Em meio à reta final da Taça Maracanã, a política do Bonsucesso voltou a ferver. O presidente Jorge Ribeiro Marques foi afastado por gestão temerária e improbidade administrativa, além de se tornar inelegível por 10 anos, devido o aluguel de duas lojas na sede do clube sem anuência do Conselho Deliberativo.
Em nova reunião realizada nesta terça-feira, após prazo para regularização contratual dos estabelecimentos, o Conselho manteve o desligamento do dirigente devido à 'locação verbal'. O vice-geral André Veras também renunciou ao cargo em plenário. Com isso, o presidente do Conselho, Cláudio Menezes, assume o clube interinamente até às eleições em dezembro.
Jorge Ribeiro Marques ainda tem 15 dias para apresentar defesa e evitar a suspensão definitiva, baseada nos artigos 63 e 66 da Lei Geral do Esporte e artigo 23 da Lei Pelé. O dirigente afirmou que só irá se pronunciar na justiça. André Veras não retornou nosso contato.
Os problemas envolvendo a política no clube se iniciaram às vésperas dos 110 anos do Bonsucesso. No dia 7 de outubro, ocorreu a primeira reunião extraordinária para tratar do tema. O impeachment do presidente chegou a ser discutido, mas os conselheiros aprovaram um prazo de 30 dias para regularizar o espaço na Teixeira de Castro.
Questionaram a falta de contrato até o fim da atual gestão em dezembro e que o acordo estava costurado verbalmente, infringindo o Estatuto do Bonsucesso. Durante a defesa, o presidente Jorge Ribeiro Marques chegou a dizer que o espaço não estava alienado.
Durante a sessão, por decisão unânime, também foi excluído o cargo de gerente social do Bonsucesso, anulando todas as ações do então colaborador César Augusto, afastando o sócio das funções administrativas e impedindo a permanência dele na secretaria e tesouraria do clube.
O Bonsucesso carrega consigo uma dívida permanente e depende dos eventos desde a reinauguração do salão para cobrir parte das despesas, enquanto o futebol sobrevive à parte com ajuda de parceiros - sem contrato assinado. Até o momento, o clube não conseguiu - assim como os demais adversários - lucrar com a bilheteria e o prejuízo da Taça Maracanã já ultrapassa os 13 mil reais, em três jogos no Leônidas da Silva (São Cristóvão, Carapebus e Rio São Paulo). Voluntariamente, Jorge Ribeiro Marques chegou a quitar dívidas do Rubro-Anil para manter a instituição funcionamento regularmente.
O Salão Nobre passou por reformas estruturais em 2023, com melhorias na cozinha, banheiros, teto e no palco e tem sido constantemente frequentado pelos mais diversos nichos da comunidade leopoldinense.
O perfil oficial do Bonsucesso no Instagram retirou o post fixado com a foto do presidente Jorge Ribeiro Marques e o vice-geral, André Veras. A pergunta que fica agora é: o que será do futuro do clube com novos problemas nos bastidores?
CONVOCAÇÃO DAS ELEIÇÕES ANULADA
Hoje, dia 8, o presidente interino e do Conselho Deliberativo, Cláudio Menezes, assinou edital publicado no jornal 'O Dia', comunicando o cancelamento da convocação das eleições do Bonsucesso por Jayme Perpétuo, que assinara como presidente da Assembleia Geral (veja abaixo).
Pela publicação, o novo edital aponta que o chamamento foi feito por 'pessoa sem legitimidade'. Internamente, o Conselho aponta que Brazelino Vieira ainda é o presidente da Assembleia Geral. O atual mandato da diretoria se encerra no dia 12 de dezembro.