05/04/2021

CRIA DO BONSUCESSO, CHAY É UM DOS DESTAQUES DA LUSA NO CARIOCA

Chay foi uma das revelações do Bonsucesso e deixou o clube cedo rumo à Ásia
Foto: Arquivo Pessoal

O Bonsucesso se caracterizou ao longo das últimas décadas como celeiro de bons jogadores. Um dos últimos a surgir no clube foi o atacante Chayene, atualmente na Portuguesa. Autor de dois gols (sobre o Fluminense e Botafogo) no Carioca, o jogador vem despertando o interesse de outros clubes em mais uma boa temporada pela Lusa.

Chay, como é atualmente chamado, deixou a Teixeira de Castro muito cedo rumo à Ásia. Após participar da Série B do Carioca em 2020, ele foi contratado pelo Muangthong United, da Tailândia.

"Fui (para o Bonsucesso) através de um amigo, que considero um irmão. Ele jogava lá e surgiu essa oportunidade de me levar para ser avaliado. Fui aprovado e foi uma passagem muito bacana. Comecei a me destacar e ficava intercalando entre os profissionais e os juniores. Foi um período de muita aprendizagem", afirmou Chay em entrevista exclusiva à Rádio Globo/CBN

O atacante era um dos destaques da campanha do Bonsucesso, que terminou a Primeira Fase da Segunda Divisão do Estadual na 2ª posição do Grupo B, com 26 pontos, dois a menos que o Sendas. Ele ainda defendeu o Songkhla FC, antes de voltar para o Muangthong United. Passou ainda pelo Esan United e Buriram FC até chegar ao Kedah FA, da Malásia, em 2012.

"Após me destacar no Bonsucesso, fui perguntado pelo ex-preparador do clube, Leonardo Neiva, se tinha o interesse de jogar no exterior. Ele tinha ido para Mianmar e foi quem intermediou a minha ida para o Muangthong United, onde assinei contrato por três anos", afirmou.

Chay foi campeão pelo Flamengo no Fut7
Foto: Arquivo Pessoal

Chay trouxe uma informação reveladora para explicar o motivo da sua volta ao Brasil após duas temporadas na Ásia. Segundo ele, um acidente no Rio de Janeiro custou a sua continuidade no exterior.

"Foi uma decisão que poucas pessoas sabem. Eu recebi uma nova proposta e sai da Tailândia para o Kedah FA, da Malásia. Nesse período, vim para o Brasil. Eles me deram 15 dias de férias porque o calendário na Malásia e na Tailândia são diferentes. Queria aproveitar esse período para me revigorar e rever minha família, mas acabei sofrendo um acidente de bala perdida no terceiro dia de descanso no Rio. Isso prejudicou meu rendimento porque não alcancei meu auge físico para poder ajudar o (novo) clube. O treinador não estava com muita paciência. Em comum acordo, acabamos rescindido. Essa rescisão demorou a sair e a janela acabou fechando na Tailândia, onde eu tinha outras propostas. Voltei para o Brasil, isso me desanimou, coloquei na cabeça que eu não queria mais porque era injusto, mas o processo de adaptação lá foi bem tranquilo. Estava há dois anos e meio e a decisão de voltar foi apenas pelo desânimo como fui tratado", desabafou Chay.

O ex-jogador do Bonsucesso sempre foi considerado promissor, porém essa dificuldade na carreira após ser mais uma vítima da violência no Rio de Janeiro fez o atacante refugar nos seus sonhos.

"Fiquei realmente desanimado com o futebol. Não tinha empresário, logo após, fechei com uma empresa, mas como o mercado tailandês não estava tão em alta, foi tudo se tornando ainda mais difícil pra mim. O que aparecia não era interessante e o tempo foi passando, diferente do que eu apostava", afirmou.

Chay é um dos destaques da Portuguesa com dois gols no Carioca
Foto: Nathan Diniz / AAP

Sem chances no campo, Chay apostou no Fut7, e na modalidade do society, ele se tornou um dos principais nomes com as camisas do Flamengo, Fluminense e Botafogo nos quatro anos seguintes. O sucesso o levou até a Seleção Brasileira, onde foi campeão da Copa América e do Mundial.

"O Fut7 nunca passou pela minha cabeça. Sempre joguei futebol de campo e desde menino só pensava nisso. Aprendi muito o que é o comprometimento tático e jogo curto. Foram as coisas que eu trouxe comigo", disse na entrevista à Rádio Globo/CBN.

Após o período na categoria, Chay aceitou o convite do Bela Vista, da 3ª Divisão do Rio, em 2017, para voltar aos gramados. Em seis jogos, foram quatro gols, o que rapidamente o levou para o Mogi Mirim, no ano seguinte. Apesar das boas atuações, o atleta não conseguiu evitar a queda do time paulista para a Série A3.

Chay foi campeão da Taça Santos  Dumont pelo America em 2019
Foto: Arquivo Pessoal

Após uma passagem pelo Rio Branco-AC, Chay voltou ao Rio de Janeiro para defender o America, em 2019. No Alvirrubro, o atacante foi campeão da Taça Santos Dumont e vice-campeão da Série B1 do Carioca. Logo depois, Chay chegou à Portuguesa, da Ilha do Governador, e tem sido um dos principais nomes nas duas edições da Série A do Estadual. Em 2020, foi o artilheiro do time com quatro gols. Já em 2021, ele soma dois.

"A Portuguesa foi um divisor de águas na minha vida. Você fica naquele período desacreditado, mas o clube acreditou em mim. As coisas aconteceram e seguem acontecendo. O clube é muito importante pra mim. Almejo voos altos o tempo todo. Trabalho forte a minha mente diariamente pra isso. Me vejo vestindo a camisa de um clube de mais visibilidade. Hoje, me sinto mais preparado e qualificado para isso. Espero meu momento", afirmou o atacante de 30 anos.




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