Teixeira de Castro pode ter portões fechados para Bonsucesso x São Cristóvão
Foto: Wandré Silva/BonsucessoA Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro convocou uma reunião de emergência com a Polícia Militar e representantes do Bonsucesso e São Cristóvão nesta terça-feira, para tratar da realização dos minutos finais do segundo tempo da partida de ida das semifinais do Campeonato Carioca da Série B2.
O jogo foi paralisado aos 17 minutos do segundo tempo, na Teixeira de Castro, neste domingo, após uma invasão de vândalos no estádio Leônidas da Silva. Houve confronto com a PM e seguranças particulares. Além disso, a sede do clube foi depredada e dois torcedores ficaram feridos, sendo necessário levá-los para o Hospital Getúlio Vargas. Com a ausência da equipe médica e da ambulância, o jogo foi suspenso já que não haveria tempo hábil quanto à iluminação natural para dar continuidade ao duelo até a volta dos médicos e enfermeiros.
O Fanáticos pelo Cesso apurou que a FERJ pretende propor a conclusão da partida nesta quinta-feira à tarde, sem a presença de público na Teixeira de Castro. O mesmo também deve valer para o confronto decisivo, no próximo domingo, no Ronaldo Nazário.
Durante o arbitral da Série A do Campeonato Carioca de 2024, o diretor de competições da FERJ, Marcelo Vianna, afirmou que a violência no futebol é um problema de segurança pública e que precisa combater os torcedores envolvidos com o rigor da lei:
"É sempre um fator complicado. O nosso estado vive um momento difícil, a violência tem transbordado. O próprio regulamento do campeonato determina uma divisão de 50% nos clássicos (da Série A). Pode haver uma posição diferente de distribuição? Pode. Desde que haja entendimento entre as partes. Não acredito que vai acontecer. Deve ser mantido. A nossa interlocução com a polícia e as forças de segurança é a melhor possível. Os problemas dentro do estádio de futebol, com exceção do Brasil e Argentina, são quase imperceptíveis. As coisas acontecem do lado de fora e nos locais que direcionam até o estádio, como vias públicas. Há uma carga de violência principalmente nos clássicos. As medidas punitivas devem acontecer. Essas pessoas que não são torcedoras precisam entender a punição e serem identificados. Não pode haver briga e virar apenas matéria jornalística. Essas pessoas precisam ser detidas. Só isso vai gerar uma positividade e diminuir a violência. Isso tinha diminuído muito, mas agora vem progredindo porque não acontece nada. Realmente houve um conflito, um briga nas ruas próximas ao estádio do Bonsucesso entre gangues, mas não conseguimos identificar quem eram, se pertenciam a alguma organizada. Precisamos utilizar a parte médica para levar feridos ao hospital. O que a Federação faz é buscar junto à Polícia Militar o melhor modelo para os estádios e diminuir a violência", disse Marcelo Vianna que espera evitar a proliferação de jogos sem público ou com torcida única com medida.
"Não é só no Rio de Janeiro. Cruzeiro e Coritiba brigaram no Paraná. Se brigarem dentro do estádio, portões fechados é uma medida que teoricamente o torcedor deveria sentir. Seria algo impactante para diminuir o nível de violência. Acho que os CPFs precisam ser identificados e punidos. Acho que a partir daí, teríamos um melhor caminho. Há alguns anos, alguns 'torcedores' foram presos em Bangu e isso repercutiu. As pessoas pensavam duas vezes antes de brigar. O tempo vai passando e nada acontece, dá uma sensação de impunidade. Precisamos nos organizarmos para identificar. A minoria é quem briga e são eles que precisamos punir", concluiu.
A FERJ aguarda o parecer da perícia da Polícia Civil e o parecer da Polícia Militar para definir junto aos clubes o melhor cenário, garantindo a segurança daqueles que estão envolvidos na semifinal. Bonsucesso e São Cristóvão estavam empatados em 1 a 1. Berg abriu o placar no primeiro tempo, mas Kelvin deixou tudo igual para o Rubro-Anil na segunda etapa. O time cadete tem a vantagem de dois resultados iguais para chegar a decisão e consequentemente subir para a Série B1 de 2024.
Nesta segunda-feira, o São Cristóvão emitiu uma nova nota oficial repudiando as lamentáveis cenas na Leopoldina:
"Diante dos fatos ocorridos na tarde deste domingo (26/11/2023), o clube São Cristóvão de Futebol e Regatas vem a público manifestar seu repúdio em razão das cenas de violência entre torcidas ocorridas do lado de fora do Estádio Leônidas da Silva no jogo entre Bonsucesso Futebol Clube X São Cristóvão de Futebol e Regatas, pelo Campeonato Estadual – série B2.
Nesta ocasião, os torcedores utilizaram de rojões e pedras que foram atirados dentro da área social do Clube Bonsucesso. Têm-se a ciência de diversos feridos neste episódio, os quais foram conduzidos para a unidade hospitalar mais próxima.
Importante frisar que o Clube São Cristóvão não compactua e não tolera confrontos entre torcidas e deseja pronto restabelecimento aos torcedores que sofreram com a violência descabida ocorrida no entorno do estádio do Clube Bonsucesso.
Situações como esta são inadmissíveis e só prejudicam os clubes e o futebol brasileiro. O acontecido reforça a importância de cada vez mais priorizarmos a união de todos em uma incansável luta diária por um futebol sem violência.
O São Cristóvão declara sua postura de absoluta colaboração para as investigações, a fim de punir os envolvidos por tal conduta reprovável. Esperamos que as autoridades competentes apurem os fatos, para que episódios como este não se repitam."
Do outro lado da chave, o Zinzane empatou com o Belford Roxo em 0 a 0, no Luso-Brasileiro. A partida da volta acontece no próximo domingo, às 15h, no Nélio Gomes. A equipe da Baixada Fluminense é quem tem a vantagem do empate.
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