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15/07/2021

TJD SEGUE INVESTIGANDO CASOS ENVOLVENDO FALSIFICAÇÃO DE EXAMES DE COVID-19 NO CARIOCA


O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro solicitou formalmente, no fim da última semana, as peças do inquérito que apura na Delegacia de Defraudações as supostas irregularidades nos exames de COVID-19 no Bonsucesso Futebol Clube, após os depoimentos dos dirigentes e do ex-coordenador médico nos últimos meses.

Há uma contradição nas oitivas já que os dirigentes afirmaram desconhecer qualquer problema enquanto o ex-coordenador médico, Antonio Carlos Naine, disse que as assinaturas nas súmulas são falsificadas a partir do jogo contra o Angra dos Reis.

Já o julgamento no Pleno do TJD-RJ, que iria discutir a ampliação da pena ao Mesquita, para o presidente Cleber Louzada, o ex-presidente Angelo Benachio e o antigo gestor, Antonio Carlos Dias de Souza, foi adiado.

A decisão pela postergação ocorreu na última quinta-feira já que o relator designado não pôde comparecer a sessão. O novo relator escolhido não conseguiu em apenas dois dias analisar o processo que é considerado complexo e por isso, pediu um prazo maior para análise.

Em abril, na 7ª Comissão Disciplinar, o Mesquita tinha sido condenado em multa de R$5 mil por falsificação de documentos, mas absolvido de conduta antiética. Benachio e Louzada foram condenados a 120 dias de suspensão por conduta antiética e absolvidos quanto à falsificação. Já o ex-gestor Antonio Carlos de Souza, que não compareceu ao julgamento, recebeu um gancho de 1440 dias e multa de R$30 mil por infringir os artigos 234 ("falsificar documento público ou particular") e 258 ("assumir qualquer conduta contrário à disciplina ou ética desportiva") do CBJD.

A Procuradoria do TJD-RJ achou a pena branda e recorreu da decisão. O novo julgamento ainda não tem data agendada. 

10/03/2021

SENA CONTRARIA VERSÃO DO MÉDICO E AFIRMA QUE NAINE ASSINOU TODAS AS SÚMULAS NO CARIOCA DE 2020


José Agnaldo Sena, atual gestor do Bonsucesso, esteve na Polícia Civil, nesta terça-feira, para prestar depoimento no inquérito que investiga supostas fraudes em exames de COVID-19 durante a disputa da Série B1 do Carioca de 2020. O dirigente contrariou a versão do médico Antonio Carlos Naine e afirmou que todos os atestados foram assinados pelo ex-coordenador médico do clube. 

Naine havia informado em oitiva no fim de fevereiro, que deixou de ser responsável pela função (sem vínculo empregatício), tão logo Marcelo Salgado (ex-gestor) saiu do Bonsucesso, e garantiu não ter assinado nenhum outro documento após a 5ª rodada da Taça Santos Dumont. O médico disse que os exames nunca foram anexados nas partidas. Ele analisava os diagnósticos e encaminhava à diretoria do clube.

Ontem (9), José Agnaldo Sena garantiu que todos os atletas e membros da comissão técnica realizaram exames de COVID-19 regularmente até o fim do Estadual. Confrontado se possuía os testes em mãos, o gestor, entretanto, informou que não tinha mais acesso aos documentos. 

Quanto ao atestado médico assinado pelo supervisor Raphael Silva, em 17 de outubro, no duelo contra o Angra dos Reis, José Sena disse que para a realização da partida, o delegado da FERJ (Aldemir Costa) exigiu o documento mesmo feito à mão. 

À Polícia Civil, Naine afirmou que não reconhecia a assinatura na súmula desse duelo e expôs que a mesma além de parecer uma xerox, tinha uma assinatura diferente dos documentos apresentados por ele anteriormente, constatando, portanto, que era falsa.

A Delegacia de Defraudações continuará o inquérito e deve ouvir novas testemunhas nos próximos dias para concluir a investigação.

02/03/2021

EXCLUSIVO! FANÁTICOS TEM ACESSO A NOVOS TRECHOS DO DEPOIMENTO DO MÉDICO ANTONIO CARLOS NAINE

Antonio Carlos Naine atende João Carlos, um dos artilheiros do Carioca de 2020
Foto: Arquivo Pessoal

O 'Fanáticos' teve acesso a outros trechos exclusivos do depoimento do médico Antonio Carlos Naine à Polícia Civil na última semana, no inquérito que apura fraudes nos atestados de COVID-19 durante a disputa da Série B1 do Campeonato Carioca. O profissional que foi o representante do Bonsucesso na elaboração do protocolo 'Jogo Seguro' na FERJ, lavou às mãos ao afirmar que não assinou nenhuma súmula a partir da 5ª rodada da Taça Santos Dumont.

Naine revelou à Delegacia de Defraudações que chegou ao Bonsucesso para ser coordenador médico em meados de 2015, através de um convite do 'amigo' Marcelo Salgado, ex-gestor do Bonsucesso, entretanto, não possuía vínculo empregatício. O médico recebia apenas uma remuneração com valor fixado de acordo com o número de jogos que ele trabalhava, atendendo as demandas do time.

Antonio Carlos Naine afirmou que deixou o Bonsucesso tão logo Marcelo Salgado também se ausentou do futebol em outubro de 2020. Segundo o médico, ele não foi chamado para participar de nenhum outro jogo a partir dali.

Antes, porém, o médico confirmou que foi responsável por analisar os testes de PCR (COVID-19) realizados pelo elenco e staff em um posto de saúde em Ramos até a 5ª rodada do Campeonato Carioca, contra o Sampaio Correa, no dia 4 de outubro. Segundo ele: 'Diante do resultado, liberava ou não os jogadores, assinando a súmula". Naine disse que os exames nunca foram anexados nas partidas. Ele analisava os diagnósticos e encaminhava à diretoria do clube.

Questionado se ele reconhecia a assinatura na súmula do confronto com o Angra dos Reis, quando o supervisor técnico rubricou o atestado médico feito à mão, Naine garantiu que a súmula além de parecer uma xerox, tinha uma assinatura diferente dos documentos apresentados por ele anteriormente, constatando, portanto, que era falsa.

A Delegacia de Defraudações pediu o contrato de parceria entre o atual gestor, José Agnaldo Sena, com o Bonsucesso e deve convocá-lo para uma oitiva a fim de esclarecer os fatos. Uma denúncia da suposta irregularidade do Bonsucesso foi feita aos procuradores do TJD-RJ com mais de 30 páginas. A entidade já investiga irregularidades no Mesquita. Os clubes podem ser severamente penalizados além de seus representantes. Outras equipes também estão na mira.

O inquérito na esfera criminal deve ser encaminhado ao GAEDEST (Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor), núcleo do Ministério Público do Rio de Janeiro.


Na estreia da Série B1, o Bonsucesso recorreu ao ortopedista Yuri Tirelli Vieira, que assinou a súmula e o atestado epidemiológico, alegando que os atletas e comissão técnica estavam clinicamente aptos para a partida contra o Nova Iguaçu. A médica Valdete Narciso assina as súmulas contra o Serra Macaense, Rio São Paulo e Gonçalense. O doutor Sérgio Antonio dos Santos carimbou a súmula no clássico com o Olaria. As demais súmulas não constam assinatura de médicos.

Nesta segunda-feira, o TJD-RJ ouviu o gestor do Mesquita, Antônio Carlos Dias de Souza, que prestou depoimento sobre as supostas irregularidades nos exames do clube. Alex Bousquet e Elbert Maia, médicos do Mesquita, participarão da oitiva em breve. Em 11 de fevereiro, José Lannes, diretor técnico do Laboratório da UNIGRANRIO; Cléber Louzada, ex-presidente do Mesquita; e Angelo Benachio, atual presidente do clube, foram ouvidos e provas documentais foram anexadas no processo.

SÉRIE A DO BRASILEIRO

No Campeonato Brasileiro, foram 320 casos confirmados entre atletas e técnicos com a COVID-19. Desse número total, 18 foram treinadores. Vasco e Fluminense foram os recordistas de casos com 26 testes positivos cada. O Flamengo teve 21 e o Botafogo, nove.