24/12/2021

FANÁTICOS PELO CESSO APRESENÇA BALANÇO E DESEJA UM FELIZ NATAL


O blog Fanáticos pelo Cesso fecha a temporada 2021 com 146 postagens, um acréscimo de 77 publicações em relação ao ano anterior e mais de 700 mil visualizações. Criado em 2007, a página é a voz do torcedor e tem sido um resgate da história do tradicional clube da Leopoldina com a coluna 'Tá no Livro', com Paulo Jorge. 

Em 2021, o Fanáticos pelo Cesso também esteve nas redes sociais. Além da página no Facebook, o canal no instagram também superou a marca de mil seguidores ao longo de 135 publicações e um crescimento contínuo no número de acessos, comentários e curtidas.

Em 2022, a gente continuará na torcida pelo sucesso do Bonsucesso na Série B2 do Campeonato Carioca e a esperança de voltar a brilhar na elite do futebol carioca em um futuro não tão distante. A 1ª Divisão é o seu lugar, Bonsuça!

Desejamos a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo! Que Jesus abençoe cada torcedor e ilumine os passos de nossos jogadores! 

23/12/2021

FERJ DIVULGA CALENDÁRIO DE COMPETIÇÕES PARA O ANO DE 2022


Exposição de camisas tradicionais do futebol carioca
Foto: FERJ

Anota na agenda! A FFERJ divulgou o calendário de competições para a temporada 2022. O Estadual da Série A começa em 26 de janeiro e termina no dia 3 de abril. A primeira divisão de acesso, a Série A2 começa no dia 1º de maio e se estende até o final de julho.

A Série C (5ª Divisão) terá início também em maio, no dia 8. A competição será realizada até 14 de agosto. A Copa Rio que dá direito ao campeão escolher disputar a Copa do Brasil ou o Brasileirão da Série D começa em 10 de agosto. O torneio vai até 23 de novembro. 

As Séries B1 e B2 começam em setembro. Primeiro, a 3ª Divisão no dia 3 e a 4ª Divisão na semana seguinte, dia 11. O Bonsucesso que não conseguiu classificação para as semifinais tentará na próxima temporada novamente dar um salto para sonhar com a elite no futuro. 

Por fim, o Carioca Feminino fecha o calendário. A competição se inicia em outubro e será concluído na segunda semana de dezembro.

No sub-20, o Carioca da Série B2 começa em maio e se estende até julho. Em 2021, o Bonsucesso terminou com o vice-campeonato ao perder para o Barra Mansa. 

   

08/12/2021

A DECADÊNCIA DOS CLUBES DE BAIRRO NO SUBÚRBIO DO RIO


A Associação Atlética Vila Isabel já foi um importante centro esportivo do Rio de Janeiro
Foto: Reprodução



Sair de casa para encontrar amigos, parentes, vizinhos e conhecidos nos clubes de bairro já foi um hábito muito comum entre os cariocas. Contudo, a visita para atividades esportivas e sociais está cada vez menos presente na rotina dos moradores do Rio de Janeiro. Isso porque esses tradicionais espaços de convivência vêm passando por muitos problemas que acabam culminando no fechamento.

Estudiosos do tema estimam que a decadência dos clubes de bairro vem acontecendo desde a década de 1970. Segundo o professor Victor Melo, especialista no assunto, são alguns os fatores que culminam na situação: a “domesticação das experiências” (pessoas cada vez mais em casa, muito por conta das tecnologias); dificuldades financeiras da classe média; especulação imobiliária e a construção de condomínios residenciais que têm quase tudo o que um clube pode oferecer.

“A conjunção de tudo isso leva os clubes a não conseguirem pagar as dívidas, a manter os espaços, e a estrutura. Alguns clubes tentaram fazer festas, bailes, mas não é o suficiente para todos”, destaca o professor Victor Melo.

Um dos casos mais recentes de fechamento de um clube histórico para a cidade foi a Associação Atlética Vila Isabel. O local, que por um bom tempo passou por dificuldades, encerrou as atividades para virar um empreendimento imobiliário.

“A maior parte dos clubes que não resistem e fecham as portas viram empreendimentos imobiliários”, frisa Victor Melo.

A situação se espalha por outros bairros e clubes. No ano passado, o jornal O Dia publicou que o Olaria Atlético Clube devia, aproximadamente, R$ 100 mil reais à Ligth. Na mesma reportagem, o clube do Bonsucesso é citado em um débito de mais de R$ 224 mil com a Cedae. Há alguns anos, o Olaria chegou a tentar vender seu estádio para pagar dívidas. Em 2020, o Bonsucesso transformou o hall de entrada do clube em um estacionamento para tentar arrecadar algum dinheiro neste período de crise.

“A consequência desse problema é a perda de espaço de referência. Os clubes foram mais que espaços só de diversão ou só de esporte. Grande parte da vida politica, social, cultural, passaram pelos clubes. Os clubes são importantes agentes de identidade local. Em geral, envolviam uma elite local, mas também havia espaço de contato com os populares dos bairros. Importantes políticos da cidade vieram dos clubes, os clubes sempre foram centros sociais. Os clubes foram referenciais para a vida pública, comunitária. Quando você perde esse espaço, você perde espaço de convenção comunitária. Essa perda é relevante para entender os movimentos de construção dos cotidianos das cidades”, afirma o professor Melo.

Muitos dos clubes em crise ficam na Zona Norte, nos subúrbios da cidade do Rio de Janeiro, enquanto na parte de maior poder aquisitivo da cidade, a Zona Sul, espaços históricos de convivência e prática esportiva, como Clube Monte Líbano, Caiçaras, entre outros, se mantém firmes.

“É muito triste assistir a depreciação dos subúrbios sendo refletida nos clubes e agremiações de nossos bairros. O impacto é direto não só na autoestima, como também na identidade e na memória do local, que vão perdendo vida cada vez que os clubes vão encontrando a falência”, opina o historiador Vitor Almeida, criador da página Suburbano da Depressão.

Diante do problema, algumas soluções são apontadas por especialistas: “Estamos reconfigurando os espaços públicos. Hoje temos outros grupos que de alguma maneira têm uma atuação parecida com as dos clubes. ONGs, grupos culturais, que tentam ter seus espaços físicos ou usam espaços públicos, governamentais. Mas a dinâmica é diferente do funcionamento dos clubes, que tinham essa coisa da base associativa comunitária. Eu acho que era possível recuperar os clubes em crise se o Poder Púbico investisse nesses espaços. Em áreas, bairros que têm poucas opções de lazer e clubes estão em situação difícil, a Prefeitura poderia, ao invés de construir praças, vilas olímpicas, investir nesses clubes e torná-los públicos, em uma parceria entre o público e o privado. O fim dos clubes não significa o fim dos espaços de lazer, eles só se reconfiguraram e estão diferentes do passado, mas faz falta o espaço, a dinâmica dos clubes. Eles são muito importantes e mereciam mais cuidado para ou se manterem ou voltarem a ter o papel que já tiveram no passado”, declara o professor Victor Melo.

06/12/2021

BONSUCESSO PERDE JOGO DA IDA NA FINAL DA SÉRIE B2 DO CARIOCA SUB-20

O Bonsucesso perdeu uma ótima chance de abrir vantagem na decisão do Campeonato Carioca Sub-20 contra o Barra Mansa. No último sábado, o Rubro-Anil foi derrotado na Teixeira de Castro por 3 a 1 (ida). João Vitor, duas vezes, e Luquinha marcaram os gols do adversário. Gabriel descontou para os donos da casa.

Com menos de um minuto, o Barra Mansa abriu o placar. João Vitor aproveitou uma vacilada da defesa e cara a cara com o goleiro fez 1 a 0. O atacante do Leão do Sul estava com sorte. Aos 29, após cobrança de escanteio, a bola desviou no meio do caminho e encontrou novamente João Vitor que finalizou para ampliar. 2 a 0.

No segundo tempo, o Barra Mansa perdeu Igor Lyra, que foi expulso. Mesmo com a menos, o adversário manteve a postura ofensiva. Aos 12, Luquinha acertou o travessão. Seis minutos depois, o atacante não perdoou. Luquinha recebeu a bola, driblou o marcador e dentro da área completou pra rede. 3 a 0. 

Aos 39, o Bonsucesso descontou em cobrança de pênalti convertida por Gabriel. 3 a 1. 

No próximo sábado, as equipes voltam a se enfrentar no estádio Leão do Sul, às 15h. O Barra Mansa pode perder por um gol de diferença que garante o título. Se o Bonsuça vencer por dois gols de diferença, o campeão será conhecido nos pênaltis. 

03/12/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #24



Por: Paulo Jorge

A HISTÓRIA MAGNÍFICA DO BONSUCESSO: SALVEM O CLUBE SUBURBANO!


Até onde vai a identificação de um clube com o bairro? Sabemos que os clubes de bairros tiveram uma importância na formação da cultura local que não podemos medir. Esses pequenos e médios clubes levam em seus tijolos, histórias, lendas, vitórias e lutas dos suburbanos, preservam através de fotos e reportagens momentos que marcaram os moradores dos bairros, muitos ainda conhecidos na época como arrabaldes.

Antigos moradores guardam nas lembranças os bailes, campanhas de vacinação e jogos de todos os esportes que participaram ou assistiram nesses clubes. Inúmeros times infelizmente acabaram e com eles morreram muitas histórias que poderiam ser contadas e os que ainda sobrevivem (ou tentam sobreviver) lutam a cada dia pela permanência dos associados e da estrutura construída com o suor e a mensalidade dos contribuintes.

Olaria, Madureira e Bonsucesso representam o melhor do futebol suburbano. Poderia citar outros tantos clubes amadores que infelizmente sucumbiram ao tempo, mas minha intensão é exaltar um pouco da belíssima história de um dos clubes mais tradicionais do futebol carioca.

A meu ver, o futebol carioca possui dez clubes tradicionais que merecem todo o destaque no cenário carioca: Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Bangu, São Cristóvão, Olaria, Bonsucesso, Madureira e Campo Grande, com menção honrosa a Portuguesa e ao Canto do Rio. Esses clubes ajudaram a escrever a história do futebol carioca, mas jamais podemos esquecer aqueles pequenos clubes de bairro que tanto contribuíram para o cenário suburbano.

Vamos viajar no passado e conhecer um pouco da maravilhosa história do Bonsucesso que hoje está sendo maltratado por diretorias que não conseguiram reerguer o clube que até 2017 disputava a Primeira Divisão e hoje está mergulhado numa crise e amargando a Quarta Divisão.


O COMEÇO

Todo clube que se preze deve ter um hino. Você conhece o do querido Bonsucesso? 

Para a torcida rubro-anil

Palmas eu peço

Na Leopoldina em cada esquina

Quem domina é o Bonsucesso

Lá surgiu um jogador sensacional

Surgiu Leônidas, o maioral!



Quando a turma joga em casa

A linha arrasa

Que baile... Que troça!

A torcida grita em coro

Não há choro

A vitória hoje é nossa



Quando a turma joga em casa

A linha arrasa

Que baile... Que troça!

A torcida grita em coro

Não há choro

A vitória hoje é nossa


Não poderia começar de outra forma , o hino do clube traduz bem a linda história dessa massa suburbana. Em 1913 , um grupo de rapazes decidiu criar um time de futebol. Nesse período, diversas equipes amadoras estavam sendo criadas por toda a cidade, cada bairro tinha um ou dois clubes que praticavam esse novo esporte. No dia 12 de outubro de 1913, na residência do senhor Alamiro Leitão, um grupo de rapazes, moradores da região de Bonsucesso, se reuniram e decidiram criar uma nova agremiação e todos eles decidiram que o primeiro presidente desse novo clube seria entregue a Francisco da Silva Leitão, pai do Alamiro.

O Clube rapidamente cresceu e não demorou muito para ganhar títulos de relevância. Diversos amistosos e jogos foram realizados com vitórias maiúsculas do time, demostrando que o Bonsuça poderia alçar voos mais altos. Em 1918, filiou-se Liga Suburbana e logo conquistou a Segunda Divisão da Liga, e em 1919, conquistou a Primeira Divisão da Liga. O time que marcou a história foi: Mingote; Alamiro, Sinhô; Mathias, Bacharel, D.Julia; Flavio, Caballero, Doca, Martins e Basilio.




O que mais marcava o clube além dos jogadores era a diretoria que tirava do próprio bolso para o clube sobreviver e crescer. Existe três notáveis que podemos destacar como os grandes homens da época: Ernesto Carneiro, Coronel Araújo e o grande homem do bairro, o médico Teixeira de Castro.

Percebendo que a Liga Metropolitana ficou pequena para eles, em 1920, filia-se a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres. O time a cada ano crescia assustadoramente e muito podemos atribuir também para o quadro de sócios, em sua grande maioria comerciantes do bairro que ajudavam a sustentar o crescimento do time. Conquistou diversos títulos ao longo dos anos de 1922, 1923 e 1924.

Em 1926, se filia a Associação Metropolitana de Esportes Athéticos (AMEA). Ingressando na segunda divisão da associação, logo mostrou força quando foi tricampeão consecutivo: 1926,1927 e 1928, quando surge a oportunidade de disputar pela primeira vez a divisão de elite carioca. Como campeão de 1928, o Bonsucesso ganhou o direito de disputar um play-off contra o último colocado do Campeonato da Primeira Divisão, que foi o Vila Isabel. O vencedor participaria da Primeira Divisão de 1929. 

O time da Grande Tijuca se recusou a jogar, a comissão da AMEA rebaixou o clube e promoveu o Bonsucesso, que disputara a Primeira Divisão desse ano e ficou em sétimo lugar. O jogo entre Bonsucesso x Vila Isabel foi marcado para o dia 15 de março, porém, o Vila não compareceu e aconteceu o W.O.

E esse ano de 1929 foi bom, hein! O time de vôlei do clube foi campeão da Segunda Divisão Carioca e iria disputar o campeonato da Primeira Divisão no ano seguinte. Na sede do time suburbano, a prática de esporte estava intensa. No local se praticava futebol, tiro, atletismo, racktball, tênis e ainda tinha espaço para a prática de escoteirismo. Para quem tem curiosidade, a primeira sede do Bonsucesso ficava na Rua Estrada do Norte (Hoje Teixeira de Castro) 38, perto da Estação de Bonsucesso e local conhecido pelos “sarais dançantes”.

Esse foi o time que disputou pela primeira vez o Campeonato Carioca: Medonho; Badú, Arubinha; Nico, Ernesto, Chininha; China, Grandinha, Eurico; Carola, Heiton, Claudio e Bida.






OS PRIMEIROS DIRIGENTES

Como já descrito no texto, o primeiro presidente do Clube foi Francisco da Silva Leitão, cuja a residência foi cedida para a criação do clube com toda a estrutura com campos e alojamentos. Podemos destacar tantos outros pelos primeiros anos, mas marcaram a história do clube nomes como: Ernesto Carneiro, Teixeira de Castro (também foi médico do clube), Coronel José João de Araújo (foi presidente de honra) e Manoel Lago.

Ao passar dos anos, outros foram entrando e acrescentando suas contribuições: Cesarito Cesar, Caballero, Arceu Macedo, Manoel Vieira, José Jacinto, Jair Guerra... Destacando o Teixeira de Castro, considerado o maior dirigente do clube de todos os tempos, Castro esteve presente desde os primeiros anos de clube e só saiu porque infelizmente veio a falecer. Apesar de sua grande fortuna, sempre ajudou o clube e os jogadores, usando a renda do próprio bolso.







MOMENTOS HISTÓRICOS


Um clube é feito de grandes momentos, acontecimentos que marcam para sempre a história do clube. A segunda foto do quadro acima, mostra a primeira formação do time do Bonsucesso pós-fundação em 1913, uma foto magnífica que mostra os primeiros jogadores (garotos) moradores do bairro, que ajudaram a ergueram esse pavilhão. Na foto acima vemos: Candido; Alamiro, Quimquim; Benício, Giovanni e Jurema; Botelho, Parafuso, Quincas, Pedro e Antonio.

Em 1955, o Rubro- Anil fez uma excursão até a Bolívia, a sua primeira na história e alguns dos jogadores famosos fizeram questão de ir ver a delegação na descida do aeroporto do Rio. Urubatão, que foi jogar no Santos, Gilberto foi para o Fluminense, Valdir para a Ponte Preta e o grande Manga, goleiro dos Santos. A campanha do Bonsucesso foi considerada boa :

Alianza Lima 1 x 1 Bonsucesso

Bonsucesso 3 x 0 Seleção Cocha Bomba

São José 2x1 Bonsucesso

Aliança 3 x 2 Bonsucesso


Apresentando a todos o quadro do Bonsucesso, campeão da 2ª Divisão em 1921: Viana; Almiro, D. Julia; Matias, Eurico e Catraia; Flavio, Manoel, Caballero, Doca; Rubens e Alberico.

A segunda foto mostra o time de Bonsucesso campeão de vôlei da Segundona Carioca. O mais interessante que os mesmo jogadores que praticavam o vôlei, faziam parte do quadro de futebol. Os heróis do vôlei: Durval, Francisco de Souza, Gradim, Jorge, Francisco, Loló, Fontoura e Cláudio são alguns exemplos.

E se eu disse que o Bonsucesso já ganhou de um campeão da Liberadores? Claro que o Palmeiras ainda nem sonhava em ganhar algo tão importante e, na verdade, ainda se chamava Palestra Itália, mas em 1932, os dois times jogaram um amistoso em pleno Parque Antártica e o placar foi 3x1 para os suburbanos. Na foto, vemos os jogadores - da esquerda para a direita -, em pé: Vareta, Eurico, Leônidas (circulado e com a camisa do time-foto rara), Rapadura, Loló, Oto, Prego, Marreco e Miro. Ajoelhados: Heitor, Catita, Cozinheiro, Durval, Claudio e Gradim (em destaque com circulo).

Tem ou não tem história o Bonsucesso? Isso é só um gostinho do que sempre você encontra aqui na Coluna 'Tá no Livro"! Até a próxima, fanáticos!