Está previsto para as 14h30m desta quinta-feira, no Cemitério Jardim
da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, o enterro dos restos
mortais do ex-jogador de futebol e comerciante João Rodrigo Santos
Silva, de 35 anos. Ele foi sequestrado, decapitado e teve a cabeça
jogada em frente à casa da família, em Realengo, também na Zona Oeste,
na madrugada desta terça. O velório será na capela B.
João era
casado com a soldado da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro
de São Carlos, na Zona Norte da cidade, Geísa Silva, de 31 anos. Foi ela
que encontrou a mochila do marido na porta da residência e, quando a
abriu, viu a cabeça de João. A PM e o comerciante era casados havia 11
anos.
A Divisão de Homicídios investiga a morte de João. Uma das pistas seguidas pelos investigadores são postagens feitas pelo ex-jogador no Facebook. No
dia 15 de outubro, ele colocou fotos de três homens que seriam
responsáveis por um roubo em sua loja dois meses antes. Na página, que
leva o nome da loja - “Força Natural Produtos”, onde João vendia
suplementos alimentares -, o comerciante escreveu: “Pessoal, me ajude a
colocar esses ladrões de lojas na cadeia. Fui furtado por esses
criminosos, quem reconhecer um desses me ajude!”.
A postagem incluía 20 imagens de câmeras de segurança, que mostram
três homens caminhando pela rua. O roubo, que causou um prejuízo de
cerca de R$ 10 mil, foi registrado na 33ª DP (Realengo).
Corpo encontrado em Rio
Na
noite desta terça-feira, a polícia localizou um tronco, duas pernas e
um braço no Rio Guandu, no trecho próximo à Rodovia Presidente Dutra, em
Queimados, na Baixada Fluminense. A esposa de João reconheceu uma das
pernas como sendo do marido, por conta de uma tatuagem. O corpo foi
encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), no Centro da cidade, e o
exame de DNA que comprovará sua identidade só deve ficar pronto no fim
de novembro.
A polícia não trabalha, em um primeiro momento, com a possibilidade
de o crime ter relação com o trabalho da mulher da vítima, que cumpre
apenas funções administrativas na PM. Até o momento, dez pessoas já
foram ouvidas pela DH, que tenta localizar outras possíveis testemunhas
que também possam prestar depoimento.
- Pedimos que quem tenha
qualquer informações procure a polícia. Foi um crime de uma brutalidade
sem precedentes - afirmou Rafael Rangel.
Carreira no futebol
Antes
de se dedicar ao comércio, João foi jogador de futebol. A carreira
durou nove anos - entre 1996 e 2005 -, durante os quais marcou 33 gols
em 103 partidas. O comerciante era atacante, conhecido pelo apelido de
Herói Humilde, e passou pelo Bangu, Madureira, Boavista, Volta Redonda,
Tigres, Duque de Caxias, Olaria e Bonsucesso (times que disputam o
Campeonato Carioca). Ele também jogou no paraense Remo, no Botafogo de
Brasília e ainda em clubes fora do Brasil - o Oster, da Suécia, e o
Olimpia, de Honduras.
Fonte: Jornal Extra
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