O Bonsucesso pediu e a torcida atendeu. Com a Teixeira de Castro recebendo um ótimo público, o time foi no embalo e não deu margem para erro diante do Duque de Caxias no último sábado, no jogo da volta da semifinal da Série B1 do Carioca. A tarde foi de Cipriano. Depois de perder um pênalti, o atacante fez os dois gols da vitória que garantiram o acesso à Segundona do Estadual de 2026 e a vaga na final contra o Serrano, que superou o São Cristóvão, e também está na Série A2 do ano que vem.
Com fila para comprar ingressos e entrar no Leônidas da Silva, a tarde quente na Leopoldina era a prova que a região nunca abandonou o clube. Era a chance do time voltar para a Segunda Divisão após a queda direta para a 4ª Divisão em 2020 com a mudança no regulamento.
O Caxias tinha a vantagem do empate depois de vencer por 1 a 0 na última semana no Marrentão. Ao Bonsuça, só a vitória interessava por ter sido campeão da Taça Corcovado, o turno único de classificação ao mata-mata.
Ciente da necessidade do placar favorável, o Cesso não deixou o time da Baixada Fluminense respirar. Com o gramado irregular da Teixeira de Castro, o rubro-anil apostava nas bolas longas, lançamentos e cruzamentos para a área. Em um desses, aos 10 minutos, o lateral-esquerdo Marcelinho foi tentar cortar de cabeça e meteu a mão na bola. Cipriano chamou a responsabilidade, mas bateu mal perdendo a chance de abrir o placar.
Aos 29, o Duque de Caxias assustou numa cobrança de escanteio. Andinho fez o cruzamento com um primeiro toque na grande área, mas o ataque não conseguiu chegar na segunda trave e a bola foi pela linha de fundo.
Recuperado do susto e do pênalti perdido, o Bonsuça manteve o controle do jogo e seguia em busca do gol, que veio aos 33 minutos. Luiz Gustavo, o 'Bicho', alçou uma bola na área, Erick Landini mandou de cabeça em direção onde estava Cipriano. O atacante apareceu como um 'raio', dominou no peito projetando a bola pra frente e encheu o pé esquerdo pra cravar o primeiro gol no ângulo. 1 a 0. Na comemoração, o artilheiro do Estadual mostrou uma camisa homenageando o filho Lorenzo, de 3 anos.
Ciente que estava sendo eliminado, o Caxias mexeu aos 38. Pepeu entrou na vaga do volante Bruno. O adversário passou a jogar contra o relógio e pôs fim a cera. Mesmo com uma nova proposta tática em campo, o tricolor esbarrava nas próprias deficiências ofensivas para assustar.
"Treino bastante pênalti, mas estamos expostos a perder e não somos perfeitos. Marcudinho me passou toda a confiança. Fui bem pra bola, mas o goleiro acabou sendo feliz. Já o gol é uma jogada que trabalhamos bastante. Falei para o Landini que eu estaria ali. Sabia que essa batida ia chegar e encaixar. Graças a Deus ele me abençoou para marcar o primeiro gol", disse Cipriano à Cariocão TV no intervalo.
Na volta do segundo tempo, o Bonsuça chegou ao segundo gol logo aos seis minutos. Em um contra-ataque rápido, Ciprino arrancou e bateu forte na entrada da área para superar o goleiro do Duque. 2 a 0.
Com a vitória nas mãos, o time de Marcus Alexandre administrou o resultado até o fim para alcançar o tão sonhado objetivo na Teixeira de Castro.
Após o apito final da ótima arbitragem de Tarcizo Pinheiro Caetano, que não precisou sequer recorrer ao VAR em nenhum momento da partida, o gramado do Leônidas da Silva foi invadido pelos torcedores e familiares dos jogadores numa comemoração efusiva com a volta à Segundona do Carioca. Os fogos ecoavam por todo o bairro anunciando a conquista e o fim do calvário.
"Eu sabia do potencial da nossa equipe. Ficamos invictos a maior parte da competição. Perdemos apenas no final. Temos uma força incrível em casa do lado do nosso torcedor. Estávamos invictos aqui. Então, nunca duvidei. O Bonsucesso é grande e está retomando as origens. O lugar do Bonsucesso não é onde está. Graças a Deus estão chegando pessoas boas e acreditam no Bonsucesso para se levantar de novo. Conseguimos fazer esse feito. Quero agradecer ao Marcus Alexandre. Esse cara é sem palavras. Chegou com humildade e conseguimos o acesso", disse o capitão Daniel Felipe à Cariocão TV já projetando a final com o Serrano.
"É uma equipe que se dedicou bastante. Conseguimos o objetivo principal do clube, mas estão deixando a gente sonhar e vamos em busca do título. Sabemos que isso fica marcado na história do clube", finalizou.
"É uma equipe que se dedicou bastante. Conseguimos o objetivo principal do clube, mas estão deixando a gente sonhar e vamos em busca do título. Sabemos que isso fica marcado na história do clube", finalizou.
Luiz Gustavo, que começou a carreira no Bonsucesso, revelou o quão gratificante foi alcançar a vaga para a Série A2.
"É um sabor de gratidão pelo clube. Quando eu cheguei da Sérvia, foi o Bonsucesso que abriu as portas de novo na Copa Rio. Foi aí que minha carreira deu uma alavancada. Ano passado subimos, esse ano de novo, e vamos agora pensar em ir para a Primeira Divisão. Esse grupo é de verdade. Estava uma situação difícil quando eu cheguei, mas não reclamávamos de nada. Nos abraçamos e deu tudo certo. Esse grupo é uma família."
Após ser cobrado ainda no primeiro tempo, o volante Walney cresceu de produção no jogo e foi peça importante neste sábado. O jogador elogiou bastante o trabalho da comissão técnica:
"Não é puxando o saco não, mas esse cara (Marcus Alexandre) eu vou levar para a eternidade. Foi um dos poucos treinadores que olhou na minha cara e foi sincero que eu precisava melhorar. Eu estava acima do peso e não escondo isso de ninguém. Após essa conversa e esse esporro, deu uma virada de chave na minha vida. Ele me deu uma bronca do bem. Precisamos melhorar sempre. É carinho de pai. Dá esporro e depois dá a mão. Muito obrigado! Nosso objetivo era subir. Subimos e queremos mais. Só é lembrado quem é o campeão. Isso é importante para nossa projeção."
O treinador rubro-anil também analisou o duelo tático com o Duque de Caxias, que dificultou ao máximo o acesso do Bonsuça:
"São vários profissionais de gabarito na Série B1. Temos um nível altíssimo. Sabemos que a divisão é abaixo da elite, mas o futebol não. Nos sentimos valorizados com a competitividade. Infelizmente, os Estaduais estão morrendo e precisamos de mais incentivo porque é onde surgem talentos. Agora vem uma outra equipe experiente pela frente na final. A nossa missão inicial já conseguimos. Será um enfrentamento com o Silvestre, que foi meu auxiliar no Maricá. Tenho certeza que faremos um grande futebol lá e cá".
Um dos batedores de pênalti, Marcudinho explicou por qual motivo Cipriano foi o escolhido ainda no primeiro tempo e detalhou a parceria:
"Ele também cobra assim como eu e o Walney. É uma batida que a gente vem treinando. O Pedro, goleiro do Caxias, foi feliz. Corremos atrás do resultado, saímos na frente e pegamos a classificação. Fizemos uma boa partida lá, várias chances, e disse hoje no vestiário que independente de qualquer coisa, a gente ia matar em uma bola. Só não podia sofrer gol. Conseguimos dois gols e o acesso. O nosso ataque é muito rápido. A gente marca em quase todos os jogos. Estou feliz em trabalhar nesse elenco maravilhoso. É uma boa safra. Íamos subir na marra."
Autor dos gols, Cipriano foi muito festejado no gramado do Leônidas da Silva e comemorou efusivamente o acesso - ainda mais com dois gols de canhota:
"É muito treino. Não tem essa de perna ruim ou boa. Queria deixar uma palavra de Deus. É muito melhor o final das coisas do que o início delas. Papai do Céu conseguiu coroar a gente e essa torcida maravilhosa. Quero agradecer demais o torcedor e o staff. Deixar um abraço em toda a minha família. Claro que tem (gosto de revanche na decisão), mas é trabalhar, focar e fazer um grande jogo contra o Serrano. Foi uma semana tranquila e estávamos decididos que faríamos o resultado em casa. Esse fator casa foi muito importante. Agradeço ao Nielsen e o Marcus Alexandre por dar um feedback para cada um. Isso tudo demonstra a força do grupo. Nada acabou ainda e vamos em busca do título", afirmou.
O primeiro jogo da final será no próximo domingo, às 15h, no Atilio Marotti (o duelo sofreu mudança de data por conta da final da Libertadores da América, com a presença do filiado da FERJ, o Flamengo). A partida da volta está marcada para dia 6, às 15h, na Teixeira de Castro. Não há vantagem na decisão.

Que bom que o Cesso está de volta à segundona. Pelo menos isso.
ResponderExcluirPelo menos isso. Não fizeram mais que a obrigação após a vergonha da Copa Rio. Que mude essa diretoria de merda e que vire SAF logo.
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