O Bonsucesso encara o Maricá nesta quarta-feira, às 10h, no Alzirão, pela antepenúltima rodada da Taça Corcovado. O clube, que já está rebaixado para a Terceira Divisão em 2021 (será chamada de B1), luta ainda para não sofrer uma queda ainda mais dura para a B2 (Quarta Divisão) na próxima temporada. Para isso, precisa terminar fora das últimas duas colocações. Atualmente, o time é o 15º entre 17 clubes.
Diante do cenário difícil, o Blog Fanáticos pelo Cesso conversou com exclusividade com o capitão da equipe, o zagueiro Vladmir Bajsic, de 37 anos, brasileiro com descendência croata, que acumula ao longo da carreira passagens por clubes como Macaé, Cabofriense, America, Goytacaz, Portuguesa, Novo Hamburgo e Cruzeiro (ambos do Rio Grande do Sul) além de uma passagem pela Europa na Escócia e Alemanha.
Vlad reconheceu o momento ruim do Rubro-Anil no Estadual e classificou os problemas extracampo como decisivos no desempenho do clube.
"A Taça Corcovado não tem sido pra gente como todos esperavam até pela situação da troca de diretores do clube e jogadores. Muitos atletas nunca jogaram profissionalmente e estão tendo pela primeira vez a oportunidade. Não passamos também por uma mini pré-temporada. São jogadores que estavam parados. Infelizmente isso tudo atrapalhou para brigarmos por esse segundo turno. Agora, temos que se encaixar na realidade de brigar para permanecer na B1", afirmou.
O capitão do time esmiuçou como tem sido o trabalho mental com os companheiros para não deixar a 'peteca cair', restando apenas três jogos para definir o futuro do Bonsucesso em 2021.
"Não só eu como o Wellington Junior, Rafael e outros tentamos motivar os mais jovens da melhor forma possível, explicando que não é nada fácil e falando que há muitos que gostariam de estar no nosso lugar mesmo com as dificuldades. Não há motivação melhor do que acordar todo dia e poder fazer o que você mais ama que é jogar futebol", disse.
Confira outros trechos da entrevista com o zagueiro Vlad, do Bonsucesso.
FANÁTICOS: A troca de comando constante no time atrapalha o desempenho do Bonsucesso? Por que ainda não engrenou com o Marcus Amoroso?
VLAD: "Com certeza a troca constante de treinadores atrapalha qualquer clube. Estamos pegando a filosofia do Amoroso, tanto que conseguimos fazer um bom jogo contra o Rio São Paulo. Mesmo não saindo de campo com a vitória tivemos chances de gol claras, mas não conseguimos converter. Tenho certeza que vai andar e vai melhorar."
FANÁTICOS: Jogar no Estádio Joaquim Flores tem sido um complicador para o Bonsucesso? Se atuasse em casa na Teixeira de Castro o desempenho poderia ser melhor?
VLAD: "Quando podemos atuar na nossa própria casa, onde treinamos diariamente, facilita não só ao Bonsucesso como para qualquer clube onde se trabalha constantemente."
FANÁTICOS: Você é um jogador experiente e com passagens por diversos clubes Brasil afora. O que te fez aceitar esse desafio no Bonsucesso?
VLAD: "Sempre gostei de desafios. Aceitei quando recebi a ligação do Lorran (Sena) fazendo o convite para permanecer com o clube pelo menos na B1, não haver a queda mesmo com as dificuldades que tiveram no primeiro turno e que ainda existem no segundo por falta de entrosamento. A vontade de vencer não só minha como de todos fará com que o Bonsucesso permaneça pelo menos na divisão."
FANÁTICOS: O Bonsucesso não tem concentração e a energia elétrica no estádio está cortada. Esses problemas estruturais pesam para um desempenho irregular do time?
VLAD: "Quando os jogadores têm condições de ficarem num hotel e se alimentarem na hora certa e com descanso necessário ajuda muito. Mas, tenho certeza que todos os jogadores do Bonsucesso têm a conscientização de que precisamos descansar mesmo em casa para que no outro dia possamos dar o melhor, de acordo com o que o nosso treinador pede.
FANÁTICOS: A Família Sena tem sido responsável por administrar o futebol atualmente. Tudo tem sido pago corretamente após o antigo gestor não cumprir acordos? O presidente do clube tem apoiado vocês na luta contra a Série B2?
VLAD: "Não escutei nenhuma reclamação com relação a 'Família Sena' desde que cheguei ao Bonsucesso. Eles têm feito tudo certinho e pago tudo que foi prometido."
FANÁTICOS: Já tinha sofrido um rebaixamento na carreira?
VLAD: "Nunca tive um rebaixamento na carreira. Já passei por essa situação (luta contra o descenso) no Rio Grande do Sul e graças a Deus permanecemos. No Bonsucesso não será diferente. Vamos conseguir manter o clube na divisão que ele está."
Vladmir disputou cinco jogos pelo Bonsucesso. O clube soma apenas dois pontos no Grupo B da Taça Corcovado. O Maricá é o segundo com 10 no Grupo A. José de Matos Modesto será o árbitro. Ele será auxiliado por André Luis de Souza e Feliphe da Cunha Cabral.
O Bonsucesso está matematicamente rebaixado para a Terceira Divisão após não sair do empate em 0 a 0 com o Rio São Paulo, neste sábado, pela sexta rodada da Taça Corcovado, no estádio Joaquim Flores. O resultado deixou o Rubro-Anil na última colocação do Grupo B do segundo turno com dois pontos e na 15ª colocação no geral com oito, ainda fora da zona de rebaixamento para a B2 (4ª Divisão) em 2021 - caem os dois últimos colocados.
Os resultados da rodada impedem o clube da Teixeira de Castro de terminar entre os oito melhores, que se garantem na A2 da próxima temporada, já que o Serrano chegou a 18 pontos, restando três rodadas para terminar a fase classificatória do Estadual.
O Bonsucesso voltará a disputar a Terceira Divisão após 18 anos. A última vez foi em 2003. Na ocasião, o Rubro-Anil subiu ao bater o Mesquita na decisão com o estádio Leônidas da Silva lotado. No melhor dos cenários, o clube voltaria à elite em 2023, sendo campeão das divisões inferiores sucessivamente. Confira abaixo os resultados da última rodada:
O Blog Fanáticos pelo Cesso relembra o curta-metragem dedicado ao Leão da Leopoldina, na mostra "100 anos de Paixão", que ficou com o segundo lugar no Cinefoot, Festival de Cinema, em 2013.
O documentário que foi exibido no Espaço Itaú de Cinema, apresentou o amor incondicional dos torcedores pelo centenário clube. Ao longo das imagens, o diretor Wagner de Oliveira apresentou os bastidores de um dos jogos do clube para voltar à elite do futebol carioca. Cadu Vieira, jornalista (narrador) que morreu tragicamente em um acidente em Copacabana, aparece nas imagens durante a transmissão da partida.
O Bonsuça não atua na Teixeira de Castro desde 2014. Esse ano, todas as partidas estão sendo disputadas com portões fechados devido à pandemia. Que nostalgia.
O Bonsucesso não joga na Teixeira de Castro desde 01 de outubro de 2014, na derrota para o Resende por 3 a 1, pela Copa Rio. De lá para cá, a diretoria jamais conseguiu os laudos técnicos necessários para que a equipe atuasse em casa. O time já fez um 'Bye, Bye, Rio' nos últimos anos, percorrendo diversos estádios e atualmente joga no Joaquim Flores, em Nilópolis, a 25km do Leônidas da Silva.
Para a edição de 2020 do Campeonato Carioca da B1, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro exigiu menos laudos já que as partidas são realizadas com portões fechados devido à pandemia. Mesmo assim, o clube mergulhado em uma crise administrativa e financeira não conseguiu a autorização da Vigilância Sanitária e o LPCI (Laudo de Proteção Contra Incêndios). Além do estádio na Zona da Leopoldina, o Arthur Sendas, em São João de Meriti, e o Ângelo de Carvalho, em Campos, vivem a mesma situação.
O Bonsucesso, entretanto, treina em casa desde o início da competição. Mas, o clube aluga simultaneamente o mesmo espaço para 'peladas', prejudicando as condições do gramado para os profissionais. Enquanto os jogadores se reapresentavam para o duelo com o Duque de Caxias, nesta quarta-feira (11), um jogo de confraternização acontecia no estádio. Outras partidas estão agendadas para novembro e dezembro e é algo que tem sido corriqueiro. Com a energia elétrica cortada por inadimplência e a piscina ainda inativa por falta de manutenção, a diretoria acredita ser necessário alugar o campo para mitigar os muitos problemas enfrentados.
Tivemos acesso a um áudio de um funcionário que diz que a responsabilidade do aluguel do gramado cabe aos novos gestores do futebol sem citar participação da diretoria.
"Sendo dois jogos, ele vai cobrar R$1200. Esse (novo gestor) não é o que era antes. O anterior não ligava muito não, mas esse é exigente. Tem que dar o dinheiro dois dias antes de começar o jogo", disse.
O Blog Fanáticos pelo Cesso teve acesso a um vídeo que mostra a condição do gramado e das arquibancadas. Percebe-se, porém, que placas comemorativas que eram expostas na subida da escadaria foram retiradas. O historiador do clube, George Joaquim Machado recordou o significado de cada uma delas:
"Do lado esquerdo (da escadaria) tinham placas históricas das primeiras visitas dos grandes clubes do Rio de Janeiro na Teixeira de Castro em 1929, quando o Bonsucesso estreou na elite. Tinham placas do Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense além de uma da Federação de Futebol, parabenizando o Bonsucesso pelo primeiro gol do novo campeonato do estado do Rio de Janeiro. Vale recapitular que houve a fusão dos estados do Rio e da Guanabara. É uma degradação do patrimônio. Onde estão essas placas? Que fim levou?", questionou.
O primeiro gol do novo campeonato de 1975 foi marcado pelo ponta-direita Naldo, no dia 15 de março, aos 36 minutos do primeiro tempo no empate com a Portuguesa por 1 a 1, no Luso-Brasileiro. O Rubro-Anil entrou em campo com: Valdir; Miguel, Nilo, Nilson e Carlos Alberto; Silva, Cabral e Marco Antonio; Naldo, Miguel e Samarone.
Tentamos contato telefônico com o presidente Ary Amâncio, porém, por mensagem automática, o dirigente informou que não poderia falar. Enviamos mensagem com o questionamento e aguardamos a posição do Bonsucesso. Onde estão as históricas placas?
Parece um caminho sem volta. O Bonsucesso colou de vez na zona de rebaixamento para a Série B2 (4ª Divisão) de 2021 ao somar 11 partidas consecutivas sem uma vitória. Nesta quarta-feira, o Rubro-Anil perdeu para o Duque de Caxias por 5 a 0, no estádio Marrentão, pela 5ª rodada da Taça Corcovado. O resultado deixa o clube da Teixeira de Castro em situação delicadíssima com apenas um ponto no Grupo B (com chances reduzidas de ir às semifinais) e sete na classificação geral. O Olaria que venceu o Campos, deixou para trás o Leão da Leopoldina na tabela. O Bonsuça só não entra no Z-2 pelo número de cartões amarelos contra o Nova Cidade - critério de desempate.
O técnico Marcus Amoroso apostou em um time pressionando a saída de bola do Duque de Caxias no início do jogo, mas o Bonsucesso dava muitos espaços e errava passes bobos. O adversário, que teve maior posse de bola, aproveitou a descida pelos flancos e uma bola aérea para fazer três gols no primeiro tempo.
Logo aos 5, Pixote recebeu na entrada da área, bateu rasteiro, venceu o goleiro João Paulo e abriu o placar. Aos 18, foi a vez de Aquino. O atacante arriscou, o chute desviou na defesa e encobriu o camisa 1 rubro-anil (2 a 0). Aos 33, saiu o terceiro gol após uma cobrança rápida de escanteio. No cruzamento, João Paulo fez a defesa, mas a bola sobrou limpa para Gonçalves ampliar.
O Bonsucesso só conseguiu chegar ao ataque no terço final do primeiro tempo. Matheus Bastos foi o responsável pela única finalização no meio do gol.
Na etapa complementar, o Caxias puxou o freio, mas não precisou de muito esforço para fazer o quarto e o quinto. Luan Donizete, de cabeça, colocou o 4 a 0 no placar aos 12 minutos. Sozinho, ele apenas deslocou João Paulo. Aos 37, Ronan carregou e marcou um golaço de fora da área em uma finalização precisa. 5 a 0.
O Caxias se mantém invicto no segundo turno. Já o Bonsucesso tentará nas últimas quatro partidas um milagre. O próximo jogo acontece sábado, contra o Rio-São Paulo, às 15h, no Estádio Joaquim Flores, pela 6ª rodada da Taça Corcovado.
Caxias: Bruno; Thiaguinho, André Santos, Matheus Reis e Gonçalves; Renan Silva, Gean Muller e Pixote; Luan Donizete, Maikon Aquino e Rafael Tanque. Técnico: Tinoco
Bonsucesso: João Paulo; Leyvison, João Pedro, Licas Lima e Moraes; Rondônia, Yago Neto, Léo e Matheus Bastos; Léo Soares e Wellington Junior.