12/04/2021

NILTON BITTAR CONFIRMA MANDATO SUB JUDICE E DIZ NÃO CONHECER DIRETRIZES DA FERJ CONTRA A COVID

Nilton Bittar recebe o troféu de campeão da Copa Rio 2019
Foto: Úrsula Nery/FERJ 

O Fanáticos pelo Cesso divulga com exclusividade o depoimento de Nilton Bittar na Polícia Civil, em 2 de fevereiro. A Delegacia de Defraudações entrou na fase final da investigação sobre as supostas irregularidades administrativas no Bonsucesso além da veracidade dos atestados de COVID-19 apresentados à FERJ, durante a disputa da Série B1 do Campeonato Carioca do ano passado.

Considerado presidente eleito após o pleito realizado no fim de 2020, mesmo sob desconfiança de sócios que apontaram falhas no processo, Bittar acabou se contradizendo na oitiva. Inicialmente, ele confirmou que a presidência está sub judice, mas em seguida, garantiu ser o presidente, de fato, desde o dia 12 de dezembro de 2020, data da eleição.

Bittar informou à Polícia Civil que o mandato de Ary Amâncio se perpetuou entre 3 de setembro de 2017 até 11 de dezembro de 2020, ou seja, com as eleições ocorrendo um dia após o último mandato. O dirigente se defendeu das acusações de irregularidade no pleito apontando que a decisão judicial protocolada pela 12ª Câmara Cível não informava a nova data das eleições. Segundo Niltinho, a agremiação seguiu o que determina o estatuto do clube, 'que é o poder maior da entidade'.

O dirigente afirmou que o mandato ainda não tinha sido atualizado na FERJ porque a ata da eleição encontrava-se no cartório de títulos há dez dias e os documentos estavam em análise. Cabe ressaltar que até hoje, o RCPC-RJ ainda faz exigências para regularizar a chapa.

Nilton Bittar também foi questionado sobre os exames e laudos médicos da COVID-19 para participação da Série B1 do Estadual. Ele negou que soubesse das diretrizes sanitárias impostas pela FERJ. O dirigente ainda relatou que não tinha conhecimento que para participar de campeonatos oficiais da entidade, todos os jogadores deveriam realizar testes e apresentá-los posteriormente à FERJ. Niltinho relatou que não tinha conhecimento de quem era o responsável pelos exames no elenco também. 

Em outro trecho, Nilton Bittar informou que o Departamento de Futebol é totalmente terceirizado e que não sabia informar o nome da empresa responsável pela gestão do carro-chefe do Bonsucesso. Niltinho ainda se eximiu da assinatura do acordo com os novos gestores e avisou que o ex-presidente Ary Amâncio Pereira foi quem autorizou o contrato.

À época, Nilton Bittar se colocou à disposição para apresentar uma cópia do contrato à Polícia Civil no prazo de cinco dias, o que foi feito. Ele ainda disse não ter conhecimento do laboratório que realizou a coleta de material para testes de COVID-19 nos jogadores e manteve a postura ao ser indagado sobre o médico responsável pela avaliação dos diagnósticos no clube. 

A Delegacia de Defraudações já ouviu a funcionária Solange Lione e o atual gestor do futebol, José Agnaldo Sena. Clique e confira abaixo o depoimento de Nilton Bittar à Polícia Civil.


10/04/2021

FERJ DEFINE OS GRUPOS DA SÉRIE A2 DO CAMPEONATO CARIOCA DE 2021


O caminho será longo até lá, mas o Bonsucesso deve ficar atento às divisões superiores. Logo, a FERJ definiu nesta semana a Série A2 do Campeonato Carioca. No Conselho Arbitral, na sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, com a presença de representantes dos clubes, definiu-se a tabela, grupos e o início da competição. Dividida em dois grupos, com seis clubes cada, a Série A2 está prevista para começar no dia 5 de junho.

No Conselho Arbitral, comandado pelo diretor de competições, Marcelo Vianna, pelo procurador geral, Sandro Trindade, e pelo diretor de marketing, Leonardo Ferraz, foi abordado ainda o protocolo de segurança contra COVID.

O Campeonato será disputado em três fases: Taça Santos Dumont (1º Turno), Taça Corcovado (2º Turno) e Turno Final. Caso uma única associação seja campeã da Taça Santos Dumont e da Taça Corcovado, e uma ou mais associações tenham obtido maior número de pontos do que a campeã, no somatório de pontos das partidas dos Grupos A e B da Taça Santos Dumont e Taça Corcovado, a final será realizada entre a campeã dos dois turnos e a associação que tenha obtido o maior número de pontos ganhos do que a campeã.

Confira abaixo os grupos:

Grupo A: Cabofriense, Duque de Caxias, Gonçalense, Artsul, Americano e Friburguense;
Grupo B: America, Descenso da A, Sampaio Corrêa, Goytacaz, Maricá e Angra dos Reis.

Rodada de abertura da Taça Santos Dumont:

Cabofriense x Friburguense
Duque de Caxias x Americano
America x Angra dos Reis
Descenso A x Maricá
Sampaio Corrêa x Goytacaz
Gonçalense x Artsul

09/04/2021

FANÁTICO, CÉSAR AUGUSTO NÃO MEDE ESFORÇOS PARA TORCER PELO CESSO: "VOU DE CARONA, JEGUE E CARROÇA"

César Augusto abraçado com a bandeira no Engenhão durante a final  da Copa Rio
Foto: João Carlos Gomes

O Bonsucesso vivenciou um dos piores capítulos da sua história no ano passado ao ser rebaixado para a 4ª Divisão, mas até pouco tempo, o clube se sagrava campeão inédito da Copa Rio sobre a Portuguesa, no Engenhão, por 1 a 0, em 2019. Quem esteve ao lado do clube em todos os momentos e é um 'fanático' de carteirinha é César Augusto, de 59 anos. Sócio rubro-anil há décadas, o torcedor já viveu bons e maus momentos acompanhando o centenário time em diversas partes dos 43.696 km² de extensão do Rio de Janeiro.

César Augusto, que não mede esforços nem mesmo na pandemia para acompanhar o Bonsucesso (acredite se quiser), concedeu uma entrevista exclusiva ao Fanáticos pelo Cesso e contou muitas boas histórias dessa relação com o Bonsuça que vai muito além do futebol. Para César, o Bonsucesso é como um filho e faz parte do seu dia a dia. 

"Eu tinha carro, moto e ia do meu jeito, mas perdi a habilitação após uma blitz da Lei Seca. Agora, vou de carona, ônibus, trem, jegue, carroça...", disse um bem humorado torcedor.

Personagem da reportagem da TV Globo na Copa Rio, César Augusto também foi protagonista da dor de ter sido testemunha ocular do W.O para o Artsul, na Bariri, dias após o aniversário do Bonsucesso de 107 anos. Esse episódio ele considera uma das maiores manchas da história.

"Fui ao clube no dia anterior porque sabia que o antigo gestor tinha atrasado os pagamentos. Estava um disse me disse danado. Vi alguns jogadores um dia antes da partida na Teixeira de Castro conversando com um funcionário. Não cheguei perto porque não me dizia respeito. Sou apenas torcedor. Na saída, perguntei a um deles se teria jogo. Ele me respondeu que sim porque tinham se comprometido a ir. Mas, no dia da partida, um amigo do clube me avisou que o time não entraria em campo. Achei muito estranho porque ajudei a descarregar o material da delegação na Bariri. Na porta do vestiário, um dos atletas que esteve no estádio brincou comigo: 'Quer jogar? Tem chuteira, short e camisa...'. Pensei comigo que isso não poderia ser sério. Saí do vestiário e fui para a cabine porque tinha sido convidado para comentar o jogo por uma rádio web. O tempo foi passando e realmente veio o W.O. Foi a página mais triste que eu vi do Bonsucesso."

César Augusto ainda viveu um episódio curioso nesse 'jogo' já que foi cobrado pela FERJ quanto aos custos da realização do confronto.

"No final, ainda passei constrangimento. Uma funcionária da FERJ veio me cobrar despesas, mas eu não tinha nada a ver com isso. Posteriormente, o clube pagou, mas eu não era dirigente. Sempre fui torcedor. Quem deveria pagar tinha ido embora. Até os responsáveis pelo Olaria me contaram que o Bonsucesso não havia quitado o aluguel do campo. É tudo muito triste."

César sente uma ponta de frustração e indignação até hoje ao relembrar o episódio na Bariri.

"Acompanho o Bonsucesso há muitos anos. Sabemos que o Bonsucesso é um time de bairro e com gestões muito mal feitas, porém, é um clube bem localizado e que está na paixão de muitas pessoas. Saí da arquibancada vendo que tudo estava acabando. Me aborreci muito. É o fundo do poço um W.O. O antigo gestor cometeu um erro imensurável. Ele deixou de pagar jogadores que dependiam daquele salário. Ouvi de um jogador que ele estava trabalhando em obras para colocar o sustento na sua casa já que o clube estava atrasando salários. O pior é que ninguém colocou a cara para responder. Só transferem a culpa. A culpa é da presidência, sim."

Um ano antes, César Augusto tinha motivos para comemorar. Em uma campanha surpreendente, o Bonsucesso levantou o troféu da Copa Rio após derrubar outros favoritos ao título durante a trajetória até a final, no Nilton Santos, o Engenhão. O rubro-anil sempre foi otimista em acreditar ser possível conquistar aquela taça e levá-la para à Teixeira de Castro. 

"Quando o Caio foi expulso e o Emerson (zagueiro) pegou três pênaltis contra o Maricá, nas quartas de final, eu percebi que estávamos com muita sorte. Passamos pelo Boavista também nas penalidades. Depois daquela semifinal ninguém tiraria o nosso título. No dia da final, eu nem dormi direito. Chego até a me... (chora) É muita emoção. Fomos de ônibus para o estádio. Muita gente mesmo. Fomos em peso. Estava muito contente com aquele momento. A Portuguesa estava melhor  no jogo, mas vencemos com um golaço do Denilson acertando a forquilha. Já torci muito para o Bonsucesso nos acessos, mas esse foi o ponto alto da história. Foi algo inédito. Uma emoção fora do comum."

César acompanha o jogo do Bonsucesso na Bariri
Foto: Arquivo Pessoal

César Augusto só lamenta a pouca importância dada pelos dirigentes ao título inédito logo após a conquista.

"Por incrível que pareça, os meninos da torcida fecharam a Teixeira de Castro comemorando o título, mas o clube campeão da Copa Rio estava completamente fechado como se nada tivesse acontecido. Uma conquista memorável, que daria direito a Copa do Brasil, e os caras não abriram o Bonsucesso para nada. O mínimo era abrir a nossa sede para comemorar. Tivemos que comemorar em um bar em frente como se fosse um time de pelada. É inacreditável", salientou.

César Augusto não esconde que a sua paixão pelo Bonsucesso vem desde pequeno e que jamais mediu esforços para estar na arquibancada, por algumas vezes, até mesmo sozinho, mas sempre uma voz ativa para apoiar os jogadores em campo.

"Eu fui morar em Bonsucesso ainda criança. Meus avôs eram daqui. O primeiro estádio que eu entrei foi a Teixeira de Castro. Eu ia a jogos do Merci (supermercado que hoje é o Guanabara) na sexta-feira à noite só pra você ter uma noção do tempo que eu prestigio o clube. Quando eu era menino, os coleguinhas me sacaneavam por eu ser Bonsucesso. Então, como meu tio era Vasco, passei a dizer que era cruzmaltino. Mas, eu não saio da minha casa para ver o Vasco. Saio só para ver o Bonsucesso. Já estive em muitos locais. O último (jogo) foi em Avelar, em Paty do Alferes. Minha paixão é grande e por várias décadas. Já fui a todos os locais: Casemiro de Abreu, Resende, Itaperuna, Cardoso Moreira, Campos... Tudo muito longe (risos)."

César também tem histórias curiosas e até mesmo engraçadas para acompanhar o Bonsucesso nos quatro cantos do estado. 

"Fui uma vez com a delegação quando era adolescente e tive que empurrar o ônibus do Bonsucesso que enguiçou após um jogo contra o Campo Grande, no Italo Del Cima. Era um ônibus de carreira. Saltou todo mundo para empurrar. Apesar do fato inusitado, foi uma farra", disse já recordando de outra lembrança.

"Passamos um sufoco maior contra o Audax. na Sendolândia. Foi uma chuva horrível que pegamos porque os donos da casa não deixaram a gente ir para uma parte coberta. Foi uma tempestade inacreditável. Foi um sufoco a nível de torcer."

César Augusto também sempre foi reconhecido pelas torcidas de massa do Rio de Janeiro e enfatizou que sempre foi bem recebido por todos devido sua paixão pelo clube do bairro.

"Fui assistir Vasco e Bonsucesso com a nossa camisa no meio deles. Levei dois sacos de papel picado. Quando o time entrou, joguei papel picado para o alto. O pessoal ria e me aplaudia. Outros me chamaram de maluco, bêbado... Eu era e sempre fui fanático pelo Bonsucesso."

Em 2015, César relembrou outra passagem da ansiedade em chegar cedo aos estádios para acompanhar cada detalhe da preparação do time para os jogos.

"Fui assistir um jogo Botafogo e Bonsucesso, no Engenhão (derrota por 4 a 0, em 2015) e ao chegar na bilheteria me deparei com a funcionária cochilando. Não entendi bem porque e ela me explicou que minha esposa e eu éramos os primeiros a comprar um ingresso como visitante naquele dia. Botafoguenses me pararam para tirar fotos comigo. Eu sempre prestigiei os jogos com a minha bandeira. Passei inúmeras vezes no meio da torcida do Flamengo e jamais tive problema com torcedor. Pelo contrário. Sempre brincava que não queria brigar com eles."

César Augusto ao lado da esposa Angela
Foto: Arquivo Pessoal

Há mais de dez anos com a inseparável Ângela, César Augusto carrega a esposa para assistir os jogos do Bonsucesso.

"Nós já fomos para rodoviária para esperar um ônibus rumo a Cabo Frio para uma partida às 9 e 30 da noite. Fui com minha esposa. Ela sempre me acompanhou. Ela gosta muito. Minha mãe também já foi comigo aos estádios", disse o filho da dona Maria do Céu.

Uma de suas alegrias era acompanhar as partidas no estádio Leônidas da Silva, que está fechado desde 2014 para partidas oficiais. Ele lembra muito bem como era torcer atrás do gol à esquerda da arquibancada social.

"Fazíamos uma algazarra atrás do gol. O Cortez, do Grêmio, e o William Barbio, ex-Vasco, já sofreram aqui no Leônidas da Silva quando estavam no Nova Iguaçu, por exemplo. Sempre sacaneávamos os goleiros durante o jogo. Tinha goleiro que pedia por favor para pararmos com as brincadeiras. Uma vez, sacaneamos um jogador adversário que tinha uma bunda enorme. De tanto a gente zoar, ele abaixou o calção pro lado da arquibancada. Ele caiu na gargalhada durante o jogo. Era uma diversão. Muita gente também entrava na pilha. Um goleiro saiu correndo atrás de mim para me agredir. Ele tinha sido barrado porque atuou mal contra a gente. No jogo seguinte, na entrada do time, ele me viu quando gritei que ele não agarrava nada. Foi o suficiente para ele vir na minha direção. Estou correndo até agora na Teixeira de Castro. Se ele me pegasse eu estava ferrado!"

Ciente de todos os problemas que atravessa o Bonsucesso, César Augusto não abandona o clube e promete acompanhar novamente o time na Série B2 e na Copa Rio, mesmo se for preciso enfrentar a pandemia novamente e não acredita que a centenária agremiação esteja caminhando para o seu fim. 

"Acabar não acaba porque há apaixonados pelo clube. O problema é a gestão. Até hoje, você paga a mensalidade no papelzinho. Não é bobagem. Não digo que falta capacidade, mas sim, condição de comandar o Bonsucesso. São presidentes que entram pela janela e não conhecem nada do clube. São gestores que prometem e não cumprem. O momento é muito conturbado. Eu estive na eleição e vi o quão difícil tem sido todas as movimentações internas. Meu nome não estava na lista de aptos a voto. Sou sócio adimplente há décadas. Jeito tem, mas precisa colocar pessoas com capacidade", concluiu.

Confira abaixo o emocionante relato de César Augusto na transmissão da Rádio Jovem Carioca, durante o jogo do W.O entre Bonsucesso x Artsul, pela Série B1 de 2020:

08/04/2021

PROCURADOR DA FERJ RESPONDE BENEMÉRITOS: "O BONSUCESSO NÃO APRESENTOU ATA REGISTRADA"

Sandro Trindade é procurador da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro
Foto: Úrsula Nery/FERJ

A vida não anda fácil na Teixeira de Castro para Nilton Bittar. A FERJ mantém-se em compasso de espera quanto à ata da eleição presidencial para que o clube dispute as competições oficiais em 2021. Após a resposta concedida pelo diretor-jurídico Wlademir Monje aos beneméritos, desta vez, o procurador-geral Sandro Trindade também se posicionou via e-mail aos torcedores.

O Fanáticos pelo Cesso teve acesso à carta divulgada pelo representante jurídico da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, que reafirma o posicionamento anterior e endossa a ausência de documentação que comprove a regularidade do atual mandato. Confira abaixo:

"Prezados, bom dia 

Complementando o aludido pelo Dr. Wlademir, vimos atestar que até o presente momento o Bonsucesso FC não apresentou à FERJ uma ata de eleição devidamente registrada indicando um novo mandatário para o período subsequente ao mandado do Sr. Ary Amâncio.

Vale registrar que o Bonsucesso FC possui plenas condições de dirimir suas questões internas de forma administrativa ou judicial, observada sua autonomia constitucional (artigo 217 da CF) e seu Estatuto. 

Neste sentido, a FERJ permanecerá no aguardo da indicação regular do novo mandatário do clube.

Atenciosamente,

Sandro Trindade
Procurador-Geral da FERJ" 

Veja o que representa o artigo 217 da Constituição Federal:

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um, observados:

I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;

II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;

III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional;

IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.

§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.

§ 3º O poder público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

Os beneméritos do Bonsucesso tem conversado internamente sobre ações que possam contribuir para a transparência do imbróglio político no clube. O RCPC-RJ voltará a funcionar a partir da próxima sexta-feira com o fim do decreto municipal de combate à COVID-19. Por ora, o Bonsucesso está impedido de disputar as competições oficiais organizadas pela FERJ sem a figura de um presidente. A demora para regularizar a ata da eleição tem causado fissuras no relacionamento interno de dirigentes do clube, que já ameaçam a amigos mais próximos deixar o Conselho Gestor, caso a situação não seja resolvida em breve.

06/04/2021

JURÍDICO DA FERJ CONFIRMA QUE BONSUCESSO ESTÁ SEM PRESIDENTE


O Departamento Jurídico da FERJ ratificou o não reconhecimento do mandato de Nilton Bittar após sete meses da eleição no Bonsucesso, considerada fora do prazo por muitos sócios que reivindicam uma intervenção. O Fanáticos pelo Cesso teve acesso exclusivo a resposta do Diretor-Jurídico da entidade, Vlademir Monje e do Procurador Sandro Trindade aos beneméritos do clube que pediram providências da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.

A FERJ se absteve de julgar o mérito e através dos representantes por e-mail, dispensou intervir na agremiação, que luta para ter a ata da eleição registrada no RCPC-RJ e posteriormente, na entidade esportiva. Confira abaixo a íntegra do comunicado enviado pela FERJ aos beneméritos:

"Prezados,

Em resposta às colocações feitas via e-mail em 02 de abril de 2021 relacionadas a eventuais irregularidades na administração do Bonsucesso FC, entendemos que não compete à FERJ adotar medida tão contundente como a intervenção, especialmente quando a agremiação possui um estatuto em vigor que, certamente, conta com dispositivos que regulem situações de instabilidade como as que foram relatadas.

Acreditamos que os membros dos Poderes do clube devam encontrar um caminho que leve ao restabelecimento da ordem administrava do tradicional clube, recorrendo à Justiça, se assim entenderem, inclusive para a decretação de interventor judicial para coordenar eventual processo eleitoral, se for o caso.

A Federação de Futebol acatará as decisões emanadas da Justiça, deixando claro que seu estatuto exige que clubes e Ligas filiados apresentem atas devidamente registradas por Cartórios de Pessoas Jurídicas e que o não cumprimento deste requisito faz como que seus associados fiquem em situação irregular e com seus direitos estatutários e desportivos suspensos.

Em relação ao Bonsucesso FC, especificamente, há a necessidade do clube apresentar documento registrado que ateste a regularização de seus mandatários. Esperamos que o clube apresente-se em condições regulares até o início da próxima competição obrigatória da qual deverá participar.

Vlademir Monje"

Na década de 80, o Bonsucesso chegou a sofrer uma rápida intervenção da FERJ sob responsabilidade de Luiz Desiderati, ex-dirigente da entidade. Beneméritos do Rubro-Anil e demais sócios tentam agora a todo custo o amparo legal para que novas eleições sejam proclamadas.

Enquanto as ações no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro não chegam ao fim, Nilton Bittar mantém as rédeas no Bonsucesso e se apoia no gestor do futebol José Agnaldo Sena, que tem assumido as contas e apostado na reformulação da base e no trabalho embrionário para montagem do elenco que tentará retornar à Série B1. A inscrição do elenco, entretanto, necessita do reconhecimento do presidente  na FERJ. A Copa Rio começa em agosto e a 4ª Divisão, em setembro.