Tambor de Todos os Ritmos
Pra certas coisas, o tempo é o melhor remédio. Entrosamento de time, por exemplo.
Pois é o que vem acontecendo no Bonsucesso. Faltando apenas três
semanas do início da Copa Rio, mudou-se o técnico. Foram prometidos
reforços de jogadores, alguns vieram. mantidos bons atletas oriundos do
grupo de juniores comandado por Baiano e Evaldo.
O começo foi confuso: a vitória sobre o Olaria deu ânimo, mas
preocupou pelo futebol apresentado dentro das quatro linhas. A situação
durou todo o primeiro turno: placar magérrimo contra o Mangaratibense em
casa, derrota inesperada como visitante para o Angra e o já pouco
confortável segundo lugar do grupo, cada vez mais, sob ameaça. Por
sorte, as outras equipes andavam pior ainda.
Passadas três semanas do início
do campeonato, a situação começa a ser mais respirável. O Rubro-Anil
acaba de vencer fora de casa pela segunda vez, com muito mais graça do
que mirradas cobranças de penalidade máxima. A atuação continua
irregular, é verdade. A zaga é inexperiente, idem. Mas já se pode ver um
caminho possível.
Orlando Caulim demonstra personalidade, às vezes para o bem, outras
nem tanto. Inovou no esquema tático contra o Angra e não foi feliz.
Surpreendeu sacando Grafite e descendo Madeira na Bariri e conquistou os
primeiros pontos fora de casa. Recua ou avança a equipe conforme o
adversário, altera as peças e busca manter uma certa maneira de tratar a
pelota. Diferença tremenda para a torcida que teve de se acostumar a
ver os dublês de técnico passearem pela Teixeira de Castro ao longo do
passado primeiro semestre.
Apesar da tendência hegemônica de supervalorizar o talento
individual em detrimento da preparação do conjunto, o futebol é um
esporte necessariamente de equipe. Reforços sempre são bem-vindos, e
demandam - olha ele aí outra vez - tempo para que se integrem a uma base
já formada. Fundamental, ainda, é ter em perspectiva até onde se
pretende chegar, orientando os esforços, aproveitando bem a munição. Se
der ruim na Copa Rio, menos mal: o rumo tem que ser o topo da série B no
ano que vem.
Os suburbanos teimamos em comprovar: nem tudo na vida é dinheiro e
fama. Muito ainda se pode fazer e isto, graças - sem cansar de dizer -
ao tempo. Essa é uma receita possível para quem não tem muita bala, nem
na agulha, nem em lugar nenhum, como é o nosso caso. Cem anos já se
passaram, outros cem - e muito mais - passarão: só sairemos da
trincheira para avançar!
VIVA O BONSUCESSO! VIVA O LEÃO DA LEOPOLDINA!
E um viva especial ao Fanáticos pelo Cesso (fanaticospelocesso.blogspot.com.br): cinco anos de fanatismo e bom sucesso a serviço do Rubro Anil!!!!