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15/07/2021

TJD SEGUE INVESTIGANDO CASOS ENVOLVENDO FALSIFICAÇÃO DE EXAMES DE COVID-19 NO CARIOCA


O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro solicitou formalmente, no fim da última semana, as peças do inquérito que apura na Delegacia de Defraudações as supostas irregularidades nos exames de COVID-19 no Bonsucesso Futebol Clube, após os depoimentos dos dirigentes e do ex-coordenador médico nos últimos meses.

Há uma contradição nas oitivas já que os dirigentes afirmaram desconhecer qualquer problema enquanto o ex-coordenador médico, Antonio Carlos Naine, disse que as assinaturas nas súmulas são falsificadas a partir do jogo contra o Angra dos Reis.

Já o julgamento no Pleno do TJD-RJ, que iria discutir a ampliação da pena ao Mesquita, para o presidente Cleber Louzada, o ex-presidente Angelo Benachio e o antigo gestor, Antonio Carlos Dias de Souza, foi adiado.

A decisão pela postergação ocorreu na última quinta-feira já que o relator designado não pôde comparecer a sessão. O novo relator escolhido não conseguiu em apenas dois dias analisar o processo que é considerado complexo e por isso, pediu um prazo maior para análise.

Em abril, na 7ª Comissão Disciplinar, o Mesquita tinha sido condenado em multa de R$5 mil por falsificação de documentos, mas absolvido de conduta antiética. Benachio e Louzada foram condenados a 120 dias de suspensão por conduta antiética e absolvidos quanto à falsificação. Já o ex-gestor Antonio Carlos de Souza, que não compareceu ao julgamento, recebeu um gancho de 1440 dias e multa de R$30 mil por infringir os artigos 234 ("falsificar documento público ou particular") e 258 ("assumir qualquer conduta contrário à disciplina ou ética desportiva") do CBJD.

A Procuradoria do TJD-RJ achou a pena branda e recorreu da decisão. O novo julgamento ainda não tem data agendada. 

25/06/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #10

Jornal dos Sports deu ampla cobertura ao título do Bonsucesso na Terceirona
Foto: Reprodução
 

TERCEIRA DIVISÃO NÃO É MEU LUGAR, MAS SUBI CAMPEÃO!

2003 era um ano de reconstrução e não poderia terminar de melhor maneira sem ser campeão. O maior vencedor da Segunda Divisão teve que suportar as mazelas da Terceirona, mas conquistou o caneco às vésperas do Natal. 

Passando pelas adversidades da Série C, mas com grandes atuações, o Bonsucesso avançou com autoridade pelo Campo Grande na semifinal, incluindo um 5 a 0 na Teixeira de Castro. A final ocorreu contra o Mesquita, no Leônidas da Silva, que recebeu um excelente público com arquibancadas lotadas. 

O jogo foi bem disputado e o herói do título apareceu aos 37 minutos do primeiro tempo. Zezé é o nome do autor do gol que ficou eternizado na história e foi carregado nos ombros pelos companheiros durante a volta olímpica, como destaca o Jornal dos Sports. 

Como o jogo de ida foi 1 a 0 para o Rubro-Anil, no Louzadão, o time entrou em campo com o regulamento embaixo do braço e preocupado em se defender. O Mesquita pressionou desde o primeiro minuto. A pressão foi tão grande que podemos dizer que temos um outro herói: o goleiro Caetano, que fez milagres e em um contra-ataque saiu o gol do Zezé.

Dessa vez, o caminho será ainda mais longo. O Bonsucesso disputará a 4ª Divisão, mas estaremos na torcida do mesmo jeito!


TORNEIO INÍCIO SEM TRÊS TITULARES? 


Já imaginou iniciar uma competição sem três titulares? Foi assim que o Bonsucesso precisaria se virar na estreia do Torneio Início de 1942. Com um time remontado e com a presença de algumas figurinhas conhecidas, o elenco tentaria construir uma campanha melhor do que a da temporada passada, quando terminou na lanterna. 

O periódico “A Noite”, do dia 28 de fevereiro, fez uma reportagem destacando as baixas que o time teria para enfrentar o tradicional Canto do Rio. Nesses dias de treinamento, o Bonsucesso procurava aprimorar a parte física já que parte dos jogadores tinha outras ocupações além do futebol.

Segundo a publicação à época, o Bonsuça não teria à disposição os jogadores Filuca, Demerval  e Maduro. Mas parece que o Bonsucesso já conseguia despistar os adversários pela imprensa, pois apenas o Maduro não entrou em campo.

De qualquer modo, o Rubro-Anil acabou sendo derrotado na estreia por 1 a 0, gol de Geraldinho. 

Bonsucesso 0 x 1 Canto do Rio

Árbitro: Durval Caldeira Martins.
Gol: Geraldino

Bonsucesso: Maneco; Aralton e Benedito; Bibi, Filuca e Dedão; Lindo, Selado, Maduro, Careca e Odir.

Canto do Rio: Evaldo; Granham Bell e Gerson; Rogaciano, Portela e Vicentino; Mestiço, Caldeira, Geraldino; Joãozinho e Vadinho.


Fontes: A Noite, Jornal dos Sports e Blog do Marcão

11/05/2021

EDUARDO BIONDI SERÁ O AUDITOR QUE INVESTIGARÁ CASO DE SUPOSTAS FRAUDES EM EXAMES DE COVID-19

Jogadores do Bonsucesso em ação durante Série B1 do Carioca
Foto: Reprodução

Fonte: GE.globo

O Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Rio de Janeiro (TJD-RJ) informou na última sexta-feira a abertura de inquérito para apurar denúncia de exames falsos de Covid-19 apresentados pelo Bonsucesso na Série B1 do Campeonato Carioca, que terminou em fevereiro. O caso também está sendo investigado pela Delegacia de Defraudações (DDEF) da Polícia Civil do Rio.

Esse é o segundo episódio de suspeita de exames forjados em competições do Rio. Em abril, o Mesquita Futebol Clube foi condenado no TJD-RJ pela falsificação de 57 exames de coronavírus durante a disputa da Série B2 do Carioca - um dos dirigentes foi punido com suspensão por 1.440 dias e R$ 30 mil de multa. Na esfera criminal, o inquérito policial ainda está sendo finalizado.

No caso do Bonsucesso, a denúncia partiu dos próprios sócios beneméritos do clube, que desconfiaram da assinatura do dr. Antônio Carlos Naine nos exames apresentados à federação mesmo após o desligamento do médico. Ele deixou o Bonsucesso no dia 4 de outubro do ano passado. Depois disso, a equipe disputou 11 jogos:


Goytacaz 2 x 1 Bonsucesso
Angra dos Reis 2 x 1 Bonsucesso
Nova Cidade 1 x 1 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 1 Serra Macaense
Audax 2 x 1 Bonsucesso
Bonsucesso 1 x 4 Olaria
Duque de Caxias 5 x 0 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 0 Rio São Paulo
Maricá 2 x 0 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 2 Gonçalense
Serrano 4 x 1 Bonsucesso


Em depoimento à polícia em fevereiro, Antônio Carlos Naine explicou que era o responsável por monitorar e coordenar os exames RT-PCR feitos pelo Bonsucesso até a quinta rodada da competição e disse que desconhece qualquer exame com sua assinatura após esse período. Perguntado se reconhecia um exame apresentado pelo clube no dia 17 de outubro (13 dias após sua saída), ele "respondeu que NÃO, ressaltando que, além de parecer uma xerox, a sua assinatura é diferente do documento apresentado".

O ge entrou em contato com o dr. Antônio Carlos Naine, mas ele não quis se manifestar. O Bonsucesso também não respondeu até o fechamento desta reportagem.


No despacho em que informa a abertura do inquérito, a presidente do TJD-RJ, drª Renata Mansur, definiu como "fatos gravíssimos" a denúncia levada ao tribunal. Eduardo Biondi foi nomeado como auditor processante do procedimento investigatório.

Com oito pontos em 16 partidas, o Bonsucesso terminou a competição em penúltimo lugar na classificação geral e foi rebaixado para a Série B2 do Carioca.


10/05/2021

TJD-RJ ABRE INQUÉRITO PARA APURAR POSSÍVEIS FRAUDES EM EXAMES DE COVID-19 NO BONSUCESSO EM 2020

Jogadores do Cascavel em ação. Clube foi punido por fraude em exames de Covid
Foto: Cascavel/Divulgação


Fonte: Jornal O Globo


Antonio Carlos Naine atuou por cerca de cinco anos como coordenador médico do Bonsucesso. Permaneceu na função até o jogo contra o Sampaio Correa, no último 4 de outubro, pela Série B1 — a terceira divisão do Carioca. Era ele, portanto, o responsável por conferir os exames de RT-PCR realizados pelos atletas e comissão e validar a relação dos aptos para as partidas, conforme protocolo da Federação de Futebol do Rio (Ferj). Só que, mesmo após sua saída, o clube seguiu apresentando atestados com seu carimbo e assinatura por mais 11 jogos, até o fim da competição.

O Bonsucesso é uma das duas agremiações investigadas pela Delegacia de Defraudações da Polícia Civil do Rio por suspeita de falsificação de testes de Covid-19. O outro é o Mesquita, que disputou a Série B2 (quarta divisão). Além dos dois, caso recente ocorreu no Cascavel Clube Recreativo, que joga o Paranaense. A preocupação de entidades que investigam e punem esportivamente é haver outros casos sem o conhecimento das autoridades — o que abre brechas para uma “contaminação em manada”, caso haja infectado.

— Nossa preocupação maior é que, ao fraudar exames, você coloca em risco a vida de várias pessoas, não só dos envolvidos numa partida. E esbarra num crime de saúde pública. Não é só infração disciplinar — diz a presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio, Renata Mansur. — Se dois casos chegaram ao nosso conhecimento, imagina quantos outros podem haver?

No caso do Bonsucesso, Naine explicou em depoimento que não tinha mais vínculo com o clube e que não era dele a assinatura nos documentos anexados às súmulas nas rodadas seguintes. Ao examinar um deles (contra o Angra dos Reis, em 17/10) foi taxativo ao dizer que, além de “parecer xerox”, a rubrica era diferente. A denúncia partiu dos beneméritos do clube, que perceberam que a assinatura de Naime constava na súmula após sua saída.

No Mesquita, uma das provas mais contundentes é a presença da assinatura da ex-gestora do controle de qualidade do laboratório usado pelo clube, vinculado à faculdade Unigranrio. Seu nome constava em dois lotes de exames apresentados antes dos jogos de 29 de dezembro e 7 de janeiro. Detalhe: ela já havia falecido.

— Ficou provado que aqueles laudos apresentados não correspondiam à verdade. Havia número de pedido duplicado, questões do sistema do próprio laboratório incompatíveis com o que constavam no documento — afirma o auditor Rodrigo Octávio Pinto, responsável pelo inquérito conduzido pelo TJD-RJ. — O diretor do laboratório nos apresentou exame legítimo e confrontou com um apresentado pelo Mesquita indicando vários pontos que denotavam, de fato, falsificação.

O inquérito concluiu que, ao todo, 57 exames foram falsificados. A 7ª Comissão Disciplinar do tribunal suspendeu os dirigentes do Mesquita. Apontado como cabeça do esquema, o gestor do futebol Antônio Carlos Dias foi afastado por três anos e 11 meses e multado em R$ 30 mil. O ex-presidente Cleber Louzada e o atual Ângelo Benachio (à época vice) foram considerados corresponsáveis e afastados por 120 dias.

— Eles mostram não ter noção da gravidade de não se fazer o exame. Porque me parece que a questão de fundo é economizar. Uma das razões levantadas, no caso do Mesquita, foi essa: ‘Ah, mas os clubes menores não têm recursos financeiros. São muitos atletas para fazer exame’. Isso requer recurso e eles não têm condição. Mas, quando você pensa no universo de propagação do vírus, vê que não há condições de se não fazer o exame. Porque é um risco de contaminação em manada caso haja um infectado — argumenta Renata Mansur.

Um inquérito relacionado às fraudes no Bonsucesso também foi aberto pelo TJD/RJ. Mas encontra-se em estágio inicial, no aguardo do sorteio do relator.

Este temor de falsificações sem o conhecimento das autoridades também acometeu a Federação Paranaense de Futebol e a Polícia Civil do estado. A FPF afastou quatro atletas do Cascavel CR antes do jogo contra o Athletico, no último dia 22, pelo Estadual, por suspeitar dos laudos.

Após detectar indícios de falsificação, a FPF contatou o laboratório responsável pelos testes e descobriu que nenhum deles havia passado por exames. E mais: na verdade, foram 14 os testes falsificados. O caso foi entregue à Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar não só este episódio.

“Nós também temos a preocupação de que em outros jogos esta situação tenha ocorrido. Sendo assim, vamos verificar se aconteceu falsificação de exames em jogos já realizados”, afirmou o delegado Luiz Carlos de Oliveira, em nota.

O TJD do Paraná puniu o clube com 180 dias de suspensão (cumpridos apenas após todos os recursos serem esgotados) e multa de R$20 mil. Considerado responsável, o membro da comissão Anthony Perekles recebeu 360 dias de gancho e multa de R$ 10 mil.

Por envolver uma situação específica dos tempos de pandemia, o caso é inédito para a Justiça Desportiva. Não há artigos específicos para ele. O que os tribunais têm feito é aplicar o 234 (“falsificar documento público ou particular”) e o 258 (“conduta contrária à diciplina ou à ética desportiva”). Além disso, como ultrapassam a esfera do desporto, os casos são encaminhados ao Ministério Público. Procurado pela reportagem, contudo, o MPRJ diz ainda não ter sido aberto nenhum procedimento específico para apurar fraude em testes de Covid-19.

02/03/2021

EXCLUSIVO! FANÁTICOS TEM ACESSO A NOVOS TRECHOS DO DEPOIMENTO DO MÉDICO ANTONIO CARLOS NAINE

Antonio Carlos Naine atende João Carlos, um dos artilheiros do Carioca de 2020
Foto: Arquivo Pessoal

O 'Fanáticos' teve acesso a outros trechos exclusivos do depoimento do médico Antonio Carlos Naine à Polícia Civil na última semana, no inquérito que apura fraudes nos atestados de COVID-19 durante a disputa da Série B1 do Campeonato Carioca. O profissional que foi o representante do Bonsucesso na elaboração do protocolo 'Jogo Seguro' na FERJ, lavou às mãos ao afirmar que não assinou nenhuma súmula a partir da 5ª rodada da Taça Santos Dumont.

Naine revelou à Delegacia de Defraudações que chegou ao Bonsucesso para ser coordenador médico em meados de 2015, através de um convite do 'amigo' Marcelo Salgado, ex-gestor do Bonsucesso, entretanto, não possuía vínculo empregatício. O médico recebia apenas uma remuneração com valor fixado de acordo com o número de jogos que ele trabalhava, atendendo as demandas do time.

Antonio Carlos Naine afirmou que deixou o Bonsucesso tão logo Marcelo Salgado também se ausentou do futebol em outubro de 2020. Segundo o médico, ele não foi chamado para participar de nenhum outro jogo a partir dali.

Antes, porém, o médico confirmou que foi responsável por analisar os testes de PCR (COVID-19) realizados pelo elenco e staff em um posto de saúde em Ramos até a 5ª rodada do Campeonato Carioca, contra o Sampaio Correa, no dia 4 de outubro. Segundo ele: 'Diante do resultado, liberava ou não os jogadores, assinando a súmula". Naine disse que os exames nunca foram anexados nas partidas. Ele analisava os diagnósticos e encaminhava à diretoria do clube.

Questionado se ele reconhecia a assinatura na súmula do confronto com o Angra dos Reis, quando o supervisor técnico rubricou o atestado médico feito à mão, Naine garantiu que a súmula além de parecer uma xerox, tinha uma assinatura diferente dos documentos apresentados por ele anteriormente, constatando, portanto, que era falsa.

A Delegacia de Defraudações pediu o contrato de parceria entre o atual gestor, José Agnaldo Sena, com o Bonsucesso e deve convocá-lo para uma oitiva a fim de esclarecer os fatos. Uma denúncia da suposta irregularidade do Bonsucesso foi feita aos procuradores do TJD-RJ com mais de 30 páginas. A entidade já investiga irregularidades no Mesquita. Os clubes podem ser severamente penalizados além de seus representantes. Outras equipes também estão na mira.

O inquérito na esfera criminal deve ser encaminhado ao GAEDEST (Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor), núcleo do Ministério Público do Rio de Janeiro.


Na estreia da Série B1, o Bonsucesso recorreu ao ortopedista Yuri Tirelli Vieira, que assinou a súmula e o atestado epidemiológico, alegando que os atletas e comissão técnica estavam clinicamente aptos para a partida contra o Nova Iguaçu. A médica Valdete Narciso assina as súmulas contra o Serra Macaense, Rio São Paulo e Gonçalense. O doutor Sérgio Antonio dos Santos carimbou a súmula no clássico com o Olaria. As demais súmulas não constam assinatura de médicos.

Nesta segunda-feira, o TJD-RJ ouviu o gestor do Mesquita, Antônio Carlos Dias de Souza, que prestou depoimento sobre as supostas irregularidades nos exames do clube. Alex Bousquet e Elbert Maia, médicos do Mesquita, participarão da oitiva em breve. Em 11 de fevereiro, José Lannes, diretor técnico do Laboratório da UNIGRANRIO; Cléber Louzada, ex-presidente do Mesquita; e Angelo Benachio, atual presidente do clube, foram ouvidos e provas documentais foram anexadas no processo.

SÉRIE A DO BRASILEIRO

No Campeonato Brasileiro, foram 320 casos confirmados entre atletas e técnicos com a COVID-19. Desse número total, 18 foram treinadores. Vasco e Fluminense foram os recordistas de casos com 26 testes positivos cada. O Flamengo teve 21 e o Botafogo, nove. 

24/02/2021

POLÍCIA INTENSIFICA INVESTIGAÇÃO CONTRA O BONSUCESSO APÓS SUPOSTA FALSIFICAÇÃO DE ATESTADOS

Médico Antonio Carlos Naine representou o Bonsucesso na reunião do Jogo Seguro
Foto: Arquivo Pessoal

A Delegacia de Defraudações avançou no inquérito que investiga se houve fraude nos atestados médicos do Bonsucesso na Série B1 de 2020, conforme o Fanáticos pelo Cesso informou no último mês. Nesta quarta-feira, o Blog do Paulinho publicou que em depoimento à Polícia Civil, o médico Antonio Carlos Naine não teria assinado a súmula do jogo contra o Angra dos Reis, fora de casa, pela última rodada da Taça Santos Dumont. A suspeita foi levantada após o atestado epidemiológico ser escrito à mão e rubricado pelo então supervisor técnico Raphael Silva, que já deixou o Rubro-Anil.

Essa seria apenas a 'ponta do iceberg' da irregularidade dentro do clube no Estadual. O profissional teria dito que além dessa partida, teriam falsificado sua assinatura nas demais súmulas e atestados na Taça Corcovado. Naine prestou depoimento na última segunda-feira após pedir para adiar a oitiva em outras duas ocasiões. Um erro grosseiro na palavra epidemiologicamente ('apidemiologicamente') chamou a atenção dos policiais também.




Em contato com o médico nesta quarta-feira (24), Antonio Carlos Naine não quis se pronunciar e preferiu dizer apenas que o inquérito estava em segredo de justiça. Em contato com o gestor do clube, José Agnaldo Sena também optou por não falar nesse momento. Não localizamos o atual presidente Nilton Bittar até o fechamento desta reportagem assim como o ex-presidente Ary Amâncio.  

Antes do depoimento, o Fanáticos pelo Cesso entrou em contato com Antonio Carlos Naine para descobrir se ele tinha ciência das investigações na Polícia Civil sobre as supostas irregularidades em exames na Série B1 e confessou que parte dos documentos poderiam ter sido falsificados no Bonsucesso.

"Estou sabendo de modo superficial. Alguns eu realmente assinei, mas terei que ver todos os documentos. Vi que alguns eu tinha liberado, mas todos realmente eu não sei. Terei que ver documento por documento", afirmou Naine à época.

Perguntado se a rubrica na súmula contra o Angra dos Reis, no estádio Jair Toscano, no dia 17 de outubro de 2020, pertencia a ele, Naine negou.

"Não. Jogo fora (de casa) o médico não fica presente", garantiu.

Ao ser indagado que a assinatura na súmula pertencia a ele, o médico voltou a negar ser seu carimbo.

"Então não era eu. São coisas que eu preciso averiguar", disse Naine afirmando que não tinha sido chamado pelos dirigentes do Bonsucesso para prestar esclarecimentos sobre a denúncia. 

Ao longo das últimas semanas, a Polícia Civil intimou a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro a apresentar os documentos pertinentes ao clube na competição. A FERJ encaminhou à Ddef apenas exames realizados na pré-temporada (agosto) através do laboratório vinculado à Leve Saúde e não apresentou os testes durante a competição.

Os testes da empresa tinham a assinatura do médico José Ricardo Brizzi Chiani. Em contato, a Leve Saúde divulgou a seguinte nota:

"A Leve Saúde Clínica oferece serviços médicos à população carioca, dentre os quais se inserem o atendimento ambulatorial e serviços de diagnóstico, com a realização dos mais variados exames. 

Durante a pandemia do COVID-19, a Leve Saúde tem reforçado constantemente seu compromisso através da realização semanal de inúmeros exames de detecção do vírus, nos mais diversos pacientes. Todavia, em razão da impossibilidade de divulgação de dados de pacientes ou pessoas atendidas, imposta pela legislação brasileira, não podemos confirmar se determinada pessoa ou grupo de pessoas realizaram os aludidos exames por intermédio da Leve Clínica, permanecendo tais registros arquivados em nosso banco de dados à disposição das autoridades brasileiras, se solicitados.

Por fim, informamos que o Dr. José Ricardo Brizzi Chiani é o profissional médico Responsável Técnico da Leve junto ao CREMERJ, sem responsabilidade pela avaliação individual de nossos pacientes", concluiu a nota.

A denúncia deve ser enviada após a conclusão do inquérito nos próximos dias ao GAEDEST (Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor), núcleo do esporte no Ministério Público do Rio de Janeiro. O setor foi criado pela Procuradoria-Geral de Justiça em 2017 e tem por finalidade prestar auxílio em todo o Estado, sempre em caráter consentido, aos órgãos de execução do Ministério Público em matérias relacionadas à proteção do torcedor, ao direito ao desporto e ao regular funcionamento das diversas esferas do sistema nacional do desporto e da Justiça Desportiva, primordialmente nas searas criminal e de tutela coletiva.

Advogado que está responsável pela denúncia na Delegacia de Defraudações, Marcelo Santiago afirmou que irá anexar o inquérito policial na ação da 10ª Vara Civil, que averigua a suposta gestão temerária da atual diretoria.

"É mais uma prova da má gestão do Bonsucesso. Irei peticionar esses novos documentos para que o juiz Ricardo Cyfer tenha noção de tudo que está acontecendo no clube", alertou o advogado.

O Bonsucesso pode ser denunciado também na esfera esportiva (TJD-RJ e no STJD) com sanções gravíssimas.

Na estreia da Série B1, a diretoria recorreu ao ortopedista Yuri Tirelli Vieira, que assinou a súmula e o atestado epidemiológico, alegando que os atletas e comissão técnica estavam clinicamente aptos para a partida contra o Nova Iguaçu. A médica Valdete Narciso assina as súmulas contra o Serra Macaense, Rio São Paulo e Gonçalense. O doutor Sérgio Antonio dos Santos carimbou a súmula no clássico com o Olaria. As demais súmulas não constam assinatura de médicos. 

Confira abaixo a relação de súmulas que teriam sido falsificadas:

9ª Rodada Taça Santos Dumont - Bonsucesso x Angra dos Reis (súmula)
1ª Rodada Taça Corcovado - Bonsucesso x Nova Cidade (súmula e atestado)
2ª Rodada Taça Corcovado - Bonsucesso x Serra Macaense (atestado)
3ª Rodada Taça Corcovado - Bonsucesso x Audax (atestado)
4ª Rodada Taça Corcovado - Bonsucesso x Olaria (atestado)
5ª Rodada Taça Corcovado - Bonsucesso x Duque de Caxias (atestado)
6ª Rodada Taça Corcovado - Bonsucesso x Rio São Paulo (atestado)
7ª Rodada Taça Corcovado - Bonsucesso x Maricá (atestado)
8ª Rodada Taça Corcovado - Bonsucesso x Gonçalense (atestado)
9ª Rodada Taça Corcovado - Bonsucesso x Serrano (atestado)

MESQUITA NA MIRA

O Mesquita está na mira do TJD-RJ por supostos exames falsificados no Campeonato Carioca. A entidade convocou Alex Bousquet e Elbert Maia, médicos do Mesquista, além do gestor Antônio Carlos Dias de Souza para prestarem depoimento, dia 1 de março. Em 11/02, José Lannes, diretor técnico do Laboratório da UNIGRANRIO; Cléber Louzada, ex-presidente do Mesquita; e Angelo Benachio, atual presidente do clube, foram ouvidos e provas documentais foram anexadas no processo. O caso é grave e outros clubes estão sendo investigados.

10/02/2021

GE.GLOBO TRAZ DETALHES DE GRAVE DENÚNCIA DE SUPOSTA FRAUDE EM EXAMES DE COVID-19 NA SÉRIE B1


O Globoesporte.com abordou outros detalhes da informação com exclusividade que o 'Fanáticos pelo Cesso' trouxe em janeiro sobre a suposta fraude nos exames de COVID-19 no Mesquita, durante a disputa da Série B1 do Carioca, que está sob investigação pela Polícia Civil, Ministério Público e o TJD-RJ.

Conforme o repórter Tébaro Schmidt informou, a suspeita gira em torno de dois exames (de um jogador e de um membro da comissão técnica). Segundo a reportagem, as coletas constam com a data de 7 de janeiro. A evidência cabal seria o carimbo e a assinatura de Rosângela Damasceno, ex-coordenadora do Laboratório de Análises Clínicas da Unigranrio (Laborafe), que faleceu no último dia 26 de dezembro, vítima de câncer no fígado.

De acordo com o GE, outra evidência é o número do pedido, idêntico nos dois exames: 136646. O site entrou em contato com José Roberto Lannes Abib, diretor-técnico do laboratório da universidade, que confirmou ser um 'indício de fraude porque o sistema nunca gera dois números iguais - o 136646 em particular foi gerado no dia 17 de dezembro, ainda segundo ele. Abib é o responsável pela supervisão dos exames de Covid desde a morte de Rosângela.'

A denúncia partiu do novo presidente do Mesquita, Ângelo Benachio, que desconfiou da fraude tão logo assumiu o clube em 2021. Durante a disputa do Carioca, o futebol do Mesquita era gerido pela empresa 'Passe Certo', classificada como responsável direta por todos os exames de COVID-19 apresentados à FERJ. 

Exames de COVID-19 que teriam sido fraudados. Foto: Reprodução/Globoesporte.com

Como informamos em 26 de janeiro, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro enviou documentos aos órgãos competentes para investigar a grave denúncia. A apuração está em andamento e alguns envolvidos têm sido chamados na Delegacia de Defraudações, que também está monitorando outros possíveis casos de irregularidades em exames e atestados nas divisões inferiores dos campeonatos organizados pela FERJ.

O Bonsucesso também está na mira da investigação após o supervisor Raphael Silva assinar a mão o atestado médico antes do jogo contra o Angra dos Reis, autorizando a participação de 16 jogadores e sete funcionários do staff.

De acordo com o protocolo 'Jogo Seguro' em 2020, os clubes da Série B1 deveriam realizar testes rápidos com pesquisa de IgM e IgG em todos os componentes do grupo de trabalho (jogadores, comissão técnica que participará dos treinos e staff envolvido), antes do início dos treinamentos e serviria como panorama inicial da imunidade do grupo e início do planejamento das atividades de treino. Um segundo teste deveria ser realizado com o objetivo de identificar falsos negativos do primeiro teste e novos infectados no período de 7 dias.

Nos jogos, 'os clubes, por intermédio de seus profissionais médicos, elaborariam inquéritos epidemiológicos e avaliações médicas diárias relacionadas aos seus atletas e membros das comissões técnicas, comprometendo-se a enviá-los à FERJ sempre na véspera dos jogos e a isolar, orientar e tratar quaisquer um que apresente sintomas clínicos que sugiram a infecção pela COVID-19'.

O documento ainda informava que 'os inquéritos epidemiológicos e avaliações diárias encaminhadas à FERJ devem ser instruídos com os atestados médicos, liberando a participação nos jogos dos colaboradores e atletas do clube, que se comprometerá, ainda, a informar na relação de jogo a data em que todos atletas e membros das comissões técnicas foram testados pela última vez'.

O protocolo avisava que 'os inquéritos epidemiológicos serão complementados por testes a serem realizados nos atletas e membros da comissão técnica com uma periodicidade de 15 (quinze) dias, ocasião na qual será coletado Swab de orofaringe e nasofaringe com exame PCR para COVID19, podendo ser acrescentados os testes de sorologia. Caso um atleta ou membro da comissão técnica tenha seu exame positivo (infecção em atividade), este será imediatamente isolado, não terá acesso ao estádio e entrará em observação rigorosa e receberá orientações do respectivo departamento médico'.

Havia um adendo no protocolo ao afirmar que 'a testagem também poderá ocorrer no dia do jogo, mediante a utilização de Teste Rápido para Antígeno Covid-19, em material coletado de nasofaringe. Nesta hipótese, o referido teste substituirá o exame de PCR por ter resultado imediato e, desta forma, servir como parâmetro de detecção do antígeno viral nas vias aéreas'.

Os atletas ou membros da comissão técnica e delegação que tivessem testagem IgG positiva para o novo coronavírus deveriam ter um aviso em seus crachás. O 'Jogo Seguro' era claro ao dizer que 'todos os novos casos da COVID-19 deverão ser notificados às autoridades de saúde competentes e informadas à FERJ'.

O médico Antonio Carlos Naine, que assina parte dos atestados médicos do Bonsucesso durante a B1, representou o clube e o Rio São Paulo na Comissão Médica Especial Temporária. Antonio Carlos Naine participou de três reuniões até a elaboração final do protocolo para a Segunda Divisão de 2020. A edição final do 'Jogo Seguro' coube ao médico do Maricá, André Luiz Oliveira.

Confira a matéria publicada no Fanáticos pelo Cesso!

26/01/2021

'PENTE FINO' PARA APURAR FRAUDE EM EXAMES DE COVID-19 LIGA SINAL DE ALERTA EM CLUBES DO RIO


A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro ligou o alerta ao receber na última semana uma denúncia de que o Mesquita teria fraudado exames de COVID-19 para disputar a Série B2 do Campeonato Carioca. A acusação é muito grave já que houve o risco de transmissão do novo coronavírus em meio ao momento delicado que atravessa o Estado com o número de casos e óbitos em estágio elevado. A FERJ colheu documentos e apresentou nos últimos dias ao Ministério Público, TJD-RJ e a Delegacia de Defraudações, que investigarão o caso. 

Segundo a FERJ, os clubes são obrigados a enviar todos os exames de COVID-19 antes da realização das partidas e o que está sendo investigado pontualmente é a veracidade das informações nos laudos do Mesquita. Cabe ressaltar que, 
o atestado comprobatório do clube não consta na súmula/borderô do último jogo da Taça Waldir Amaral, contra o Campo Grande, no dia 16 de janeiro.

A presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio, Renata Mansur, confirmou que foi aberto um inquérito para apurar a denúncia e o tribunal tomará as medidas cabíveis. Em contato com a Polícia Civil, foi informado que a Delegacia de Defraudações está com diligências em andamento para esclarecer os fatos. O atual presidente do Mesquita, Angelo Benachio confirmou a informação. 

A notícia que já circula nos bastidores das divisões de acesso do Campeonato Carioca caiu como uma bomba em determinados filiados. O 'Fanáticos pelo Cesso' apurou que o Bonsucesso também está na mira da investigação criminal já que diante do Angra dos Reis, na última rodada da Taça Santos Dumont, o atestado médico foi assinado a mão pelo supervisor Raphael Silva e não por um médico responsável, comprovando que o elenco e integrantes do departamento de futebol estavam aptos para participar da partida. 




Segundo consta no documento, 16 atletas do Rubro-Anil tiveram testes negativos para o novo coronavírus assim como sete profissionais da comissão técnica. Cabe ressaltar que, esse foi o primeiro jogo depois do W.O para o Artsul, quando parte do elenco foi dispensado ao se recusar a entrar em campo por atrasos salariais e a troca de gestão do futebol.

A partir da Taça Corcovado, o ortopedista Antonio Carlos Naine de Souza, voltou a assinar todos os atestados dos integrantes do Bonsucesso até o fim do Estadual. O profissional já tinha sido responsável por confirmar o quadro clínico dos jogadores na Taça Santos Dumont. Na estreia da Série B1, porém, a diretoria recorreu ao ortopedista Yuri Tirelli Vieira. O Rubro-Anil corre o risco de ser também denunciado na esfera criminal e desportiva, caso os órgãos competentes encontrem irregularidades.


Pelo Regulamento Geral de Competições, o artigo 47 diz que: 'É de inteira responsabilidade do clube a veracidade das informações constantes nos documentos dos atletas profissionais e não profissionais encaminhados à Federação'. Além desse, o artigo 115 consta: 'A súmula e seus relatórios anexos, bem como o relatório do Delegado, são considerados documentos oficiais da partida e serão encaminhados ao TJD para verificação da ocorrência de infração disciplinar, infringência ao REC e/ou ao RGC, e adoção dos procedimentos pertinentes, independentemente das medidas administrativas previstas neste regulamento.'  A FERJ não fiscaliza a procedência dos exames apresentados pelos clubes.

O clube pode ser penalizado também no STJD através do artigo  234: "Falsificar,  no  todo  ou  em  parte,  documento  público  ou  particular,  omitir declaração  que  nele  deveria  constar,  inserir  ou  fazer  inserir  declaração  falsa  ou  diversa  da  que deveria  ser  escrita,  para  o  fim  de  usá-lo  perante  a  Justiça  Desportiva  ou  entidade  desportiva. PENA:  suspensão  de  cento  e  oitenta  a  setecentos  e  vinte  dias,  multa  de  R$  100,00  (cem  reais)  a  R$ 100.000,00  (cem  mil  reais)  e  eliminação  na  reincidência;  se  a  infração  for  cometida  por  qualquer das  pessoas  naturais  elencadas  no  art.  1º,  §  1º,  VI,  a  suspensão  mínima  será  de  trezentos  e sessenta  dias.  (NR).

§  1º  Nas  mesmas  penas  incorrerá  quem  fizer  uso  do  documento  falsificado  na  forma  deste artigo,  conhecendo-lhe  a  falsidade.

§  2º  No  caso  de  falsidade  de  documento  público,  após  o  trânsito  em  julgado  da  decisão que  a  reconhecer,  o  Presidente  do  órgão  judicante  encaminhará  ao  Ministério  Público  os  elementos necessários  à  apuração  da  responsabilidade  criminal.

§  3º  Equipara-se  a  documento,  para  os  efeitos  deste  artigo,  as  provas  fotográficas, fonográficas,  cinematográficas,  de  vídeo  tape  e  as  imagens  fixadas  por  qualquer  meio  eletrônico".

Segundo o Consórcio de veículos de imprensa, até o início da tarde desta terça-feira (26), o Brasil tem mais de 8,8 milhões de casos de Covid-19 e atingiu 631 mortes registradas nas últimas 24 horas. O país registrou 8.881.853 casos e 217.806 óbitos provocados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.