Participaram da competição Barra Mansa, Bonsucesso, Campos, Casimiro de Abreu, Ceres e Queimados. No turno único, o Rubro-Anil passou em terceiro lugar com oito pontos, atrás do Campos (10) e Barra Mansa (11).

Em caso de empate por pontos e saldo de gols na final, o vencedor será conhecido nos pênaltis.  

30/11/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #23



Por: Paulo Jorge

DOIS GIGANTES NA TEIXEIRA DE CASTRO

O Bonsucesso foi a casa de Leônidas da Silva. Foi na Teixeira de Castro que surgiu o 'Maioral'. Mas, a Leopoldina também abriu os braços para receber um outro craque: Ademir de Menezes, um dos maiores ídolos da história do Vasco até o surgimento de Roberto Dinamite, 'Queixada' vestiu rubro-anil para manter a forma física na década de 40, até definir seu futuro já que estava em litígio com o Gigante da Colina.

Era comum naquela época os jogadores definirem seu destino. Em 1930, Leônidas transferiu-se para o Bonsucesso, onde ele deu início a sua semiprofissionalização ao assinar seu primeiro contrato, pelo qual receberia quatrocentos mil réis por mês. No clube, Leônidas também jogou basquete, tendo conquistado campeonato desta modalidade esportiva. Sua primeira convocação para a seleção do Brasil foi para a disputa da Copa Roca.

Já Ademir de Menezes não tinha passe fixo e não havia recebido parte da premiação pelo Carioca de 1945, conquistado pelo Vasco. No dia 29 de março, o Globo Esportivo divulgava os valores incríveis da negociação para a transferência para o Fluminense. Foram 35 mil cruzeiros pelo passe, 80 mil de luvas e mais 85 mil arrecadados por sócios  do clube. O valor total era de 200 mil, o preço de um apartamento de três quartos na Zona Sul na época.

A passagem pelas Laranjeiras durou de 1946 a 1947, antes da volta a São Januário para integrar o 'Expresso da Vitória' e encerrar a carreira no Sport.

A imagem acima é meramente ilustrativa, mas seria uma honra ter dois dos maiores atacantes do futebol brasileiro do último século, atuando juntos no Bonsucesso no mesmo período.


Fonte: Diário de Notícias / Biblioteca Nacional

15/11/2021

CESSO SE DESPEDE COM VITÓRIA, MAS NÃO CONSEGUE VAGA NA SEMIFINAL


Time do Bonsucesso encerra participação na Série B2 do Carioca
Foto: Divulgação

O Bonsucesso encerrou a melancólica participação na Série B2 com uma vitória por 2 a 1 sobre o rebaixado Casimiro de Abreu, no último sábado, no Joaquim Flores, pela última rodada da Série B2 do Campeonato Carioca (4ª Divisão). Pessanha, duas vezes, e Humberto fizeram os gols do confronto.

Com o resultado, o Rubro-Anil terminou na 7º posição com 15 pontos, enquanto o 'Poetinha' encerrou em penúltimo, com apenas três pontos. O time da Leopoldina só volta a campo agora em 2022 na mesma divisão.

Paduano, Barra da Tijuca, Araruama e Ceres avançaram para as semifinais do Estadual. Além do Casimiro de Abreu, o Queimados também foi rebaixado para a Série C. 

Confira abaixo os resultados da última rodada e a classificação final do turno:

Queimados 0x4 Paduano
Araruma 0x0 Mageense
Barra Tijuca 0x0 Tigres
Búzios 1x3 Ceres
Barra Mansa 3x0 Campos (WO)
Casimiro de Abreu 1x2 Bonsucesso




11/11/2021

CAMPOS É SUSPENSO PELA FERJ ATÉ QUITAR DÉBITOS NO CARIOCA DA B2



O Campos é mais um clube suspenso pela FERJ pelo não pagamento das despesas durante o Campeonato Carioca da Série B2. Devido o não cumprimento das obrigações no jogo contra o Casimiro de Abreu, pela 10ª rodada, o diretor de competições Marcelo Vianna determinou que o time sofrerá WO na rodada final do turno. Além do mais, o Campos fica impedido de participar de outras competições e registrar atletas até a regularização da pendência acima indicada. 

A decisão se baseia no artigo 108 do Estatuto, que indica que a associação que não estiver em situação regular junto à FERJ, seja por inadimplência ou por qualquer outro motivo, poderá ser impedida de participar de campeonatos ou torneios.

O artigo 8º, I e §1º do RGC destaca também que o clube que deixar de regularizar sua situação financeira nos prazos indicados no próprio RGC e no REC poderá ser suspenso de competição e permanecer impedido de disputar outras competições e registrar atletas.

Por fim, considerando que os artigos 16 e 17 do Regulamento Especifico do Campeonato Estadual da Série B2 de Profissionais de 2021, aprovado pelos clubes em reunião de Conselho Arbitral, é claro ao indicar que associação que não mantiver em situação financeira regular no curso do campeonato poderá ser suspensa da competição até a regularização da pendencia, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro tomou a decisão contra o Campos.

Com isso, o Barra Mansa irá se beneficiar com os três pontos do jogo e a vitória por 3 a 0. O clube alcançará os 10 pontos. O Campos termina com 14, ambos sem chances de classificação para as semifinais. O Bonsucesso encara o Casimiro de Abreu, sábado, às 15h, no Joaquim Flores. 

O adversário do Bonsuça também teve jogos suspensos durante o Carioca até quitar os débitos com à FERJ. Inclusive, está rebaixado ao lado do Queimados para a Série C (5ª Divisão).

08/11/2021

FIM DO SONHO! CESSO PERDE PARA O PADUANO E ESTÁ ELIMINADO DA B2


Paduano comemora vitória sobre o Bonsucesso em Bangu
Foto: Ana Fotografia Brasil

O Bonsucesso está eliminado precocemente da Série B2 do Carioca. O clube foi derrotado pelo Paduano por 1 a 0, neste domingo, em Moça Bonita, e não tem mais chances de conseguir a classificação ao G-4, restando apenas uma rodada para fim do turno único.

O gol do jogo saiu em cobrança de pênalti do zagueiro Renan Rocha, que acertou um belo chute sem chances para o goleiro rubro-anil. Com o resultado, o Cesso permaneceu com 12 pontos, na oitava posição. O Paduano garantiu a vaga para as semifinais ao chegar aos 22 pontos. 

O Bonsucesso encerra sua participação contra o Casimiro de Abreu, domingo, no Joaquim Flores, às 15h. Já o Paduano enfrenta o Queimados, em local ainda a ser definido pela FERJ.

O clube da Leopoldina amarga uma série de fracassos desde o título inédito da Copa Rio em 2019. Com problemas financeiros e administrativos, o Bonsuça tem uma longa jornada para voltar à elite do futebol carioca. Em 2022, disputará novamente a 4ª Divisão.

Confira os resultados da 10ª rodada do Estadual e a classificação:

Paduano 1x0 Bonsucesso
Tigres 1x1 Búzios
Ceres 4x0 Barra Mansa
Campos 2x0 Casimiro de Abreu 
Queimados 0x5 Araruama
Mageense 0x1 Barra da Tijuca

04/11/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #22



BONSUCESSO X CANTO DO RIO - 1959

O Campeonato Carioca de 1959 não foi muito bom para ambos. O tradicional time de Niterói terminou o Estadual em oitavo lugar, empatado com o Olaria e nosso Rubro-Anil acabou em décimo, na frente apenas de São Cristóvão e Portuguesa, com uma campanha de cinco vitórias, dois empates e 15 derrotas.

E justamente um desses empates foi em casa, contra o Canto do Rio, classificado pelos jornais à época como um jogo fraco tecnicamente, mas sem dúvida esse ponto ajudou a manter o Bonsuça na Primeira Divisão.

A Revista do Esporte retratou a ficha técnica daquela partida no dia 4 de outubro, pelo segundo turno do Campeonato Carioca, disputado na Teixeira de Castro. Veja abaixo:


Bonsucesso 2x2 Canto do Rio

Renda: Cr$7.680,00
Gols: Artoff, Válter, Zequinha e Dodoca.

BONSUCESSO: Zé Maria; Jacaré, Renato e Brandão; Antonio e Adelino; Geraldo, Artoff, Válter, Russo e Hélio.

CANTO DO RIO: Ari Jório; Luciano, Osvaldo e Floriano; Mário e Zé Maria; Jairo, Fernando, Zequinha, Doca e Amaro.

Fonte: Revista do Esporte

01/11/2021

BONSUCESSO VENCE, AFASTA RISCO DE REBAIXAMENTO E SONHA COM VAGA NA SEMIFINAL DA SÉRIE B2


Gramado castigado não impediu vitória do Bonsucesso em casa
Foto: Reprodução

O Bonsucesso afastou matematicamente o risco de rebaixamento para a 5ª Divisão do Campeonato Carioca e segue vivo na luta por uma das vagas no G-4 da Série B2. No encerramento da 9ª rodada, o clube goleou o Campos por 4 a 1, no gramado castigado da Teixeira de Castro, que sofreu com a forte chuva que assolou a Leopoldina nesta segunda-feira. Luam, duas vezes, Farney e Ina marcaram para o rubro-anil. Lucas Duarte descontou para o adversário.  

Devido à condição precária do campo e com o aval da arbitragem para que o jogo acontecesse, as equipes tentavam chegar a grande área através de lançamentos e passes longos. O primeiro gol saiu aos 16 minutos. Após cruzamento, Luam completou de cabeça. 1 a 0.

No segundo tempo, o Bonsucesso voltou avassalador. Em menos de 20 minutos, fez três gols. Aos três minutos, Farney arriscou o chute e acertou o canto do goleiro Wallef. 2 a 0.

Cinco minutos depois, aos oito, Ina subiu sozinho na cobrança de escanteio e ampliou. Aos 18, Amendoim rolou para Luam, que invadiu a área e fez o quarto. 4  a 0. Lucas Duarte descontou no fim, se isolando ainda mais na artilharia da competição com sete gols. Final: 4 a 1.

O Bonsucesso chegou aos 12 pontos e subiu para a sétima posição, a quatro pontos de distância para o G-4. Já o Campos permaneceu com 11, na nona colocação. Domingo, os times voltam a campo na penúltima rodada. O Bonsuça encara o Paduano, em Moça Bonita, às 15h. Já o Campos enfrenta o Casimiro de Abreu, no mesmo horário, no Ferreirão.



BONSUCESSO TERÁ JOGO DECISIVO CONTRA O CAMPOS NESTA SEGUNDA


Bonsucesso terá jogo de vida ou morte na Série B2 do Carioca
Foto: João Carlos Gomes

O Bonsucesso tem um jogo direto e decisivo contra o Campos, nesta segunda-feira, às 15h, pela 9ª rodada da Série B2 do Campeonato Carioca. Se for derrotado na Teixeira de Castro, o Rubro-Anil dá adeus precocemente a 4ª Divisão após os resultados finalizados neste domingo.

Com nove pontos, na 9ª colocação, o time da Leopoldina necessita urgentemente vencer para manter as chances matemáticas de classificação às semifinais. Atualmente, o Tigres do Brasil fecha o G-4 com 16 pontos.

Após o jogo desta segunda-feira, restarão apenas mais duas partidas para o Bonsuça contra o Paduano, dia 7, em Moça Bonita, e diante do Casimiro de Abreu, dia 14, no Joaquim Flores.

Um empate nesta segunda-feira já afasta o risco de rebaixamento para a Série C - 5ª Divisão - em 2022. O duelo com o Campos não poderá ter a presença de público por determinação dos órgãos competentes.

Apesar da preparação e observações ao longo de meses para a Série B2, o Bonsucesso contratou reforços pontuais apenas às vésperas do início da competição e durante o turno único do Estadual. O clube ainda fez uma troca de comando com a saída de Anselmo Silva para a chegada de Diego Brandão.

Confira abaixo os resultados e a classificação momentânea desta 9ª rodada:

Araruama 1x1 Paduano
Barra da Tijuca 2x0 Queimados
Búzios 1x0 Mageense
Barra Mansa 0x1 Tigres do Brasil
Casimiro de Abreu 0x5 Ceres


28/10/2021

BONSUCESSO É GOLEADO E DEIXA ESCAPAR APROXIMAÇÃO DO G-4


Jogadores do Ceres comemoram vitória sobre o Bonsucesso
Foto: Ceres/Divulgação

O Bonsucesso abriu a 8ª rodada da Série B2 do Carioca em um confronto direto com o Ceres e perdeu por 3 a 0, na manhã desta quinta-feira, em Los Larios. Richardson, Vinicius e Claudio Pagodinho fizeram os gols da partida. O resultado é péssimo para o Rubro-Anil que ainda sonha com uma vaga no G-4. O time se manteve com nove pontos e aguarda os demais jogos. Já o Ceres chegou aos 11, empatado com o Búzios, clube que abre a zona de classificação às semifinais.

O Cesso teve a primeira grande chance no reencontro com o Léo Flores, mas o ex-goleiro foi salvo em cima da linha pelo companheiro. O adversário foi aos poucos tomando conta do confronto. Aos 20 minutos, Richardson em bela jogada individual arriscou o chute da intermediária e abriu o placar. 1 a 0.

No início do segundo tempo, Vinicius ampliou em linda finalização no ângulo. Já no fim, Cláudio Pagodinho fechou a conta em cobrança de pênalti - 3 a 0.

Em busca da reabilitação nas rodadas finais do turno, o Bonsucesso se reforçou. Chegaram recentemente o zagueiro Ina, de 29 anos, o lateral-direito Jean Paulino, de 21 anos, e o meia-atacante William Amendoim, de 34 anos, ex-Flamengo e com passagem pelo próprio Bonsuça.

O Bonsucesso volta a campo segunda-feira, contra o Campos, na Teixeira de Castro. O Ceres encara o Casimiro de Abreu, domingo, no Joaquim Flores. As partidas serão às 15h. Restam três jogos para as duas equipes.

FERJ REVOGA SUSPENSÃO DO CASIMIRO DE ABREU

Nesta quinta-feira, o diretor de competições da FERJ, Marcelo Vianna, publicou resolução na qual revoga a suspensão do Casimiro de Abreu na Série B2 do Estadual após a regularização das pendências financeiras. Com isso, o Bonsucesso terá que enfrentar o adversário na última rodada do turno único. 

Se a suspensão perdurasse, o Rubro-Anil iria se beneficiar com a soma de três pontos através do WO. 

CONFIRA OS RESULTADOS DA 8ª RODADA

Ceres 3x0 Bonsucesso
Mageense 4x2 Barra Mansa
Araruama 2x2 Barra da Tijuca
Queimados 0x3 Búzios
Paduano 0x0 Campos
Tigres 3x0 Casimiro (WO)


27/10/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #21


Bonsucesso tinha um verdadeiro esquadrão na década de 50
Foto: Revista dos Esportes


Por: Paulo Jorge

O GRANDE BONSUCESSO DE 1956

Que ano, senhores! Um oitavo lugar no Campeonato Carioca e um vice-campeonato no extinto Torneio Início. Assim foi aquela temporada com um time aguerrido, forte na defesa e com um contra-ataque tido como mortal, surpreendendo a todos e encantando os suburbanos naquele ano.

No dia 17 de julho, a final do Torneio Início foi contra um Fluminense, que contava com jogadores espetaculares, entretanto, quem estava presente no Maracanã viu uma partida sem muita disparidade. Devemos destacar dois detalhes importantes já que o Bonsucesso jogou mais partidas e o Fluminense passou apertado pelo Canto do Rio. Além disso, o Cesso começou a decisão melhor, atacando o adversário e perdendo diversas chances de gol. O Tricolor estava acuado.

Aos poucos, o time das Laranjeiras começou a ter o controle da bola e propor o jogo, assim equilibrando o 'certame'. Os primeiros quinze minutos de cada tempo foram do Bonsucesso, o resto foi de domínio do tricolor, mas a etapa inicial terminou sem gols.

O Fluminense entrou no segundo tempo disposto a matar a partida e no primeiro ataque do segundo tempo, logo aos dois minutos, o lendário Telê toca para Genivaldo e esse marca um belo gol. Seria o único gol do confronto, que daria o título ao Tricolor.

FINAL DO TORNEIO INÍCIO

Árbitro: Wilson Lopes de Souza.
Gol: Genivaldo (2’ do 2º tempo).

FLUMINENSE: Jairo; Cacá e Pinheiro; Jair, Clóvis e Altair; Paulinho, Telê, Genivaldo, Alecir, Jair II e Quincas.

BONSUCESSO: Humberto (Pacheco); Edson e Gonçalo; Edil, Pacheco e Paulo; Pedro Bala, Quarentinha, Walter Prado, Valdemar e Nilo.


CAMPANHA DO BONSUCESSO

Jogo 1 : Bonsucesso 2x0 Portuguesa (Quarentinha, duas vezes)
Jogo 2: Bonsucesso 0x0 Vasco (8x7 nos pênaltis)
Jogo 3: América 0x1 Bonsucesso (Quarentinha)
Jogo 4: Fluminense 1x0 Bonsucesso (Genivaldo)





Fonte: Revista dos Esportes e Blog do Marcão

26/10/2021

REPRESENTANTES DO CESSO SÃO CONVOCADOS PARA DEPOIMENTO



O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro investiga supostas manipulações de resultados nas divisões de acesso do Campeonato Carioca. A abertura de inquérito ocorreu em agosto por determinação da presidente Renata Mansur, que considerou como gravíssimos os fatos.

Dentro do procedimento 146/2021 do TJD-RJ, foram chamados só neste mês de outubro representantes do Nova Cidade, Sampaio Correa, Bela Vista, Mageense, Barcelona, Atlético Carioca, União Central, Independente e árbitros relacionados aos jogos das respectivas equipes.

No próximo dia 29, a partir das 13h, o auditor Alexandre Abby irá ouvir outros personagens relacionados a esse inquérito, incluindo profissionais do Unisouza, Juventus, Duque de Caxias e do Bonsucesso.

Entre eles, foram chamados para a oitiva o diretor de futebol rubro-anil, Lorran Sena, o ex-técnico e atual coordenador de futebol Marcos Amoroso, o meio-campo Wellington Júnior, que disputou a Série B1 de 2020 e está novamente no elenco além do goleiro João Paulo Sotero, que não era registrado por uma equipe profissional há 12 anos, como foi divulgado pelo Globoesporte.com.

De acordo com a presidente do TJD-RJ, Renata Mansur, o suposto caso de irregularidades nos exames de COVID-19 no Bonsucesso na temporada passada também deve ser analisado pelo tribunal durante o depoimento.

A FERJ e o TJD-RJ estão em alerta após um relatório da Sportradar apontar para possíveis irregularidades em jogos pelo Brasil. Macaé e Madureira, pelo Carioca deste ano, também está sob investigação. Segundo o relatório da multinacional, há indícios de movimentação suspeita no volume de apostas de acordo com os lances desta partida. A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) também apura o caso.

O Bonsucesso volta a campo quinta-feira, contra o Ceres, em Los Larios, às 10h, pela 8ª rodada da Série B2 do Estadual.

25/10/2021

CESSO APENAS EMPATA COM O TIGRES DO BRASIL NA TEIXEIRA DE CASTRO


Bonsucesso não sai do empate com o Tigres em casa
Foto: João Carlos Gomes

O Bonsucesso não saiu do empate com o Tigres do Brasil, nesta segunda-feira, na Teixeira de Castro, no encerramento da 7ª rodada da Série B2 do Campeonato Carioca. Lucas Raphael abriu o placar para o time rubro-anil, mas Vitinho deixou tudo igual. 

O primeiro tempo foi recheado de faltas, muitas delas até ríspidas e a arbitragem agiu rapidamente expulsando dois jogadores em um curto espaço de tempo. Aos 18, Luam, do Bonsuça, 'foi para o chuveiro', porém, aos 22, Walter também desfalcou a equipe de Xerém com o cartão vermelho.

Com 10 para cada lado, o jogo ficou ainda mais aberto. Com o apoio da diretoria na arquibancada, o Bonsucesso abriu o placar com Lucas Raphael, aos 38, em um belo chute firme na entrada da área. 1 a 0. Já nos acréscimos, o Tigres do Brasil chegou ao empate com Vitinho, contando com a falha do goleiro Luciano.

Com o resultado, o Bonsucesso chegou aos nove pontos e se manteve em sétimo. O Tigres do Brasil foi a 10, na sexta colocação. O Leão da Leopoldina volta a campo quinta-feira, contra o Ceres, às 10h, no Los Larios. Já o Tigres será beneficiado com o WO pela suspensão imposta ao Casimiro de Abreu.

Na volta dos jogos na Teixeira de Castro, o Bonsucesso soma uma vitória, dois empates e uma derrota em casa na temporada.

Confira abaixo os resultados e a classificação da 7ª rodada:

Barra da Tijuca 0x1 Paduano
Barra Mansa 2x0 Queimados
Búzios 1x1 Araruama
Casimiro de Abreu 0x3 Mageense (WO)
Bonsucesso 1x1 Tigres do Brasil
Campos 0x1 Ceres

1º Paduano - 17 pontos
2º Barra da Tijuca - 14 pontos
3º Araruama - 13 pontos
4º Búzios - 11 pontos
5º Campos - 10 pontos
6º Tigres - 10 pontos
7º Bonsucesso - 9 pontos
8º Mageense - 8 pontos
9º Ceres - 8 pontos
10º Casemiro - 3 pontos
11º Queimados - 1 ponto

22/10/2021

CESSO PODE SE BENEFICIAR NA ÚLTIMA RODADA DA SÉRIE B2


O Bonsucesso pode se beneficiar na última rodada do Campeonato Carioca da Série B2, contra o Casimiro de Abreu, dia 14 de novembro. O adversário está suspenso temporariamente pela FERJ até que regularize as pendências financeiras do jogo contra o Arraial do Cabo, pela 5ª rodada.

O clube tinha a obrigatoriedade de quitar a dívida até a última quarta-feira, mas como não o fez, o Casimiro de Abreu perderá o jogo para o Mageense por W.O neste final de semana. 

De acordo com o comunicado assinado pelo diretor de competições da FERJ, Marcelo Vianna, caso o Casemiro de Abreu siga suspenso por duas rodadas consecutivas, o time será eliminado da competição e todos os próximos adversários do turno único somarão três pontos. Além do Bonsucesso na 11ª rodada, o clube do interior do estado ainda enfrenta Tigres, Ceres e Campos.

Atualmente, o Bonsucesso é o 7º colocado com oito pontos e está a dois de alcançar o Búzios, clube que fecha o G-4. O Casimiro de Abreu abre a zona de rebaixamento com dois. O último (12º) é o Queimados com apenas um ponto.

 

21/10/2021

CESSO PERDE PARA O ARARUAMA EM JOGO ADIADO PELA SÉRIE B2


Araruama vence o Bonsucesso de virada nesta quinta-feira
Foto: Reprodução

Após duas vitórias consecutivas, o Bonsucesso voltou a perder, desta vez, para o Araruama em jogo adiado após a morte do lateral Maykon dias atrás. O jogo válido pela 4ª rodada foi disputado no estádio Lourival Gomes, na tarde desta quinta-feira, pela Série B2 do Campeonato Carioca. 

O Bonsuça abriu o placar aos 20 minutos com Pessanha após cobrança de escanteio. O time mandante teve a chance de empatar o jogo no fim do primeiro tempo, mas o goleiro Luciano defendeu a cobrança de Henrique.

Na etapa complementar, o Araruama logo chegou ao empate. Aos dois minutos, depois do rebote do goleiro do Bonsucesso, Jonnes bateu forte para empatar. A pressão foi muito grande do adversário, que virou o placar aos 14 minutos. Abner recebeu bom passe de Renê e fez o segundo (2 a 1).

O Leão da Leopoldina buscou o empate a todo custo, mas deixou espaços para os contra-ataques. Abner novamente foi decisivo com um passe para Moura, que ampliou: 3 a 1.

O resultado deixou o Bonsucesso na 7ª posição com oito pontos. O Araruama chegou aos 12 e entrou no G-4  (3º colocado). O Rubro-Anil volta a campo domingo, contra o Tigres do Brasil, às 15h, no Leônidas da Silva. O Araruama encara o Búzios, no Correão.

 

15/10/2021

O BONSUCESSO DE 1955. O INTRUSO ENTRE OS GRANDES NO CARIOCA


O time do Bonsucesso no Campeonato Carioca de 1955
Foto: Reprodução


Comemorando 108 anos de fundação nesta terça-feira, o Bonsucesso tem seu punhado de campanhas de destaque na história do Campeonato Carioca, em especial entre as décadas de 1930 e 1960. Uma delas veio na longa edição de 1955, quando a equipe rubroanil conseguiu se intrometer entre os grandes, participando do seleto turno extra, com as seis melhores equipes do torneio, deixando de fora um Botafogo que já contava com Garrincha e Nilton Santos. O time jovem e coeso dirigido pelo antigo artilheiro Sylvio Pirillo foi a sensação do torneio, ao registrar grandes vitórias sobre quase todos os papões de então. E deixou sua escalação clássica na memória dos torcedores da época.

BREVE HISTÓRIA RUBRO-ANIL

O Bonsucesso Futebol Clube foi fundado em 1913 por um grupo de garotos de 12 a 16 anos que jogavam peladas na antiga Estrada da Penha, atual Avenida dos Democráticos, no bairro que emprestou o nome ao clube, na região da Leopoldina, Zona Norte carioca. Inicialmente disputou as ligas suburbanas, mas já no fim da mesma década passou às divisões inferiores do campeonato da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), a principal da cidade. Mas até encarar os grandes ainda levaria algum tempo.

Nessa medição de forças com os principais clubes, o Bonsucesso teve três grandes momentos na história do Campeonato Carioca. A primeira veio no início dos anos 1930, com a equipe dirigida pelo lendário e inovador Gentil Cardoso. No certame de 1931, os rubroanis tiveram, de longe, o melhor ataque da competição, com impressionantes 58 gols em 20 jogos, ainda que terminassem num discreto sétimo lugar entre 11 clubes. Os grandes responsáveis por balançar as redes eram os jovens atacantes Gradim e Leônidas.

Os dois logo chegariam à seleção brasileira, a qual conduziriam ao título da Copa Rio Branco em 1932, batendo os uruguaios campeões mundiais dentro do estádio Centenário, em Montevidéu. Três anos depois, um outro atacante rubroanil, China, sagraria-se o artilheiro do campeonato da Liga Carioca de Football (LCF). Nessa época, o clube já havia trocado seu campo da Rua Uranos pelo da Estrada do Norte, mais tarde rebatizado Estádio Teixeira de Castro (atualmente Leônidas da Silva, homenagem ao seu craque maior).

O terceiro e último grande período veio no fim dos anos 1960. E ao contrário do pioneiro, desta vez o que chamava a atenção era a defesa, em vez do ataque. Comandado pelo técnico Duque sob supervisão do experiente professor Ernesto Santos (português de nascimento e catedrático em futebol pela Universidade do Brasil, atual UFRJ), o time ganhou o apelido de “fantasma” por atrapalhar a vida dos grandes no torneio de 1969 graças à sua bem armada retranca, introduzindo um líbero atrás da linha de quatro zagueiros.

Os três nomes que formavam aquele miolo de zaga se destacaram e saíram para grandes clubes: Moisés defenderia os quatro grandes, mas marcou época especialmente no Vasco e no Bangu, além de ter chegado a atuar na seleção. Renê também jogou muito tempo no Vasco e mais tarde no Botafogo. E Paulo Lumumba passou pela dupla Fla-Flu. Outro que despontou foi o esperto meia-atacante Jair Pereira, vindo do Flamengo e que atuaria por Vasco e Bangu antes de se tornar treinador de vários grandes clubes do país.

Entre um esquadrão marcante e outro, houve a equipe que fez excelente campanha no Carioca de 1955 (que se estendeu de agosto daquele ano até abril de 1956), bem acima das que o clube se acostumara a fazer desde o fim dos anos 1930. Embora volta e meia revelasse nomes para clubes maiores (como o médio Urubatão, vendido ao Santos em 1954), o Bonsuça se acostumara com a parte de baixo da tabela: entre 1938 e 1947, só não terminou na lanterna em 1940 e 1945 – e de novo ficaria em último em 1952.

Lentamente, os progressos começaram em 1953, quando o time subiu duas posições, terminando acima do Canto do Rio e da reestreante Portuguesa, obtendo dois empates muito comemorados fora de casa: 0 a 0 com o Bangu em Moça Bonita e 3 a 3 com o Vasco em São Januário. No ano seguinte subiria mais uma posição, ao ultrapassar justamente seu maior rival e vizinho na região da Leopoldina, o Olaria. E para o campeonato de 1955, o rubroanil teria mudança no comando, com a volta de um velho conhecido: Sylvio Pirillo.


O MENTOR DA CAMPANHA



Centroavante valente e goleador que despontou no Internacional e passou pelo Peñarol, Pirillo gostava de desafios. Chegara ao Rio em 1941 para substituir o “insubstituível” Leônidas da Silva no Flamengo. Logo em seu primeiro ano marcou 39 gols no campeonato, recorde até hoje. E nos três seguintes, foi o homem-gol do primeiro tricampeonato carioca rubro-negro. Deixou a Gávea no início de 1948 como o maior artilheiro do clube até aquele momento – atualmente é o quarto, atrás apenas de Zico, Dida e Henrique.

Seguiu então para o Botafogo, que não conquistava o campeonato desde 1935, ainda no tempo em que havia duas ligas paralelas no futebol carioca. Em General Severiano também receberia a missão de substituir um ídolo máximo: Heleno de Freitas, recém-negociado com o Boca Juniors. E aos 32 anos, o veterano Pirillo contribuiria com 13 gols em 19 partidas para encerrar o longo jejum alvinegro, levantando o título que o próprio Heleno nunca chegara a conquistar nas oito temporadas em que defendeu o clube.

Pirillo pendurou as chuteiras em junho de 1952 e imediatamente iniciou a carreira de treinador, sucedendo o velho ídolo alvinegro Carvalho Leite no comando do Botafogo. Lá permaneceria até novembro, seguindo para sua primeira passagem pelo Bonsucesso a convite do vice-presidente do clube, Wilson Xavier. Na Leopoldina, comandou uma reformulação do elenco, apoiada no trabalho de lapidação de talentos feito nos juvenis do clube pelo alagoano Natanael Isidoro do Nascimento, o Alfinete, ex-jogador rubro-anil.

Uma boa proposta do Náutico, no entanto, convenceu Pirillo a trocar o subúrbio carioca pela capital pernambucana. Mas a passagem pelo Timbu foi curta (quatro meses) e infrutífera. E então, depois de chegar a pensar em desistir de trabalhar como treinador, ele acabou retornando ao Rio de Janeiro e ao Bonsucesso em meados de 1955, às vésperas do início do campeonato. Pouca coisa havia mudado. Ainda estavam lá Wilson Xavier, Alfinete e grande parte do elenco que ele conhecia bem. Valia uma nova tentativa.

O técnico não chegaria sozinho desta vez, porém. Junto dele vinha também Algisto Lorenzato, o Batatais, goleiro histórico do Fluminense, cinco vezes campeão carioca e que disputou a Copa do Mundo de 1938 pela seleção brasileira. Aos 45 anos, o velho arqueiro fora recrutado pelo antigo rival em campo para uma função pioneira no futebol brasileiro: ser o treinador de goleiros do clube da Leopoldina – que desde o início daquela década vinha se notabilizando por revelar uma sucessão de guardiães negros.

Julião e Batatais, o pioneiro treinador de goleiros

O primeiro deles foi o capixaba Manga, que seguiu para o Santos, no qual levaria o bicampeonato paulista em 1955/56. Em seguida, o posto foi ocupado pelo campista Ari, que logo rumaria para o Flamengo, atuando em parte da campanha tri carioca rubro-negro em 1953/54/55, antes de sair para o America, onde conquistaria o título de 1960. Curiosamente, seu sucessor – o mineiro Pompeia – também acabaria no America dali a alguns anos, revezando-se com o próprio Ari naquela campanha vitoriosa dos rubros.

O TIME BASE

Desta vez, o dono do posto era o jovem Julião, revelado no interior paulista pela Ferroviária de Araraquara e que havia feito o caminho inverso de Pompeia, sendo cedido pelo America ao Bonsucesso para aquela temporada. O pupilo de Batatais compensava a pouca experiência com ótimos reflexos e saídas arrojadas da meta por baixo e pelo alto. E o setor defensivo postado à sua frente já começava a refletir a transição de sistemas no futebol carioca da época, da chamada “diagonal”, adaptação do WM, para o 4-2-4.

A partir do lado direito, ele começava por Ubirajara de Oliveira, o Bibi, carioca da Vila da Penha que chegou às categorias de base do Bonsucesso como meio-campista, mas acabou remanejado para a lateral por Pirillo. De boa técnica, era o desafogo da equipe na saída de bola (“Complicou, passa para o Bibi que ele sabe o que fazer”, ordenava o treinador) e um apoiador constante. Tais predicados o colocavam como um dos melhores da posição na cidade, a ponto de ser convocado para a seleção brasileira naquele ano de 1955.

O centro da defesa era formado por dois ex-juvenis do America. O beque central era o vigoroso Gonçalo, lançado no time de cima do Bonsucesso por Alfinete. Ao seu lado jogava Pacheco, médio defensivo no sistema antigo que recuou para a zaga na formação do 4-2-4. Revelado pelo clube, Paulo era o lateral esquerdo. Destro e de perfil mais marcador, nas poucas vezes em que subia ao ataque o fazia sempre por dentro. Mas o ponto alto de seu jogo era mesmo a parte defensiva, a qual cumpria com muita seriedade e eficiência.

À frente dessa linha de quatro defensores atuava o centromédio (atual volante) Décio Recaman, pescado das categorias de base do Fluminense. Jogador alto para o futebol da época e de estilo elegante, tornaria-se em 1956 o outro atleta daquela equipe rubro-anil a ser convocado para a seleção brasileira. Mais à frente, o mineiro Geraldo – que despontou no Botafogo e teve passagem pelo Santa Cruz por empréstimo – era o meia-armador, cedido pelos alvinegros graças à boa relação do treinador com seu ex-clube.

Na ponta de lança atuava outro atleta surgido na base do Bonsucesso: Jair Francisco, de futebol dinâmico, versátil e responsável por fazer o vai e vem na ligação do meio-campo com o ataque, tarefa que o colocava como um dos jogadores mais importantes do time de Sylvio Pirillo, conferindo flexibilidade ao esquema do treinador. Seria mais uma das grandes revelações daquela equipe, logo atraindo a atenção dos clubes maiores.


Jair Francisco, um dos destaques do time

Pelas pontas, jogavam Milton pela direita e Nilo pela esquerda. Dois jogadores de estilos distintos, mas importantes nas bolas paradas. Vindo do Madureira, pelo qual atuou nas categorias juvenil e aspirantes, Milton era mais ofensivo, além de exímio batedor de pênaltis. Nilo, por sua vez, era da ilha de Paquetá, onde atuou em times amadores antes de chegar ao Bonsucesso. Ponteiro mais versátil, capaz de atuar compondo o meio-campo, tinha ainda um chute poderoso de perna canhota, muito útil em cobranças de falta.

Por fim, havia um centroavante rompedor e goleador no niteroiense Válter Prado, revelado pelo Royal, equipe que disputava o mastodôntico campeonato do Departamento Autônomo (torneio paralelo que por vezes serviu de divisão de acesso do futebol carioca daquela época, reunindo times amadores e semiamadores). O atacante havia tido passagem pelo Fluminense na base e, aos 21 anos, vinha de um período de experiência no Flamengo, onde acabou não se firmando e sequer teve chance no time principal.


Milton, Geraldo, Valter e Nilo

O esquema de Pirillo era bastante flexível: partia da “diagonal” (uma adaptação do WM criada no início dos anos 1940 por Flávio Costa) para o 4-2-4 como já fazia a maioria das equipes cariocas de então, mas sem a bola poderia se metamorfosear em um 4-3-3 com Jair Francisco recuando para a meia ou até um 4-4-2, com Nilo também se juntando para compor e compactar o setor. Tudo isso variava de acordo com o adversário ou a situação de jogo, como explicava a revista O Cruzeiro em matéria de novembro de 1955.

“O antigo jogador de Flamengo e Botafogo não emprega uma única e rígida tática. De acordo com o time que vai colocar em campo e com o adversário que irá enfrentar, ele estuda a melhor marcação a ser empregada na cancha”, dizia o texto. Na época, porém, a imprensa no Brasil ainda publicava as escalações com base no velho esquema 2-3-5. Assim, a daquele time – que qualquer criança da época sabia de cor – ficou eternizada como “Julião, Bibi e Gonçalo; Décio, Pacheco e Paulo; Milton, Geraldo, Válter Prado, Jair e Nilo”.

A escalação também se popularizaria facilmente por outro motivo: permaneceu incrivelmente imutável por todo o primeiro turno do campeonato e boa parte do returno. Em 18 de seus 20 primeiros jogos o time repetiu os titulares. Era uma equipe jovem (a média de idade era de 22 anos) e sem astros (os salários giravam em torno de modestos Cr$ 5 mil mensais), mas a pouca experiência era compensada com um jogo coletivo muito sólido e aplicado, alimentado pela vontade de surpreender os mais poderosos.

O PONTAPÉ INICIAL DA CAMPANHA

O campeonato de 1955 seguia a mesma fórmula de disputa dos dois anos anteriores. Primeiro os 12 clubes se enfrentavam em turno e returno corridos. Ao fim daquelas 22 rodadas, o primeiro colocado garantia presença na decisão do certame. E os seis melhores classificados avançavam para um turno extra, com jogos só de ida, para apontar o outro finalista. As seis vagas no terceiro turno tinham seus favoritos naturais: America, Bangu, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. Mas naquele ano as coisas seriam diferentes.

A abertura do campeonato viria em 7 de agosto, e logo de cara o Bonsucesso iria a Moça Bonita enfrentar o Bangu de Zizinho e Zózimo – que uma semana antes conquistara o Torneio Início no Maracanã batendo o Vasco na final. O rubro-anil, porém, conseguiu conter o ímpeto banguense no primeiro tempo e, em meio a um período de domínio no início da etapa final, abriu o placar com Nilo em belo chute de canhota. A vantagem de 1 a 0 foi defendida até o fim com garra, consumando sua primeira surpresa no certame.

Mesmo quem não prestou atenção naquela vitória inicial não teve como evitar abrir os olhos para o time de Pirillo após o resultado da segunda rodada: um categórico 3 a 1 imposto a um Botafogo que já contava com Garrincha, Nilton Santos e Quarentinha. No primeiro tempo no alçapão de Teixeira de Castro, o muito bem azeitado time leopoldinense abriu dois gols de frente, com Milton em chute cruzado após passe de Nilo e com Válter Prado arrematando um cruzamento da direita, superando o goleiro argentino Héctor Lugano.

Na etapa final, o médio Bob descontou para os alvinegros apanhando uma sobra da defesa. Mas a vitória com méritos do Bonsucesso (o Jornal dos Sports chegou a falar em “baile”) foi garantida no fim com um gol de Nilo, fuzilando o arqueiro botafoguense no rebote de um chute de Válter Prado que carimbou o travessão. O resultado colocava o Bonsucesso ao lado de Flamengo, Vasco e Fluminense como um dos líderes do certame – eram as quatro únicas equipes a vencerem suas duas primeiras partidas na competição.

Na terceira rodada, porém, a campanha perfeita cairia diante do Flamengo, bicampeão da cidade e em busca do tri. Em sua única partida no Maracanã naquele turno e returno, o Bonsucesso ainda fez um jogo parelho na primeira etapa, empatando com Geraldo depois que Índio abriu a contagem para os rubro-negros. Mas na etapa final, a maior qualidade do time de Fleitas Solich prevaleceu: Índio recolocou o Fla em vantagem e Evaristo fez mais dois, decretando a goleada de 4 a 1, um tanto dura para os leopoldinenses.

Rapidamente, entretanto, os rubro-anis levantaram de novo o ânimo: uma vitória de 2 a 1 sobre o São Cristóvão em Teixeira de Castro com gols de Válter Prado e Geraldo manteve a equipe no bloco de cima da tabela. Na rodada seguinte foi a vez de receber o forte esquadrão do America, que se viu reduzido a dez jogadores logo no início do jogo com a lesão do atacante argentino Martín Alarcón. Em vantagem numérica, o Bonsucesso teve mais volume de jogo, mas não pôde superar a defesa rubra, e o 0 a 0 prevaleceu.

Curiosamente, a partida seguinte seria no estádio do America, em Campos Sales, mas diante da Portuguesa – que naquele tempo ainda não havia migrado para a Ilha do Governador. O time de Pirillo perdeu a chance de golear na primeira etapa e teve de se contentar com um único gol de Milton. Mas pior aconteceria na etapa final, quando dois gols da Lusa em poucos minutos levaram ao empate em 2 a 2 (Válter Prado fez o outro dos rubro-anis). Agora surpreendido, o Bonsucesso perdia seu primeiro ponto contra um pequeno.

O tropeço seria plenamente recompensado com três vitórias consecutivas. A primeira delas, fora de casa, atropelando o Madureira em Conselheiro Galvão no único jogo pela sétima rodada a ser realizado no sábado, 17 de setembro (no domingo, o Brasil enfrentaria o Chile no Maracanã pela Taça Bernardo O’Higgins, o que transferiu as demais partidas para o fim de semana posterior). No duelo suburbano, o tricolor saiu na frente logo no início com o ponteiro Danúbio. Mas o gol só despertou a reação furiosa dos rubro-anis.

DESBANCANDO O EX-INVICTO VASCO

Geraldo empatou ainda no primeiro tempo. E o segundo foi um passeio do Bonsucesso, que virou para 4 a 1 com dois gols de Nilo e um de Milton, além de acertar uma bola na trave com Jair. O bom momento seguiu com mais uma vitória em casa: 2 a 1 diante do Canto do Rio, que chegou a vender caro o resultado, e os gols só saíram no segundo tempo. Bibi, em uma de suas descidas ao ataque pela lateral, marcou o primeiro e Geraldo fez o segundo. Superados os niteroienses, era a vez de encarar o Vasco, líder invicto.

Apesar de disputado sob forte chuva e com o gramado do alçapão rubroanil de Teixeira de Castro muito enlameado, a partida foi bem movimentada e apresentou uma etapa inicial com equilíbrio de ações, apesar do placar em branco. Mas uma escapada de Válter Prado na metade do segundo tempo definiria o resultado. O atacante se livrou de Orlando e chutou para a defesa apenas parcial de Hélio. A bola sobrou para o zagueiro Haroldo, que tentou sair jogando em vez de simplesmente despachar para longe. Foi um erro fatal.

Embora muito técnico, Haroldo se atrapalhou com a lama, escorregou e foi desarmado por Nilo, que tocou na direção do gol vazio. Milton e o lateral vascaíno Paulinho correram para a bola, mas o ponta rubroanil chegou primeiro e emendou para as redes. O gol premiava um Bonsucesso que já era melhor no jogo em todos os setores e que negou qualquer reação ao adversário até o apito final. Aquele 1 a 0 foi, segundo a revista Esporte Ilustrado, o grande resultado da rodada e um dos mais sensacionais do campeonato até ali.

A duas rodadas do encerramento do primeiro turno, a vitória levava o Bonsucesso à vice-liderança do campeonato, empatado com o Flamengo e apenas um ponto atrás do agora ex-invicto Vasco. Em seguida, porém, o time tropeçaria no clássico da Leopoldina, parando no empate em 1 a 1 com o Olaria na Rua Bariri: Geraldo abriu o placar de pênalti no primeiro tempo, mas o baiano Léo Briglia deixou tudo igual para os donos da casa na etapa final. Na última rodada do turno, em 30 de outubro, era a vez de receber o Fluminense.

“Triunfo dramático, e até certo ponto injusto, colheu o Fluminense no “alçapão” de Teixeira de Castro, diante do Bonsucesso”, começava a resenha do confronto publicada na Esporte Ilustrado. A vitória tricolor por 1 a 0, que encerrou a invencibilidade dos rubroanis em seu estádio naquele campeonato, veio num jogo dominado pelos donos da casa, mas decidido em lance controverso, contado em detalhes pelo lateral Bibi, em trecho de seu extenso depoimento ao livro “Vai dar zebra”, de José Rezende e Raymundo Quadros.

“Eu chutei três bolas impossíveis e o Veludo defendeu. Aqui, o estádio estava botando gente pelo ladrão. A partir das 13 horas não entrava mais ninguém. Jogo duro, Bonsucesso invicto. Numa jogada pela lateral esquerda do Fluminense, eu estava marcando o Escurinho, que corria muito. Colocaram uma bola na frente e não consegui pegá-lo. Ele cruzou na altura da marca do pênalti e o Julião abafou. Mas atrás do gol apitaram. Aí o Julião colocou a bola na marca do pênalti”, relembrou o lateral-direito rubroanil.

Apesar dos repetidos alertas de Bibi ao goleiro de que o trilado havia sido externo ao jogo e que, portanto, o lance seguia, não foi possível evitar que Waldo aproveitasse a situação para marcar o único gol do jogo. Mas o clima esquentou: “O jogo ficou parado 40 minutos por causa deste gol. Reclamamos porque na hora o juiz [o inglês Harry Davis] estava de costas. Até me aborreci com o falecido Telê, que ficou zombando pela perda da invencibilidade do Bonsucesso”, lembra Bibi, que quase chegou às vias de fato com o ponta tricolor.

“Discutimos e, como ele também morava na Vila da Penha, eu disse que o pegaria no outro dia. Resolvi ir ao vestiário do Fluminense para pegá-lo e fui preso. Quem me prendeu foi o delegado José Gomes Sobrinho, que também era árbitro de futebol”. Abalado pelo resultado, o Bonsucesso estreou mal no returno, perdendo de novo em casa, agora para a Portuguesa por 3 a 1, num jogo em que amassou o adversário desde o início, mas o encontrou fechado na defesa e letal nos contra-ataques, que decidiram a partida.

O RETURNO

Os ventos favoráveis, no entanto, logo voltariam a soprar. Na segunda rodada, o time atravessou a Baía de Guanabara e foi a Niterói, onde “não tomou conhecimento do Canto do Rio”, segundo a crônica da revista Manchete Esportiva. Válter Prado e Geraldo abriram 2 a 0 para os visitantes no primeiro tempo em Caio Martins. Na etapa final, Osmar descontou, mas o reserva Moreira (que atuou no lugar de Jair Francisco) anotou o terceiro e definiu o placar em 3 a 1. A reabilitação seguiria pelas próximas três partidas.

Na primeira delas, diante do Botafogo em General Severiano, o time saiu atrás na etapa inicial quando o ponta-esquerda Rodrigues marcou de pênalti para os alvinegros. Mas Décio empataria em 1 a 1 no último minuto de jogo, fazendo os rubroanis somarem um ponto precioso na briga direta por uma vaga no terceiro turno. Em seguida, agora em casa, o time passou por cima do Madureira ao vencer por 3 a 1. Em menos de cinco minutos Geraldo já havia marcado duas vezes. Décio ampliou e Tião descontou na etapa final.

Já no dia 11 de dezembro foi a vez de ir a Laranjeiras para o confronto da volta com o Fluminense, pouco mais de 40 dias depois do tenso duelo do primeiro turno. Aquela quinta rodada do returno, aliás, já vinha proporcionando algumas surpresas desde o sábado, quando o Flamengo, segundo colocado, foi derrotado pelo Olaria por 3 a 2 no Maracanã. E no domingo, no mesmo estádio, o líder Vasco foi humilhado pelo Bangu com uma goleada de 5 a 0. E, com a contribuição rubroanil, mais um resultado inesperado aconteceria.

Buscando se aproximar dos ponteiros, o terceiro colocado Fluminense logo abriu a contagem com o médio Clóvis. O Bonsucesso não se afobou. Com calma, reorganizou sua marcação e começou a se impor, mesmo fora de casa. Ainda no primeiro tempo foi premiado com o empate num belo chute cruzado de Milton. E aos quatro minutos da etapa final, Válter Prado decretou a virada. E logo Julião – figura central do duelo anterior – começou a brilhar, parando Telê, Didi, Waldo e Escurinho e garantindo a vitória por 2 a 1.

Até mais do que o resultado em si, considerado excelente e redimindo o time da derrota em casa no primeiro turno, impressionou a autoridade com que o Bonsucesso se apresentou em campo, “fazendo jogo de bola no chão, rápido, construído e incisivo”, segundo a crônica da Manchete Esportiva. Até mesmo Gradim, velho ídolo rubroanil e na ocasião técnico tricolor, admitiu o jogo mais lúcido e consistente do adversário: “Parecia que o grande era o Bonsucesso e o pequeno o Fluminense”, afirmou após a partida.

A vitória também ajudou o Bonsucesso a se manter isolado na quarta colocação e garantir cinco pontos de vantagem sobre o Botafogo, sétimo colocado, a seis rodadas do fim do returno. A vaga na próxima etapa se aproximava a passos largos. Mas antes, no último jogo pelo campeonato em 1955, ainda haveria um inesperado tropeço: uma derrota por 3 a 0 diante do São Cristóvão em Figueira de Melo, numa atuação fraca em 18 de dezembro. Após aquela sexta rodada, o certame foi interrompido para as festas de fim de ano.

Na volta, em 8 de janeiro, o Bonsucesso não sentiu a falta de ritmo, nem se abateu pela partida ruim diante dos cadetes: foi a Campos Sales enfrentar o ótimo time do America e saiu de lá com mais um grande resultado para a conta: 2 a 0, com dois gols quase em sequência na etapa final – Válter Prado aos oito minutos e Décio aos dez – coroando uma exibição de muita categoria. E a equipe ainda ficaria perto de outro ótimo resultado na partida seguinte, diante do Vasco em São Januário numa tarde de verão de calor intenso.

O time de Pirillo segurou a pressão vascaína por todo o primeiro tempo e surpreendeu nos contra-ataques. Num deles, aos 38 minutos, Nilo cruzou da esquerda e Geraldo completou para as redes, abrindo a contagem. O Vasco, porém, chegou à virada relâmpago no segundo tempo com gols de Pinga e Maneca aos oito e aos dez minutos. O Bonsucesso tentou reagir e buscar o empate, mas acabou tendo de aceitar a derrota por 2 a 1. Em todo caso, o revés do Botafogo diante do America por 4 a 1 manteve suas chances de classificação.

COM A VAGA, MAS SEM PIRILLO

A vaga ficou ainda mais perto após o memorável clássico da Leopoldina disputado em Teixeira de Castro no dia 20 de janeiro, uma sexta-feira, feriado de São Sebastião (padroeiro da cidade). Num estádio lotado, com torcida uniformizada rubroanil, faixas, bandeiras e charanga, o confronto foi movimentado e emocionante. O Bonsucesso foi para o intervalo vencendo por 2 a 0, com gols de Geraldo e Válter Prado, mas o Olaria foi sempre perigoso e acertou a trave duas vezes com Léo Briglia, mostrando que estava vivo no jogo.

De fato, na etapa final os bariris cresceram e encurralaram o time da casa. Julião precisou fazer uma defesa espetacular para salvar uma bicicleta de Léo Briglia, mas o mesmo atacante acabaria descontando com uma cabeçada. No fim, o Bonsucesso teve a chance de resolver o jogo num pênalti que Geraldo chutou na trave. Logo depois, ficou com dez após Milton ser expulso pelo árbitro inglês Harry Davis. No fim, Julião ainda salvou uma oportunidade do Olaria com Maxwell. Foi o que garantiu a dramática vitória por 2 a 1.


O resultado praticamente garantiu o Bonsucesso no turno extra, ao abrir três pontos de vantagem para o Botafogo (sétimo colocado) faltando apenas duas rodadas para o fim do returno. A euforia acabou por ofuscar uma sucessão de eventos que levaria ao declínio e fim daquela grande equipe. Tudo começou no dia seguinte, no Maracanã, quando o Fluminense foi goleado pelo America por 5 a 1. Era o terceiro placar dilatado sofrido pelos tricolores desde a derrota para os rubroanis em Laranjeiras, no começo de dezembro.

O Flu, que havia levado de 6 a 1 do Flamengo em 18 de dezembro e de 4 a 1 do Bangu em 15 de janeiro (sem contar a goleada de 4 a 0 sofrida para o mesmo America ainda no primeiro turno), decidiu demitir o técnico Gradim. E já tinha o substituto ideal em vista: Sylvio Pirillo. A negociação foi rápida e a proposta era financeiramente irrecusável. No dia 23, o acerto já era manchete na imprensa esportiva. O treinador gaúcho ficaria em Teixeira de Castro até o fim do returno. A partir do turno extra, seguia para Laranjeiras.

O Bonsucesso recorreu então ao experiente Gentil Cardoso, torcedor declarado do clube e que vinha de trabalhar em Pernambuco, onde levara o Sport ao título estadual. Mas o baque da saída iminente de Pirillo foi sentido ainda nos últimos jogos do gaúcho no comando: desfalcado de Bibi, Válter Prado e do suspenso Milton, o Bonsucesso foi novamente goleado pelo Flamengo, agora em casa, por 4 a 0. E na despedida do treinador, com Milton, mas sem Geraldo, voltou a ser batido em seus domínios, agora pelo Bangu: 2 a 1.

Mesmo com os dois maus resultados consecutivos, o Bonsucesso avançaria ao terceiro turno, terminando na sexta colocação com 26 pontos, três a mais que o Botafogo. O time da Leopoldina terminou a etapa com 11 vitórias, quatro empates e sete derrotas em 22 jogos. E ainda ficaria com saldo de gols positivo, algo raro para um time do bloco dos pequenos. Mas a campanha no turno extra – disputado todo ele no Maracanã – não deixaria boas lembranças, mesmo sob o experiente comando de Gentil Cardoso.

Até porque o Bonsucesso só conseguiria levar a campo seu time considerado titular no primeiro jogo, contra o Vasco. Os rubroanis até começaram surpreendendo naquela partida disputada em 18 de fevereiro, ao abrirem o placar antes mesmo do primeiro minuto, quando Milton escapou pela ponta direita e cruzou alto, encontrando Nilo – que fugiu da marcação de Paulinho – do outro lado para bater de primeira. Mas assim como haviam feito em São Januário os cruzmaltinos chegariam à virada e venceriam por 3 a 1.

O DESFECHO MELANCÓLICO DA GRANDE CAMPANHA

Quatro dias depois viria o reencontro com Pirillo, agora como adversário. Foi um momento para esquecer: o Bonsucesso sofreu sua pior derrota na campanha, batido facilmente por 5 a 0. Onze dias depois, o time se recompôs e fez um bom jogo contra o America. Voltou a perder, mas por um placar mais digno: 2 a 1. Conhecedor da psicologia do atleta, Gentil logo detectou o motivo da queda de rendimento da equipe naquele turno extra: o Maracanã, palco em que o time só havia atuado uma vez naquele Carioca.


“O que acontece com o Bonsucesso nesse terceiro turno aconteceria com qualquer time pequeno. Os garotos têm o complexo do Maracanã. Não ganharam, ainda, personalidade suficiente para atuar nesse monstro. Uma coisa eu digo: lá em cima, em Teixeira de Castro (e não precisa ser lá, serve qualquer campinho pequeno) nós não perdemos para ninguém. Vamos jogar de igual para igual. Agora, aqui a coisa muda de figura”, explicou o treinador ainda nos vestiários após a derrota para o America.

“O jogador tem que ter pernas para correr neste mundão. E, ainda por cima, uma preparação suficiente para suportar o impacto causado por esse gigante. Um gritinho de torcida aqui vira urro”, observava o veterano treinador. O fato é que o gol de Nilo contra o America seria o último do Bonsucesso no campeonato. Seis dias depois, o time perderia para o Flamengo (que superou o Vasco por um ponto ao fim da fase de turno e returno) por 2 a 0. E na despedida, em 17 de março, nova derrota: 3 a 0 para o Bangu.

Tentando uma chacoalhada na equipe, Gentil havia promovido várias mudanças nos três últimos jogos. Contra o Bangu, apenas seis titulares daquela escalação que ficara na memória do torcedor entraram em campo. As trocas não surtiram efeito, e o Bonsucesso se arrastou, num triste fim para uma campanha excepcional na fase de turno e returno. De todo modo, aquele sexto lugar era uma colocação marcante para o clube. Ainda mais por ter alijado o Botafogo da disputa – o que levaria o Alvinegro a tirar Didi do Fluminense.

Depois de levar o time numa excursão pelas Américas, Gentil foi mantido no cargo para o Carioca de 1956. Mas o elenco havia sido esfacelado. Devolvido ao America ao fim do empréstimo, Julião foi para o Noroeste de Bauru. Bibi e Décio Recaman, os dois de seleção, seguiram para o Bangu. Paulo e Jair Francisco foram reencontrar Pirillo no Fluminense. Milton cruzou a Baía e foi para o Canto do Rio. E Geraldo retornou ao Botafogo. Mas o declínio era evidente: o time foi oitavo em 1956 e apenas o penúltimo em 1957.

Nessas duas campanhas, o time da Leopoldina chegou a se reforçar com nomes de peso trazidos por empréstimo dos grandes, como o artilheiro botafoguense Quarentinha em 1956 e o veterano goleiro vascaíno Barbosa em 1957. Mas faltava a coesão de outros tempos. E o desmonte seguiu: Gonçalo foi para o futebol paulista. Pacheco seguiu para o America (onde teve poucas chances), Válter Prado passou por Corinthians, Palmeiras e outros clubes do interior de São Paulo. E Nilo foi vendido ao America no início de 1958.

Como costuma acontecer no futebol, as carreiras daqueles 11 jogadores tiveram projeções bem distintas. Mas certos nomes obtiveram algum destaque. Após passar discretamente pelo Bangu, Bibi ainda defendeu Vasco, Cruzeiro e retornou ao Bonsucesso. Décadas mais tarde chegaria ao cargo de vice-presidente do clube. Décio Recaman, por sua vez, foi titular em Moça Bonita por três anos. De lá, cruzou o Atlântico, defendendo Espanyol e Valencia, do qual integrou o elenco campeão da Copa das Cidades com Feiras.

Paulo e Jair Francisco também tiveram experiências distintas no Fluminense. O primeiro foi titular de início, mas aos poucos perdeu espaço com a rápida ascensão do jovem Altair. Já o outro ficou firme entre os titulares até deixar o clube em 1962, após conquistar um Carioca em 1959 e dois Torneios Rio-São Paulo em 1957 e 1960. Nilo, por sua vez, teria papel crucial no histórico time do America que conquistaria o título carioca de 1960, encerrando um jejum de 35 anos dos rubros. Mais tarde defenderia também o Palmeiras.

Pirillo, por sua vez, viveria o auge de sua carreira de treinador naquele e nos dois anos seguintes. O título invicto do Torneio Rio-São Paulo pelo Fluminense o colocou entre os cotados a dirigir o Brasil na Copa de 1958. Com efeito, ele chegou a estar à frente do escrete canarinho na disputa da Copa Roca de 1957. A perda do título carioca para o Botafogo na última rodada com goleada de 6 a 2 em tarde particularmente inspirada de Paulo Valentim abalou seu prestígio. Mas um orgulho ficou: o de ter lançado Pelé na seleção.

O esquadrão rubroanil de 1955 na charge de Lan que virou pôster da Manchete Esportiva