BONSUCESSO FICA DE OLHO NA SÉRIE B1 APÓS AFASTAMENTO DE CLUBES

Bonsucesso está de olho em possível vaga de acesso para a Série B1
Foto: Wandré Silva/Bonsucesso

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro vive uma crise com dois clubes participantes da Série B1 do Campeonato Carioca, que pediram afastamento em fevereiro: Barra da Tijuca e Goytacaz.

O clube da Zona Oeste tinha feito o pedido formal à FERJ no início do mês, porém só na última quarta-feira a entidade oficializou a desistência da equipe de participar da 3ª Divisão e da Copa Rio de 2024. Pela nota oficial, o Barra da Tijuca voltará às atividades profissionais e de base em 2025, porém terá que 'remar' tudo de novo na última divisão. 

De acordo com a nota oficial, o Barra da Tijuca tomou a decisão como forma de reestruturação (confira abaixo).

'O Clube Atlético Barra da Tijuca informa que, com o principal objetivo de nos reestruturarmos da melhor maneira, pediu licença junto à FFERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), e desta forma não disputará as competições do ano corrente de 2024, tanto a equipe profissional, quanto as divisões de base.

Entretanto, confirmamos que voltaremos em 2025 ainda com mais força e dedicação para seguirmos trilhando nosso caminho e escrevendo nossa história no futebol carioca e brasileiro.

Desde já agradecemos o carinho de nossos torcedores e pedimos que fiquem conosco, pois seguiremos juntos por um futuro melhor para o nosso Tubarão da Zona Oeste.'

Além do Barra da Tijuca, o tradicional Goytacaz também se licenciou, mas o comunicado foi carregado de críticas à FERJ e a falta de apoio para a participação no Estadual. Em nota, a equipe de Campos, fundada em 1912, 'detona' a FERJ e cita em um trecho:

"...diante da realidade assustadora dos valores praticados pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, diante dos péssimos serviços de arbitragem prestados, diante do absurdo sistema de acesso às séries principais, em que apenas um clube de futebol profissional obtém êxito para a Série A2, e para a Série A1 e tendo um presidente que tem cargo de vice-presidente na CBF onde quatro clubes tem oportunidade de acessarem as Séries C, B e A, mas, em em sua Federação não pratica a mesma metodologia, e ainda mantém as ligas que não gastam com as inscrições de atletas, não são molestadas pela Justiça do Trabalho muitas vezes com ações trabalhistas provocadas por jogadores de futebol oportunistas, as ligas ainda não sofrem multas pecuniárias pelo TJD e garantem as sucessivas reeleições presidenciais e a manutenção da 'sua corte' que desfrutam de salários além de gratificações quando atuam em quadros móveis da mesma"

O Goytacaz ainda pede reflexão aos demais clubes das divisões inferiores ao apresentar a nota nas redes sociais: "Que todos os clubes das séries abaixo da Série A reflitam e calculem os gastos que tem e analisem se obtiveram lucros o suficiente ou prejuízos financeiros desproporcionais a qualidade dos serviços prestados pelas arbitragens durante os campeonatos oficiais".

O Goytacaz ainda encerra afirmando que a decisão também é tomada por falta de apoio público: "Sem qualquer apoio por parte do Poder Público Municipal de um município abastado financeiramente como é o de Campos dos Goytacazes, sem auxílio de nenhum investidor, decide pedir licença dos campeonatos profissionais que disputaria no ano de 2024".

O litígio do Goytacaz com a Federação teve o seu estopim na semifinal da Série B1 do ano passado, quando o clube reclamou veementemente da atuação da arbitragem na semifinal contra o Duque de Caxias. A partida ficou marcada por agressões inclusive aos jornalistas que cobriam o jogo. Dirigentes chegaram a expor dados do juiz Thiago da Silva Ludugério.

Com a saída dos dois clubes, a 3ª Divisão passa a ter apenas 10 clubes. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro ainda não confirmou se o campeonato em setembro será disputado com os 10 clubes atuais ou se outros dois da Série B2 serão alçados esse ano.

O Bonsucesso está atento a possibilidade de herdar uma das vagas. O clube terminou na 3ª colocação da 4ª Divisão no ano passado. Outra hipótese seria rebaixar mais clubes da A2 ainda esse ano para o preenchimento das vagas na divisão inferior.

Outro problema que a FERJ terá que resolver será a vaga do Barra da Tijuca na Copa Rio. O Maricá, 9º colocado na Segundona, e o Friburguense, 5º lugar na Terceira Divisão, estão em compasso de espera pela lacuna atual no torneio.