11/05/2021

EDUARDO BIONDI SERÁ O AUDITOR QUE INVESTIGARÁ CASO DE SUPOSTAS FRAUDES EM EXAMES DE COVID-19

Jogadores do Bonsucesso em ação durante Série B1 do Carioca
Foto: Reprodução

Fonte: GE.globo

O Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Rio de Janeiro (TJD-RJ) informou na última sexta-feira a abertura de inquérito para apurar denúncia de exames falsos de Covid-19 apresentados pelo Bonsucesso na Série B1 do Campeonato Carioca, que terminou em fevereiro. O caso também está sendo investigado pela Delegacia de Defraudações (DDEF) da Polícia Civil do Rio.

Esse é o segundo episódio de suspeita de exames forjados em competições do Rio. Em abril, o Mesquita Futebol Clube foi condenado no TJD-RJ pela falsificação de 57 exames de coronavírus durante a disputa da Série B2 do Carioca - um dos dirigentes foi punido com suspensão por 1.440 dias e R$ 30 mil de multa. Na esfera criminal, o inquérito policial ainda está sendo finalizado.

No caso do Bonsucesso, a denúncia partiu dos próprios sócios beneméritos do clube, que desconfiaram da assinatura do dr. Antônio Carlos Naine nos exames apresentados à federação mesmo após o desligamento do médico. Ele deixou o Bonsucesso no dia 4 de outubro do ano passado. Depois disso, a equipe disputou 11 jogos:


Goytacaz 2 x 1 Bonsucesso
Angra dos Reis 2 x 1 Bonsucesso
Nova Cidade 1 x 1 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 1 Serra Macaense
Audax 2 x 1 Bonsucesso
Bonsucesso 1 x 4 Olaria
Duque de Caxias 5 x 0 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 0 Rio São Paulo
Maricá 2 x 0 Bonsucesso
Bonsucesso 0 x 2 Gonçalense
Serrano 4 x 1 Bonsucesso


Em depoimento à polícia em fevereiro, Antônio Carlos Naine explicou que era o responsável por monitorar e coordenar os exames RT-PCR feitos pelo Bonsucesso até a quinta rodada da competição e disse que desconhece qualquer exame com sua assinatura após esse período. Perguntado se reconhecia um exame apresentado pelo clube no dia 17 de outubro (13 dias após sua saída), ele "respondeu que NÃO, ressaltando que, além de parecer uma xerox, a sua assinatura é diferente do documento apresentado".

O ge entrou em contato com o dr. Antônio Carlos Naine, mas ele não quis se manifestar. O Bonsucesso também não respondeu até o fechamento desta reportagem.


No despacho em que informa a abertura do inquérito, a presidente do TJD-RJ, drª Renata Mansur, definiu como "fatos gravíssimos" a denúncia levada ao tribunal. Eduardo Biondi foi nomeado como auditor processante do procedimento investigatório.

Com oito pontos em 16 partidas, o Bonsucesso terminou a competição em penúltimo lugar na classificação geral e foi rebaixado para a Série B2 do Carioca.


10/05/2021

TJD-RJ ABRE INQUÉRITO PARA APURAR POSSÍVEIS FRAUDES EM EXAMES DE COVID-19 NO BONSUCESSO EM 2020

Jogadores do Cascavel em ação. Clube foi punido por fraude em exames de Covid
Foto: Cascavel/Divulgação


Fonte: Jornal O Globo


Antonio Carlos Naine atuou por cerca de cinco anos como coordenador médico do Bonsucesso. Permaneceu na função até o jogo contra o Sampaio Correa, no último 4 de outubro, pela Série B1 — a terceira divisão do Carioca. Era ele, portanto, o responsável por conferir os exames de RT-PCR realizados pelos atletas e comissão e validar a relação dos aptos para as partidas, conforme protocolo da Federação de Futebol do Rio (Ferj). Só que, mesmo após sua saída, o clube seguiu apresentando atestados com seu carimbo e assinatura por mais 11 jogos, até o fim da competição.

O Bonsucesso é uma das duas agremiações investigadas pela Delegacia de Defraudações da Polícia Civil do Rio por suspeita de falsificação de testes de Covid-19. O outro é o Mesquita, que disputou a Série B2 (quarta divisão). Além dos dois, caso recente ocorreu no Cascavel Clube Recreativo, que joga o Paranaense. A preocupação de entidades que investigam e punem esportivamente é haver outros casos sem o conhecimento das autoridades — o que abre brechas para uma “contaminação em manada”, caso haja infectado.

— Nossa preocupação maior é que, ao fraudar exames, você coloca em risco a vida de várias pessoas, não só dos envolvidos numa partida. E esbarra num crime de saúde pública. Não é só infração disciplinar — diz a presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio, Renata Mansur. — Se dois casos chegaram ao nosso conhecimento, imagina quantos outros podem haver?

No caso do Bonsucesso, Naine explicou em depoimento que não tinha mais vínculo com o clube e que não era dele a assinatura nos documentos anexados às súmulas nas rodadas seguintes. Ao examinar um deles (contra o Angra dos Reis, em 17/10) foi taxativo ao dizer que, além de “parecer xerox”, a rubrica era diferente. A denúncia partiu dos beneméritos do clube, que perceberam que a assinatura de Naime constava na súmula após sua saída.

No Mesquita, uma das provas mais contundentes é a presença da assinatura da ex-gestora do controle de qualidade do laboratório usado pelo clube, vinculado à faculdade Unigranrio. Seu nome constava em dois lotes de exames apresentados antes dos jogos de 29 de dezembro e 7 de janeiro. Detalhe: ela já havia falecido.

— Ficou provado que aqueles laudos apresentados não correspondiam à verdade. Havia número de pedido duplicado, questões do sistema do próprio laboratório incompatíveis com o que constavam no documento — afirma o auditor Rodrigo Octávio Pinto, responsável pelo inquérito conduzido pelo TJD-RJ. — O diretor do laboratório nos apresentou exame legítimo e confrontou com um apresentado pelo Mesquita indicando vários pontos que denotavam, de fato, falsificação.

O inquérito concluiu que, ao todo, 57 exames foram falsificados. A 7ª Comissão Disciplinar do tribunal suspendeu os dirigentes do Mesquita. Apontado como cabeça do esquema, o gestor do futebol Antônio Carlos Dias foi afastado por três anos e 11 meses e multado em R$ 30 mil. O ex-presidente Cleber Louzada e o atual Ângelo Benachio (à época vice) foram considerados corresponsáveis e afastados por 120 dias.

— Eles mostram não ter noção da gravidade de não se fazer o exame. Porque me parece que a questão de fundo é economizar. Uma das razões levantadas, no caso do Mesquita, foi essa: ‘Ah, mas os clubes menores não têm recursos financeiros. São muitos atletas para fazer exame’. Isso requer recurso e eles não têm condição. Mas, quando você pensa no universo de propagação do vírus, vê que não há condições de se não fazer o exame. Porque é um risco de contaminação em manada caso haja um infectado — argumenta Renata Mansur.

Um inquérito relacionado às fraudes no Bonsucesso também foi aberto pelo TJD/RJ. Mas encontra-se em estágio inicial, no aguardo do sorteio do relator.

Este temor de falsificações sem o conhecimento das autoridades também acometeu a Federação Paranaense de Futebol e a Polícia Civil do estado. A FPF afastou quatro atletas do Cascavel CR antes do jogo contra o Athletico, no último dia 22, pelo Estadual, por suspeitar dos laudos.

Após detectar indícios de falsificação, a FPF contatou o laboratório responsável pelos testes e descobriu que nenhum deles havia passado por exames. E mais: na verdade, foram 14 os testes falsificados. O caso foi entregue à Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar não só este episódio.

“Nós também temos a preocupação de que em outros jogos esta situação tenha ocorrido. Sendo assim, vamos verificar se aconteceu falsificação de exames em jogos já realizados”, afirmou o delegado Luiz Carlos de Oliveira, em nota.

O TJD do Paraná puniu o clube com 180 dias de suspensão (cumpridos apenas após todos os recursos serem esgotados) e multa de R$20 mil. Considerado responsável, o membro da comissão Anthony Perekles recebeu 360 dias de gancho e multa de R$ 10 mil.

Por envolver uma situação específica dos tempos de pandemia, o caso é inédito para a Justiça Desportiva. Não há artigos específicos para ele. O que os tribunais têm feito é aplicar o 234 (“falsificar documento público ou particular”) e o 258 (“conduta contrária à diciplina ou à ética desportiva”). Além disso, como ultrapassam a esfera do desporto, os casos são encaminhados ao Ministério Público. Procurado pela reportagem, contudo, o MPRJ diz ainda não ter sido aberto nenhum procedimento específico para apurar fraude em testes de Covid-19.

07/05/2021

FERJ ADIA TODOS OS CAMPEONATOS DE BASE DO SUB-12 E INFERIORES

Rubens Lopes publica decisão sobre torneios de base organizados pela FERJ
Ivan Paulo/Agência FERJ

Preocupado com o estado de emergência em saúde pública de importância mundial, em decorrência da infecção humana pela Covid-19, o presidente da FERJ, Rubens Lopes, publicou um ato nesta sexta-feira determinando o adiamento sem previsão de início de todas as competições de base do sub-12 e inferior, que estejam programadas para serem realizadas ou chanceladas pela entidade neste ano.

Rubens Lopes ainda ressaltou na decisão que 'a FERJ não autoriza, sob nenhuma hipótese, a utilização ou vinculação de seu nome, suas marcas, insígnias, símbolos ou qualquer outro elemento que caracterize ou pressuponha qualquer adesão, vínculo ou concordância em relação a competições, jogos, partidas, provas ou equivalentes, das categorias acima citadas, que venham a ser realizados de forma paralela ou alternativa, por quem quer que seja, sem a devida, formal e imprescindível aquiescência a entidade.'

Segundo a determinação da FERJ, 'nenhum membro da Vice-Presidência, Diretoria, funcionários, prestadores de serviço diretos e indiretos vinculados à FERJ não tem permissão para qualquer interlocução que colida com o teor e objetivo desta RDP.' 

A entidade ainda destaca que 'continuará adotando todas as medidas sanitárias e de segurança necessárias à realização das competições por ela organizadas, estejam em desenvolvimento ou a serem desenvolvidas, e que possibilidades futuras de revisão poderão se constituir matéria de análise, em momento oportuno, ainda indefinido.'

A decisão se deu também pela imprevisibilidade de retorno à normalidade das atividades, necessidade de redução dos impactos econômicos e financeiros e ainda adequação às possibilidades e viabilidades operacionais, no momento extremamente reduzidas. Rubens Lopes também avaliou a necessidade de adotar medidas protetivas aos clubes (econômicas, desportivas e financeiras) e a preocupação da FERJ em salvaguardar responsabilidades e produzir melhores ajustes futuros.

O Bonsucesso segue disputando a Copa União de Base em seis categorias (sub-11, 12, 13, 14, 15 e 17).

No sub-11, o Rubro-Anil é o 3º colocado com seis pontos, no Grupo B. O próximo jogo contra o TROPS (ainda não tem data definida).

No sub-12, o time é o 3º no Grupo B, com sete pontos. A próxima partida também é contra o TROPS sem data definida. 

No sub-13, a equipe é a 6ª colocada com quatro pontos, no Grupo B. O próximo confronto contra o TROPS também não tem agenda divulgada. 

No sub-14, o Cesso é o 6º colocado com quatro pontos em quatro jogos, no Grupo B. A próxima partida contra o TROPS não tem data definida. 

No sub-15, o time é 7º com seis pontos em sete jogos. No último dia 27, o Bonsuça perdeu para o Boavista por 1 a 0, no CFZ. O próximo duelo é contra os Meninos do Duque, sem data definida. 

Por fim, no sub-17, o Rubro-Anil é o 8º colocado, com seis pontos em sete partidas. No último jogo, foi goleado pelo Boavista por 3 a 0. A próxima partida será contra os Meninos do Duque em dia, horário e local ainda a ser confirmado pela organização do torneio.

O torneio alternativo tem sido acompanhado por profissionais de capacitação de diversos clubes do Brasil.

05/05/2021

TÁ NO LIVRO, COM PAULO JORGE #04



Por: Paulo Jorge


O DIA QUE O VASCO ENTREGOU A FAIXA DE CAMPEÃO AO BONSUCESSO

O ano de 1981 foi especial já que o Bonsucesso foi campeão da 2ª Divisão do Campeonato Carioca, tendo como seu vice a Portuguesa da Ilha do Governador. Foi um campeonato difícil com adversários como São Cristóvão, Friburguense, Goytacaz, Portuguesa e Atlética Niterói. Sem dúvida uma competição complicada.

Outro ponto de 'felicidade' nessa temporada foi o rebaixamento do arquirrival Olaria, que estava na Primeira Divisão. O clube fez um péssimo campeonato na Taça Guanabara, terminando em 11º. Já na Taça Rio, eles terminaram em 10º. No 3º turno, o Olaria foi o último. Ou seja, juntando os três turnos, o time foi vice-lanterna à frente apenas do Serrano. 

E para completar o ano maravilhoso, em um amistoso contra o Vasco, na Teixeira de Castro, o Gigante da Colina agraciou os jogadores do Bonsuça, entregando-lhes as faixas de campeão. Mesmo diante do poderoso adversário, o Cesso arrancou um empate em 1 a 1, com gols de Ticão para o Vasco e Jorge para o Bonsucesso.

Fonte: Jornal O Fluminense/1981 (Biblioteca Nacional)

03/05/2021

CLUBE FRAUDA SISTEMA DA CBF E ESTENDE MANDATO DO PRESIDENTE

Jogadores do Bonsucesso treinam no estádio Leônidas da Silva
Foto: Reprodução


Fonte: Jornal O Globo

Um das agremiações mais tradicionais do subúrbio carioca, o Bonsucesso entrou numa espiral de decadência nos últimos anos que parece não ter fim. De adversário dos quatro grandes no Estadual até 2016, o Leão da Leopoldina jogará este ano a Série B2, como é conhecida a quarta divisão. Mas a crise não é só dentro de campo. Fora dele, o clube é investigado na Polícia Civil por fraude no sistema da CBF.

O Bonsucesso foi denunciado tanto na Delegacia de Defraudações quando na de Represssão aos Crimes de Informática por falsificação de documento. A fraude acusada teria ocorrido no final do ano passado quando o mandato do então presidente Ary Amâncio Pereira foi estendido no site Gestão Web, através do qual contratos de jogadores e mandatos de dirigentes são registrados. Detalhe: sem que uma assembleia extraordinária tivesse sido realizada no clube para aprovar esta prorrogação.

Amâncio assumiu o Bonsucesso em 3 de setembro de 2017. Como o estatuto do clube fala em três anos de presidência, sua gestão deveria ser encerrada em 2 de setembro de 2020. No entanto, o mandato foi alterado no sistema da CBF e passou a ter como data final o dia 31 de dezembro de 2020. Ou seja: praticamente quatro meses a mais do que o permitido.

Importante destacar que, neste período, Amâncio já não estava mais à frente do Bonsucesso. Ele se afastara do cargo em novembro de 2019 por motivos de saúde. Quem assumiu o posto foi o vice-presidente Nilton Bittar.

Uma eleição enfim foi realizada no Bonsucesso em 12 de dezembro. Sem oposição, Nilton Bittar foi eleito por três anos. No entanto, o novo mandato teve início logo após a vitória no pleito, e não em 1º de janeiro. Ou seja: todos os contratos assinados neste período de 99 dias entre 3 de setembro e 11 de dezembro não deveriam ter validade.

Caso não tivesse entrado no sistema da CBF para estender irregularmente o mandato, a diretoria não conseguiria registrar qualquer contrato. Cada agremiação possui uma chave de acesso ao Gestão Web. E são eles os responsáveis pelas informações ali contidas.

Atualmente, o espaço destinado à presidência está em branco. O Bonsucesso ainda não pagou a taxa de recadastramento anual. É ela que revalida a senha dos clubes. Por isso, neste momento o Leão da Leopoldina não possui nenhum contrato registrado.

A reportagem não conseguiu fazer contato com Nilton Bittar. A matéria será atualizada com suas declarações no momento em que ele as der.

Não é a primeira vez que o Bonsucesso vira protagonista de um episódio envolvendo fraude no sistema da CBF. Em 2017, foi revelado que o então gestor Marcelo Salgado respondia pelo clube como se fosse o presidente. Só que o cargo era ocupado por outra pessoa (o ex-mandatário José Simões). Ele chegou a registrar contratos de jogadores no BID (Boletim Informativo Diário). Na ocasião, a irregularidade rendeu apenas uma advertência.