28/04/2022

RUBENS LOPES SERÁ REELEITO PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DO RIO


Rubens Lopes concorre com chapa única à presidência da FERJ
Foto: Úrsula Nery/FERJ


Rubens Lopes será declarado o 'novo presidente' da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro para mais quatro anos no período de abril de 2023 até abril de 2027. A chapa 'Todos pelo Futebol do Rio' encabeçada pelo atual presidente foi a única a se inscrever para o pleito que acontece nesta sexta-feira na sede da entidade. 

Rubinho está na principal cadeira da FERJ desde 2006, quando substituiu Eduardo Vianna, apelidado de Caixa D´Água. Na lista apresentada da nova composição da entidade, o Diretor de Competições Marcelo Vianna será também um dos vice-presidentes. 

O vereador Felipe Michel também foi convidado para participar da administração. Ele é ex-secretário municipal de Marcelo Crivella, tendo comandado a pasta de Envelhecimento Saudável e fará parte desta seleta lista de dez vices da Federação.

Entre eles, estão Sávio Franco, ex-CEO do Centro de Operações no mandato anterior de Eduardo Paes, e Ronaldo Castro (radialista). Cláudio Mansur, Edmundo Souto, João de Deus Falcão Neto, José Martinelli, Jorge Cardoso e Plínio Jordão completam os nomeados.

Rubens Lopes teve adversário em um pleito somente em 2018. Ele concorreu contra Márcio Duba, filho de Elias Duba (presidente do Madureira), mas venceu com facilidade com 263 votos, contra 39. 

Rubens Lopes também acumula a função de vice-presidente da CBF após a eleição de Ednaldo Rodrigues em 2022. 

25/04/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #32


Por: Paulo Jorge

FALA, PRESIDENTE!

A temporada de 1959 iria começar e o presidente Tadeu Macedo estava esperançoso por uma ótima campanha. O Bonsucesso é uma entidade cultural, que carrega em si a cultura do suburbano, a luta diária pela sobrevivência em um mundo que tenta ao máximo expurgar a minoria e o dirigente desejava mudar de vez o quadro de 'pequeno e tradicional', tornando o clube forte e competitivo. 

Na entrevista para a Revista do Esporte, Tadeu Macedo relatava que assumiu o time no ano anterior e encontrou um clube cheio de problemas e com poucos esportes sendo praticados: futebol de campo nas categorias profissional, amador e juniores e futebol de salão. Ele desejava que o clube fosse poliesportivo, com outras modalidades em seu quadro. 

Em menos de um ano, essa nova diretoria já mostrou serviço: as equipes de futsal foram muito bem nos campeonatos, conseguiram levar o Torneio Início para Teixeira de Castro e passaram da fase eliminatória do Campeonato Carioca (terminou o Cariocão em 10º) e fizeram vários investimentos em melhorias no estádio e materiais esportivos aos atletas.

"Esta diretoria ao assumir as rédeas do clube, em fevereiro de 1958, encontrou o Bonsucesso disputando somente o futebol profissional, aspirante e amador, e o futebol de salão em duas categorias. Por esta administração, foram aumentados os esportes praticados, bem como criadas novas seções esportivas com real sucesso, especialmente o ciclismo, que já conseguiu obter expressivas vitórias no Campeonato Carioca de Ciclismo, recentemente iniciado. No futebol de Salão, o Bonsucesso fez bonito no campeonato passado, colocando-se bem em três categorias. Quanto a 'menina dos olhos' do clube - a seção infanto-juvenil de futebol - conseguimos levantar o Torneio Início de 1959 e, na fase de eliminação do Campeonato Carioca, fomos os segundos da nossa série", disse o presidente. 

Os investimentos foram intensos, ele desejava construir um Bonsucesso forte, não apenas aquele time que abastecia os maiores, mas queria que a equipe fosse robusta para manter-se entre os melhores. 

"Na parte do futebol profissional, o nosso vice-presidente, Álvaro Robin Romano, auxiliado pelo seu diretor e técnico, Daniel Pinto, já há muito vêm se dedicando à formação de um quadro de profissionais que defenderá o prestígio e as tradições do Bonsucesso, procurando obter uma colocação honrosa no campeonato que se aproxima." 

Vários jogadores foram contratados para o ano: Zé Maria, Jacaré, Renato, Antoninho, Brandãozinho, Jorge, Beto, Augusto, Jair, Lincoln, Artoff, Nico, Mazzola, Helinho, Yedo, Russo, Ivo, Adelino, Stelino e Valter. Junto a eles se juntaria diversos jogadores da base, mesclando juventude e experiência. 

"Ainda na parte profissional, mantêm o departamento uma escola de futebol, onde aqueles que mais se destacam são escolhidos para integrar os quadros de amadores, aspirantes e profissionais. Esta escola possui sua torcida própria, que comparece todas às sextas às 15h aos jogos, a fim de incentivar seus quadros preferidos. A finalidade é formar valores e burilar pequenos craques. Estamos selecionando goleiros, laterais-direitos, médios e pontas, a fim de podermos contar com uma formação ideal para o campeonato que se aproxima. Teremos ainda um bom quadro de aspirantes, que praticamente já está delineado e que muita dor de cabeça irá dar aos nossos contendores, pois a rapaziada é toda nova e vem treinando quase diariamente desde fevereiro", afirmou o presidente. 

Se a situação atual é complicada financeiramente para o Bonsucesso, no século passado o cenário não era tão difícil. O clube fechou 1958 no 'azul', sobrando pouco dinheiro - é verdade -, mas deixando o clube zerado em dívidas com uma arrecadação de C$5.757.343,00 e gastando C$3.704.916. 


Fonte: Revista do Esporte/Biblioteca Nacional (1959)

14/04/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #31


Por: Paulo Jorge

Em 1960, o Campeonato Carioca chegava na última rodada com o America campeão e o Bonsucesso longe do risco de rebaixamento. Mesmo assim ainda tinha espaço para uma 'bulha' com o Botafogo. O Alvinegro, que não lutava pelo título no torneio de pontos corridos, gostaria de fazer uma das inúmeras excursões na década. A diretoria chegou a acordar o valor de 100 mil cruzeiros com o clube da Leopoldina, mas não efetuou o pagamento como combinado para que a partida pudesse ser antecipada.

Revoltados com a obrigação dentro do Estadual, o Botafogo prometeu uma vingança com goleada no Maracanã pela postura do Bonsuça. O time de Paulo Amaral entrou completo com direito a participação do goleiro Manga além dos não menos lendários Garrincha, Didi, Quarentinha e Amarildo.

Pra quem foi ao estádio, saiu com a satisfação de um grande jogo. O Bonsucesso acabou perdendo por 5 a 3, mas a goleada prometida pelos alvinegros passou longe de acontecer. Confira abaixo a ficha técnica desse jogo histórico em 17 de dezembro de 1960.

Bonsucesso 3x5 Botafogo

Local: Maracanã
Juiz: Walter Gama de Castro
Auxiliares: Francisco Ferreira e Lino Teixeira
Renda: Cr$ 58.259,00
Gols: Manuel 20', Quarentinha 55', 58' e 60', Manuel 69', Garrincha 73', Quincas, China 87'

Bonsucesso: Bruno, Bibi, Severiano e Mirinho; Silvio e Adelino; Augusto, Manoel, Pingo, Cassiano (Beto) e Quincas. Técnico: Gradim

Botafogo: Manga, Cacá, Zé Maria e Chicão (Brazão); Pampolini e Jorge; Garrincha, Didi, China, Quarentinha e Amarildo. Técnico: Paulo Amaral.

Obs: Aos 80', Quarentinha contundiu-se deixando o campo para não mais voltar


Confira sempre a coluna 'Tá no Livro', com o historiador Paulo Jorge. O resgate do passado do Bonsucesso é no Fanáticos pelo Cesso! Deixe seu comentário e compartilhe!

Fonte: A Luta Democrática, Blog do Marcão e Biblioteca Nacional

07/04/2022

FERJ DEFINE TABELA DO CARIOCA DA SÉRIE B SUB-20. CESSO PEGA O CERES


Foto: FERJ/Divulgação


A FERJ sorteou na tarde desta quinta-feira a tabela da Série B2 Sub-20. O Bonsucesso encara o Ceres na estreia. A competição terá início no dia 15 de maio. 

O Estadual será dividido em três fases: Taça Waldir Amaral, semifinal e final. AA Carapebus, Barra Mansa FC, Bonsucesso FC, CA Barra da Tijuca, Campos AA, Ceres FC, EC Tigres do Brasil, Goytacaz FC, Mageense FC e SE de Búzios disputam o Cariocão da categoria.

As quatro melhores equipes avançam para as semifinais em cruzamento olímpico e em jogos de ida e volta. A melhor equipe classificada terá direito ao mando de campo na segunda partida. 

Havendo empate em pontos ganhos e saldo de gols nas semifinais, as associações melhores classificadas na Taça Waldir Amaral (1º e 2º) estarão formando a decisão. Na final, nenhuma equipe terá vantagem. Confira abaixo como será a 1ª rodada:

Mageense x Carapebus

Búzios x Goytacaz

Bonsucesso x Ceres

Tigres do Brasil x Barra Mansa

Campos x Barra da Tijuca

Confira abaixo como foi o sorteio da competição:


05/04/2022

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #30


Por: Paulo Jorge

UM CABRITA RUBRO-ANIL

Antes do Estadual de 1958 iniciar, Cabrita era lembrado apenas como filho de um ex-goleiro do America e dele herdou esse apelido. Mas o atacante rubro-anil foi o destaque da campanha do Bonsucesso com nove gols e atraiu as atenções do Vasco da Gama. 

A passagem pela Teixeira de Castro durou muito pouco, mas o suficiente para escrever parte de sua história já que deixava a Leopoldina para ser a solução ofensiva em São Januário. O período foi curto lá devido uma discussão com o técnico Ely do Amparo,  encerrando sua trajetória no cruzmaltino. Além de ter iniciado a carreira no Goytacaz, Cabrita também vestiu as camisas do Guarani, Jabaquara, Portuguesa Santista, Noroeste, Ferroviária e São Bento. 

Antes da saída para o Vasco, Cabrita marcou seu nome pelo Bonsucesso no duelo com o próprio adversário e futuro time. Em 25 de outubro de 1958, no empate em 3 a 3, o Bonsuça saiu atrás no placar sofrendo logo três gols, mas a reação surgiu dos pés do garoto que aos 24 minutos do segundo tempo descontou. O gol era o fôlego necessário para buscar a igualdade no marcador com o gol contra de Écio e Iedo aos 43 minutos da etapa complementar.

Ficha Técnica: Vasco 3 x 3 Bonsucesso

Campeonato Carioca
Local: Maracanã
Árbitro: Eunápio de Queiroz
Gols: Delem (2) e Rubens (pênalti) [1º tempo]; Cabrita, Écio (contra) e Iedo [2º tempo]

Vasco: Barbosa; Paulinho, Viana e Coronel; Écio e Orlando; Sabará, Laerte, Delem, Rubens e Pinga.

Bonsucesso: Zé Maria; Jacaré, Santos e Chicão; Antônio e Brandãozinho; Augusto, Artoff, Cabrita, Helinho e Iedo.



Cabrita também marcaria o último gol no Maracanã na era Rio de Janeiro como capital do Brasil. Em 19 de abril de 1960, o Vasco enfrentou o Palmeiras pelo Torneio Rio-São Paulo e venceu por 3 a 0. Ele entrou aos 35 minutos do segundo tempo e venceu o goleiro Valdir em um belo chute. 

Ele também esteve presente no jogo Vasco 0x0 Palmeiras, primeiro duelo no Estado da Guanabara, em 24 de abril de 1960. O atacante entrou no segundo tempo e se manteve invicto contra o Rei Pelé já que em 1959, pelo mesmo torneio, em sua estreia pelo Vasco, ajudou o time a bater o Peixe por 3 a 0. 

O imã com o Bonsucesso o fez reencontrar o ex-clube duas vezes. Pelo Vasco, saiu vitorioso na goleada por 6 a 1 e outra vez na partida por 3 a 2 no Carioca de 1959. 

O curioso naquela época era o jornal elencar o jogador com características peculiares como o tamanho da chuteira (42) e o consumo de cigarro da marca continental (dois maços por dia) além do salário de seis mil cruzeiros. 


Fonte: Jornal Diário da Noite, 27/10/58 e Revista do Esporte 1958