A Revista Placar trouxe na sua edição de abril de 1971 uma história pra lá de curiosa envolvendo um português, torcedor do Vasco, mas que 'virou a casaca' após um jogo contra o Bonsucesso. João Campos Correia estava em São Januário, mas acabou se encantando mesmo que de forma enfurecida por Enos, ex-atacante rubro-anil, que infernizou a zaga do Gigante da Colina na vitória por 2 a 1.
"Em sete minutos ele fez dois gols. No segundo, não aguentei. Gritei bem alto 'Bonsucesso!'. Quase levei uns pescoções, mas valeu a pena. Até então eu pensava que era Vasco, mas estava enganado. Quando cheguei em casa tinha certeza absoluta que era Bonsucesso, embora soubesse que meu time não tinha condições de disputar com os grandes."
O amor à primeira vista fez João Campos não esconder sua paixão pelo Bonsuça e bradou aos quatro cantos que tinha se tornado o mais novo fanático pelo Cesso:
"Resolvi então não ser um torcedor comum, que se esconde no anonimato na hora das derrotas. Decidi torcer uniformizado com a camisa do meu clube, de bandeira na mão, gritando e incentivando meu time".
Tamanha a identificação do português com o Bonsucesso, que em pouco tempo, os torcedores já tinham na sua figura um destaque maior do que representava aquela sinergia:
"Aos poucos, acabei reconhecido como chefe da torcida. Então, comprei um megafone e um gravador. Durante o jogo incentivo meu time. No intervalo, retransmito os gols que gravei."
João Campos lembrava com entusiasmo de outras gerações do Bonsucesso que lhe enchiam de orgulho à época:
"O Bonsucesso tem me dado muitas alegrias. Lembro com especial carinho o time de 1968, sem grandes valores individuais, mas certinho, osso duro de roer. Chegamos em sexto lugar, junto com o Fluminense, No final, mais alegria: a vitória sensacional por 2 a 0 sobre o Flamengo, que lhe arrancou o título das mãos", afirmava.
João Campos trazia no relato à Placar que os dois filhos - João Fernando e Luis Carlos - já eram sócios-proprietários do Bonsucesso e tinha um sonho:
"O Bonsucesso me dá muitas alegrias e pode até me matar. Basta que meu filho, João Fernando, dê no couro. Ele é minha esperança. Ele é craque que eu quero ver brilhar com a camisa do Bonsucesso. Já imaginou vê-lo fazendo gol para meu time? Eu morro", finalizou.
Você conhece alguém da família Campos Correia? E alguém que virou a casaca e se tornou torcedor do clube? Entre em contato com o Fanáticos pelo Cesso!
Fonte: Revista Placar