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10/04/2014

EX-PRESIDENTE DO FLU LEMBRA DERROTA DA MÁQUINA PARA O CESSO

O adversário do Fluminense nesta quinta-feira, pela segunda rodada do Campeonato Carioca, não traz boas recordações para a Máquina Tricolor, como ficou conhecido um dos melhores times da história do clube das Laranjeiras. Pela primeira rodada da mesma competição, em 1976, o Bonsucesso derrotou o adversário por 3 a 0 no Maracanã. O presidente do Flu na época, Francisco Horta, revela o que sentiu diante do resultado adverso.
- Não jogou bem, não atuou bem, mereceu perder. Eu me lembro que o Bonsucesso tinha um time sem grandes valores individuais, mas coletivamente e taticamente estruturado. Fiquei arriado. Levei um susto. Era a estreia da Máquina Tricolor, da verdadeira Máquina Tricolor, porque para mim a Máquina Tricolor mesmo é o time de 1976 - contou Horta.
No entanto, durante amistoso preparatório para o Carioca daquele ano, em Salvador, contra o Bahia, o Flu retornou ao Rio de Janeiro com um empate por 1 a 1 e duas baixas. Exatamente os dois principais jogadores: Carlos Alberto Torres e Rivelino. Além disso, seis jogadores tricolores entraram em campo na estreia da competição estadual gripados. Mas esses fatores não tiraram o brilho do feito para quem participou. O ex-zagueiro do Bonsucesso Rildo lembra com alegria da vitória marcante.
- Eles ficaram bem arrasados, porque não contavam com aquilo. Qual time grande vai contar que levaria de três de um pequeno? - indaga.
Outra curiosidade daquela inesquecível partida é que Paulo César Caju, que também era um dos craques do Fluminense, perdeu um pênalti quando o placar ainda apontava para o 0 a 0. Na sequência, ainda foi expulso. Rildo revela que Caju teria provocado os jogadores do Bonsucesso antes de ser retirado de campo pelo árbitro.
- Ele pegava a grama e falava que a gente tinha que comer aquilo. Ficávamos para morrer. Ele também falava que a gente não ia jogar: "Aqui não". Aquilo nos dava motivação - revelou.
Embora tenha sido surpreendido pelo time do subúrbio carioca, a campanha tricolor seguiu muito bem e culminou com o bicampeonato estadual. O presidente Francisco Horta promoveu vários troca-trocas com os rivais cariocas antes de começar a temporada. O time base de 1976 era: Renato; Carlos Alberto Torres, Edinho, Miguel e Rodrigues Neto; Carlos Alberto Pintinho, Rivelino e Paulo César Caju; Gil, Doval e Dirceu. Todos treinados por Mário Travaglini.
- Futebol é tenso, é vencer ou vencer. Futebol é vitória, não é derrota. Primeiro jogo, tínhamos acabado de fazer um troca-troca. Desconfiança na torcida. "Compra que a torcida garante", tinha uma faixa que dizia. "Vencer ou vencer", tinha a outra. Será que o nosso presidente trocou mal? Será que o time não é tão bom quanto imaginávamos? Depois perceberam que o time era bom. O time tinha dez jogadores da seleção brasileira e o Doval, da seleção argentina - relembrou Horta.
Fonte: Sportv

24/01/2014

O BONSUCESSO JÁ PAROU A MÁQUINA TRICOLOR EM OUTROS TEMPOS


Toda vez que se elencar os maiores esquadrões do futebol brasileiro, lá estará listada a Máquina Tricolor. Assim ficou conhecido o Fluminense montado pelo então presidente Francisco Horta, em 1975, a partir da contratação de Roberto Rivellino. No ano seguinte, quando arrebataria o bicampeonato carioca, a constelação das Laranjeiras passaria a ser ainda maior, com uma escalação integralmente formada por jogadores “de seleção” – do goleiro ao ponta-esquerda -, incluído aí o argentino Doval, que envergara a camisa de seu país: Renato, Carlos Alberto Torres, Miguel, Edinho e Rodrigues Neto; Pintinho, Paulo César Caju e Rivellino; Gil, Doval e Dirceu.

Dada a dimensão do que representava a Máquina, qual não foi a surpresa na abertura da Taça Guanabara de 1976, quando o Bonsucesso aplicou 3 a 0 num Fluminense com quase todos os seus craques, para espanto geral de quem esteve no Maracanã naquele 14 de março.

Para recontar essa história, o SPORTV ouviu depoimentos de dois dos heróis da jornada que pode ser considerada uma das maiores façanhas do simpático rubro-anil da Zona da Leopoldina: o zagueiro Nilo e o meia Cabral (foto abaixo), além de um funcionário antigo do clube da Rua Teixeira de Castro. E gravou também com Horta, o homem que sacudiu o mercado com sua ousadia e criatividade, promovendo na época troca-troca com os rivais cariocas, transformando o Estadual de 76 no de maior média de público de toda a sua história: 19.070 torcedores pagantes por partida.


No dia em que a zebra emperrou a Máquina, o Bonsucesso contava em seus quadros com o atacante César, que mais tarde se destacaria no Palmeiras e atuaria no futebol espanhol – hoje também é conhecido como pai do lateral-esquerdo Júlio César, do Botafogo -, e com o zagueiro Dário Lourenço, futuro treinador.


Como era de se esperar, o Fluminense domava a zebra e passeava em campo, até Paulo César Caju desperdiçar um pênalti. A partir daí, Tuca (duas vezes) e Marquinhos selaram a memorável vitória, durante a qual PC Caju ainda seria expulso por reclamação.


Até ser desmontada em 1977, a Máquina foi capaz de abater, em torneios ou amistosos internacionais, potências como o campeão europeu Bayern de Munique - de Sepp Mayer, Franz Beckenbauer, Rummenigge e Gerd Muller -, Olimpique de Marselha, Paris Saint-Germain e o Feyenoord. Mas sucumbiu diante de um improvável Bonsucesso, que até hoje, quase 40 anos depois, se faz lembrar por não ter tomado conhecimento do tão decantado esquadrão.        


A matéria tem previsão de ir ao ar no “Tá na Área” desta quarta-feira, dia 22, a partir das 18h, no SPORTV. A reportagem é de Eudes Júnior e a produção, de Roger Garcia.


Ficha do jogo:



BONSUCESSO: Pedrinho, Nílton, Nilo, Dário Lourenço e Carlos Alberto; Silva, Wilson e Cabral (Galvão); Naldo, Tuca e César (Marquinhos). Técnico: João Carlos.

FLUMINENSE: Renato, Rubens Galaxie, Fernando, Edinho e Rodrigues Neto; Pintinho, Cléber (Erivelto) e Paulo César Lima; Gil, Doval (Luis Alberto) e Dirceu. Técnico: Jair Rosa Pinto.


Gols: Tuca 42′ do primeiro tempo e Marquinhos 1′ e Tuca 43′ do segundo tempo.

Árbitro: José Aldo Pereira (RJ).
Público: 16.214 pagantes

Fonte: Blog Ponta de Lança